domingo, 11 de setembro de 2016

Bravo Mundo Novo


Pronto Nuno, está feito. São estes os melhores 14, não há que inventar mais (pelo menos até que Maxi recupere e Boly tenha oportunidade para mostrar o que vale).


"Felicidade é uma cidade pequenina, é uma casinha, é uma colina, qualquer lugar que se ilumina..."


Jogo interessante de seguir e uma boa vitória no regresso a casa após o roubo por esticão da jornada anterior. Começou logo bem, com o anúncio da equipa titular. Herrera de fora. E onze gajos, incluindo os dois únicos avançados-centro de que dispomos. 

Uma espécie de 442, mas mais pela "tipologia" dos jogadores do que pelo desenho táctico aplicado. Depoitre fixou-se bem no meio e empurrou" AS para a direita do ataque, ficando Otávio do lado oposto. Mas como o "menino" não tem vida de ala, não se lhe poderia pedir para o ser - e creio que Nuno não lhe pediu. Procurou quase sempre os espaços centrais, aproveitando também o magnetismo da essência de pinho do belga para encontrar novos espaços. E funcionou. Porque os médios souberam dar o apoio necessário e compensar quase sempre a preceito. 

Houve momentos, sobretudo no segundo tempo, em que se viu bem um 4132 quando tínhamos a bola. Noutros, parecia mais 4231 ou até 424. O que releva é a dinâmica que a equipa conseguiu revelar durante grande parte do encontro.

A primeira metade foi bem mais dividida, o Vitória teve uma postura muito positiva e procurou o golo de princípio ao fim. O primeiro já chegou tarde face ao que já tínhamos feito. Marcámos um antes, mas o Jorge "não vi o jogo de Alvalade" Sousa considerou que houve mão na bola. Um mimo, mais um. 

O momento definidor do resultado chegou poucos segundos após o reatamento, com Óliver a virar à cara ao infortúnio e a sorrir para um segundo golo feliz ao desviar casualmente o remate de Otávio. Qualquer plano que o Vitória tivesse, ardeu nesse momento.

O jogo continuou, pois claro, e foi ainda vibrante a espaços. Muitas outras oportunidades para marcar... E para sofrer. Essa foi a nota mais preocupante, a quantidade excessiva de bolas que sobrevoaram a nossa pequena área a ponto de serem desviadas para o fundo da baliza sem que ninguém de azul e branco o conseguisse impedir.

Deu também para estrear Diogo Jota e para perceber que o Tecactito continua em grande forma. Brahimi vai ter que suar para ter uma oportunidade e ainda bem. E de repente, parece que temos muitas soluções ofensivas de qualidade... à espera de ser confirmado. Globalmente um bom jogo e um boa vitória, como a malta gosta.


F-I-N-A-L-M-E-N-T-E !


Notas DPcA

Dia de jogo: 10/09/2016, 20h30, Estádio do Dragão, FC Porto - V. Guimarães (3-0).


Casillas (7): Teve mais trabalho do que se imaginaria e correspondeu bem como algumas defesas de muito bom nível, incluindo saídas aéreas. E nem um daqueles passes à Herrera... Talvez pela ausência do "mestre".

 Layún (7): Jogo atípico para este mexicano, porque não marcou nem assistiu. Ah, mas esperem lá, foi dele o canto que Depoitre desviou para o golo de Marcano. Pronto, meia-assistência. E na segunda parte esteve muito activo no transporte de bola em transição rápida, como o verdadeiro médio que não é.

Alex Telles (7): Continua a melhorar de jogo para jogo. Gostei muito da sua acutilância em ambas as missões, com destaque para a ofensiva. Veremos com o que mais ainda nos pode surpreender, à medida que se completa a sua integração.

Felipe (6): Eu tinha avisado que a adaptação ia ser demorada e o minino faz de tudo para não me desmentir. Precipita-se, falha um passe ali e um corte acolá e não transmite segurança. Mas ele chega lá, haja paciência para isso.

Marcano (7): Desflorou o marcador e isso tem sempre valor, sobretudo quando já outros tinham tentado sem sucesso. Nos resto, foi... Marcano. Discreto, marcações acertadas e um passe/corte disparatado em cada parte. Enfim, nunca pior.

Danilo (6): Parece não estar a atravessar um grande momento, apesar de toda a entrega ao jogo. Falta o clic, o bónus de produtividade que só a forma máxima consegue acrescentar. Easy does it.

André André (7): Poucos anteciparam uma segunda parte tão bem conseguida e influente após uma primeira de pouca inspiração e algum desfasamento com o jogo da equipa. Mas o certo é que o conseguiu e o balanço final da sua participação é claramente positivo. Que mês desculpem os puristas das Antas, mas a espaços faz-me lembrar o pai.


Em memória do portista António Barbosa de Melo
 

< 77' Melhor em Campo Óliver (8): "O meu menino é d'oiro, é d'oiro o meu menino...". Finalmente alguém com olhos nos pezinhos, após dois anos de cegueira absoluta, a comandar e a dar nexo ao jogo colectivo. Como bónus, a técnica de finta individual que é simultaneamente bonita e eficaz. Tu num taleijes, oubistes?

< 70' Otávio (7): O parceiro de crime de Oli, em mais uma exibição muito boa. Quase sempre da linha para dentro ou em combinações curtas, a dar critério e profundidade ao nosso futebol. Cada vez mais decisivo no nosso jogo, uma grande e boa surpresa desta nova época.

< 70' André Silva (6): Sempre com a motivação no limite, faltou-lhe eficácia e... Tiago Martins. Aquela perdida de cabeça foi mesmo "gordinha". Saiu bem porque não era o dia dele e precisava descansar para quarta. 

