Como se não bastasse a irritação solene que aquela postura de pavão recheado me provoca, eis que o bom senhor resolveu dar um passito mais fora da sua dourada reforma parlamentar e voltar a eriçar-me os pêlos.
Corria o mundo na sua louca normalidade, entre as diarreias twittícas de Trump, os afectos agora um pouco menos afectuosos do Senhor Presidente e a invertebrada bonacheirice do actual rei absolutista dos lusitanos, D. Costa I, quando o triste do Manel se lembrou de nos lembrar que ainda está aí para as curvas, prontinho a seguir em frente em cada uma delas.
No sempre democrático modo da "carta aberta", o camarada veio desafiar D. Costa a usar de trela curta na sua nova ministra de Cultura, a tal que teve o desplante de traduzir em proposta de lei algo que a esmagadora maioria dos portugueses pensa: as touradas são uma barbárie bafienta, importada de um tempo onde a amada democracia do Manel nem era ainda sonhada neste canto do planeta, carregada aos ombros de meia-dúzia de "aficionados" e que portanto não justifica qualquer tipo de benefício ou ajuda por parte da sociedade como um todo.
São uma minoria sim, mas não das que necessitam de protecção suplementar; são antes uma "seita" sádica a quem falta coragem para espetar bandarilhas nas costas dos familiares e vizinhos, canalizando para os touros essa frustração.
Atente-se que a ministra não veio propor a proibição da tourada - isso sim, seria motivo de legítima e saudável contestação por parte do Manel e demais tristes, ainda que perfeitamente justificável a discussão - mas apenas defender que o cruel "espectáculo" não beneficiasse de uma taxa reduzida de IVA, a par dos verdadeiros espectáculos culturais.
Pois não só deveria ter taxa máxima de IVA, como uma sobre-taxa especial. Uma não, dez. Todas as reverter para associações de acolhimento e tratamento de animais vítimas de abandono e maus-tratos, fundos ambientalistas e afins. E mais, já é tempo de o Governo, um qualquer governo, pôr fim ao nojento apoio e palco que a televisão pública dá às touradas. Querem televisão, que se fundam todos no seu próprio canal, privado e suportado por quem gostar da carnificina.
Ou então que se dê a todas as "meias-dúzias" de cidadãos a possibilidade de recuperar velhas tradições culturais, como as lutas de cães ou de galos, a tortura dos opositores, a fogueira dos hereges, o apedrejamento das adúlteras e tudo o que lhes der na gana. Afinal, há que preservar as "liberdades pessoais" como o Manel as entende. Olha, por exemplo, aqui na minha rua somos uns quinze fanáticos por um "desporto" muito peculiar, o espancamento de deputados que voluntária e repetidamente vilipendiam o erário público - teremos direito a taxa reduzida no IVA? Ou a practicar o desporto, pelo menos? Serão os touros menos dignos de protecção que esses animais?
A liberdade do Manel termina onde começa a minha e vice-versa. Tem, portanto, todo o direito de querer touradas e eu de não as querer. Em democracia, debatem-se os pontos de vista e depois vota-se: e ganha a maioria. O "velho resistente" estará porventura a ficar demasiado velho, perdendo a noção do essencial que durante tanto tempo defendeu. Quer impor a uma imensa maioria algo que essa maioria não quer (e que vasta percentagem abomina), bem ao estilo Bolsonaro que sugere nascer destas "intolerâncias". O Manel continua a servir-se do faro, mas já com graves falhas na sua interpretação: cheira-lhe a totalitarismo, mas não se apercebe que é o seu próprio.
Do Porto com Amor,
Lápis Azul e Branco
Pensando bem, o Alegre sempre foi um triste...
ResponderEliminaramigo essa de em democracia ganhar a maioria nao e verdade, ainda nas ultimas eleiçoes legislativas o D Costa I perdeu e bem mas com o empurrao do partido social fascista ortodoxo pcp que ja so existe em portugal ( a cuba da europa )( ja nem em na cuba das west indies existe um pcp assim), apoderou se do poder. AMIGO A MAIORIA NAO E LESBICA E TEMOS DE ATURAR UMA MINISTRA LESBICA, A MAIORIA NAO E PRETA E TEMOS DE ATURAR OS CONSTANTES ATAQUES DE RACISMO SO POR DIZER PRETO, A MAIORIA NAO E GAY E NAO SE PODE OFENDER OU BANIR OS GAYS, A MAIORIA NAO E MUÇULMANA E NAO SE OBRIGA OS MUÇAULMANOS A SEREM CRISTAOS COMO ALIAS FIZERAM OS TUGAS EM GOA POR EXEMPLO.
ResponderEliminarAMIGO ESSA DA MAIORIA SE IMPOR A MINORIA FOI UM DESASTRE NA ESCRITA, O QUE SERIA DO NOSSO PORTO ASSIM..... OS LAMPIOES TEM 6 MILHOIES. Amigo as minorias tem de ser respeitadas, as touradas nao sei se entretem uma minoria mas de entretem .... essa minoria tem de ser respeitada e portanto as touradas devem continuar ou atte por causa das touradas um pais secular se comece a separar.
AS MAIORIAS NAO ACABAM COM AS MINORIAS SENAO ERAM DITADURAS, A DEMOCRACIA NAO E UM SISTEMA PERFEITO ANTES PELO CONTARRIO, MAS SERA O MENOS MAU.
