agosto 2015

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Os 25 magníficos de Lopetegui


Encerrado que está o nosso mercado, é tempo para saber quem são os nossos soldados da fortuna que com arte, engenho e suor, vão lutar pela nossa nação em cada batalha desta longa guerra, que aliás já teve os seus primeiros três combates (um deles com baixas a registar).



Trincheiras

01 - Hélton: mais uma época a ver o jogo do banco, mas desta vez por alguém com um C.V. bem maior do que o seu...

12 - Casillas: a coqueluche das contratações, para jogar todos os jogos relevantes e possivelmente alguns que nem tanto. E a Sara, claro.

71 - Gudiño: vai jogar na B e treinar com a A, talvez sobre uma taça da liga para calçar na A-Team. Se aproveitar os ensinamentos dos mestres que o amparam, pode encontrar o caminho das pedras rumo a um lugar ao sol.



Anti-Aéreas e Sapadores

02 - Maxi: o Azul que bem que te fica, tu vais... ser titular sempre que não estiveres suspenso. Maaaxiiiii oooóhoooooo...

03 - Martins Indi: um dos estranhos casos da época passada, vai ter de continuar a suar para ganhar um lugar na equipa. Be cool, Bruno do Barreiro...

04 - Maicon: o meu Freddy Krueger está para durar... até marca golos agora... vou tentar dormir de dia. E já agora, para quando a operação às ancas para meter parafusos?

05 - Marcano: será porventura o melhor central do plantel... pobre Aloísio, até deve andar de lado sempre que se recorde de como era no seu tempo. E nós também.

14 - Angél: será que o vi na trilogia Lord of the Rings?... Ou terá sido no 300?... não interessa, de qualquer maneira era apenas um figurante... (prove me wrong, boy!)

21 - Layún: Miguelito, quién eres tu? Espero que sejas melhor do que a tua proveniência sugere... La(va)yún, La(van)dos, tres palomitas a volar... Agora a sério pá, bem vindo e vamos a eles, carajo! 

24 - Lichnovsky: não o vi jogar o suficiente para ter uma opinião, mas parece claramente ser o suplente do suplente. E desta vez nem sequer poderá jogar muitas vezes na B, por incompatibilidade de calendário. Quo vadis?

28 - Cissokho: então que tal esses molares? É desta que vais jogar mais do que 6 meses consecutivos de dragão ao peito? Olha que parece haver quem esteja a apostar contra...



Infantaria e Operações Especiais

06 - Rúben Neves: pequeno Rúben, má fortuna a tua termos contratado o pequeno monstro da camisola 22. Mas não desanimes, o teu futuro é brilhantíssimo!

13 - Sérgio Oliveira: parecia que ia ser agora que a coisa ia encarreirar, não era? Mas não, AINDA não. Keep fighting!

15 - Evandro: juro que não percebo se o treinador gosta mesmo de ti (como eu) ou se te mantêm apenas por capricho. Anyway, time to step up and earn some respect, boy!

16 - Herrera: La cucaracha, la cucaracha; Ya no puede caminar; Porque no tiene, porque le falta; Marihuana pa' fumar...

20 - André André: I am your father, André. Use the Dragon Force and become One with me! Não te deslumbres rapaz, segue essas mágicas pisadas de quem te deu vida!

22 - Danilo: pequeno Godzilla (Godzuki para os amigos), continua o teu caminho e em breve serás um dos monstros do futebol mundial. 'Nough said (but not done).

25 - Imbula: quanto pagaram por ti é absolutamente irrelevante, agora és igual a todos os outros e tens que mostrar o que realmente vales (e que não seja menos do que pagaram por ti, mon petit)



Artilharia Pesada e Atiradores Furtivos

07 - Varela: ò Bárelá, vai entrá e vai marcá... mas para isso melhor tem que jogá... e não fazer muita cacá... ok? combinado está!

08 - Brahimi: já engoli um pequeno girino, porque acabei a época a não gostar de ti e agora voltei a gostar. Faz-me um grande favor: vamos manter as coisas assim, pode ser?

09 - Aboubakar: herança pesada, outros ritmos, mas a geringonça é a mesma... estiveste um ano a ser preparado para isto, disseram eles... pois bem, agora é que são elas! E eu acredito que tu consegues, acredita também.

10 - Osvaldo: round three, fight! Aquilo da marijuana do Herrera era a brincar, ok? Não o pressiones que ele não vai perceber. Ah, e quando puderes, aparece para dar uns toques com a malta. Aquele abraço...

11 - Tello: leste o que escrevi aqui em cima ao Dani? É isso, então... quando puderes e não for assim muito inconveniente, aparece para dar uns toques com a malta. Outro abraço daqueles...

17 - Corona: dizem que daqui a um ano irás valer o dobro! Fico feliz, mas que não seja como o Taaaraaaaaabt, por duplicação do tamanho. E se tudo correr mal, olha, ponho-te no frigorífico, enfio-te um limão pela goela abaixo e marchas que nem gingas! 

23 - Bueno: azar do carago, foste contratado à revelia do trein... ah não? Foi ele que te foi buscar? E "foste muito importante na carreira dele"? Oh, assim sendo, certamente que não foi a ti que vi na terceira temporada de The Walking Dead, pois não? 



Estratégia e Contra-Inteligência

Julen Lopetegui, Julen Calero, Juan Carlos Martinez, Rui Barros, Raul Costa e Telmo Sousa

Hospital de Campanha

José Carlos Esteves, Nélson Puga, José Mário Almeida, Eduardo Braga, José Luis, Pedro Vale, Roberto Carreira.



Estão assim apresentados os 25 magníficos (e oficiais) que vão defender o nosso emblema esta época, pelo menos até janeiro próximo. 

Não é o momento de fazer comparações com anos anteriores, porque estes ainda têm a tela (quase) em branco e (quase) tudo por desenhar.

Face ao que projectei ainda na pré-época, não chegaram nem o central de topo, nem um concorrente à altura para Maxi, nem o tal médio com olhos nos pés. Veremos se assim será suficiente.