Depoitre (7): A cada jogo que faz, desvenda um pouco mais do aparente acerto da sua contratação. É alto e disso sabe tirar partido (alô Hugo Almeida?!), ganhando muitas bolas no terceiro andar, dando sequência às jogadas. O desvio no primeiro golo é um exemplo perfeito da sua utilidade. Falta começar a marcar para se ver quantos golos pode valer - o que até pode acontecer com os pés, porque sendo alto não é de forma alguma tosco.

> 70' Corona (6): Desde que chegou ao Dragão que desespero por quem o ensine a tirar partido do imenso potencial. Não sei já é mérito de NES ou se o rapaz andou a ler aquelas patranhas de auto-ajuda nas férias, mas a realidade é que está a começar a época a um nível como ainda não lhe tinha visto. Velocidade, capacidade de "explosão" e finta no momento certo, além de se empenhar defensivamente. Que seja para manter e melhorar.

> 70' Diogo Jota (6): Pormenores. Foi o que eu lhe vi. Daqueles que aguçam o apetite, que deixam água na boca só de imaginar o que poderá vir a dar. É mesmo como o algodão, este lampiãozinho a caminho da conversão.

> 77' Rúben Neves (6): Veludo azul a sair-lhe dos pés, é o que é. Quando o jogo o permite, claro. Tem que ser chamado com mais regularidade, digo eu (mas não para 6...).

Nuno Espírito Santo (8): Pode parecer exagerada a nota, mas tenho que ser coerente: não posso andar a reclamar por mudanças e a penalizar a sua avaliação por isso e depois não o premiar quando tem essa coragem. Mudou, resultou, tudo melhorou e ganhou. Está feito. Um desafio interessante que tem pela frente é o de conseguir tirar máximo partido de Óliver e Otávio em simultâneo, evitando que "colidam" no terreno de jogo. Hoje viu-se um pouco disso, ainda que sem impacto relevante no desfecho final.


O momento da estreia de Jota, para a posteridade



Outros intervenientes:


Já elogiei a postura positiva do Vitória de Pedro Martins, falta-me apenas destacar aquele jovem de quem se diz estar "pré-reservado": João Pedro. Reparei intencionalmente nele e gostei muito do que vi. E  Hurtado, que também fez um bom jogo. 

Jorge Sousa... Mais do mesmo. Aquele tique insuportável de autoritarismo, desconcentração e in dubio... pro Vitória. Concordo com a análise de NES ao lance do golo anulado, considerando uma boa decisão ao invés das erradas em Alvalade. Mas o problema é que Alvalade já passou e o roubo está consumado. Vamos continuar, jornada após jornada, a levar com mudanças de critério em nosso prejuízo? Não pode ser. Indignem-se, senhores - com o volume no máximo.


E Herrera, alguém sentiu a sua falta?

Eu senti. E muito. Desapareceram as abordagens precipitadas e os passes sem nexo, desajustados e inúteis. Houve poucos contra-ataques a morrerem logo na saída devido a deficiência técnica... Jogámos com onze outra vez e foi bom. Seria extraordinário que Nuno desse sequência a este passo mais do que lógico já com o Copenhaga, mas infelizmente temo que não.

Quarta lá estaremos outra vez, sempre com o mesmo fervor, haja o que houver. Relembro que ainda podem concorrer aos 2 bilhetes que estamos a oferecer para essa partida.


Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor 



 

4 comentários:

  1. certo, melhor em campo para mim casillas. O belga e muito bom, herrera joga com os dinamarqueses e saira andre2. temos equipa e grupo, temos jogadores, falta um medio forte fisicamente e com alguma tecnica, dificilmente perderemos em portugal, na verdade estamos a sofrer demasiados cruzamentos muito embora o guimaraes tenha excelente equipa e com marega e hernani serao terriveis. Algo se passa para que os nossos adversarios se entreguem ao jogo de forma intensa e dura, sabem que os arbitros estao contra, aquilo que se via nos anos do prata com os jogadores do porto a rodearem o arbitro acontece hoje ao contrario, os nossos passivos tirando andre silva, telles e otavio e os outros aos molhos a rodearem os arbitros. Com mais um medio forte fisicamente e com alguma tecnica temos uma equiopa dificilima de bater.

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    1. Perderam-nos o respeito, porque nós o permitimos. Que saudades de Jorge Costa & ca.

      Eu acho que de médios estamos bem, é atrás e à frente que a manta é curta...

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  2. Já se percebeu que o escritor do blog tem um ódio fetiche pelo casillas, herrera, marcano e mais uns, a verdade é que marcano tem sido "só" o melhor central de longe neste inicio de epoca e em duas epocas no porto fez uma grande epoca, já é metade, gosto bem de marcano, muito mais que o atabalhoado filipe dos 6 milhoes, já herrera basta ir ver as suas medias de passes certos por jogo para "desconfirmar" a teoria de quem escreve no blog

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    1. Viva Rafael, ainda bem que já percebeu, já vai um passo à minha frente :-)

      Ódio a jogadores é algo extremamente raro e nunca, mas nunca a jogadores que vestem de azul e branco. Lembro-me de Acosta, Mozer e mais alguns. Mas poucos.

      Se me costuma ler (e sei que não, caso contrário não teria sequer sugerido) sabe que apenas desejo o melhor ao bem do Heitor, mas longe do Dragão - dei-lhe todas as oportunidades para se redimir aos meus olhos mas não o fez. E não é uma teoria, é a realidade de quem vê os jogos dele (ver, não assistir passivamente) que nenhuma estatística consegue desmentir.

      Sobre Casillas nem comento, porque não percebo de onde vem a ideia.

      Marcano? Londres. Choupana. Braga. Jamor. Não se lembra? Investigue. Vivi o suficiente para saber o que é um bom central e ele não é. Ponto.

      Abraço Portista

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