março 2017

quinta-feira, 30 de março de 2017

Vamos Com Tudo!


Antes de começar a ler, deslize pela página e dê corda à banda sonora. Clic, já está.

Chegámos finalmente ao jogo do título. Em boas condições para os vencer, ao jogo e ao título. Não há como não aproveitar a oportunidade.


Bruno Sousa

Todos sabemos (nós e eles) que haverá ainda muito campeonato depois do Clássico. E que um empate manterá tudo em aberto até bem perto do final. E tudo o resto que se vai repetindo por estes dias, talvez com o intuito de desvalorizar a real importância deste jogo. True lies.

Eu não. Eu acredito piamente que quem vencer será campeão -  e que venceremos e seremos, enfim, campeões. 

Mas, se assim se passar, se ganharmos este jogo, aviso que cá estarei logo de seguida a dizer o contrário - que não, que nada está decidido, que temos ainda muitos jogos para ganhar. E até se o perdêssemos, coisa em que não acredito sequer por um segundo, diria que ainda nada estaria decidido. 

E sim, se desse empate, diria o mesmo. Só a convicção é que seria diferente em cada um dos cenários. 

É bom que treinadores e jogadores tomem consciência da importância fundamental deste jogo. E que, ao fazê-lo, cresçam à altura da sua responsabilidade e transformem eventuais receios numa convicção inabalável e numa determinação férrea.

Estamos num momento muito delicado da nossa história, onde se pode inverter ou consolidar uma inflexão no domínio do futebol nacional. Pouco importa como se chegou até aqui. Agora, apenas este jogo conta. 

Sabemos bem da cova profunda que nos vêm cavando há vários anos. Ela está pronta a receber-nos e os abutres já não deixam de circundar, ansiosos, as redondezas. As hienas arriscam mais uma dentada a cada distracção. O coveiro farfalhudo vai esfregando as mãos, antecipando a bonita cerimónia. Tudo conta e quase todos nos vão dando incessantes palmadinhas nas costas, a ver se finalmente nos deixamos cair até às profundezas do abismo.

Esquecem-se que a nossa indomável bandeira avançará sempre, azul, branca, imortal.

Mas isso não significa que não acabemos mesmo por cair na cova, e que por lá fiquemos demasiado tempo (um singelo segundo já o seria), antes de nos voltarmos a erguer, Kill Bill's way.

Normalmente calculista, desta vez digo sem hesitação que mais vale perder a tentar ganhar do que empatar conformado.

Nuno e rapazes, a bola está do vosso lado. Mostrem que estão à altura do nosso e do vosso destino. Desde 1893.




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Sobre a rábula dos bilhetes colocados à venda no Dragão, só tenho perguntas:

 - A que propósito estava o líder dos Superdragões a "coordenar" o processo junto às bilheteiras? Já é funcionário do clube e eu não me apercebi?

- Por que motivo o clube não disponibilizou ao seu universo de dezenas de milhares de sócios com lugar anual (e mínimo de 11 jogos assistidos!) mais do que "cerca de 300 bilhetes" dos 3.250 que recebeu?

- E como se justifica que quem saiu de lá com as mãos a abanar tenha sido abordado, logo à saída do recinto, para comprar os mágicos papéis já esgotados, desde que se dispusesse a pagar 5 ou 10 vezes mais?

Estamos na luta pela sobrevivência, mas nem assim os velhos vícios se desfazem. E mais não escrevo, porque não é o momento.


Pelo lado positivo, muito bem "sacados" os 1.700 bilhetes extra a casas do Benfica e patrocinadores, o que deverá significar um mínimo de 5.000 Portistas declarados na Luz. Obviamente bem o Clube a alertar para os riscos de segurança, "pedindo" a criação de um novo sector para acomodar estes Portistas imprevistos. Veremos como o clube visitado e as forças de segurança lidam com isto.

Como nota final, como é possível que supostos benfiquistas ferrenhos cedam bilhetes aos rivais? Maior do que o amor ao clube, só mesmo ao dinheiro?


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Carlos Xistra é o eleito para apitar o jogo. Sim, este Xistra, o "tricampeão". Só isto.

Reparem em como as coisas se fazem.

Uns dias antes de ser divulgada a surpreendente e até impensável nomeação, um "passarinho" sopra ao ouvido de um conhecido tele-comentador desportivo, que obviamente rejubila perante a oportunidade de fazer um brilharete e não hesita em lançar o nome para o pote dos potenciais candidatos.

E o que "dá" em troca ao passarinho? Uma limpeza de carácter do árbitro, dizendo e reforçando que "não está conotado nem com o Porto, nem com o Benfica". Simples. Mas falso.


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Vamos à Luz para ganhar. Vamos? Vamos! Vamos lá, c@r@lho!


Tripeiro eu sou
E tenho o meu Porto no meu coração
Serás sempre a minha paixão
(Eles dão) a vida para seres campeããããããooo!

A mim não me interessa onde vais jogar
Seja onde for, sabes que eu vou lá estar
Nem a morte nos vai separar
Até no céu por ti eu vou cantaaaaaaaaaaar!
 

Puuuuuuuooooooooooortooooooooo!




Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




quarta-feira, 22 de março de 2017

O Engenheiro Distraído


Era uma vez um guarda-redes de futebol que não gostava de futebol. Apesar de ter algum jeito para a coisa, não gostava de o ser. 

Talvez gostasse daquilo que ser jogador de futebol lhe proporcionava, talvez sorrisse sempre que se cruzava com um colega da primária que agora era licenciado mas recebia pouco mais do que o salário mínimo, várias vezes menos do que ele.


Não Sr. Engº, não é o Eddie Murphy


Talvez se vangloriasse quando ouvia falar de outros colegas desse tempo, que eram agora trolhas, varredores, operadores de call-center ou de caixas de supermercado, com contratos precários e sem regalias, mesmo trabalhando muito mais horas por dia do que ele. E recebendo muito, muito menos.