Para perceber como chegamos até aqui, vejamos o que sucedeu tendo por base os que terminaram a época passada:


1) Saídas:

- Fabiano (emprestado ao Fenerbahce):  faz o teu melhor para que te queiram aí para sempre, combinado?
Andrés Fernández (emprestado ao Granada): quién?
- Ricardo (emprestado ao V. Setúbal): ya... 
- Danilo (vendido ao Real Madrid): bolta que estás perdoado... e daí, quem tem Maxi...
- Alex Sandro (vendido à Juventus): a tua nova signora parece demasiado velha para ti... buona fortuna!
- Reyes (emprestado à Real Sociedad): que consiga dar a volta e regressar "inteiro"
- Casemiro (devolvido ao Real Madrid): podia ter sido pior
- Campaña (devolvido à Sampdoria): quién?
- Óliver (devolvido ao Atlético Madrid): ouve-se a marcha fúnebre em fundo...
- Quintero (emprestado ao Stade Rennais): una lástima, pero tambíén culpa tua
- Quaresma (vendido ao Besiktas): semper fi, ó mágico cigano
- Ricardo Pereira (emprestado ao Nice): para ti, foi melhor assim... vai e volta mais forte!
- Hernáni (emprestado ao Olympiakos): uma operação incompreensível
- Adrián (emprestado ao Villareal): #"$%&$#/!! Ufa...
- Jackson (vendido ao Atlético Madrid): obrigado, adeus e até nunca
- Gonçalo (emprestado à Académica): volta depressa e boa sorte, vais precisar...


2) Entradas:

- Casillas (bienvenido)
- Maxi (bienvenido)
- Cissokho (bienvenue)
- Layún (bienvenido)
- Danilo (bem-vindo)
- Imbula (bienvenue)
- André André (bem-regressado)
- Bueno (bienvenido)
- Osvaldo (bienvenido)
- Corona (bienvenido)


3) Emprestados:

- Bolat: novo empréstimo (Club Brugge)
- Abdoulaye: novo empréstimo (Fenerbahce)
- Opare: desvinculado (Augsburg)
- Quiñones: desvinculado (?)
- Rolando: desvinculado (O. Marseille)
- Tozé: vendido (V. Guimarães)
- Carlos Eduardo: vendido
- Sérgio Oliveira: regressado
- Tiago Rodrigues: novo empréstimo (Marítimo)
- Pedro Moreira: desvinculado (Rio Ave)
- Otávio: novo empréstimo (V. Guimarães)
- Josué: novo empréstimo (Bursaspor)
- Ivo Rodrigues: novo empréstimo (Arouca)
- Varela: regressado
- Licá: novo empréstimo (V. Guimarães)
- Sami: novo empréstimo (Akhisar)
- Kayembé: novo empréstimo (Rio Ave)
- Djalma: desvinculado (Genclerbirligi)
- Kléber: vendido (Beijing Guoan)
- Ghilas: novo empréstimo (Levante)
- Walter, Kelvin, Caballero: empréstimos em curso
- Izmailov: desvinculado (fim de contrato)


Está tudo dito, tempo para regressar ao Q.G. e às casernas.

ATTENTION
Column right, MARCH!

Platoon, HALT!
DISMISS!



domingo, 30 de agosto de 2015

Dia de jogo: FC Porto - Estoril Praia (2-0)


E ao terceiro jogo, o regresso às vitórias. E um onze com surpresas.

getty images

Um jogo que começou da melhor maneira, com o golo madrugador de Aboubakar, a quem se saúda o rápido regresso aos golos. Mas o maior mérito do lance é de Brahimi, lançado como médio ofensivo, deixando as laterais para Tello e Varela.

Na defesa a outra surpresa (para mim), a presença de Indi na lateral esquerda. Mesmo não sendo apreciador das qualidades de Angél, imaginei que fosse ele o escolhido, uma vez que tem muito maior vocação ofensiva do que Indi, que cumpre bem o papel de defesa mas tem mais dificuldade em fazer todo o corredor e servir os companheiros na área adversária. Fiquei ainda mais "às escuras" quanto aos planos do treinador para esta posição - aguardemos pelos próximos capítulos. Tivemos então Casillas e os 4 Ms: Maxi, Maicon, Marcano e Martins Indi.

No meio, a proteger as costas do argelino, estiveram os habituais Imbula e Danilo. Aqui, a surpresa foi mesmo a deslocação de Brahimi para o meio, remetendo Herrera para o banco. Pensei que a última parte pudesse acontecer, mas para dar uma oportunidade a Bueno ou reforçar a confiança em André André. Mas imagino que Lopetegui tenha considerado o jogo demasiado importante (vindo de um empate) para arriscar novas peças no puzzle inicial.

E a verdade é que resultou, porque entramos bem no jogo, com Brahimi cheio de ganas e a trocar as voltas aos adversários. Mas durou pouco. Porque o Estoril teve uma boa reação ao golo sofrido, chegando mesmo a criar duas grandes oportunidades para empatar. Mas sobretudo porque passado o primeiro quarto de hora, já estávamos de volta àquele jogo sem soluções, que apenas consegue garantir uma posse de bola intranquila e inconsequente.

Insatisfeito, Lopetegui decidiu mudar ainda antes do intervalo: retirou do jogo Varela, fazendo entrar André para o meio e devolvendo Brahimi à ala. Estranha opção, uma vez que estávamos a vencer e o intervalo a meros cinco minutos de distância.

No regresso dos balneários, mais uma vez contra o que seria expectável para quem acabou de ouvir as instruções do seu líder, a equipa entrou apática, sem ideias e mesmo confusa nos posicionamentos. Bastaram 9 minutos para que voltássemos a mexer, com a saída do infeliz Imbula e a entrada de Herrera para o seu lugar. Não entrou mal o mexicano, entrou à... Herrera: muito esforço, recuperações e passes disparatados...

O jogo continuou repartido, mas sem grande nexo de parte a parte, com o Porto a investir pelos flancos e a derivar para o meio, conseguindo algumas faltas perto da área canarinha. Numa delas, aos 62 minutos, Maicon fez o segundo num remate que surpreendeu o GR, que deu um passo fatal na direção oposta e assim se colocou fora do alcance da trajetória da bola.

A partir daqui, o jogo passou a estar melhor controlado, pese embora a (boa) insistência do Estoril que continuou à procura do golo, ainda que com menor convicção e clarividência. Aos 70' entrou Osvaldo e saiu Abou, numa clara intenção de dar mais minutos ao argentino (o que se saúda).

Nos últimos 20 minutos, houve ainda tempo para (mais) um fora de jogo mal assinalado, que a não ser marcado teria resultado no terceiro golo. Mas não se passou assim e o jogo terminou com uma vitória importante por 2-0, ainda que pouco entusiasmante.



Notas DPcA:

Casillas (7): três ou quatro intervenções apertadas a remates de.longe, resolvendo bem os problemas sem arriscar agarrar a bola. Destaque para a calma e precisão com que joga com os pés, algo que se deve valorizar (e que eu muito gostaria de ver replicado pelos nossos centrais). 

