Qui Vendere?

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Qui Vendere?


Tenho ouvido e lido muito boa gente - na verdade, quase toda má, reles e viperina - preocupada com as inadiáveis vendas de verão que o FC Porto terá obrigatoriamente de fazer para escapar a uma penalização da UEFA, a propósito do incumprimento do Fair-Play Financeiro.

Vai daí, resolvi fazer uma análise sofisticada e aturada ao quadro de jogadores do Clube e, decorridos uns longos cinco minutos, descobri que afinal é fácil de conseguir. Melhor do que isso, consegue-se sem sacrificar os dedos: basta abdicar de uma jóia argelina, uma pedra por lapidar, uma taça de guacamole, um tronco de pinheiro e um saco cheio de bugigangas variadas.

Querem ver como se inventam €115 Milhões? Assim:




Não há motivo algum para deixar sair Danilo. Nem sequer André Silva ou Corona

Brahimi será uma perda considerável? Sim, em termos de talento e entertenimento puro das bancadas. Mas considerando o futebol jogado e os seus resultados prácticos, nem tanto.

A saída de Felipe obrigará a reconstruir a defesa? Sim. E a investir para o fazer. Nada de atalhos. Mas, enfim, fazível.

Ainda sobram pedras mais ou menos preciosas, como Layún, caso seja necessário ou conveniente.

Viram como é fácil? Estão preocupados porquê, ó profetas da desgraça? (Quão deficiente tem de ser um treinador para não aceitar treinar o Porto, sendo-lhe convenientemente explicado o plano para colmatar estar saídas?)

Somewhere, over the rainbow...
 


Preocupemo-nos é em ir para a rua gritar contra esta escandaleira que é o nacional-candeeirismo, que se prepara para fabricar mais um título. Não estou a brincar. Começa a ser tempo de os fazermos sentir quem realmente somos. A bem ou a mal, como (eles) preferirem.



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco 



37 comentários:

  1. Tenho outra visão relativamente a possíveis vendas ainda que sem a sofisticada análise económica realizada aqui.

    Teremos de vender um jogador essencial, isso parece-me óbvio. Eu preferia que esse fosse Danilo, por ser MAIS fácil de substituir. Nota: Ler o "mais". Brahimi muitas vezes, principalmente nesta e na época anterior puxou o jogo sozinho. Quando jogamos com Óliver, André André, André Silva (ou um Corona irregular) e Tiquinho, Brahimi era o único capaz de passar por dois três jogadores em transição. E tendo em conta o futebol que temos jogado nos últimos anos, vamos precisar de alguém assim. Não temos tido propriamente equipas capazes de criar oportunidades de todas as formas e mais algumas. Tem os seus defeitos, mas nunca tem medo de pegar na bola e decidir quando os outros têm medo. Isso é raro (pareço o Mourinho a descrever o Deco).

    Quanto a outras possíveis vendas, começando pelo saco de bugigangas, esses últimos 5 e Martins Indi podem render dinheiro considerável (na ordem dos 25/30 milhões a correr bem).

    A saída de Felipe tem o meu aval (não que desgoste dele, mas foi bem rentabilizado e se for por esse valor é simplesmente irrecusável). Herrera, idem aspas, se bem que não me parece que valha tanto.

    Relativamente ao Ricardo, concordo e acho que vale mais. Gostava de o ver no Dragão mas valorizou imenso e não temos a garantia que tenha outra época assim (efeito Renato Sanches). Enquanto o Maxi respirar, temos a garantia que ele não vai parar (os golos dele em Moreira de Cónegos e em Braga na época passada mostram muito do seu valor e o que faz em prol da equipa). Enquanto isso, dois jovens laterais a aparecer, Fernando e Dalot, dão algum descanso. Sou mais fã do Dalot mas o Fernando não é mau.

    Abraço!