Mas nem percebendo a sorte que tinha, percebia que a sua postura punha em causa o próprio futebol que lhe havia proporcionado tal sorte. 

Talvez por isso, entrava em campo concentrado em evitar ao máximo que se jogasse futebol. Desde o primeiro apito do árbitro que se aproveitava da flacidez das leis de jogo no que toca à posição específica do guarda-redes, que determinam que o jogo não pode prosseguir sem que este esteja em condições físicas para jogar.

Não havendo nenhuma solução expressamente prevista na lei nem sequer jurisprudência que o impeça, o ludibriador sabia que podia usar e abusar do expediente de se fingir lesionado, obrigando a que a sua equipa médica entrasse em campo para o assistir e, com isso, que o jogo não se jogasse. E fazia-o consecutivamente, sem que o árbitro se atrevesse a fazer mais do que fingir dar-lhe uma reprimenda e, no limite, um único cartão amarelo. 

Como se apenas isso não fosse suficiente, havia uma outra coincidência. Esse guarda-redes batoteiro, por mero acaso, exibiu toda a sua artimanha contra o clube rival do seu - de formação e de coração, quando ambos os clubes disputavam o título nacional palmo a palmo.

No rescaldo desse triste episódio, apesar da dominância do panorama mediático por parte do clube do batoteiro, houve uma crítica mais ou menos generalizada àquela actuação do guarda-redes burlão

Contra a corrente, de forma completamente surpreendente e irresponsável, o engenheiro comendador selecionador nacional achou por bem premiar esse intolerável comportamento com uma chamada de última hora à Seleção do país. 

Como se não lhe coubesse, acima de muitos outros, dar o exemplo e passar as mensagens correctas nos momentos apropriados, defendendo o jogo limpo e o próprio futebol que tudo lhe deu na vida.

Sabendo-se da devoção mariana e fortitude de carácter desse engenheiro selecionador, é impensável admitir que o fez alheando-se do comportamento do bandalho guarda-redes um par de dias antes dessa chamada. Caso contrário, a devoção teria de ser classificada de beatice. E a fortitude substituída por subserviência. 

Não, não é possível. O engenheiro só pode ser distraído. Fico a aguardar o indispensável acto de contrição.


Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor




segunda-feira, 20 de março de 2017

Test-Drive da Liderança


Ao comum dos mortais, quando planeia comprar automóvel, é-lhe por regra concedido (com algum sacrifício) um test-drive de uns míseros 15 minutos ao volante, com o vendedor ao lado qual cão de guarda, a ditar o caminho, baseado no qual lhe é pedido para tomar uma decisão com que terá de viver durante alguns (muitos?) anos.


Ai que espatifamos o bólide...

Este é um fenómeno que nunca consegui compreender, partindo do pressuposto que ninguém compra uma camisa sem a experimentar primeiro. Se for assim com a camisa, como é possível que se aceite comprar um carro sem o experimentar a fundo, em vários cenários (sobretudo os mais vividos pelo comprador no seu dia-a-dia), durante várias horas ou até dias?

Mas o que interessa aqui são aqueles quinze minutos, em que o putativo comprador se senta ao volante e se imagina (depressinha, para não esgotar o tempo todo em devaneios e falhar a detecção daquele ruído irritante ou as dores nas cruzes que aquele assento lhe provoca) um orgulhoso proprietário de uma viatura semelhante. Foi isso que o Porto fez hoje em relação à liderança do campeonato.

Recebeu um inesperado telefonema ontem à noite, da parte do stand, a dizer que estava finalmente disponível o modelo tão desejado, aquele único que segue em estrada livre e apenas vislumbra outros carros nos retrovisores.

Como se da véspera de Natal se tratasse, o nosso Porto ficou atónito com a boa nova, provavelmente nem dormiu em condições e chegou hoje ao local do teste demasiado ansioso para o seu próprio bem.




Entrou no stand nervoso, com medo que algo pudesse entretanto ter acontecido ao precioso veículo, mas, ao fim de algum tempo, teve finalmente acesso ao tão desejado e nele se sentou de imediato, agarrando-se ao volante como uma lapa se agarra a uma rocha. Acelerou mirando fixamente o horizonte, inebriado pela sensação do momento, só que rapidamente se começou a sentir desconfortável, com suores frios a percorrerem-lhe o corpo ao imaginar bater ali ou ser abalroado acolá, e os movimentos começaram a descoordenar-se uns dos outros. 

Por sina, inépcia ou crueldade cósmica, decorridos que estavam os tais 15 minutos de experimentação, chocou de frente com um camião da lota, carregadinho de... chocos por frrritar. Daqueles escorregadios, que não se conseguem segurar direitos, e que mal se larga ficam prostrados pelo chão. Ninguém se entendeu quanto à culpa no acidente, pelo que foi a polícia a decidir que se dividiriam irmãmente os prejuízos.

O verdadeiro test-drive acabou aí. O resto do "passeio", que implicou devolver o carro amolgado ao stand, foi um sofrimento. Lá regressado, e apesar de muitas insistências junto dos lambidos vendedores, não conseguiu que lhe arranjassem outra igual para seguir estrada fora, sem ninguém pela frente.

O nosso Porto, que ainda por cima tinha amigos e família amontoados ao longo de todo o percurso, foi para casa no mesmo chaço com que tinha saído de casa, frustrado, triste e decepcionado. E não é para menos. Mas amanhã será um novo dia, e com ele virão, de novo, todas as possibilidades do mundo. Então amanhã falamos, meu Porto.





Notas DPcA 

Dia de jogo: 19/03/2017, 18h00, Estádio do Dragão, FC Porto - Vitória FC (1-1). 


Casillas (6): Pouco trabalho, bem resolvido, impotente no golo sofrido.

< 76' Layún (5): Sem eira nem beira no jogo corrido, a defender ou a atacar, foi um dos que ficou mal na fotografia do golo sofrido. Apenas os lances de bola parada deram alguma qualidade à sua exibição.