Maxi (7): mais um jogo de grande entrega, mesmo condicionado desde cedo pelo amarelo. Chegou mesmo a arrancar a ovação da tarde, num lance de faca nos dentes junto à marca de canto adversária. Foi também dele o importante passe que lançou Brahimi na grande jogada onde assistiu Abou para o primeiro do jogo.

Marcano (6): jogo com mais trabalho do que talvez imaginaria à partida, mas esteve quase sempre bem. Uma ou outra hesitação a corrigir, mas parece ser sina nossa...

Maicon (7): outro jogo à Maicon... tenta estar no sítio certo, antecipar-se e limpar, mas nem sempre acerta e quando apanha adversários rápidos (hoje foi Gerso), tem dificuldade em acompanhá-los. E sempre um e outro passe errado ou perda de bola por lentidão, mas enfim, é Maicon. Foi decisivo ao marcar o segundo golo, um bom remate de livre (ainda que ajudado por Kieszek) que deu a tranquilidade que já rareava à equipa.

Martins Indi (6): uma das surpresas do onze inicial, mostrou (mais uma vez) duas coisas: que é bom jogador e merece ser aposta regular e que não é lateral esquerdo para uma equipa que ataca durante o jogo todo; na melhor das hipóteses, será uma boa solução de recurso para defender a lateral.

Danilo (7): teve dificuldades em vários períodos da primeira parte, mas muito por culpa do seu "oito". Melhorou com o jogo, recuperou o equilíbrio e encontro após encontro, vai dizendo que está ali para ficar.

<-54' Imbula (5): o francês não está bem fisicamente, é algo que cada vez parece mais evidente. E assim sendo, é difícil jogar bem. Além disto, vêm de uma forma de jogar seguramente diferente, porque ainda não percebeu que aqui não tem espaço para pegar na bola e carregá-la metros a fio... sem a entregar. Vai certamente evoluir, mas por agora não au point.

Melhor em Campo - Brahimi (7): começa a ser repetitivo, mas de facto o argelino é actualmente o jogador que mais e melhor faz jogar a equipa. Começou o jogo muito bem, teve um grande lance que finalizou com assistência e depois ainda insistiu umas tantas vezes até regressar à ala, onde voltou a replicar o seu lance de assinatura, combinando com o lateral, médio interior ou avançado e infletindo para o meio, onde muitas vezes só é travado em faltas (perigosas). 

<-40' Varela (5): esforçado e atabalhoado, eis o binómio que define o nosso Silvestre. Tentou, furou, ajudou a defender e perdeu n bolas. Mas não estava a ser pior que Tello (por exemplo) quando lhe saiu a fava aos 40 minutos. Opções... 

Tello (5): um jogo completo para treinador ver... e nada "de jeito" a registar. Tem muita velocidade mas raramente soube o que fazer com ela, de modo a ajudar a equipa. É um bom jogador que tarda em afirmar-se.

<-70' Aboubakar (7): regresso importante aos golos, para ele e para nós. Além disto, esteve mais ligado ao jogo e conseguiu ser mais eficaz a combinar com os companheiros, mesmo que ainda tenha grande margem para melhorar. Mas se for sempre assim, já não será mau, não senhor.

>40' André André (7): cada vez entra mais cedo nos jogos, será que não seria melhor começar de início e poupar-se uma substituição? Mais uma vez lhe foi pedido para jogar numa posição para a qual não tem especial vocação (considerando o que no Porto se espera - ou deveria esperar - dessa posição), mas a verdade é que ao seu jeito "vou a todas" vai levando água ao moinho e até agora, a equipa melhorou sempre com a sua entrada em jogo. E isso não é pouco, pois não?

>54' Herrera (6): já resumi o essencial no "filme do jogo" e francamente não se me oferece acrescentar nada mais. É um empata-procriações, é o que é.

>70' Osvaldo (6): nova entrada com vontade de (se) mostrar e desta vez até conseguiu espaço para tentar dois remates. Mas voltou a entrar numa altura em que os companheiros já estavam mais preocupados com outras coisas, exceptuando nos minutos finais quando numa última vaga de assaltos poderia ter sido servido por Tello, Herrera e André


Nota:  em breve vou publicar a escala das notas DPcA, mas dada a contestação que me tem chegado por incompreensão de uma ou outra avaliação (e descontando a análise pessoal, que é isso mesmo...), queria adiantar que de 1 a 5 a prestação do jogador é considerada globalmente negativa e, inversamente, de 6 a 10 é globalmente positiva. Portanto, 6 é a nota de serviços mínimos e 5 a de "not quite enough, old chap".



Outros intervenientes:


Do Estoril, confesso que não consegui descortinar ninguém que sobressaísse. Ou se preferirem, que tivesse vontade de conhecer melhor (já conhecia Gerso, pelo que não me surpreendeu a sua velocidade, e Bruno "chuta-chuta" César, que fez jus ao apelido).

Já a exibição da equipa de arbitragem, só poderia resultar em protagonismo desnecessário, ou não fosse Duarte Gomes o cabecilha.

Primeiro, pelos amarelos. Sem hesitar, a Maxi logo aos nove minutos, num pisão que até admite a punição. Mas o problema é que as faltas repetidas e por vezes anti-desportivas do Estoril só mereceram idêntico castigo passados 55 minutos (já Aboubakar tinha igualmente visto o cartão, este para mim sem justificação).

Depois, o desinspirado assistente na lateral nascente conseguiu assinalar erradamente dois foras de jogo em lances muito perigosos, tendo mesmo o segundo terminado com a bola na baliza do Estoril.

E para terminar, um eventual penálti por braço na bola em carrinho. Para mim nunca se marcariam neste tipo de lance, mas uma vez que noutros campos se marcam... Enfim, foi azar.

Mas deixo uma sugestão: troquem aquelas camisolas vermelho papoila por outra cor menos óbvia, é que em determinados momentos parece tolher o bom juízo dos juízes. 



Termino com a nota mais negativa deste fim de tarde: os assobios.

Eu, que sou crítico assumido do futebol de Lopetegui, sou o primeiro a entender o descontentamento de quem pensa como eu (e infelizmente, cada vez somos mais). Mas nunca me passaria pela cabeça assobiar durante um jogo em que estivemos sempre a ganhar e quase sempre em controlo da situação. E muito menos nos minutos finais dos descontos, com o jogo mais que decidido a nosso favor, apenas porque estávamos a trocar a bola lá atrás.