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    1. Está a ver, João? Tanta sofisticação e escapou-se-me o Indi. Maldito algorítmo :-)

      Quanto ao Brahimi, o meu ponto é que raramente todo o seu trabalha resulta nalgo produtivo: assitência ou golo. Mas claro, é dos poucos que pega na bola sem medo e vai para cima (Corona tb, mas mais ausente durante largos periodos). Qualquer comparação com Deco é pura ficção :-) Deco era o oposto, quase sempre, o que fazia, acabava com sentido.

      Eu tentei ser conservador nos valores (excepto no Depoitre, acho que estou a pedir demasiado), parecem-me todos exequíveis sem grande esforço (Felipe foi baseado no que se fala da Juve, é um valor irrecusável).

      Eu disse que Ricardo não era e nunca ia ser defesa direito. E não é, é lateral (ufa). Surpreendeu-me a afirmação que conseguiu em França e temo que regressando se desvalorize seriamente, pelo que o venderia perante uma boa proposta. Até porque não me parece que tenha muita vontade de regressar.

      Eu também tenho fé no Dalot, mas menos que se mantenha por cá. Temo que saia antes de chegar à nossa equipa principal. Maxi ou Layún, um dos dois deverá sair.

      Abraço e volte sempre!

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  2. Voltei!

    Só disse aquilo de Deco porque Mourinho disse algo similar a isto "Quando a coisa está negra ele pede a bola e resolve sozinho." Eu gosto disso no Brahimi. Claro que sem a mesma eficácia!!!

    Acrescentava só que caso o André Silva faça 4/5 golitos na Taça das Confederações pode fazer mexer alguns tubarões. Gostava de o ver evoluir no FCP mas não estamos em momento de andar a ver se dá craque ou não, infelizmente. Esses tempos já passaram...

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    1. Sim, concordo. Mas seria dos últimos a vender, até porque acredito que se pode valorizar bem mais antes de sair.

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  3. Juntar 3M do Cassamá (ao que se diz).
    Abraço

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  4. É um escândalo! Ladrão!! 500 mocas? Vai roubar pá estrada, pá!
    E desconfio que 20 millones pelo Hector...não sei, faz-me lembrar os 60 pelo Mantorras. Até pode valer, mas quem dá?
    Mesmo importante, é o tempo. Vender até 30 de Junho, comprar depois. Maio acabou...

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    1. Mas caro senhor, repare que a madeira é de excelente qualidade, sobretudo para alimentar lareiras em invernos rigorosos. Crepita como poucos!

      Em Nápoles diz que sim, rezemos pelo bom do Héctor.

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    2. Levas 50€ e é se entregares à porta e descarregares para a arrecadação.

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  5. Olha, não fazia ideia que o Walter se dedicava também à música...

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  6. Oh. Depoitre por 500 euros? Não se esqueceu de um zero? Ou dois? Mas à direita, claro! ;)

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    1. Estava a tentar enganar o freguês... mas já fui apanhado por um comerciantes experimentado :-)

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  7. ninguem vai dar 20 milhoes pelo herrera, nem 35 pelo brahimi ou 30 pelo filipe se baixarmos 5 milhoes a todos já acredito

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    1. Acho que o Rafael ainda é demasiado exigente. Acho que deviam ser todos dados e ainda deviamos oferecer 20 vergastadas num portista à escolha, na compra de cada jogador.

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    2. hehe, todos temos a nossa visão e o direito a ela. Mas olhe, pelo sim pelo não, eu fico de fora do sorteio das vergastadas, ok? É que pode afectar-me a escrita :-)

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    3. Fazemos então assim: 50 vergastadas por todos os dragões de ouro que o FCP tem distribuido por gente que não merece como o veiga, o lfv, o Rui Pedro Soares e todos os outros amigos do mundo politico que ganham prémios por outras razões que não o amor ao FC Porto.
      Se for necessário mais alguem, vai-se buscar os convidados das galas a começar pelos jornaleiros dos pasquins de lisboa

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    4. Aos jornaleiros, negócio fechado. Eu posso fornecer verga, se necessário.

