Festival do Golo na Irmandade do Dragão

domingo, 5 de março de 2017

Festival do Golo na Irmandade do Dragão


Para receber o penúltimo da classificação, Nuno fez regressar a dupla de avançados +Brahimi e um meio-campo com simultaneamente pujança física e qualidade técnica, num 433 teórico que muitas vezes se transformava noutra "coisa", desde o 4-1-4-1 ao 4-4-2, passando até por um sui generis 3-3-4 (quando Layún se juntava ao trio mais ofensivo). Várias dinâmicas, como esta nova geração de treinadores-doutores tanto gosta de desbobinar.


These mist covered mountains...

Foram precisos 30 minutos (apenas 30 minutos, desta vez) para acabar com a resistência do Nacional, que se apresentou no Dragão com uma postura ultra-defensiva, apenas com o propósito de tentar adiar o mais possível o nosso golo e, a espaços mas sem nunca se expor, procurar criar perigo para Casillas.

O segundo golo, em cima do intervalo, colocou os últimos pregos no caixão desta moribunda equipa insular. A segunda parte foi uma avalanche de futebol ofensivo e de sentido único, muito facilitada pela má postura dos nacionalistas e, claro, pela expulsão idiota de Tobias Figueiredo pouco depois da passagem da hora de jogo. 

Foram sete mas podiam ter sido dez, tais as facilidades que conseguimos descobrir na defesa do Nacional durante toda a segunda parte. Um jogo mais fácil do que seria de prever, mas menos do que o resultado sugere. A primeira meia hora foi outra vez um pequeno deserto de boas ideias para conseguir furar o muro defensivo do adversário, sugerindo a falta de um plano de jogo mais efectivo e adequado a adversários que não querem mais do que defender a sua baliza.

Tão relevante como o resultado gordo deste jogo foi a sensação de comunhão que dele emanou, entre portistas e jogadores mas também (e sobretudo) entre eles, os artistas da bola, os irmãos de chuteiras. Parece de facto haver uma onde crescente de confiança e camaradagem que arrasta consigo todo o universo azul e branco, o que será um reforço suplementar e talvez decisivo para enfrentar com sucesso as dez jornadas que estão ainda por cumprir até se chegar à meta, na Avenida dos Aliados.

Continuamos na luta, à espera do deslize fatal do #colinho. Por agora, tudo na mesma. Venha a deslocação a Arouca e mais uma inadiável vitória para manter a pressão alta.


...Are a home now for me...



Notas DPcA 


Dia de jogo: 04/03/2017, 18h15, Estádio do Dragão, FC Porto - CD Nacional (7-0). 


Casillas (6): Fim de tarde tranquilo, com a única intervenção de registo a acontecer... no último lance do jogo. Aos 42' também respondeu bem mas o lance já estava interrompido por offside.

Layún (8): Bom regresso à titularidade, na antecâmara de Turim, com bom envolvimento ofensivo e um livre bem marcado. E ponto extra pelo golo.

Alex Telles (6): Foi importante para desbloquear o jogo, ao ter assistido Oli para o primeiro. Não deu muito nas vistas, mas colaborou no massacre do segundo tempo.

Marcano (7): Mais um jogo com grande acerto e sem nenhuma falha relevante.

Felipe (6): Certinho como o Ivan, mas continua a tentar a sorte em alguns lances por usar de excesso de "vontade" e fez alguns chutões à Ramaldense que não seriam propriamente necessários. 

< 66' Danilo (6): Impecável como é seu habito, simplesmente não foi chamado a intervir neste jogo como em muitos outros. Foi o primeiro a ser poupado, recebendo a maior ovação do dia.

< 75' André André (8): Segundo bom jogo consecutivo, muito mais dinâmico e incisivo do que a sua "média" desta época, um dos motores ofensivos da equipa. Teve várias oportunidades para marcar e numa delas, a defesa de Adriano acabou por "assistir" Soares. Noutra, intencional, serviu AS para fazer o terceiro do dia.