Eu aliás nunca assobio: não só por que não me parece vantajoso, mas também porque não sei. No entanto, poderia compreender uma monumental assobiadela no final do jogo ou até da primeira parte, num jogo em que estivéssemos a jogar francamente mal e com um resultado negativo. Hoje não se passou nada disso.

Percebo a frustração (acumulada), mas assim não. Assim não. Os que hoje assobiaram não foram justos e, mais importante, não ajudaram ninguém a melhorar.


Do Porto com Amor (e mais três pontos)

 

sábado, 29 de agosto de 2015

Hoje joga o Porto! (vs Estoril)



Ao terceiro dia de jogo, recebemos o Estoril no covil do Dragão.

Imagem Bruno Sousa

Um jogo que será tão difícil e tão fácil como qualquer outro jogo do campeonato em casa contra equipas "médias".

Não vi, mas li que contra o Benfica fizeram um bom jogo e mereceram estar em vantagem no jogo, o que não terá acontecido por eventuais lapsos arbitrais e pela "cagada monumental" do treinador ao mexer na equipa. Repito, não vi, apenas li.

Ainda assim, caberá sempre ao Porto determinar o seu próprio destino, independente da melhor ou pior réplica oferecida pelos canarinhos. Ou até de um eventual equívoco arbitral.

O meu onze para hoje:




Algumas breves notas:


- Convocatória: o mistério Cissokho. Rebobinemos o filme: o francês regressa ao clube fruto de uma "oportunidade de mercado", antecipando a possível saída de Alex Sandro (que acabou mesmo por acontecer). Chegou, treinou e foi titular frente ao Nápoles, saindo lesionado ao minuto 41. Ficou de fora na primeira jornada (a recuperar da lesão, Alex titular) e regressou à titularidade contra o Marítimo (Alex já na Juve). Todos sabemos que teve uma exibição infeliz, indelevelmente marcada pelo golo sofrido. Não esteve à altura, de acordo. Mas a solução é exclui-lo da convocatória seguinte? É assim que se ajuda um jogador a recuperar a confiança rumo a exibições mais positivas? Se Casillas der um frango hoje, vai para a bancada no jogo seguinte? E Aboubakar, que falhou um golo que muitos consideraram "fácil" (que não eu), perde a titularidade? Ninguém falou em lesão nem em nenhum problema de outra ordem (pode existir, mas não sou adivinho). E assim sendo, com o que me é dado a observar, é uma gestão humana incompreensível.


- Recusar o síndrome da orfandade. O presidente Pinto da Costa está internado, devendo ser hoje operado para resolver uma complicação "descomplicada" a nível vesicular. Além de votos de rápida e total recuperação, para que possa voltar em pleno ao lugar onde faz falta, espero que alguém (alô Antero!) explique a treinador e jogadores a importância redobrada de vencer e convencer, activando os sensores emocionais em full throttle, para que no final se possa dedicar a vitória ao presidente. E que não se repita o que já aconteceu uma e outra vez, em situações similares de ausência forçada de PdC (por motivos variados), em que não só não fomos convincentes, como não conseguimos sequer ganhar os jogos. 


- Realizadores distraídos. Um voto sincero para que os profissionais da BTV possam estar mais inspirados e atentos, hoje (vs Moreirense) e daqui em diante, para que todo o país possa ficar esclarecido sobre os lances duvidosos que ocorrem nos jogos em casa do SLB. E para que mentes perversas como a minha não tenham mais um argumento de peso para lutar pela proibição de transmissões pelos clubes intervenientes nas competições.


E pronto, agora é altura de entrar em estágio, porque hoje joga-se ao fim da tarde e convém estar em plena forma para apoiar (e sofrer com) a equipa.



Do Porto com Amor




sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Onde está a bola? #3 - VENCEDOR



E já temos um VENCEDOR da terceira edição de "Onde está a bola?" !

Mas antes do anúncio, a fotografia original seguida da "mascarada":






Assim se comprova que a resposta certa era... BOLA AMARELA! Menos óbvia esta...

Nota: assim fica mais difícil googlar a imagem, certo? :-) Eu sei que sim, mas não me preocupa voltar ao original... o objectivo é mesmo oferecer bilhetes!


Todos os que acertaram na resposta tiveram o seu nome escrito numa "rifa" que entrou numa "tômbola virtual" (app Lucky Raffle), que determinou que o grande vencedor é...



 Gil Dinis!

... parabéns e agora toca a responder ao email que já seguiu para o contacto fornecido. É fundamental fazê-lo para confirmar e poder reclamar os 2 bilhetes para o FCPorto - Estoril do próximo dia 29 (amanhã!).


A todos os participantes, um agradecimento e um incentivo para continuarem a tentar. Se tudo correr bem, o próximo "Onde pára a bola" vai oferecer 2 bilhetes para o maior clássico do mundo, o FC Porto - SL Benfica!

Fiquem atentos!


Do Porto com Amor (e bilhetes)



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Lady Luck e o regresso dos sacanas sem Lei


Group G: Chelsea, Porto, Dynamo Kyiv, Maccabi Tel-Aviv



Ficou assim definida a nossa fortuna para a fase de grupos da melhor competição de clubes do mundo.

Um grupo certamente disputado mas onde temos todas as condições para passar sem sobressaltos. Houve quem tivesse melhor e pior sorte, não nos devemos queixar.

Um grande favorito -  o esbanjador com deep pockets Chelsea - que tem por obrigação assegurar nada menos do que o primeiro lugar. Mais dinheiro, melhores jogadores, melhor treinador, tudo a favor. Falta apenas um pequeno detalhe... demonstrá-lo em campo.    

O campeão ucraniano - o histórico Dínamo de Kiev - que conseguiu na última época suplantar o grande dominador do futebol ucraniano dos últimos anos (Shaktar), o que só por si demonstra qualidade. Tem bons jogadores em todas as posições e certamente teremos com eles dois jogos muito disputados.

O campeão israelita - o underdog Maccabi - que foi o vencedor de uma liga da terceira ou quarta divisão europeia. Tradicionalmente, são equipas aguerridas, a que desta vez juntam um sério goleador (Zahavi). Não sei muito sobre a sua real valia, mas não poderemos contar com pontos fáceis, porque não o serão.