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  8. Olá a todos.

    Em primeiro lugar gostava de realçar a infelicidade, em minha opinião, da última frase do texto. Aquele "a bem ou a mal" soa-me mal... Soa a guerra, e o desporto não é uma guerra, nem há inimigos. Apenas adversários.

    Posto essa nota, fui só espreitar o Transfermarkt, e fiz uma breve comparação dos valores aqui indicados para cada jogador:

    1º Brahimi 35M€ - Valor Transfermarkt - 18M€

    2º Filipe 30M€ - Valor Transfermarkt - 8M€

    3º Herrera 20M€ - Valor Transfermarkt - 15M€

    4º Ricardo 15M€ - Valor Transfermarkt - 9M€

    5º Depoitre - Valor Transfermarkt - 3.5M€

    6º Reyes 5M€ - Valor Transfermarkt - 4M€

    7º Aboubakar 10M€ - Valor Transfermarkt - 10M€

    8º Marega 5M€ - Valor Transfermarkt - 3M€

    9º Quintero 3M€ - Valor Transfermarkt - 3.5M€

    Ora, com estes valores, percebemos que a realidade pode ser um pouco diferente.

    No entanto, estes valores são apenas indicativos e, na realidade, valem de pouco quando vemos que o valor indicado para o Ederson é de 12M€ e, ao que parece, ele foi vendido por 40M€.

    Mas, no que toca aos jogadores do Porto a situação é muito diferente. De resto, se forem espreitar ao site, muitos deles têm uma seta vermelha ao lado indicando que o valor tem vindo a diminuir.

    Mais... Considerando que os clubes conhecem a situação financeira do FCPorto, não me parece que venham com valores muitos altos para a negociação, sabendo que o Porto tem mesmo que vender.

    De resto, e muito sinceramente, penso que apenas 3 jogadores do actual Porto subiram de cotação este ano, sendo que um deles, essa subida terá sido bastante atenuada com o final de época.

    São eles o Filipe e o Danilo. Pilares da equipa e a sua cotação a "explodir". Já o André Silva, a subir muito no início, mas a acusar a pressão um pouco no fim, e a baixar de rendimento.

    Outro exemplo de que, dificilmente, o clube irá oferecer o que o clube pretende é o Aboubakar. É que o próprio jogador já disse que JAMAIS voltaria a vestir a camisola do Porto. E isso é um trunfo muito importante para o clube comprador.

    Enfim, em resumo, parece-me que as expectativas colocadas nestes valores são, completamente, irreais!

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    1. Viva Pedro

      Por experiência, digo-lhe que o transfermarkt se baseia em critérios puramente racionais e "científicos", algo de que o futebol está bem distante, e quase em contradição, omite variáveis decisivas, como as exibições e o palco em que elas se dão. Percebo o seu ponto, mas o Porto não vende nenhum jogador pelos valores que cita. Nem o Porto, nem nenhum clube. Aliás, os valores que considerei são baseados em supostas propostas, presentes ou passadas. E alguns, são conservadores.

      Concordo quanto aos "3 mais" que cita, mas falta Brahimi nesse lote. Mesmo sem atingir o patamar que eu sei que consegue, esteve em destaque na Champions.

      Quanto ao Abou, graças aos deuses do futebol, foi parar ao sítio ideal para se poder "apertar" os compradores. Passo a explicar: a rivalidade é tão grande, que se o Besiktas não pagar, acena-se com o Gala ou o Fenerbhace e a coisa faz-se. Para qualquer um dos três. Ele e o Talisca deveriam saber que, quando assinam contratos de livre vontade, ficam a eles vinculados.

      Louvo-lhe, por fim, o remoque em prol de uma atitude pacifista.

      No entanto, meu caro Pedro Miguel, permita-lhe sugerir que comece por espalhar a mensagem pela sua própria casa. É que o "olha para o que eu digo, não para o que eu faço" tende a desvalorizar consideravelmente qualquer mensagem valorosa.

