125 Azul

terça-feira, 2 de outubro de 2018

125 Azul


Tivesse escrito este texto nas primeiras horas após o encontro com o CD Tondela e quase todo ele seria sobre Sérgio Conceição, porque ou estou a ler mal a situação ou a sua teimosia está a empurrá-lo para um caminho demasiado perigoso e possivelmente sem retorno. Mais precisamente, para um caminho com pseudo-retorno.




A falta de tempo assegurou-se que não o faria até hoje. E ainda bem.

A esta distância, já me consigo focar no essencial: no centésimo vigésimo quinto aniversário do Clube e no jogo que a equipa do Porto fez dentro de campo. Ao intervalo, comentei que tinha assistido aos melhores 45 minutos da época e prontamente fui questionado pelo jogo contra o Chaves e a goleada. Sim, não fomos eficazes nestes 45 minutos, mas pelo menos jogamos futebol com nexo e alguma qualidade. Arrisco mesmo dizer que mais do que contra o Chaves. 

Frente ao Tondela, equipa bem orientada, fomos uma equipa que quis impor a sua superioridade teórica na relva, pressionando alto e bem e fechando espaços a cada portador da bola adversário, conseguindo assim recuperá-la depressa. Com bola, mesmo mantendo as habituais dificuldades de penetração, soubemos "rodá-la" com a paciência suficiente para encontrar uma brecha na muralha e depois explorá-la.

Chegamos ao intervalo sem golos mas com boas oportunidades para os ter conseguido. E, contra o que vem sendo norma, algumas não entraram por mero acaso - azar para os mais crentes - e não por "falta de jeito". Estava, portanto, confiante que a vitória acabaria por aparecer.

A segunda parte foi menos exuberante no futebol jogado mas nem por isso menos intensa na emoção. O justíssimo golo só chegou já perto do final, com a ajuda do melhor adversário, mas chegou. E pelos pés do regressado Tiquinho, que se refez antes do esperado mas não a tempo de estar inscrito na Champions. Uma lástima, sabendo-se agora o que aconteceu a Aboubakar - aquele abraço mon ami. Conforme o treinador explicou, foi a opção que considerou mais acertada com os dados de que dispunha no momento de decidir. Há que aceitar.

No dia em que comemorava(mos) 125 anos (não me cansem com as datas de fundação, get over it!), o Futebol Clube do Porto venceu. Dizem que desde 1893 que o andámos a fazer... não será exactamente assim, mas pelo menos nos últimos 40 anos tem sido um fartote. Que assim se mantenha nos próximos 125... ou 40, vá. Parabéns meu Clube!





Notas DPcA 


Dia de jogo: 28/09/2018, 20h30, Estádio do Dragão, FC Porto - CD Tondela (1-0)



Iker (6): Espectador atento e motivador de ocasião. Numa palavra, líder.

< 80' Maxi (6): Menos intenso e "expressivo" do que é seu hábito, mas cumpriu.

Alex Telles (6): Ainda sem recuperar a sua chama ofensiva, esteve melhor no plano defensivo.

Éder Militão (7): Líder... da defesa. Mesmo sendo mais novo da quadra. É aproveitar enquanto cá dura...

Felipe (6): Começou bem, marcando cerrado, mas deixou-se envolver nas provocações dos adversários (aquele 15 merecia mesmo que lhe partissem os dentes, eu sei) e por pouco não ficou fora da Luz. Tem de se controlar mais e melhor.

< 59' Sérgio Oliveira (6): Foi a "surpresa" no onze, substituindo Danilo que nem convocado foi. Regressou "benzinho" e teve de lidar com um certo mexicano desastrado, tendo mesmo oportunidade de marcar. Está mais perto do nível exigido para continuar na equipa.

Herrera (5): Ai, ai, tanta coisa mal feita, Héctor Lindo... está mesmo a precisar de ir à Luz para atinar...

Otávio (6): Andou muito tempo pela irrelevância, quebrada a espaços com uma e outra arrancada com bola. Quando a "coisa" apertou e a equipa sofreu alterações, apareceu e ajudou mais no esforço de guerra.

Brahimi (6): Desta vez, além de tentar criar e atrair adversários, conseguiu mesmo ser decisivo, porque foi dele o remate que Tiquinho recargou para golo. Espera-se melhor a qualquer momento...

< 64' Aboubakar (6): Primeira parte bem envolvido com os companheiros, tendo até a mais flagrante oportunidade, à qual chegou... torto. Na segunda foi desaparecendo até que o azar terrível lhe bateu à porta. Volta depressa.