Feitas as apresentações, segue-se o calendário, que me parece muito bem "negociado" a nosso favor. Ida à Ucrânia logo em Setembro (evitando os -20ºC do inverno) seguida de dois jogos em casa. Nova deslocação a Israel, Dínamo em casa e terminamos em Londres. Grupo mais difícil que o do Benfica, mas calendário mais favorável. Em detalhe:


Matchday 1 - 16 Setembro
Chelsea - Maccabi
Din. Kiev - FC Porto

Matchday 2 - 29 Setembro
FC Porto - Chelsea
Maccabi - Din. Kiev

Matchday 3 - 20 Outubro
FC Porto - Maccabi
Din. Kiev - Chelsea

Matchday 4 - 4 Novembro
Chelsea - Din. Kiev
Maccabi - FC Porto

Matchday 5 - 24 Novembro
FC Porto - Din. Kiev
Maccabi - Chelsea

Matchday 6 - 9 Dezembro
Din. Kiev - Maccabi
Chelsea - FC Porto


Sobre os restantes grupos, algumas notas:

Group A: Paris Saint-Germain, Real Madrid, Shakhtar Donetsk, Malmö - grupo complicado para os favoritos (RM e PSG), mas que ainda assim devem passar com maior ou menor dificuldade

Group B: PSV Eindhoven, Manchester United, CSKA Moskva, Wolfsburg - Grupo muito equilibrado (por "baixo), de onde o Man Utd deverá sair vencedor destacado

Group C: Benfica, Atlético, Galatasaray, Astana - sorteio francamente positivo para Benfica e Atleti, este último claro favorito a uma passagem tranquila. SLB tem tudo para ser segundo.

Group D: Juventus, Manchester City, Sevilla, Borussia Mönchengladbach - grupo mais forte deste ano. Juve e City com ligeiro favoritismo face ao Sevilha, mas todas as apostas me parecem de elevado risco.

Group E: Barcelona, Bayer Leverkusen, Roma, BATE Borisov - Barcelona deve pass(e)ar, Bayer e Roma na luta pelo apuramento (Bayer mais favorito, na minha opinião)

Group F: Bayern München, Arsenal, Olympiacos, Dinamo Zagreb - ipsis verbis grupo E, substituindo pela mesma ordem.

Group H: Zenit, Valencia, Lyon, Gent - outro grupo equilibrado por baixo, este ainda pior em termos de interesse televisivo. Zenit e Valência favoritos, Lyon pode atrapalhar e Gent é uma incógnita.

E isto:



Aproveito a oportunidade para anunciar mais uma competição DPcA: a Fantasy Champions League!
Vamos criar uma liga DPcA para a qual convido todos a participar. Além dos prémios oficiais, teremos um grande prémio para o vencedor da nossa liga. 

Mais novidades nos próximos dias!


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Mudando agora de assunto, para aquela que esperava que fosse a notícia de abertura de todos os telejornais, com directos à porta de casa dos visados e associados: a investigação de Polícia Judiciária que culminou com a detenção de um director do Benfica e buscas no Estádio da Luz, por suspeita de tráfico de cocaína.

Ainda fiz zapping, mas nada. Nada de destaques de abertura. Que diferença para o "caso Antero Henrique", onde por alegações muito menos gravosas se montou o circo todo e se fez o habitual espalhafato, com imediata tentativa de colagem ao FC Porto. E agora assistimos a quê? Notícia de rodapé.

Mas pelo menos terá sido hoje? Nada disso, as buscas e a detenção do meliante ocorreram em Julho! Julho! E só hoje se soube... afinal existe segredo de justiça, quando interessa que exista.

Já tenho idade para não embarcar em linchamentos e contra-linchamentos, mas esta gritante diferença de tratamento dá-me vontade de gritar bem alto: CAMBADA DE F***** DA P***!

Mas tal não me tolhe a clarividência.

Se no caso que envolveu o homem forte do futebol do Porto me insurgi contra o jornalismo de sarjeta que procurou de imediato denegrir a imagem do clube e dar como culpado Antero Henrique, também não vai ser agora que vou julgar a parte pelo todo. 

Aliás, assim é que deve ser: separar o trigo do joio, ou seja, o clube do prevaricador, que pelo que é dito, agiu fora do âmbito do clube. E até que surjam evidências em contrário, não terão da minha parte qualquer menorização do Benfica por este incidente. Tirando, claro, a imagem que dá cor a este apontamento, a cujo humor confesso não ter resistido.

Menos graça teve a bicada no FB do clube aludindo à porta 18, metendo-se em assuntos que não nos dizem respeito. Depois admiram-se que nos acusem de sonharmos com eles...


Aqui é assim.


Do Porto com Amor





quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O sorteio da Champions

Definidos que estão todos os participantes na edição deste ano, segue-se amanhã o sorteio.

Confesso que é um momento que me entusiasma e me causa alguma ansiedade, tal como uma criança afortunada na véspera de Natal: quem vão ser os nossos adversários, em que campos vamos jogar, que possibilidades teremos de vencer o grupo ou pelo menos de seguir em frente.

Na roleta russa, o Sporting levou com três balas que o deixaram fora de combate. Como habitualmente, vão chorar a propósito do árbitro mauzão, mas tendo seguido o jogo com pouca atenção, pelo resumo e pelo comentário de um bom amigo sportinguista, fico com a ideia de que o Sporting falhou na segunda parte. Mais precisamente, JJ falhou, ao não apostar em homens rápidos como Mané ou Gelson para matar a eliminatória na altura em que o CSKA ainda procurava o segundo golo. Deve ser sina do mestre da táctica.

Noutro campo, foi mais um ex-leão (esse prodígio que dá pelo nome de Maurício) a colocar o último prego no caixão da sua equipa. E num outro, o "nosso" Minguinhos enterrou-se contra o Astana do Casaquistão... Parece que há coisas que se impregnam na pele e ficam para sempre.

Avançando, o sorteio

Amanhã às 16:45 a senhora Fortuna assume o protagonismo e ditará os destinos dos sorteados.

Vejamos os potes:







A minha grande conclusão é quase óbvia: prefiro estar neste pote 2 do que naquele pote 1

No primeiro lote, e estando nós impedidos de defrontar o SLB (lamentavelmente), sobram os colossos Barcelona e Bayern, os milionários Chelsea e PSG, duas equipas do nosso nível (Zenit e Juventus) e uma inferior (PSV). Isto em teoria, claro.

Já no nosso pote, livramo-nos de defrontar Real, Atléti, Arsenal, Man Utd, Man City, Leverkusen e Valência. Exceptuando as duas últimas, que são da nossa igualha, as restantes são todas equipas que se abastecem regularmente no Dragão (ou poderiam fazê-lo), o que diz quase tudo. 