      O pacífico soco do Samaris, a pacífica cabeçada do Luisão num árbitro, as múltiplas pacíficas charutadas do Pizzi em adversários e por aí fora.

      Mas não se fique por aí.

      Converse com o pacífico diabo de gaia (quando for libertado) e convença-o dos desméritos de entrar em campo para agredir um fiscal de linha. Siga depois até à "casinha" e converta os pacíficos assassinos que compõe a sua claque, desde sempre patrocinadas pelo seu pacifico presidente, que além de roubar e burlar, apenas se limita a, uma vez por outra, mandar um capanga ao aeroporto das uns pacíficos estalos em quem os merecer. Tudo na paz.

      Se enfim, encontrar resistência, entre pela porta 18. Parece que lá fornecem calmantes que tendem a manter a malta toda pacífica. Entre um atropelamento e outro, claro.

      A bem ou a mal. É, a bem ou a mal. Se algum meliante entrar em minha casa, eu faço o que for necessário para proteger a minha família. A bem ou a mal, sem preocupações morais. Faz parte de ser do Porto, não leve a mal.

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    2. Meu caro,

      Eu entendo que os valores do transfermarkt são irreais, mas são também indicadores de que a sua projecção é vá... optimista!!

      Em relação ao "pacifismo", eu falo por mim. Certamente que o amigo reconhecerá que o FCP também terá meliantes e criminosos nos seus numerosos adeptos.

      Eu podia dar-lhe aqui o dobro dos exemplos relativamente ao FCPorto, do que os dados relativamente ao Benfica. Mas não o vou fazer. Até porque, certamente, o caro amigo conhece-os melhor do que eu...

      Volto apenas a dizer-lhe que, como blogger, e que passa uma mensagem para "massas", seria prudente não colocar mais achas na fogueira.

      Tudo bem... Está em sua casa e a opção editorial é sua.

      Eu não penso assim, e nada me move CONTRA os adeptos do Porto (ou de qualquer outro clube), excepto queres ganhar-lhes dentro de campo, seja em que desporto for.

      Fora isso, deixo-lhe as minhas sinceras e cordiais saudações de um adversário.

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    3. Ora ainda bem que foi ao ponto chave. Ganhar (ou perder) dentro do campo. O oposto do que se tem passado. É isso que me move. Contra os benfiquistas como o Pedro, nada - apenas esse mesma vontade de os derrotar. Vá, talvez em dobro :-)

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    4. Olá meus senhores!

      Como é quem "a bem ou a mal" lhe soa a guerra? Ainda por cima neste blog onde a metáfora e a hipérbole são usadas de forma tão recorrente. Mas mesmo que não fossem, a sério? Não lhe parece que figuras mais importantes no futebol fazem isso de forma mais clara e com plataformas bastante mais poderosas (sem ofensa Lápis!)? E até a imprensa que tão gosta de instigar comportamentos erróneos para depois se servir dos mesmos...

      Quantos aos adeptos criminosos, claro que existem em todos os clubes. Agora esse argumento de "Eu podia dar-lhe aqui o dobro dos exemplos relativamente ao FCPorto, do que os dados relativamente ao Benfica." é simplesmente infantil. Porque primeiro não me parece que tenha paciência para o fazer (eu não tenho, pelo menos), segundo não é verdade. Os adeptos constituem grupos de milhões e como tal são amostras significativas da sociedade, portanto é normal que clubes com mais adeptos tenham mais delinquentes, como é normal que tenham mais pessoas de bem.

      Cumprimentos a todos! Obrigado por me deixarem participar.

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    5. João, a casa também é sua, não tem por que agradecer.

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  9. Caro João Filipe, em relação ao seu comentário apraz-me comentar o seguinte:

    1º- A frase "a bem ou a mal" tem, sem sombra de dúvida, uma conotação "bélica", associada a forçar alguém a algo, quer essa pessoa (ou grupo de pessoas) queira ou não. Não é só o que diz, mas também o que não diz...