Alex Telles (5): Muito intranquilo, foi sempre mais em quantidade do que com qualidade. Parecia um operário de uma fabricante de parafusos, sempre a fazer o mesmo movimento.

Marcano (6): Jogo positivo, sem nada a apontar. Pena o excesso de pontaria no poste.

Felipe (5): Teve o azar de escorregar no lance do golo, deixando o marcador isolado frente a Iker. No demais, esteve bem, guerreiro como sempre.

Danilo (5): O pior Danilo da época, irreconhecível no passe e pouco eficaz nos desarmes. Seriam nervos, também? Em todo o caso, conto com o melhor já no próximo jogo.

Óliver (7): Foi dos melhores da equipa, bem na função habitual de ligação defesa-ataque, com muitas recuperações de bola e alguns bons lançamentos ofensivos, onde se destaca naturalmente o cruzamento para o golo de Corona.

< 61' Corona (7): Regressou algo enguiçado após a lesão, precisou de minutos para olear as peças, mas bem a tempo de fazer um golaço de levantar o estádio. Foi o primeiro a sair, acredito que precisamente por estar a regressar da lesão.




Brahimi (5): Procurou muito ser importante e ajudar a equipa a chegar à vitória, mas na verdade quase tudo foi em esforço e sem resultados positivos. Deveria ter sido um dos substituídos. 

Soares (5): Perdido em campo e pouco esclarecido com bola, foi a antítese de (quase) tudo o que se lhe tinha visto. Seriam os nervos a tomar o controlo do homem? Já veremos...

< 89' André Silva (6): Um pouco melhor do que nas partidas anteriores, mas sem o faro do golo que alimenta qualquer avançado. Teve duas cabeçadas para marcar, numa atirou ao poste e na outra desperdiçou para fora.

> 61' Diogo Jota (5): Desta vez não conseguiu agitar o jogo nem se tornar relevante.

> 76' Otávio (5): Idem aspas aspas

> 89' Depoitre (-): Foi a cartada final de NES já em cima do minuto 90, a do "qsf, mete o belga", e não resultou. Naturalmente.

NES (4): Falhámos o ponto de break, para usar outro tipo de analogia. Obviamente que NES é o primeiro e último responsável de tudo o que se passa em campo, pelo que tem de responder por este fracasso. Apostou em fazer regressar o 4-2-4, antevendo a postura ultra-defensiva do adversário, o que de certa forma destruiu o que de bom (jogo) a equipa vinha fazendo. Regressou o futebol quase directo, desta vez envolvido por uma indisfarçável ansiedade e até receio de jogar o jogo, entre o regresso do intervalo e o golo sofrido. Mas não deixa de ser verdade que tivemos várias oportunidades para marcar vários golos, que houve mais um penalti não assinalado e que o adversário usou de um anti-jogo de fazer corar o mais irredutível treinador italiano. Creio que demorou demasiado a fazer a segunda substituição, quando era evidente que o jogo estava emperrado. Em todo o caso, a maior crítica ao trabalho de Nuno só poderá ser àquilo que não fez para trabalhar as cabecinhas dos jogadores, não conseguindo libertá-los daquela ansiedade e do medo de ser feliz



Outros Intervenientes:


Custa-me falar deste Vitória de Setúbal, porque não vou fazer justiça ao bom plano de jogo que claramente tinham para executar. O que realmente se destacou foi o anti-jogo primário, com Bruno Varela no papel principal, Vasco Fernandes no secundário e mais uma meia-dúzia de figurantes. Ainda dentro dos vinte minutos de jogo, o guarda-redes lampião já tinha provocado quatro interrupções de jogo. E o circo continuou até final, apenas interrompido naqueles 15 minutos em que estiveram a perder. Não foi exclusiva nem principalmente por eles que o Porto não ganhou, mas foi mais um Eu Show Matrafona (versão Sado) que só pode envergonhar quem gosta de futebol.
 
Tirágraxa, Matrafona!

Quanto à equipa de arbitragem liderada por Manuel Oliveira, acho que foi um pouco caseiro nos lances divididos a meio-campo, em especial na primeira parte. Fiquei com a sensação que "na dúvida", apitava quase sempre a nosso favor. No estádio não me apercebi de qualquer lance capital, mas analisando agora os três lances de que o Clube já se queixou, em minha opinião fica um penálti claro por marcar aos 61 minutos, porque se trata de impedir ilegalmente o AS de disputar a bola. Os outros dois, aceito bem que não tenham sido assinalados. Vejam o vídeo abaixo e cada um que julgue por si.

Importa ainda destacar a justeza do tempo de compensação, que mesmo ficando longe de realmente compensar o tempo perdido, marca uma posição que se saúda e se deveria repetir sempre que batoteiros fizerem isto. Faltou o passo seguinte, que é não ter pejo em expulsar (por segunda advertência) os prevaricadores.





Desta vez, sou capaz de jurar que André André fez falta. Ou outro como ele e na forma actual dele - que não há. Percebo que Nuno quisesse entrar com tudo no jogo, mas não sei se com isso não acrescentou ansiedade à equipa (que já teria uma boa dose por si só, não duvido). Uma equipa com apenas dois médios e com "quatro avançados" pressupunha marcar um golo cedo e outro logo a seguir, para acalmar as hostes. Talvez fosse excesso de optimismo por parte do treinador, sobretudo tendo em conta o adversário. 

No final de contas, tudo como antes desta jornada. Ou quase tudo, para ser honesto. Porque não há como esconder que a possibilidade gorada de alcançar o primeiro lugar nos terá deixado um pouco menos confiantes. Nada que não se trabalhe e ultrapasse, obviamente. O jogo que interessa é mesmo o próximo.



Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor





quinta-feira, 16 de março de 2017

Gran Torino


Não gosto de perder nunca, mas ontem regressei tranquilo de Turim.

À partida, a missão era complicada. Reverter fora uma derrota caseira por dois golos, frente a uma equipa formada por excelentes jogadores e que joga de forma pragmática e cínica, sem ligar patavina ao que as bancadas esperam dela.  