Do pote 3, só queria evitar o Sevilha. De resto, venham eles. No último, vade retro Wolfsburg e em menor grau o Borussia.

Como é óbvio, todo este exercício foi feito abstraindo-me da realidade (f)actual do nosso clube, caso contrário até do Astana teria medo...

E agora, o meu palpite: Barcelona, CSKA e Astana. Que tal?

Até amanhã, às 16h44.


Do Porto com Amor



Adenda: ao passar os olhos pelo Twitter, deparei-me com um twit do Imbicto Poema que me relembrou de algo que queria registar e me passou: a figurinha anedótica de Otário Malvado. Como ele o fez primeiro, aqui fica a referência.





segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Reflexões à segunda jornada


Com apenas um jogo por disputar para que se encerre em definitivo a segunda jornada, algumas considerações pertinentes.



Nota principal

Pela primeira vez desde que me lembro, sou forçado a concordar com a normalmente bacoca e subserviente teoria de que este campeonato está nivelado por baixo.

Quase sempre me revoltei contra a leviandade com que se vomitava este cliché, sobretudo porque carecia de comprovação por factos. E quase sempre, tinha a ver com a grande superioridade do Porto sobre os da segunda circular ou, menos frequente, com o aparecimento de um "quarto grande", com destaque para Boavista e Braga (para mim, o entendimento sobre isto foi precisamente o oposto, refletindo a enorme evolução desse quarto elemento nesses períodos).

Todavia, analisando o desempenho dos 3 grandes nesta jornada, bem como a matéria-prima de que dispõem, sou levado a crer que desta vez é mesmo verdade. Senão vejamos:

O Porto teve um fraco desempenho na Madeira, num jogo onde era obrigatório vencer para convencer de que os fantasmas do passado tinham sido exorcizados. O jogo já foi analisado em detalhe aqui, mas a conclusão é a mesma e igualmente óbvia: falhamos redondamente.

Menos óbvio poderá ser a reflexão seguinte: o plantel deste ano é, por enquanto e apesar das muitas e boas contratações, inferior ao do ano passado.

Podemos reconhecer sem dificuldade que na baliza estamos melhor. Casillas é GR de topo e temos Helton na rectaguarda para o que der e vier.

Já na defesa, estamos ainda mais fracos. Isto porque continuamos na mesma em termos de centrais (Marcano é regular, Maicon é de luas, Indi não mostrou ainda o que vale), sem nenhum de grande classe. No lado direito podemos admitir que estamos ao mesmo nível (Maxi por Danilo, caracteristicas muito diferentes mas globalmente equilibrado), mas no lado esquerdo não temos ninguém ao mesmo nível de Alex, logo por agora estamos pior.

No meio, na posição 6 temos Danilo (ou Rúben), ambos preparados para fazer esquecer Casimiro, pelo que igual. Imbula chegou para a posição 8, que era de Herrera, pelo que sem dúvida melhor. Mas quanto ao médio mais ofensivo, para já um colossal retrocesso. Foi-se Óliver e não chegou ninguém (se constatarmos que foi um mau Herrera que assumiu essa posição, está tudo dito). André, Sérgio e Bueno são boas soluções, mas nenhuma pronta a pegar de estaca nesta posição.

Na frente, as notícias também não são animadoras. Continuam Brahimi e Tello, mas perdemos Quaresma e Jackson. Quanto a RQ7, a chegada de Varela oferece mais trabalho e consistência mas menos magia e capacidade para decidir sozinho. Na posição 9, Abou assumiu o papel de Jackson e para o seu chegou (apenas) Osvaldo. Por enquanto, e pese embora o grande potencial do camaronês, está ainda a milhares de milhas da qualidade e sobretudo, da capacidade de resolução de Jackson. Em resumo, estamos bem pior no momento actual.

Resumindo:



Avançando para o Benfica, a saída de JJ foi o mais rude golpe que poderiam ter sofrido, por muito que despreze o seu estilo ignoro-arrogante. É para mim um dos mistérios do futebol dos nossos dias, a "facilidade" com que LFV se permitiu perder o seu treinador. Como está bom de ver, a tal "estrutura" encarnada de pouco vale sem o carismático treinador (que o diga o bom do Rui Vitória, ainda totalmente aos papéis).

Para piorar, perderam o seu jogador mais emblemático (digam o que disserem agora) para nós. Maxi dava corpo ao "ser benfica" que eles tanto gostavam de arrotar à boca cheia, entre uma e outra golada do tintol de garrafão. E também Lima, para mim uma das piores não-contratações do Porto dos últimos anos (por tudo o que deixou de fazer por nós e por tudo o que fez por eles - contra nós). Os reforços são, para já, de qualidade duvidosa e a saída do seu único grande jogador (estando Sálvio no estaleiro) - Gaitán - é ainda uma possibilidade. Em resumo, estão muito pior.


Já o Sporting conseguiu dar um grande salto qualitativo com a contratação do mesmo JJ, subindo de imediato uma série significativa de degraus rumo a um destino de sucesso. No entanto, a sua base de partida era muito inferior à de Porto e Benfica, pelo que apesar da subida, não estão ainda ao mesmo nível dos outros dois. Ainda que o futebol jogado possa querer sugerir algo diferente, a realidade é que se reforçaram com jogadores em declínio nas suas carreiras, mesmo reconhecendo que a maioria acrescenta qualidade ao plantel. No entanto, a época é longa e não será fácil manter todos "a top" de Agosto a Maio, pelo que prevejo uma época de oscilações (com tendência para se agravar no último terço do campeonato, onde o Benfica poderá aproveitar para ganhar vantagem no acesso directo à Champions).


Por tudo isto e pela inexistência de um outsider com capacidade de ameaçar o pódio, a minha conclusão à segunda jornada é esta. A nossa liga está nivelada por baixo. Obviamente que isto pouco interessa, quando comparado com o grande objectivo dos três: para quem for campeão, tudo o resto deixa de ter importância.


Dito isto, outras notas:

 - Parabéns ao grande Arouca, pela suada vitória de ontem e pela consequente, inédita mas merecida liderança do campeonato. Nesta agraciação tenho obrigatoriamente de incluir o treinador Lito Vidigal, que projecto após projecto dá provas de grande qualidade e consistência - falta saber se a terá se e quando surgir um desafio maior;

 - Boas sensações deixadas por Belenenses, Boavista e Paços, que prometem campeonatos tranquilos;

 - Arbitragens: passadas duas jornadas, temos o Benfica com benefícios no primeiro jogo e eventuais prejuízos no segundo; o Sporting neutro no primeiro e eventuais prejuízos no segundo; o Porto neutro no primeiro e eventuais prejuízos no segundo. Na minha opinião, apenas o Sporting se poderá queixar com alguma propriedade do jogo com o Paços, mas digo isto baseado no resumo e análises do dia seguinte, porque não vi o jogo completo.