    E, sinceramente, lá porque outras pessoas ou até comunicação social o fazem, não quer dizer que os "outros" também o façam. Enfim, eu penso assim, e evito esse tipo de postura.

    2º- Em relação aos "adeptos criminosos", penso que não fui bem entendido. Eu não disse que poderia enunciar TODOS os adeptos do Porto (ou Benfica) que tivessem cometido crimes. O que eu disse foi que poderiam enunciar o dobro do que fez o Lápis Azul.

    Mas, se o fizesse, daqui a nada estávamos a desenterrar casos de 1955...

    Repito que, a todos os que se dizem "pessoas de bem", devem fomentar o fim dessa rivalidade doentia, e não o fomentar da mesma, só porque o vizinho também o fez.

    Ultimamente, tenho assistido às estratégias comunicacionais dos 3 grandes, e cada vez fico mais preocupado. Mesmo a morte de um adepto da Fiorentina por, segundo pode aferir a juiza, "puro ódio", parece não fazer repensar esse tipo de estratégia.

    Os programas "desportivos" que populam a nossa praça, estão cheios de seres execráveis, que fomentam o ódio. Os dois maiores exemplos disso mesmo serão o Pedro Guerra e o Dolbeth.

    No entanto, por curiosidade, estive ontem a ver um programa no Porto Canal, e fiquei aterrado com a maneira como se mente aos ouvintes (com meias verdades), mas com clara intenção de cerrar fileiras em volta do clube.

    O tetra do Benfica acabou por provocar isso mesmo.

    O Porto precisa de ganhar para provar que esta "crise" é apenas passageira, e recuperar o título de melhor clube português que granjeou nos últimos 35 anos.

    O SCP, por sua vez, precisa de ganhar para manter a ilusão dos seus adeptos no seu presidente.

    Enfim, infelizmente, não me parece que os próximos tempos sejam muito animadores, e isso deixa-me triste.

    A rivalidade é boa. A rivalidade é uma boa porção da emoção do desporto. O ódio, não...

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    1. Ninguém mais do que eu defende uma rivalidade sadia. Mas o pressuposto básico para que assim seja é existir uma competição sadia, imparcial e justa.

      Hoje existe precisamente o oposto - que infelizmente, já transcende o próprio desporto - e aceitá-lo é ser conivente, fazer parte da farsa. Isso não serei nunca, esteja quem estiver ao leme dessa nau consporcada.

      Se quiser discutir as "meias-verdades", esteja à vontade. Mas espere talvez pelo próximo post, que será mais apropriado.

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    2. Pedro, boa resposta.

      No entanto, não se trata de fazer só porque o vizinho o faz. Eu não vejo mal nenhum na expressão, não me parece que algum adepto portista leia isto e tome posturas agressivas só por comentários deste género. Eu não retiro mais do que a vontade de vencer. Acho que é preciso conhecer os limites do que é a rivalidade.

      E sendo que o futebol é algo que mexe com as pessoas e num país de cultura latina (ou próxima dela), vivemos um clima relativamente saudável entre adeptos. Não há registos de grandes confrontos em Portugal, e falando com pessoas mais velhas e mais experientes em acompanhar as suas equipas percebe-se que as coisas antes eram bem piores (recentemente houve o azar de um confronto resultar numa morte). Espero que não retire daqui que estou a dizer que isto não é mau, porque é. O que eu acho que acontece cá, em Portugal, que pode promover mais esse sentimento de ódio são programas que dão diariamente em todos os canais que levam a um ambiente de crispação maior. O futebol é irracional e quando há três rivais a discutir dizem-se coisas estúpidas e feias. Agora, uma coisas é essa discussão acontecer num café (ou blog), outra é acontecer numa plataforma televisiva que inflama a opinião de milhares ou milhões.