Marega (5): Está mais perto do "cepo" que foi dispensado do que do craque que desbravou o caminho para o título 17/18. Se sonha com voos mais altos, vai ter mesmo de fazer reset naquele cabecinha e reencontrar a mesma motivação que o trouxe até aqui. Caso contrário, cepo continuará.

> 59' Corona (5): Entrou apagado e parecia apenas mais uma substituição falhada quando, de repente, "acordou para o jogo" e ainda fez uns últimos 15 minutos positivos de envolvimento ofensivo.

> 64' Melhor em Campo Soares (7): Marcou o golo da vitória quando o cronómetro já fazia as malas e sorria de malvadez. Enough for me.

> 80' Hernáni (6): É o jogador fetiche do mister - uma espécie de antítese de Óliver - e como tal continua a ter todas as hipóteses do mundo, até a lateral. Sim, eu sei que alternativas escasseiam no plano ofensivo, mas desta vez até as tinha no banco. Seja como for, entrou para o último assalto e foi já no seu consulado que a equipa marcou. Coincidência? Temo bem que sim.

Sérgio Conceição (5): A nota ao treinador constrói-se, em grande medida, pelas suas opções e pelo impacto que elas têm no que a equipa faz dentro de campo. Nesse capítulo, o mister esteve mais feliz neste jogo do que em quase todos os anteriores. A opção de deixar Danilo de fora correu bem, a equipa mostrou o melhor futebol da temporada na primeira parte e as substituições correram bem no sentido em que ganhou o jogo já com as três feitas e foi mesmo a segunda quem desferiu o golpe decisivo. E realço também a boa decisão de trocar o defesa Maxi pelo extremo Hernáni.
No entanto, a nota do treinador também reflecte - em menor medida - o que diz antes e depois do jogo. E aí, voltou a estar horrivelmente mal, insistindo na ridícula demanda dos "pseudo". Seria bom que se lembrasse de quem o meteu nesta alhada e que mantivesse as armas a ele(s) apontadas. Ou, melhor ainda, deixasse de ser menino amuado e soubesse conviver com as contrariedades, venham elas de onde vierem. 

Ninguém quer criar problemas onde não existem, mas só um tem a obrigação de os evitar. Get a grip Sérgio. E parabéns a nós e a quem teve a ideia de ir buscar os miúdos para os cantar junto aos ídolos.




Outros Intervenientes:



Soube a pouco a nível ofensivo este Tondela de Pepa, mas parece-me que a culpa foi muito do Porto, que obrigou a que se concentrassem quase em exclusivo na defesa da sua baliza - por convicção e por falta de possibilidade de fazer mais que isso. Cláudio Ramos ficou negativamente ligado à derrota da sua equipa por ter falhado no lance do golo, mas... por quantos mais teria o Tondela perdido não fosse pelas suas defesas? 

E o "15", aquele imbecil do 15 de que nem quero escrever o nome, era mesmo quem lhe enfiasse uma murraça no nariz, provocador de m. Até parecia que alguém lhe tinha oferecido uma mala para arrancar algumas expulsões.

Quanto a Luís "continuas a correr de costas... porque gostas" Godinho, nada de muito relevante, embora os anti-corpos recíprocos tendam a exacerbar qualquer pequena insignificância. Segundo o tribunal d'O Jogo, parece ter ficado um segundo amarelo por mostrar a um tondelense já perto do final, mas confesso que não tenho memória do lance.




E assim nos colocámos como queríamos antes de visita à Luz: à frente deles. Que esta "conquista" sirva apenas para nos motivar a dar tudo para sair de lá com 4 pontos de avanço e NUNCA para nos fazer adormecer à sombra do "empate basta". Não só porque é estúpido em si mesmo, mas também porque tende a induzir o pior resultado de todos.

Nota final para o Braga, que venceu categoricamente no Jamor (para variar) e subiu ao primeiro lugar isolado com todo o mérito. Não sou fã do trolha nem do "livro foleiro de auto-ajuda", mas reconheço o bom trabalho que têm feito e a oportunidade histórica de lutarem pelo título.

Isto para nos relembrar que lampiões há em todo o lado, com nomes e cheiros diferentes, mas sempre lampiões. E que teremos, uma vez mais, de os derrotar a todos para voltar a festejar nos Aliados em Maio de 2019. Vamos a isso?



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




2 comentários:

  1. concordo em especial com as referencias a SC e a referencia ao protegido hernani.

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  2. Este ano não há o efeito surpresa e vai ser mais difícil. Não entendo como gastam milhões em jogadores que nem um jogo fizeram e não os investiram num avançado que fizesse a diferença. A não inscrição do Soares na LC demonstra um amadorismo que pensava já não existir no clube.

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