 - Mercado: estando nós a cerca de uma semana do fecho do mercado (de entrada), é mais que provável que se verifiquem alterações significativas nos três plantéis, pelo que futebolesmente falando, o que hoje é uma boa reflexão, amanhã poderá ser um belo pedaço de cacau.

 - Vindo de fora: este golaço e muitas saudades



Do Porto com Amor



domingo, 23 de agosto de 2015

Dia de jogo: CS Marítimo - FC Porto (1-1)



E ao segundo jogo, os primeiros dois pontos perdidos.



Comecemos pelo onze inicial. Mais ou menos alinhado com as previsões gerais, Lopetegui preferiu manter Herrera e deu a merecida titularidade a Varela. Tudo dentro do expectável. À partida, um onze com boas condições para triunfar.

Começou o jogo e logo se percebeu que não seria bem assim. Mais uma entrada frouxa q.b. (a enésima na era Lopetegui), quem sabe se motivada pelas declarações e correspondente postura do treinador na antevisão ("jogo de máxima dificuldade"). Afinal, parece que o basco ainda não percebeu onde está nem a responsabilidade que o nosso historial impõe. Nós somos Porto mas não é de letra, é de atitude. Em Portugal, temos que entrar sempre com a confiança para dominar e ganhar em todos os campos, apenas admitindo maior equilíbrio em Alvalade e na Luz. 

Castigo divino ou aleatoriedade cósmica, o certo é que o jogo começou da pior forma. Ao minuto 4, Varela marca um canto de onde resulta um lançamento a nosso favor, por Maxi. Confusão, contra-ataque do adversário por Marega, que temporiza, novo ataque pela nossa direita com cruzamento largo para o primeiro golo do jogo. Falha grave de Cissokho após displicência de Varela na pressão sobre Marega. E pronto, começamos a perder.

A reação ao golo demonstrou vontade mas com pouca competência e muita previsibilidade. E outra coisa, na disputa de cada lance, os jogadores do Marítimo estavam sempre dispostos a dar um pouco mais do que os nossos. Como se tivéssemos ainda todo o tempo do mundo para inverter a situação. O nosso jogo muito afunilado, médios sem profundidade nem progressão, o jogo a chegar lento às alas, sem vantagem numérica, previsível e fácil de anular, excepto pelo talento individual. Mas repito, com vontade os jogadores. Sem grandes ideias, mas com vontade.

Golo de Herrera aos 34' e tudo voltou a serenar, como se já estivesse garantido o mal menor e isso fosse suficiente. Com mais uma ou outra tentativa envergonhada de assalto à baliza adversária, chegou inexorável o intervalo.

Tendo em conta o golo sofrido logo a abrir, no descanso era pior a exibição do que o resultado. Mas isso não me animou nem um pouco. Sou portista e não me deixo levar por esta onda condescendente que julga aceitável ou satisfatório jogar de igual para igual ou apenas um pouco melhor que o Marítimo.

Mas avancemos então para o segundo tempo

O que seria de esperar depois de 45 minutos em que entramos a perder mas conseguimos empatar, deixando tudo como no início?
Uma reentrada fortíssima, a empurrar o adversário para as cordas e fazer rapidamente o segundo golo. 

E o que aconteceu?
Um regresso tranquilo, a ver o que o jogo ia dar. A pasmaceira habitual da equipa de Lopetegui. Sem sentido de urgência nem consciência colectiva da responsabilidade. O adversário agradeceu e começou ele próprio a fazer contas ao que mais poderia conseguir do jogo, com os nossos cumprimentos. Bola para o lado, bola para trás, bola para Maicon e passe transatlântico para onde calhasse (às vezes bem , às vezes mal).

Aos 55', dupla substituição. André André e Tello por Herrera e Varela. Alguma alteração táctica? Algum risco? Nada, zero

Posso aceitar que não tenha substituído ao intervalo para ver se a palestra sortia efeito (estou a pressupor que houve uma), mas se ao fim de apenas 10 minutos já tinha constatado que a sua retórica havia falhado, por que raio não deu alterou a forma de jogar para uma postura mais ofensiva, passando clara mensagem (por actos e não palavras) que o jogo era para ganhar fosse de que maneira fosse? É verdade que a dupla recém-entrada quase fazia golo logo aos 58', mas rapidamente se deixaram absorver pelo marasmo e deserto de ideias que nos caracterizou.
E o jogo lá avançou, sempre muito disputado, muito "físico" por parte dos visitados a defender e rápido a sair para o contra. No último quarto de hora o jogo começou a partir-se, com perigosos espaços a surgirem nas nossas costas, mas sem que isso tivesse como contrapartida o reforço evidente da nossa pressão ofensiva. Algumas excepções como a quase-assistência de André para o desperdício de Abou na pequena área. 

E a seguir, o inexplicável. Osvaldo entra (finalmente) mas quem sai é... Aboubakar! O nosso avançado é substituído a pouco mais de 10 minutos do fim de um jogo em que estamos empatados e temos que ganhar. Existirá alguém com criatividade suficiente para me tentar explicar isto?

Osvaldo entrou para o mesmo anonimato de Abou, mas como poderia ser diferente se nada mais se alterou? Ainda assim, sofremos um ou outro susto em remates de longe e criamos mais algumas situações de perigo na área, a mais relevante das quais o cabeceamento de Maxi à trave no último andamento da partida. Podíamos ter tido a felicidade de marcar nesse lance e ganhar, mas seria "apenas" essa a diferença: 3 pontos em vez de 1. De resto, nada mudaria nesta análise.


Vamos então às notas DPcA:

Casillas (6): atrapalhou-se com os pés após um "remate" de Herrera mas correu bem. De resto, pouquíssimo trabalho ainda que com alguns sustos em remates que passaram próximo da baliza. 

Maxi (7): quase saía em ombros como o herói da pátria, mas a fortuna riu-se na cara dele (e nas nossas). De resto, entrega total durante todo o jogo, com mais ganas a atacar do que a defender, como é sua característica.  