      Essa visão que tem do futebol é romântica porque só aconteceria se fosse algo de racional, mas não é. E como tal é importante perceber onde está o limite. É difícil mas sendo prático dou-lhe a minha visão do panorama. Cânticos ofensivos não me incomoda muito mas há alguns que passam o limite, como a celebração de uma morte ou a lembrança de um desastre aéreo (a esses porta fechada, e não se volta a repetir). As claques devem ser legalizadas para os clubes se responsabilizarem por elas e as medidas bem mais duras e de forma mais célere. Como disse atrás, os programas de desporto semanais são um lixo. Jornais são usados como veículos da informação dos clubes. Não me importa dizer a minha postura porque não me conhece mas acho que essa visão apesar de ser bonita não é realizável porque ou não conhece o desporto em questão ou não conhece o país em que está.

      Eu não quis dizer que enunciava todos, queria dizer que não é possível.

      E relativamente ao Porto Canal, não tenho muito o hábito de ver esse programa e não sei quais foram essas meias verdades. Mas se aterrado é o adjetivo que escolhe, gostava de saber qual escolhia quando um jornalista e um advogado na BTV desejaram a morte ao Pinto da Costa e apelaram a que se começassem a destruir as casa do FCP de Lisboa, respetivamente. E tente arranjar um adjetivo de forma proporcional à sua perplexidade.

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    3. João... Apenas três notas em relação à sua resposta...

      1º Eu sei que a minha visão do futebol (desporto) é "romântica". Talvez até naif. Mas é a minha maneira de tentar tornar o desporto melhor. Para mim e para os meus filhos. Este é o exemplo que eu lhes quero dar!

      2º As claques... Sem me alongar mais, e até ignorar conscientemente as "segundas intenções" com que o FCP está a tentar criar estas regras para a Liga de Futebol, penso que o Benfica se tem aproveitado DESCARADAMENTE do seu "não apoio" às claques.

      Serve-se de claque para apoiar o clube mas, como não os "apoia", sempre que fazem disparates, lá vem a direcção lavar as mãos como Pilatos.

      3º Universo Porto no Porto Canal... Eu só vi por curiosidade, porque gosto de estar informado. E, tal como o João refere, sendo este um espaço uma "plataforma televisiva que inflama a opinião de milhares ou milhões", escolhi conscientemente o adjectivo.

      Em relação à BTV, não vejo nada que não seja jogos. Os programas protagonizados por "doentes fanáticos", seja de que clube forem, não me têm como espectador.

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    4. Acho que faz muito bem passar essa visão, e não é único felizmente posso-lhe garantir. Mas deixava-lhe aqui o desafio de dizer o que se deve mudar a nível das entidades responsáveis para nos aproximar mais dessa visão. Eu acho que esse é que é o desafio engraçado. Eu não critico a sua visão mas sabe que ela não é tão facilmente absorvida quanto seria desejável.

      Relativamente aos canais dos clubes e não entrando nessa história dos adeptos doentes (em demasia), porque isso não me parece que exista no Porto Canal, o que eu não gosto de ver é fases menos boas serem amenizadas pelos protagonistas só porque trabalham para o clube (Mesmo só apanhando meia dúzia de minutos de vez em quando, percebe-se que isso acontece). Porque isso tende a diminuir a crítica que deve sempre existir.

      Mas terminando a discussão, gostava da sua opinião relativamente ao tema do primeiro parágrafo. De qualquer forma, cumprimentos.

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    5. João, terei todo o gosto em dar-lhe a minha opinião, se for mais claro a que 1º parágrafo se refere, uma vez que a discussão já vai longa!! ;-)

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    6. Pedro, não me leve a mal mas vou sair. Demasiado longa!!! Era para pedir a sua opinião sobre o que se devia mudar a nível institucional para promover um melhor clima no futebol mas acho que já não volto a este post. Valeu pela discussão. Um abraço!

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    7. É sempre um prazer discutir com pessoas civilizadas!!

      Saudações desportivas.

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