Strawberry Fields Forever (Algarve Cup)

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Strawberry Fields Forever (Algarve Cup)


Ao segundo e último jogo da Algarve Cup, chegou a primeira vitória (à porta aberta). Por sorte, contra a equipa teoricamente mais forte, os azuis de Liverpool, agora treinados pelo lampião de nariz empinado que dá pelo nome de Marco Silva. Calhou mesmo bem, digo eu.




Quem só assistiu a primeira meia hora do jogo jamais imaginaria que o desfecho final seria este. O Everton entrou muito mais forte (mesmo sem o ser) e abafou por completo as ténues tentativas do Porto construir o seu jogo - ou melhor, de ter espaço para lançar os seus ataques rápidos.

Quase sempre retidos no seu meio-campo, o Porto limitava-se a correr atrás da bola e dos adversários, aguentando estoicamente sem quebrar (até porque o poste intercedeu por nós naquele lance de Tosun). Nas reposições ou recuperações, foi raro ver a equipa conseguir levar a bola até perto da grande área dos ingleses. Sobrevivemos.

Ali entre os 25 e os 30 minutos, tudo começou a mudar. Algumas ameaças e o peso da pré-época terão tirado algum gás ao Everton e os nossos começaram - finalmente! - a explanar algum do seu futebol. E assim fomos, em crescendo, até ao intervalo.

No recomeço, os de Liverpool tentaram reganhar o ascendente na partida, mas o facto é que já não o conseguiram fazer. O Porto não voltou a deixar-se encostar ás cordas e acabou mesmo por rapidamente desferir o golpe que acabaria por ser decisivo: bom passe de Otávio para a desmarcação de Marega que, isolado, teve tempo para fazer um ligeiro compasso de espera e depois bater sem piedade Stekelenburg.

A partir daí, soubemos manter o adversário em sentido, por forma a evitar uma avalanche ofensiva na busca do empate. Tivemos, tal como eles, mais um par de oportunidades para marcar, mas nada de escandaloso. Por volta do minuto 70, começaram as substituições e a fluidez do jogo diminuiu, como seria expectável. Vencemos e vencemos bem, em mais um jogo de preparação para a nova época.


Notas de destaque:

 - João Pedro. Não brilhou nem nada que se pareça (embora se tivesse marcado poderia ter ficado lá perto), mas mostrou muito mais que nos dois jogos anteriores. E mostrou muita vontade de ter uma fighting chance, algo que nos é sempre muito querido neste clube. Mantenho a ideia que está longe de estar preparado para ser uma primeira opção, mas talvez tenha a capacidade para evoluir o suficiente e em tempo útil para lá chegar. Talvez. 

 - Diogo Leite, uma vez mais. Ou melhor, desta vez de corpo inteiro. Considerando o seu verdor, foi muito interessante e promissora a sua exibição perante adversários de valor. Qualquer rumor em relação à sua saída não poderá passar disso mesmo, porque de crimes lesa-Clube já estamos fartos (alguns de nós, pelo menos).

 - Telles, Alex Telles. O homem está de volta e com uma missão: voltar a ser um dos mais decisivos da equipa. Impressionou-me a sua garra e disponibilidade física, considerando as amostras recentes. Voltará a ser fundamental nesta equipa. Qualquer rumor em relação à sua saída não poderá passar disso mesmo, porque de crimes lesa-Clube já estamos fartos (alguns de nós, pelo menos).

 - Maxi, que só precisou de quinze minutos para dizer que está pronto para começar. E começará, aposto. Mais para meio da época é que não sei como será, mas um passo de cada vez.

 - Os suspeitos do costume estão a regressar aos poucos. Brahimi, Marega e Abou a aquecer os motores...

 - O meio-campo dos 3Os - Oliveira, Otávio e Óliver - já funcionou melhor e com isso, fez funcionar melhor a equipa. Nenhum se excedeu, mas todos tiveram bons momentos na partida. Queria apenas ressalvar uma nota em relação a Óliver: tem de jogar mais perto da área adversária para colocar o seu bom futebol ao serviço da equipa: foi assim aquando da sua primeira passagem e assim terá de ser; caso contrário, será apenas um recuperador de bolas mediano. 




Uma vitória é sempre boa, seja qual for a circunstância. Quando as águas estão agitadas, ainda melhor "cai". Poderá ter servido para todas as partes baixarem um pouco o tom e levantarem a cabeça à procura de soluções para os muitos problemas ainda por resolver.

Sim, porque estruturalmente nada mudou. Talvez por isso vi Sérgio Conceição mais agitado e irritado do que nos jogos mais decisivos da época passada. Ninguém está tranquilo com a indefinição que se vive. 

É preciso que o treinador, que já foi perfeitamente cristalino quanto àquilo que precisa, assuma agora um auto-controle e uma serenidade que se reflicta no plantel. Bem sei que está profundamente descontente e até desconfiado do que poderá ser o seu futuro próximo, mas a bem de todos e principalmente do Clube, deve prosseguir o caminho e confiar que receberá o que pediu.

Quanto à direcção liderada pelo presidente Pinto da Costa, só tem um caminho benigno a seguir: ser mais competente e focar-se exclusivamente nos superiores interesses do FC Porto. Continuar a ser menos do que isso, simplesmente não é aceitável.


Living is easy with eyes closed
Misunderstanding all you see
It's getting hard to be someone
But it all works out
It doesn't matter much to me

(Strawberry Fields Forever)



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




1 comentário:

  1. Quem são os jogadores que o treinador precisa e que o satisfaçam?

    ResponderEliminar

Diga tudo o que lhe apetecer, mas com elevação e respeito pelas opiniões de todos.