Juventus Stadium

Aliás, as suas bancadas aparentam precisamente já não esperar nada mais para além do resultado. Entram mudos e saem calados, tirando o seu hino, o momento do festejo dos golos, uns segundos a comemorar o apuramento e mais meia-dúzia de momentos durante a partida. Já lá iremos, porque me ajudou a ultrapassar um trauma de infância e preciso de desabafar com V. Exas.

A Juventus entrou pressionante, talvez à procura do golo que sentenciasse de vez a eliminatória (na sua perspectiva). Não o conseguiu e cinco minutos depois já estavam no seu registo natural, organizados atrás, tranquilos, a ver o que o jogo dava, e a procurar explorar de forma fatal toda e qualquer desatenção na nossa defesa.

Daí até à meia hora, o jogo foi equilibrado nos seus equilíbrios, pese uma ou outra oportunidade dos italianos para fazer mossa. Da nossa parte, muito rigor nas marcações e compensações, demonstrando uma lição bem estudada. Faltou-nos fazer entrar o último passe para causar verdadeiro perigo, o que esteve para acontecer apenas uma vez, quando Soares podia ter desviado de cabeça já nas cercanias de Buffon.

Confortável e matreira, a Juve voltou a acelerar no último quarto de hora, conseguindo finalmente desposicionar-nos e criar alguma confusão. Num desses lances, a bola sobrou para Higuaín já em cima da pequena área, após defesa de Iker, que chutou para uma grande defesa de Maxi, que entretanto se havia lançado no ar para tentar parar o remate. Por azar, parou-o com as mãos. Penálti, expulsão, golo e outra vez em inferioridade numérica. Finito.


 

A segunda parte resultou em muito menos sofrimento do que antecipava ao intervalo, porque mesmo tratando-se da Juve, seria natural os seus jogadores ambicionarem "divertirem-se" a jogar e procurarem aumentar o score contra um adversário reduzido a dez homens. Mas não. A Juve, esta Juve, só joga aquilo que precisa. Nem mais um bocadinho, a não ser que a deixem - e nós não deixámos.

Como consequência, houve poucas oportunidades flagrantes de golo, mas, das que houve, duas foram nossas (Soares e Jota) e deveríamos ter concretizado pelo menos uma. Um empate final seria um justo prémio pela bravura e inteligência com que abordamos a segunda metade do encontro. 

Destaco a opção de Nuno ao intervalo, de substituir AS por Boly e despachar Marcano para a lateral esquerda, por troca com Layún. Não gostei no papel (se era para pôr um central a lateral, mais valia Herrera - (...) - por exemplo e manter a estabilidade da dupla de centrais). A verdade é que resultou muito bem, dadas as grandes exibições do francês e do espanhol. Viola ao saco.

Saímos do moderno e muito funcional Juventus Stadium sem ponta de arrependimento e com a sensação que, tendo em conta a valia do adversário e o duplo hara-kiri dos laterais, fizemos um bom trabalho. Aliás, o aplauso com que jogadores e treinadores foram recebidos ao chegarem ao avião demonstra perfeitamente esse sentimento reinante pelos Portistas que lá estiveram. Para o ano há mais.


Azul e Branco é o mundo inteiro (hotel em Turim)


Notas DPcA 

Dia de jogo: 14/03/2017, 20h45, Juventus Stadium, Juventus FC - FC Porto (1-0)


Casillas (7): Parou o que pode, com classe e experiência, passando a ser o jogador com mais jogos na Champions. Tau!

Maxi (4): Vinha da sua melhor exibição da época, em Arouca, pelo que o acto reflexo soube a traição divina. Claramente sem intenção, mas claramente imprudente e bem punido. E nós com dez, outra vez. Antes disso, foi o guerreiro destemido de sempre.

Layún (5): Foi sempre dos jogadores a menos, enquanto estava tudo de igual para igual. Falta-lhe convicção e acerto naquilo que faz, acrescenta pouco, muito menos do que no ano passado.

Melhor em Campo Marcano (8): Eu já "temia" que este dia chegasse, só não supunha que fosse quando jogasse metade do encontro... a defesa esquerdo. Que grande exibição de querer e determinação, adaptou-se de imediato e com benefícios à nova posição, sendo um dos principais responsáveis pela confiança que a equipa (re)adquiriu reduzida a dez. Até acertou umas bem dadas em adversários manhosos, vejam lá. Sim senhor, ontem foi um verdadeiro capitão (vénia).

Felipe (8): Outra enorme exibição, para Real Madrid ver. Uma pena que nos vá deixar tão cedo, se for esse o desfecho. Há que aproveitar então, que daqui só sai campeão! Um monstro papa-avançados no jogo de ontem.

Danilo (8): A classe com que faz sobressair os seus impecáveis domínios de bola, no meio de adversário, por forma a seguir a jogar, quase nos faz esquecer todo o poderio físico que impõe na sua zona de acção. Mais um candidato a sair em breve, para grande, grande pena minha. Grande jogador.

< 70' Óliver (6): Começou um pouco hesitante, mas lá engrenou e foi, de novo, a peça que une jogo defensivo e ofensivo, desta vez com outro parceiro de tarefa. Deu tudo o que tinha até ser (bem) substituído. 

André André (6): Tal como Layún, foi dos jogadores abaixo do expectável enquanto o jogo era de onze contra onze. Pouco esclarecido nas abordagens aos lances, demorou a encontrar o ritmo e o seu espaço. Depois, já com menos um, fez uma boa exibição, assumindo até mais risco na condução da bola e sempre batalhador para a recuperar.




< 67' Brahimi (6): Chegou a ser o paizinho da equipa, o único capaz de descompor a defesa juventina, mas nunca encontrou a inspiração final para o passe de morte ou o golo de artista. Tentou, muito e bem, durante 40 minutos. No regresso do balneário, perdeu naturalmente relevância ofensiva e foi-se desvanecendo até à substituição.

