#Colinho Strikes Back

quarta-feira, 1 de março de 2017

#Colinho Strikes Back


Estou longe da Invicta e foi com esse limitativo estatuto que vi o derby portuense, sem grandes condições "técnicas" para assistir ao jogo. Pior do que isso, sem poder sentir aquela atmosfera especial das deslocações ao Bessa, em que os da casa se disfarçam de grandes por um dia e fazem das tripas xadrez para nos conseguirem derrotar.


Together we stand, divided we fall
Nesse sentido, foi muito bom o jogo. Intenso, disputado, resultado em aberto até ao final. A vitória, a nossa vitória, é o único desfecho que fazia sentido - e felizmente assim foi.

Boa entrada em jogo perante um Boavista expectante, golo madrugador e tudo a correr de feição para o nosso lado. A resposta dos axadrezados foi imediata mas sem consequências, pelo que só ficava a faltar o nosso segundo golo para endossar os três pontos para o destinatário correcto. Deu-se que o segundo nunca chegou, muito por inépcia nossa, apesar da insistência.

E não se tendo dado, deram os do Bessa: porrada, a torto e a direito, sem olhar a despesas. No final, fomos nós a única equipa que terminou com menos de onze. Não bate certo, pois não? Ai bate, bate, disseram os boavisteiros.

Bateram forte, fortemente, como quem ama o carmim. Será legal? Será coerente? Legal não é certamente, e o Corona não chegou ao fim. Fui ver, era o #colinho.

Quase tenho pena de reduzir a equipa de Miguel Leal a isto, porque na verdade deram boa réplica em muitos momentos e criaram algumas boas situações para marcar, mas é impossível não relevar a passividade com que a arbitragem brindou o jogo violento dos boavisteiros, por oposição ao excesso de zelo com que puniu os nossos.

Apesar do incontestável domínio, não foi um jogo brilhante da nossa parte. Mas foi muito, muito cheio de alma, vivido com toda a paixão que os milhares de portistas passaram das bancadas para o relvado, o que me dá alguma esperança em relação ao que falta disputar nesta temporada, Juventus à parte, sinto uma confiança miudinha, que se entranha por todos os poros do meu ser e me sussurra em surdina "vamos ser campeões".

Racionalmente, não sei se teremos capacidade para sobreviver a tanto #colinho despudorado, para lá das nossas próprias debilidades.

O jogo Benfica-Chaves foi mais um para morar eternamente na sarjeta do futebol português, tal a clareza dos erros grosseiros que favoreceram os de sempre. Menos expectável, mas definitivamente registado para a posteridade, foi a reacção benigna do treinador flaviense, um tal de coiso, que futuramente contará com a minha especial atenção no que toca à análise das arbitragens.

Tudo somado, foi uma jornada magnífica da nossa parte. Sobrevivê-la, tê-la percorrido e continuar à mesma distância pontual do Benfica é um feito que deve ser reconhecido e acarinhado pelas gentes portistas.

Não jogam um futebol especialmente interessante ou sequer inteligível, mas ninguém pode duvidar que este Porto é um digno herdeiro do espírito do Dragão que definiu tantas gloriosas equipas do passado. Haja o que houver, faça NES os disparates que fizer, com eles até ao fim. Porque já me conquistaram.


Humm.... a quem vou partir a perna a seguir?

Notas DPcA 

Dia de jogo: 26/02/2017, 20h15, Estádio do Bessa Séc. XXI, Boavista FC - FC Porto (0-1)


Casillas (6): Uma defesa excepcional valeu por todos os outros minutos de tranquilidade. É isto um portero de equipa grande.

Maxi (6): Apenas vi um dos supostos penaltis que sofreu (o que lhe valeu amarelo), e nesse foi claramente tocado, mesmo se se deixou cair - até podia não ser marcado, mas o amarelo é exagero nada ocasional. Lutou com a raça de quem vive para estes jogos e cumpriu bem até à expulsão, que deveria ter evitado.

Telles (6): Procurou a todo o custo redimir-se do jogo europeu, mas já se sabe que a pressa é inimiga da perfeição e portanto fez apenas um jogo razoável.

Marcano (7): Outra boa exibição no comando da defesa e (desta vez) da equipa, seguro e eficaz, muito bem.