Marcano (6): teve Marega a invadir constantemente o seu território e nunca pode relaxar. Procurou simplificar e reduzir espaços, o que conseguiu quase sempre. Cumpriu bem.

Maicon (6): é lento e disso não nos livramos. Seja a atacar ou a defender, parece que tem um lag de um ou dois segundos entre o pensamento e a ação. Mas ontem não foi por ele. Cumpriu sem reparos de maior.

Cissokho (5): indiscutivelmente responsável máximo pelo golo sofrido, soube seguir em frente e foi à luta sem reservas físicas ou mentais. Não conseguiu ser tão ofensivo como seria desejável, mas o Marítimo também deve receber crédito por isso.  

Danilo (6): começou com dificuldades de posicionamento, foi melhorando e começou a desmarcar-se mais à frente, mas raramente foi opção de passe para os seus companheiros. Não só nunca foi o patrão que diz gostar de ser (e que não seria expectável que já o fosse), como quase sempre se limitou a tarefas defensivas, que cumpriu relativamente bem. 

Imbula (6): jogo complicado de analisar, este do francês. O mais relevante que fez foi a assistência para o golo, só por si feito relevante. De resto, sem ter estado mal, também não se destacou por contribuir mais do que a média para o nosso jogo ofensivo.

<-55' Herrera (6): Não, não foi o pior dos nossos, mesmo sem acrescentar grande coisa ao jogo colectivo. Por vezes é também ele vítima da "similitude" dos médios. E os passes, senhores, os passes são impróprios de um jogador profissional, ainda mais ao serviço do FC Porto. Aquele atraso para Iker... Mas ontem foi dele o único golo que nos separou de nova derrota na Madeira e isso tem que ser (sobejamente) valorizado. 

Melhor em Campo - Brahimi (7): sem deslumbrar, inventou espaços e ajudou a equipa a subir e chegar à área. Mas afunilou em demasia e tem dificuldade em fazer o passe longo para tirar partido do espaço que a sua criatividade descobre. Ainda assim, foi muitas vezes ele a agitar as águas e por segundos, devolver-nos a esperança. Como na assistência para a cabeça de Maxi, no último suspiro da partida.

<-55' Varela (6): esforçado, também ele falhou no lance do golo (não tinha que ser ele a "ir" a Marega, mas já que foi tinha que ser mais assertivo). Teve algumass boas incursões na linha mas o último passe nunca foi com açúcar. Saiu cedo do jogo, quando se procuraram outras soluções que ele não estava a dar.

<-79' Aboubakar (5): quase ninguém o viu nos primeiros 46 minutos, até sofrer a falta à entrada da área que nos ofereceu um livre muito perigoso, para Brahimi desperdiçar. Passou toda a primeira parte prisioneiro dos centrais e trincos madeirenses, incapaz de sair dessa zona para procurar jogo e abrir espaços. Começou a segunda metade mais dinâmico e disponível para colaborar mas foi sol de pouca dura. Voltou ao mesmo registo e por lá continuou até à sua incompreensível substituição, logo após não conseguir fazer golo (em posição de esforço) já na pequena área. 

>55' André André (7): entrou voluntarioso e a assumir a responsabilidade de fazer a equipa rodar mais depressa e chegar mais vezes ao ataque, o que conseguiu a espaços. Com o passar do tempo, deixou de ser capaz de arrastar a equipa consigo, antes sucumbindo, também ele, morto de sede no deserto de ideias de Lopetegui. Mas nunca deixou de lutar, o que nestes jogos pode acabar por valer ouro.

>55' Tello (6): continua a perder demasiadas bolas fáceis, seja a dominar ou a passar. Falta -lhe o #vamosportocaralho dentro do campo, só Twitter não chega. Ainda assim teve alguns bons lances pela direita e quase consegui o golo ou a assistência. Passa muito tempo ausente do jogo e desta forma vai continuar a ver o início dos jogos sentadinho no banco.

>79' Osvaldo (5): entrou com vontade... de ver o primeiro vermelho de dragão ao peito. Não agrediu ninguém mas arriscou-se (ainda que o adversário tenha feito o mesmo e primeiro). Se vai ser assim, boa sorte para nós. De resto, foi mais vítima do que vilão. Em vez de entrar como parceiro de Abou, entrou para o seu lugar. E sozinho, também ele não conseguiu ser útil à equipa. Teve uma bola em profundidade que não conseguiu dominar a preceito e pouco mais.


Outros intervenientes:

António Xavier e Moussa Marega. Não é de agora, na época passada já lhes detectei talento e fortes possibilidades de subirem muitos degraus nas suas carreiras. Muito irreverente, técnico e consequente o ala. Já o avançado, apesar do porte respeitável, muito móvel e com finalização. Trazia ambos para o Porto.

Uma palavra de apreço para Ivo Vieira, o treinador do Marítimo. Não conheço a maioria dos seus jogadores, mas o que conta no final - o efeito prático das suas alterações - resultou sempre. Respondeu às nossas e conseguiu neutraliza-las em grande percentagem, ainda que no derradeiro lance com um enorme beijo da Lady Luck. E ouvi-lo na flash foi até reconfortante. Recomendo, a quem não ouviu ou não prestou atenção.

E outra para o árbitro, Hugo Miguel. Quase sempre bem e nada caseiro, se é que me faço entender. No lance final de Maxi à trave pode discutir-se se há falta do jogador maritimista, mas não é um lance claro e evidente. Nem ele ajudou Lopetegui a defender o indefensável. 



Depois do discurso absurdo de abordagem ao jogo, em que, como tantas outras vezes, insistiu em fazer do Marítimo um adversário de valor idêntico ou até superior ao nosso, Lopetegui foi correcto na flash após o jogo, mas o que disse pouco interessa. Porque o injustificável não pode ser justificado. Gostei bem mais do silêncio (forçado) de André André.
 
Em resumo, ano novo, o mesmo... cacau.

Pior que o desfecho do jogo, só mesmo a postura de Lopetegui no banco, gesticulando e barafustando loucamente, que nem uma teenager histérica por os pais não a deixarem ir ao concerto. Não se compreende este desespero tão temprano. Porque ou os jogadores são todos burros ou então não sabe passar a sua "mensagem" durante os treinos diários sobre como deseja que a equipa jogue.

Espero e confio que ao fazer a retrospectiva desta época, verifique que este tenha sido O percalço, isolado e de preferência único. Caso contrário, sugiro que usem mais vezes o equipamento alternativo, sempre é mais condizente com o que fazem.  

Tremenda desilusão.

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Do Porto com Amor (e bastante azia)