< 45' André Silva (4): Outro jogo para recordar, para que não se repita. Foi sempre o elemento estranho da equipa, desenquadrado com os lances, a decidir mal quando com a bola. Está a precisar de banco para limpar a cabeça - ou então não (de banco), mas a cabeça tem mesmo de ser limpa. Saiu com toda a propriedade ao intervalo (até com onze não seria descabido).

Soares (5): Vou já dar de barato o muito que trabalhou, porque já é essa a expectativa que recai sobre ele. O problema neste jogo foi ter subido à estratosfera para jogar futebol, onde ainda não está habituado a fazê-lo. Nomes como Bonucci e sobretudo Buffon são ainda demasiado absorventes para o Tiquinho, mas conto que na próxima época já os encare de igual para igual.

> 45' Boly (7): O seu melhor jogo pelo Porto, e em que circunstâncias! Rendeu muito bem Marcano no meio, agindo com precisão e determinação. Foi também por ele que a Juve apenas marcou de penálti. Gostei.

> 67' Diogo Jota (6): Voltou a entrar bem, mexeu positivamente com o conforto da Juve e criou-lhes alguns calafrios. Tal como Soares, só não tem melhor nota pela nódoa que caiu no seu melhor pano. É a vida.

> 70' Otávio (6): Não trouxe a criatividade que se esperava, para apanhar desprevenida a Juve num e noutro lance de ruptura, mas vestiu o fato de macaco e lutou ao lado dos companheiros com bravura. Às vezes, é tudo o que se consegue dar.

NES (7): Soa a estranho dar esta nota a um treinador que perdeu o jogo e foi eliminado, mas o contexto e a forma como reagiu dão-me cobertura. Começou logo bem, ao "não mexer" no onze, resistindo a fazer regressar o bom do Héctor. É certo que nunca chegámos a ameaçar de forma credível a baliza da Juve em 11x11, mas estávamos bem no jogo e nunca se saberá se lá poderíamos chegar. Reagiu de forma inusitada à expulsão, conforme já analisei, mas resultou. E daí em diante, continuou a reagir bem, fazendo boas substituições. Merecia que Soares e/ou Jota tivessem feito golo, garantindo assim o empate como prémio de consolação de uma eliminatória onde nunca tivemos a possibilidade de testar os nossos limites (a não ser os físicos). Keep going, mister...


Agradecimento final


Outros Intervenientes:


Esta Juve é de facto uma boa equipa, composta por grandes jogadores. A começar pelo senhor Buffon, passando por Alex e Dani nas laterais e Bonucci no centro (outro nível, não é Soares?) e o jovem Pjaca, que promete dar muito que falar - além de todos os outros craques. Mas o único que se destaca dos demais é mesmo Paulo Dybala, um craque de nível mundial que deixa água na boca só a imaginar o que poderá vir a ser num futuro não muito distante.

Quanto ao conjunto arbitral romeno liderado por Ovidiu Hategan, deu a sensação de não querer aborrecer ninguém em Turim, mas sem perder a compostura e com isso prejudicar notoriamente os forasteiros da Lusitânia. Creio que decidiu bem no lance capital e os erros terão sido de menor relevância.


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Regressando agora ao tema da catarse que a ida ao jogo me proporcionou, devo dizer que desde há muitos anos me sinto um pouco envergonhado pelo tipo de adepto que somos (sim, estou dentro) no nosso estádio: claques à parte (que têm muitos defeitos, mas aqui dão lições a quase todos), o adepto típico vai ao estádio para ver o jogo. Não para apoiar, não para cantar, não para participar no espetáculo das bancadas. 

Não, o típico adepto Portista vai ao estádio para ver o jogo e julgar. Somos todos juízes, conhecedores profundos do tema, e não tarda nunca o primeiro olhar de soslaio ou a desconfiança sobre o que o jogo irá dar. É o jogador que não está ao seu nível (ou nem sequer o tem para cá jogar), é o treinador que não sabe ler o jogo, é o árbitro que é uma besta encarnada. E muitas vezes será, mas a questão não é essa. A questão é saber o que se valoriza mais: o que a equipa faz por nós ou o que nós podemos fazer pela equipa (thanks, JFK).


É os Dragões...


Ora ontem cheguei à conclusão que afinal nada destas aflições se justificam. Nós, os sem-claque do Porto, somos uns grandes adeptos. E as vezes que vamos atrás dos cânticos mais entusiasmantes das claques, mesmo que de forma fugaz, chegam para golear a malta da Juve. É que nem piaram de princípio a fim. Tudo mudo. Tudo mesmo, até as supostas claques, tirando num ou noutro momento, talvez durante 2 ou 3% do tempo, tops. Se calhar estão zangados com a equipa, treinador, direcção ou os Agnelli e é assim que lavram o seu protesto. Se não for isto, não sei: mas nós, Portistas, somos britânicos à beira deles.

Ora, este estado vegetativo dos italianos só serviu para realçar ainda mais o espetacular desempenho das claques e demais adeptos que os circundavam. Verdadeiramente digno de registo, coisa que poucas vezes me viram escrever. Foi goleada das antigas, reconhecida com o aplauso final dos da casa. A encerrar a actuação, houve ainda a recepção no aeroporto. Por esta altura, seguimos mesmo todos juntos, não haja dúvida. Até domingo, pessoal!



Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor



Nota: o título da crónica é singela homenagem a um grande filme e principalmente ao Senhor que o realizou.




terça-feira, 14 de março de 2017

Onde Está a Bola? #40


Está de volta o melhor passatempo do universo Portista, desta vez para ajudar a encher o estádio no encontro que antecede o "jogo do título" . A edição #40 do "Onde Está a Bola?" irá oferecer dois bilhetes para o jogo contra o Vitória de Setúbal, a realizar no próximo domingo, dia 19 de Março, às 18h00.


Para se habilitar a ganhar os bilhetes, basta que o estimado leitor descubra onde está escondida a bola original na imagem abaixo (ou se não está lá de todo). É fácil, barato e dá bilhetes!