Este texto foi uma completa miseria por falta de senso ainda hoje ou ontem Manuel Alegre o poeta dizia que CHEGA DO POLITICAMENTE CORRETO E DE SE SEGUIR O POLITICAMENTE CORRETO SO PORQUE NOS QUEREMOS PERPETUAR NO PODER. D COSTA I PERDEU AS ELEIÇOES POR LARGA MARGEM AMIGO NEM DEVIA ESTAR NO GOVERNO ERA ASSIM QUE A TUA DEMOCRACIA DEVIA FUNCIONAR.
Nao gostas de toiradas tudo bem , eu gosto de iscas, de dobrada, de rabo de boi, nao gosto de lingua de vaca, gosto de pezinhos de porco, de passarinhos fritos, de bifes disto e daquilo, nao gosto de lampreia mas gosto de cherne, dourada, carapau, e por ai fora, a maioria esta no topo da cadeia alimentar e e carnivora LOGO ACABEM SE COM OS VEGAS QUE SE SUBMETAM A MAIORIA PORQUE A DEMOCRACIA NAO SEI DE QUEM E ASSIM, ORA BOLAS amigo borrastes a pintura toda acabastes com os portistas ribatejanos, alentejanos, do pico, de lisboa, da nazare, da ffoz e por ai fora, portista que gosta de touradas nao e um verdaeiro chefe de familia temos de arranjar um lugar qualquer para esta gentalha viver.
POBRE PAIS QUE SEGUE ALEGREMENTE A CAMINHOI DE UMA DITADURA SEJA ELA QUAL FOR E ATE NEM PARECE.
Amigo, essa da em democracia ganhar a maioria é a definição da própria democracia. Goste ou não, o governo actual é legítimo, porque sustentado pela lei em vigor. A lei está errada? Talvez, é preciso que a maioria exija a sua mudança.
EliminarEstá confundido nos conceitos, a maioria não se impõe, a maioria decide e é diferente conforme o assunto. Não há uma maioria hermética, mas sim conjuntos de sensibilidades e valores. Esses sim, os fundamentos de uma sociedade. Nas democráticas, vigoram os das maiorias, que se desejam suficientemente tolerantes para contemplar todas as minorias que não colidam com esses valores fundamentais. Para mim, a defesa dos direitos dos Animais é fundamental. E suspeito que seja para a maioria.
Pode o meu caro comer as iscas e os rabos que bem lhe apetecer, desde que não colida com os valores que a maioria define para a sociedade. É tramado, mas é assim. As liberdades individuais não são absolutas, caso contrário seria uma anarquia. E volta a confundir-se porque não há, à luz dos nossos valores, nenhum motivo para impedir alguém de ser vegan, essa sim uma liberdade individual que não colide com os valores da nossa sociedade. Já a carnificina que são as touradas invadem e agridem a consciência de muita gente, pela crueldade que impõe aos bichos.
Se os animais gostam de touradas, que espetem bandarilhas uns nos outros. E depois vão aos hospitais públicos tratarem-se, que a maioria financia-lhes o vício.
Nem vou comentar o que diz sobre os Portistas, não merece o esforço.
saudades de quando os NPC's não faziam parte vocal da sociedade, perdia-se mais tempo a lutar pelas causas importantes e não por defender quem não faz por isso.
ResponderEliminarquanto as touradas, há muito que deviam ter acabado. se ainda faço o esforço para compreender a razão da sua existência num contexto histórico, não consigo de qualquer modo compreender o porque de existirem ainda em pleno seculo xxi
É o problema desta nova democracia digital, todo o lixo humano é vazado sem filtro para a praça pública e com probabilidades de audiência antes inatingíveis. Não terão sido as pessoas que mudaram, antes as condutas do lixo que se expandiram exponencialmente.
EliminarConcordo em absoluto com o post. Sou absolutamente anti-touradas, a 1000%. Não tenho respeito nenhum por quem a aprecie. Não tenho respeito nenhum por forcados, toureiros, etc. É revelador do estado de atraso dum país, tal como em Espanha ou lutas de galos no Porto Rico, por exemplo. É uma vergonha para a imagem e reputação do país. Tradição? Não é, é antes uma prática da Idade Média que devia ser erradicada. Caso mantivéssemos as práticas da Idade Média, não teria havido evolução.
ResponderEliminarA este ritmo qualquer dia já não posso bater na mulher quando chego a casa, do emprego, e o jantar não está pronto...
ResponderEliminarNão exageremos, há valores fundamentais que são intocáveis :-)
EliminarJá eu sou a favor das touradas que de vez em quando se vê no estádio da Luz! E como se diz que os touros tem uma atracção pelo vermelho, daí haver 6 milhões de desgraçados bandarilhados por promessas europeias de um lider que tal como o país pensa que o povo ainda é ignorante. Claro que temos um enorme défice de cultura, sobretudo desportiva - basta ver os politicos a discutir futebol e são autênticas peixeiras.
ResponderEliminarRealmente a inadmissivel que um canal público transmita programas bárbaros. E já agora aos que gostam de touradas; que tal de novo o regresso dos gladiadores? Sempre se poupava em dinheiro nas capas e nos cavalos!
Isso mesmo, começando pela recruta obrigatória desses bandidos dos NN e demais delinquentes de claques. Um gládio a cada e só acaba quando restar apenas um.
EliminarFoda-se, 16! Somos 16! Quem me tira um bom apedrajamento ao deputado inútil, ainda que reformado, tira-me tudo! Quanto é o IVA da bola mesmo?
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