Óliver (8): Até ao seu golo alternou entre o bom e o sofrível, incluindo um passe de morte... para a nossa baliza, depois embalou para uma exibição completa, com o ponto mais alto a chegar na brilhante pré-assistência (mais uma) a descobrir AA que depois fez o passe final para AS. Ponto extra pelo golo. 


...But my home is the lowlands...

 < 72' Melhor em Campo Brahimi (8): Sempre um dos mais irrequietos, destacando-se até dos demais no período inicial com o marcador em branco, por pena não muito esclarecido na altura de definir os lances. Não desistiu e acabou "brindado" com maior inspiração e o corolário do seu tão ansiado golo, que também lhe vale ponto extra. Na segunda metade continuou a massacrar a defesa adversária e participou activamente em vários golos. Por tudo isto, é desta vez eleito como o Melhor em Campo.

Soares (8): "Só" apareceu a facturar ao quarto golo, mas ainda a tempo de bisar. Antes, andou a batalhar pela sorte, como é seu hábito. A finalização no seu segundo teve muita pinta.

André Silva (8): Desta vez, conseguiu responder à letra ao seu companheiro de ataque, com dois de sua autoria, mas convém fazer notar que andou muito tempo caído sobre a direita do ataque, mais longe das zonas de finalização do que Soares. Mais dois golos para a conta pessoal e o resto são cantigas.

> 66' Diogo Jota (7): Teve o "privilégio" de ser o primeiro juntar-se à festarola, para descanso de Danilo. Notou-se alguma ansiedade para também deixar o seu nome na lista de "foliões", mas (talvez por isso) o melhor que conseguiu foi uma magnífica assistência para o segundo de Soares e uma involuntária para o último do jogo.

> 72' Otávio (6): Mais alguns minutos para o ajudar a recuperar a sua boa forma, a que o jogador correspondeu com muita vontade e empenho. Quanto melhor ele estiver, mais forte será o naipe de soluções ofensivas da equipa.

> 75' JC Teixeira (6): A última escolha do jogo e mais alguns minutos a demonstrar inegável qualidade técnica sobre a bola. Não será fácil ter muitas oportunidades, mas o importante é que continue a responder bem sempre que chamado.

NES (8): Optou por não complicar o jogo ao apresentar um onze equilibrado, que desde o início procurou o golo com afinco. É verdade que até que entrasse o primeiro, se voltou a notar aquela falta de ideias que caracteriza tantas vezes a sua equipa, mas começo a convencer-me de que além de defeito, é feitio tolerável, desde que os resultados apareçam. Bem nas substituições, dando minutos razoáveis aos três suplentes e poupando titulares. 


...And always will be...

 
Outros Intervenientes:


Não sobra grande coisa para dizer de uma equipa que leva sete sem resposta, mas pelo menos devo destacar Adriano Facchini: não fosse por ele, teriam sido dez ou mais... Ah, e a estupidez natural de Tobias Figueiredo, que se fez expulsar sem ponta de profissionalismo, bem aos estilos dos bardamerdas que o formaram.


Que bom fazer uma análise e não ter que falar do árbitro, especialmente tendo em conta a figura em questão. Já imaginava que Bruno Paixão ia ser um meigo cordeirinho no Dragão, porque até ele calculará que a paciência tem limites. Mas que não errasse grosseiramente, como é seu apanágio, é que já não esperava. Parece que falhou (o assistente) no sexto golo, por offside, mas o resultado é tão concludente que nem me dei ao trabalho de verificar, dou de borla esse erro em nosso favor. Se vencermos o campeonato por um golo, eu revisito o lance.


(My) brothers in arms

O tempo e a disponibilidade mental para escrever têm sido realmente escassos, pelo que deixei passar vários assuntos relevantes, desde o nosso R&C à perigosíssima confissão de Vieira sobre favorecimentos ao Benfica em dois jogos. Dois temas que espero conseguir abordar esta semana, antes da importantíssima deslocação a Arouca, a última saída antes da Luz.

Hang in there, folks.



Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor


P.S. - O que disse Marega? Bardamerdas!




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