Onde Está a Bola? #40


 Respostas possíveis #40 (V. Setúbal):

A - Bola Preta
B - Bola Verde 
C - Bola Laranja
D - Bola Amarela
E - Não há nenhuma bola escondida 


Já descobriu? Então deixe o seu palpite na caixa de comentários, tendo em atenção as seguintes regras de participação:


1 - Escrever a resposta que considera acertada na caixa de comentários deste post, indicando igualmente um nome e um email válido para contacto em caso de vitória.

2 - Entre os que acertarem, será sorteado o vencedor através da app Lucky Raffle (iOS).

3 - Para ser elegível para receber os bilhetes, deverá fazer o obséquio de:

   a) Comprometer-se a enviar-me duas ou mais fotos da sua ida ao estádio (com pelo menos uma selfie) nas 48h seguintes ao jogo;

   b) Registar e confirmar o seu email (nas "Cartas de Amor", na lateral direita do blogue);

   c) Seguir o FB e o Twitter do DPcA (basta clicar nos links e "gostar" ou "seguir"). 
   Quem não tiver conta nesta(s) rede(s) não será excluído, mas... cuidado porque o Lápis vai investigar :-)

4 - Apenas será aceite uma participação (a primeira) por cada email válido.

5 - Cumpridos todos os critérios, o vencedor sorteado será contactado através de um email onde encontrará instruções sobre como e quando levantar os bilhetes.

6 - Se já tiver Dragon Seat ou outro tipo de acesso, poderá oferecê-los a um amigo ou familiar que não tenha a mesma sorte.

7 - A edição #40 deste passatempo termina às 23h00 de 16 de Março e o vencedor (a quem será enviado um email logo após o sorteio) terá de reclamar o seu prémio até às 13h00 de dia 17.

8 - Se o vencedor não reclamar o prémio até à data e hora referidas no ponto anterior, será contactado o primeiro suplente. Se o primeiro suplente não reclamar o prémio até ao prazo limite indicado no email de contacto, será contacto o segundo suplente (e assim sucessivamente até que um sorteado reclame o prémio).

E é só! Concorra e divulgue, queremos o Dragão sempre cheio!


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Falta ainda dar conta dos vencedores das duas edições anteriores, a #38 e a #39.


#38 - Tondela

 

Resposta certa: E - Não há nenhuma bola escondida

 

Vencedor: Sérgio Silva!



Primeiro, a comparação entre imagem original e modificada.




Depois, os candidatos ao sorteio e respectivo vencedor.




Por último, as imagens enviadas pelo Sérgio, que testemunhou uma boa vitória do nosso Porto!
 
 

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#39 - Juventus

 

Resposta certa: C - Bola Preta

 

Vencedor: João Gomes!



A comparação entre imagem original e modificada.




Os candidatos ao sorteio e respectivo vencedor.





Por último, a selfie do João e do seu convidado, um espelho cristalino da alegria que resulta de estar no Dragão!




Agora toca a concorrer, que não sobra muito tempo de vida ao concurso #40, jogo fundamental para garantir que poderemos ir à Luz resgatar a liderança! Vamos lá concorrer e encher o estádio!



Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor



sábado, 11 de março de 2017

Goleada à Arouquesa


A história deste jogo em Arouca conta-se em poucas palavras, tal a linearidade do percurso que o Porto teve de percorrer. Simplificando, foi chegar, marcar, gerir e vencer. 




O que não se pode deixar de realçar é que a viagem só foi tão suave e prazenteira (em especial para mim, tão bem recebido como sempre) porque a equipa soube levar o jogo a sério desde o primeiro apito. Pode parecer trivial, mas na verdade não é. Esta postura mental, altamente competitiva, não é uma dádiva divina nem um direito adquirido, é algo que exige trabalho de jogadores e técnicos.

Certamente que a fragilidade desta equipa arouquense ajudou à festa, mas muito rapidamente o jogo se poderia ter complicado se a nossa postura não tivesse sido sempre séria e comprometida com (apenas) este encontro.

No final, o que sobrou foi um agradável passeio do Dragão à Serra da Freita, acompanhado de forma entusiasmada e entusiasmante por muitos milhares de Portistas. Mais uma vez, voltamos a jogar em casa. 
Nesta altura, há uma empatia muito forte entre adeptos e equipa, uma espécie de mão invisível que empurra, com naturalidade (e sem batota), os jogadores para a glória. A última vez que senti isto foi em 2011, a propósito da campanha europeia que terminou com a conquista de Dublin. Esperemos que o desfecho seja similar, desta vez a nível interno.
Arouca by day...

Arouca by night.

Notas DPcA 

Dia de jogo: 10/03/2017, 20h30, Estádio Municipal de Arouca, FC Arouca - FC Porto (0-4)


Casillas (6): Um quase-espectador, apenas foi chamado a intervir num par de lances e sem grandes complicações para resolver.

Maxi (8): Nos primeiros minutos pensei "lá está a pdi a cobrar portagem ao bom do Maximiliano", tal a dificuldade para acompanhar Kuca em velocidade. No entanto, bem apoiado, conseguiu conter todas as potenciais ameaças e partiu para uma exibição quase inacreditável, em especial na segunda parte, tantas foram as vezes que fez o seu flanco a toda a (sua) velocidade. Uma espécie de ponte aérea entre a defesa e o ataque, sempre a todo o gás. Já perto do final, foi finalmente recompensado, acertando um cruzamento para o último do jogo.

Telles (7): Mais retraído do que Maxi, acabou por optar mais vezes pelos equilíbrios defensivos do que pela exploração ofensiva do seu flanco. Mesmo assim, esteve em bom plano.



Marcano (6): Boa exibição, ainda que menos autoritária do que em jogos recentes. Algum nervoso miudinho a espaços sem nada o justificar, será por envergar a braçadeira?

Felipe (7): Desta vez foi o melhor dos centrais, assertivo e a procurar limpar deixando a bola jogável num companheiro.

Danilo (8): Outro jogo de qualidade, desta vez motivado pelo golo que abriu as hostilidades. Dá a sensação de só saber jogar bem.