Boly (6): Globalmente bem, ao nível do que o jogo exigia, mesmo se com um par de abordagens infelizes, que nos podiam ter causado dano.

Danilo (7): É o rosto desta equipa, lutador e talentoso, um senhor dentro de campo que dá muito gosto ver jogar. Até aos adversários, suspeito.

Óliver (7): Muito bom regresso à titularidade, procurando dar uso às suas melhores características, de que é exemplo maior a pré-assistência que fez para Corona no golo de Soares. Quase marcava e dava a marcar noutros lances, mas destacou-se também pela inexcedível entrega, como é habitual.

< 85' André André (7): Possivelmente, o seu melhor jogo desta temporada... e meia. Muito dentro do jogo, batalhador e com a intensidade necessária para este tipo de embate. Mas não se limitou a combater pela recuperação da bola, também pegou nela e fê-la girar com qualidade. Muito bem.

< 71' Brahimi (7):Mais um que fez das suas melhores exibições, mesmo se sem golos ou assistências. Oportunidades não lhe faltaram, mas não baixou a cabeça e continuou à procura de felicidade, com a faca nos dentes. Este é o bom Yacine.

< 46' Melhor em Campo Corona (7): Foi decisivo em duas assistências, uma delas devidamente aproveitada, e para lá delas fartou-se de pôr a cabeça em água aos caceteiros do Bessa. De tal forma que acabou precocemente no balneário, após entrada violentíssima de um fdp qualquer. Simbolicamente e pela falta de uma outra escolha clara, fica como MeC deste jogo.

Soares (7): Um golo fácil e de canela, outro desperdiçado por arriscar a finalização de classe. Antes e depois, muita luta, muitos cabelos brancos aos defesas boavisteiros e uma inovadora tarefa de fechar o flanco esquerdo, deixando Brahimi a descansar no meio do ataque.

> 46' Diogo Jota (6): Teve a ingrata missão de substituir Corona, que tinha feito uma boa primeira parte e com influência decisiva no resultado. Já se sabe que as suas características são bem diferentes das do mexicano, pelo que a sua acção mais preciosa foi a de saber encarnar aquele espírito guerreiro e ir à luta sem reservas.

> 71' Otávio (6): Um furo mais acima rumo à recuperação da sua forma de início de época, entrou com o fato de macaco vestido e ajudou a equipa manter a vantagem até final.

> 85' Layún (-): Entrou a preceito, mas sem tempo de jogo suficiente para ser avaliado.

NES (7): Desta vez não vou analisar em detalhe as opções técnicas e tácticas, porque o essencial foi ter preparado mentalmente a equipa para sobreviver a este jogo. E a expulsão, pelos motivos que foram, também não lhe ficou mal nesse propósito. Arriba NES!





Outros Intervenientes:


Já referi o apreço pela preparação do jogo por parte de Miguel Leal, que permitiu ao Boavista lutar pelos pontos. O que não tem explicação é a violência, e por isso não posso dar asas à minha simpatia por este clube portuense. No meio de tanto bárbaro, destaco com naturalidade o ovni deste plantel, Iuri Medeiros.

Tendo assistido ao jogo sem a tranquilidade necessária para uma observação atenta e completa, não vou analisar exaustivamente todos os erros de Fábio Veríssimo, por quem tinha alguma consideração até este jogo. Mesmo nestas condições, ficou fácil de perceber que foram muitas as más decisões, grande parte em nosso prejuízo. O lance que destruiu Corona dá arrepios em camara lenta, inacreditável como não foi vermelho directo.


O que importa retirar das arbitragens desta jornada é que a pressão suja do Benfica fez com que o #colinho regressasse em todo o seu esplendor, repondo toda a teia de influências e adulteração das competições em favor deste pequenino slb. Desengane-se quem pensava que tínhamos conseguido reverter o estado da coisa, conseguindo assim arbitragens isentas, sem favoritos nem proscritos.

O Porto tem de voltar à carga de imediato e com toda a força, não se pense que as bicadas do Dragões Diário servem mudar para alguma coisa. Não, é preciso interpelar os órgãos competentes, uma vez mais, e continuar a expor toda e qualquer situação ilegítima, dentro e fora dos relvados. É a única maneira de garantir que a equipa de Nuno tem alguma hipótese de lutar pelo título.