Óliver (8): Foi bom rever um velho conhecido, o Oli de há duas épocas, mesmo se ainda em part-time. Muito jogo passou pelos seus pés, quase sempre decidiu bem (uma perda de bola complicada foi o seu pior momento) e ainda assistiu. Queremos mais, p.f.

< 85' André André (7): Está em crescendo, melhorando a qualidade e consistência das suas exibições de jogo para jogo. Com este, já são três consecutivos em muito bom plano. Recuperou muitas bolas mas também procurou construir, sobretudo no estágio inicial dessa construção.

< 76' Melhor em Campo Brahimi (8): Parece outro jogador. Ou melhor (literalmente), parece outra pessoa, reflectindo esse novo carácter no seu jogo. Altruísta, focado no trabalho de equipa, solidário e depois - aquilo que todos dele esperamos - desequilibrador. Teve muitos pormenores de classe e foi sem dúvida o que mais jogou e fez jogar ontem em Arouca.



< 71' André Silva (5): Está a atravessar o lado obscura da sua lua, eventualmente eclipsado pela chegada triunfal de Soares, e isso nota-se na impaciência com que tenta definir os lances e na sua postura corporal. É importante que, quem de direito, converse com ele e lhe faça ver que o caminho se faz caminhando, passo a passo, e alguns serão inevitavelmente em falso. Precisamente por ter chegado Soares, tem agora espaço para falhar, para errar e aprender com esses erros. Só não pode é deixar-se abater, porque, garantidamente, o seu sol voltará a brilhar intensamente.

Soares (8): Mais uma estreia, desta vez a falhar golos cantados frente ao guarda-redes. E por duas vezes, embora a primeira fosse a mais arrepiante. Por "sorte", ainda assim marcou dois golos, daqueles que o Hugo Almeida nunca conseguiu fazer, em que é só empurrar. Missão plenamente cumprida e com distinção.

> 71' Diogo Jota (7): Uma vez mais, excelente entrada no jogo, voltando a agitá-lo e renovando o espírito insaciável deste Dragão. Várias combinações de sucesso e algumas investidas individuais deram novo brilho a um jogo que já empalidecia no conforto do resultado (ainda enganador). O seu golo foi caricato, mas contou como os outros. É bom ter banco!

> 76' Otávio (6): Mais uns minutos e mais pormenores, daqueles que evidenciou no início da época. Parece estar prontinho para entrar em pleno quando for chamado. É bom ter banco!

> 85' J.C. Teixeira (-): Foi o último a entrar e já pouco sobrava para fazer. Um remate que acabou por não o ser foi a única coisa que me ficou na memória.

NES (8): Repetir um onze que vence de forma categórica é sempre sinal de inteligência. Em rigor não repetiu, porque Maxi regressou, mas no essencial tudo se manteve, mesmo meio campo e com ambos os avançados a caírem sobre as alas (normalmente à vez, mas também aconteceu em simultâneo), abrindo espaço para Brahimi, Óliver e André André aparecerem pelo meio. O jogo correu-lhe de feição, mas fez muito por isso. E assim sendo, apenas me apetece elogiá-lo. Boa Nuno!
 




Outros Intervenientes:


Kuca parece ser o jogador que se destaca neste Arouca, mas confesso que se não o conhecesse, nem ele me tinha chamado a atenção. Ou então somos nós que, por esta altura, vulgarizamos os adversários.

Sem ter lido jornais ou visto resumos, não tenho nada a apontar à arbitragem de Hugo Miguel. Terá errado certamente, mas sem relevo. Que bom.



Da próxima vez que jogarmos fora para o campeonato, será na Luz, para assaltar em definitivo o primeiro lugar. Antes disso, há que fechar as contas da Champions com dignidade e vencer o jogo caseiro, contra o Vitória de Setúbal, que, convém não esquecer, nos enguiçou esse mesmo ataque à liderança na primeira volta. Por isso mesmo, um passo de cada vez. Chegará o tempo da ida à Luz, mas antes há trabalho para fazer - e bem feito.



Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor




domingo, 5 de março de 2017

Festival do Golo na Irmandade do Dragão


Para receber o penúltimo da classificação, Nuno fez regressar a dupla de avançados +Brahimi e um meio-campo com simultaneamente pujança física e qualidade técnica, num 433 teórico que muitas vezes se transformava noutra "coisa", desde o 4-1-4-1 ao 4-4-2, passando até por um sui generis 3-3-4 (quando Layún se juntava ao trio mais ofensivo). Várias dinâmicas, como esta nova geração de treinadores-doutores tanto gosta de desbobinar.


These mist covered mountains...

Foram precisos 30 minutos (apenas 30 minutos, desta vez) para acabar com a resistência do Nacional, que se apresentou no Dragão com uma postura ultra-defensiva, apenas com o propósito de tentar adiar o mais possível o nosso golo e, a espaços mas sem nunca se expor, procurar criar perigo para Casillas.

O segundo golo, em cima do intervalo, colocou os últimos pregos no caixão desta moribunda equipa insular. A segunda parte foi uma avalanche de futebol ofensivo e de sentido único, muito facilitada pela má postura dos nacionalistas e, claro, pela expulsão idiota de Tobias Figueiredo pouco depois da passagem da hora de jogo. 

Foram sete mas podiam ter sido dez, tais as facilidades que conseguimos descobrir na defesa do Nacional durante toda a segunda parte. Um jogo mais fácil do que seria de prever, mas menos do que o resultado sugere. A primeira meia hora foi outra vez um pequeno deserto de boas ideias para conseguir furar o muro defensivo do adversário, sugerindo a falta de um plano de jogo mais efectivo e adequado a adversários que não querem mais do que defender a sua baliza.

Tão relevante como o resultado gordo deste jogo foi a sensação de comunhão que dele emanou, entre portistas e jogadores mas também (e sobretudo) entre eles, os artistas da bola, os irmãos de chuteiras. Parece de facto haver uma onde crescente de confiança e camaradagem que arrasta consigo todo o universo azul e branco, o que será um reforço suplementar e talvez decisivo para enfrentar com sucesso as dez jornadas que estão ainda por cumprir até se chegar à meta, na Avenida dos Aliados.