Este gente é sabuja e só descendo ao seu nível e lutando na sua lama os conseguiremos parar. Hopefully.



Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor


Nota 1: Parece que hoje contra o Estoril houve mais do mesmo, é uma espécie de úlcera no seu auge.

Nota 2: não se irá realizar o Onde Está a Bola? para o jogo contra o Nacional.




7 comentários:

  1. Já se sabia que o Boavista era uma espécie de filial do Malfica aqui no Burgo. E já se sabia que eles iriam jogar Boavistobol: uma mistura de karaté e boxe com uns arremedos de futebol.
    NES não podia ter feito mais. Fez aquilo que lhe competia, que era preparar a equipa mentalmente para esta batalha campal.
    Os jogadores cumpriram a sua missão. Todos eles.
    O que é triste é termos que andar a jogar sempre contra 14. Sim, porque eu não acredito que tenhamos sido beneficiados frente ao Tondela.
    Vamos fazer como os vermelhinhos fazem: vamos passar a vida a ter reuniões com o conselho de arbitragem. Vamos continuar a dar rédea solta ao Bernardino Barros para ele denunciar estes escândalos da arbitragem. Vamos ter que jogar baixo. Mas paciência. É complicado sermos e amarmos um clube que é atacado, detestado, odiado por quase todo o lado. :-)

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    1. Eu cá não acho complicado, até me faz sentir mais o clube :-)

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  2. Caro Lápis,

    Confesso que estranhei a falta da sua crónica ao jogo entre o FC Porto e os caceteiros de xadrez, mas logo subentendi que tal se deveria a uma possível ausência da Invicta, espero que por motivos agradáveis. Ainda veio a tempo, para deleite de quem, como eu, não prescinde da sua leitura.

    Foi uma vitória tão importante quanto justíssima, com momentos de bom futebol por parte do FC Porto, mormente na primeira parte, quando pudemos e devíamos ter resolvido o jogo face às oportunidades criadas. A complacência do sr. Veríssimo perante a excessiva agressividade dos boavisteiros, com claro prejuízo para o FC Porto, levou a que a segunda parte se assemelhasse mais a uma guerra que a outra coisa, valendo então a alma dos nossos jogadores, como bem refere, para garantirmos esta preciosa e saborosa vitória.

    Nunca esteve em causa o meu orgulho em ser Portista como sabe, mas a raça, a união e a capacidade de luta dos nossos jogadores, paradigma de outras grandes Equipas do nosso Clube, animam-me a crença, agora sim, que lá para Maio tenhamos um final feliz para as nossas cores. Mas não podemos distrair-nos, que a corja vermelha e suas ramificações, atormentados que andam já com o bafo do Dragão, usarão todos os expedientes para que o FC Porto não contrarie o tal "desígnio nacional".

    Um grande abraço e...

    FC PORTO SEMPRE

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    1. Fernando, é sempre um prazer ter notícias suas. O resto que me dedica, é apenas bondade sua.

      Arouca é o jogo do título que segue...

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  3. Os velhos do Restelo, juntamente com meia dúzia de golpistas, em Maio, vão parecer grávidas, por terem engolido elefantes.

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  4. Fico muito satisfeito com a visível união e entrega dos jogadores. Além disso o plantel está mais equilibrado e temos hoje várias opções de jogo, inclusive lá na frente com a acertada contratação de Soares. Por tudo isso, otimismo. No entanto... campeonato desequilibrado e difícil perder pontos, a arbitragem quase sempre beneficiando os mesmos (e estes mesmos não somos nós)... um calendário que não é de todo favorável!
    Difícil, mas possível e dependendo só de nós!!

    Dá uns pontinhos a mais para o Casillas... tem sido exemplar, como promotor do clube, da cidade e mantendo a nossa baliza como uma das menos batidas...

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    1. Olha que quase que o Feirense te desmentia, quanto ao desequilíbrio. Será o Belém? O Paços? Já veremos, mas essencial é continuar a vencer os nossos jogos, por muitos ou por poucos.

      O Iker é GR de equipa grande, logo acaba por ser penalizado na maior parte dos jogos pela falta de trabalho. Não é má vontade minha, é coerência :-)

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