Continuamos na luta, à espera do deslize fatal do #colinho. Por agora, tudo na mesma. Venha a deslocação a Arouca e mais uma inadiável vitória para manter a pressão alta.


...Are a home now for me...



Notas DPcA 


Dia de jogo: 04/03/2017, 18h15, Estádio do Dragão, FC Porto - CD Nacional (7-0). 


Casillas (6): Fim de tarde tranquilo, com a única intervenção de registo a acontecer... no último lance do jogo. Aos 42' também respondeu bem mas o lance já estava interrompido por offside.

Layún (8): Bom regresso à titularidade, na antecâmara de Turim, com bom envolvimento ofensivo e um livre bem marcado. E ponto extra pelo golo.

Alex Telles (6): Foi importante para desbloquear o jogo, ao ter assistido Oli para o primeiro. Não deu muito nas vistas, mas colaborou no massacre do segundo tempo.

Marcano (7): Mais um jogo com grande acerto e sem nenhuma falha relevante.

Felipe (6): Certinho como o Ivan, mas continua a tentar a sorte em alguns lances por usar de excesso de "vontade" e fez alguns chutões à Ramaldense que não seriam propriamente necessários. 

< 66' Danilo (6): Impecável como é seu habito, simplesmente não foi chamado a intervir neste jogo como em muitos outros. Foi o primeiro a ser poupado, recebendo a maior ovação do dia.

< 75' André André (8): Segundo bom jogo consecutivo, muito mais dinâmico e incisivo do que a sua "média" desta época, um dos motores ofensivos da equipa. Teve várias oportunidades para marcar e numa delas, a defesa de Adriano acabou por "assistir" Soares. Noutra, intencional, serviu AS para fazer o terceiro do dia.

Óliver (8): Até ao seu golo alternou entre o bom e o sofrível, incluindo um passe de morte... para a nossa baliza, depois embalou para uma exibição completa, com o ponto mais alto a chegar na brilhante pré-assistência (mais uma) a descobrir AA que depois fez o passe final para AS. Ponto extra pelo golo. 


...But my home is the lowlands...

 < 72' Melhor em Campo Brahimi (8): Sempre um dos mais irrequietos, destacando-se até dos demais no período inicial com o marcador em branco, por pena não muito esclarecido na altura de definir os lances. Não desistiu e acabou "brindado" com maior inspiração e o corolário do seu tão ansiado golo, que também lhe vale ponto extra. Na segunda metade continuou a massacrar a defesa adversária e participou activamente em vários golos. Por tudo isto, é desta vez eleito como o Melhor em Campo.

Soares (8): "Só" apareceu a facturar ao quarto golo, mas ainda a tempo de bisar. Antes, andou a batalhar pela sorte, como é seu hábito. A finalização no seu segundo teve muita pinta.

André Silva (8): Desta vez, conseguiu responder à letra ao seu companheiro de ataque, com dois de sua autoria, mas convém fazer notar que andou muito tempo caído sobre a direita do ataque, mais longe das zonas de finalização do que Soares. Mais dois golos para a conta pessoal e o resto são cantigas.

> 66' Diogo Jota (7): Teve o "privilégio" de ser o primeiro juntar-se à festarola, para descanso de Danilo. Notou-se alguma ansiedade para também deixar o seu nome na lista de "foliões", mas (talvez por isso) o melhor que conseguiu foi uma magnífica assistência para o segundo de Soares e uma involuntária para o último do jogo.

> 72' Otávio (6): Mais alguns minutos para o ajudar a recuperar a sua boa forma, a que o jogador correspondeu com muita vontade e empenho. Quanto melhor ele estiver, mais forte será o naipe de soluções ofensivas da equipa.

> 75' JC Teixeira (6): A última escolha do jogo e mais alguns minutos a demonstrar inegável qualidade técnica sobre a bola. Não será fácil ter muitas oportunidades, mas o importante é que continue a responder bem sempre que chamado.

NES (8): Optou por não complicar o jogo ao apresentar um onze equilibrado, que desde o início procurou o golo com afinco. É verdade que até que entrasse o primeiro, se voltou a notar aquela falta de ideias que caracteriza tantas vezes a sua equipa, mas começo a convencer-me de que além de defeito, é feitio tolerável, desde que os resultados apareçam. Bem nas substituições, dando minutos razoáveis aos três suplentes e poupando titulares. 


...And always will be...

 
Outros Intervenientes:


Não sobra grande coisa para dizer de uma equipa que leva sete sem resposta, mas pelo menos devo destacar Adriano Facchini: não fosse por ele, teriam sido dez ou mais... Ah, e a estupidez natural de Tobias Figueiredo, que se fez expulsar sem ponta de profissionalismo, bem aos estilos dos bardamerdas que o formaram.


Que bom fazer uma análise e não ter que falar do árbitro, especialmente tendo em conta a figura em questão. Já imaginava que Bruno Paixão ia ser um meigo cordeirinho no Dragão, porque até ele calculará que a paciência tem limites. Mas que não errasse grosseiramente, como é seu apanágio, é que já não esperava. Parece que falhou (o assistente) no sexto golo, por offside, mas o resultado é tão concludente que nem me dei ao trabalho de verificar, dou de borla esse erro em nosso favor. Se vencermos o campeonato por um golo, eu revisito o lance.


(My) brothers in arms

O tempo e a disponibilidade mental para escrever têm sido realmente escassos, pelo que deixei passar vários assuntos relevantes, desde o nosso R&C à perigosíssima confissão de Vieira sobre favorecimentos ao Benfica em dois jogos. Dois temas que espero conseguir abordar esta semana, antes da importantíssima deslocação a Arouca, a última saída antes da Luz.

Hang in there, folks.



Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor


P.S. - O que disse Marega? Bardamerdas!