A chegada ao estádio foi anormalmente rápida e simples, ainda mais considerando que se tratava de um Clássico de casa cheia numa noite de intempérie, o que até poderia ter encarado como um bom presságio para o jogo. Lamentavelmente, não sou de bons presságios, prefiro sempre desconfiar da "esmola".
Azul e Branco é o coraçãããooo |
E fiz bem, pois claro.
Este quarto duelo da temporada contra o Sporting foi mesmo o mais complicado de todos, não por acaso também o pior jogado da nossa parte e provavelmente o melhor da parte deles. O resultado final, esse delicioso pormenor, foi exactamente o que tinha de ser: uma vitória a nosso favor.
Em termos daquilo que realmente conta, poderia terminar por aqui. Vencemos, com dificuldade, é certo, mas vencemos. São agora oito os pontos de avanço sobre os viscondes, o que praticamente os deixa fora da luta pelo título de campeão. Perfeito.
A questão é que houve um jogo até se chegar ao resultado final. E esse jogo foi tudo menos brilhante da nossa parte. Para mim, um dos piores que fizemos esta temporada, sobretudo a nível táctico e estratégico.
A vontade de vencer esteve sempre presente, creio que nas duas equipas. Será justo dizer que, apesar das baixas de vulto, ambos os conjuntos se apresentaram "descomplexados" e cientes da importância do jogo.
Jogando em casa e sobre uma boa vantagem pontual, esperava mais da entrada em cena do Porto. Uma entrada forte assente num killer instinct aguçado pela míngua de títulos, que desde cedo causasse danos psicológicos ao adversário. Na realidade, quase o oposto. Tentamos sim chegar à baliza, mas com calma, ponderação e poucos homens de cada vez.
Chegou para criar e desperdiçar um par de boas ocasiões antes do golo inaugural de Marcano, mas confesso que esperava mais. E depois do golo, maior foi a decepção. Admito que a equipa estivesse demasiado consciente das suas actuais limitações, preferindo assim resguardar a vantagem em vez de dar tudo para ampliar. Como "castigo", o empate chegou sobre o cair do pano da primeira metade, num lance muito mal defendido pela nossa parte.
O regresso das cabines foi interessante, coincidindo com o melhor período da equipa no jogo. O golo madrugador de Brahimi deveria, mais uma vez, ter sido o catalisador para uma exibição mais pressionante e intensa, que nos conduzisse rapidamente a um inalcançável 3-1. Mas não, vários "contra-pesos" foram nos puxando para trás. O da responsabilidade do jogo, o do desgaste físico (e mental) e as opções a partir do banco.
Desde o 2-1 até final padeci de um sofrimento atroz, por sentir que estávamos a "fazer tudo" para não ganhar o jogo. Nem atitude competitiva, nem "pernas", nem (sobretudo nem) esclarecimento táctico a partir do banco.
Diga o vencedor da noite Sérgio Conceição o que disser, a entrada de Reyes, por muito bem intencionada que tenha sido, destruiu por completo qualquer noção de organização e capacidade construtiva que ainda nos restasse. E assim sendo, passou a ser "bola para a quinta" e defender de dentes cerrados. O que nos faltou a nível físico e táctico, sobrou-nos em amor fraternal: adeptos, jogadores e dirigentes, todos, sem dúvida, connected by love a este Clube inigualável.
Nisso os nossos foram bravos, deram tudo o que tinham: já não tinham era assim tanto para dar e tal notou-se na incapacidade de acompanhar "em cima" os bons desdobramentos ofensivos do Sporting. Em especial com a ausência forçada de Marega para os últimos quinze minutos, o Porto perdeu por completo o Norte e entregou-se nas mãos do seu querer e da Dona Fortuna. Que nos sorriu, para variar. Primeiro, via San Iker, depois pela inépcia do menino Leão, isolado à boca da baliza.
Correu-nos tudo bem, como era preciso. E merecido, se não pelo jogo, por toda a época que temos feito e por tudo o que nos têm feito, dentro e fora de campo.
Notas DPcA
Dia de jogo: 02/03/2018, 20h30, Estádio do Dragão, FC Porto - Sporting CP (2-1)
Iker (7): Lá voltarei a repetir-me ao dizer que é isto um GR de equipa grande: poucas vezes chamado à acção, mas quando o é, responde com categoria e ajuda a fazer o resultado. Enorme intervenção aos pés de Montero, entre outras menos vistosas mas igualmente eficazes.
Maxi (6): Apanhou sempre muita gente pelo seu lado, o que lhe deu água pela barba, até porque os apoios nem sempre foram os exigidos. Resistiu a tudo, valendo-se de toda a sua experiência, mas foi pelo seu flanco que o Sporting esteve mais perto de conseguir o empate.
Dalot (6): A primeira titularidade num Clássico chegou cedo mas sem favor nenhum. Conseguiu disfarçar o normal nervosismo e deu a ideia de já andar "nisto" há muito. Procurou jogar fácil e bem e quase sempre o conseguiu, tendo inclusive ensaiado dois ou três passes de morte para o coração da área. Ah, e jogou no lado contrário ao seu, convém sempre lembrar.
Marcano (7): Bom trabalho defensivo durante toda a partida, coroado com o primeiro golo da equipa. Difícil pedir mais.
Felipe (6): Deixou-se ultrapassar por Leão no lance do empate, "nódoa" importante que lhe mancha uma exibição no demais quase sempre segura e autoritária.
Sérgio Oliveira (5): O seu jogo grande menos conseguido, a par do de Leipzig, com a fundamental diferença de a equipa ter vencido este jogo e perdido o outro. Também se viu "grego" para equilibrar forças com o adversário no miolo, notando-se a sua pouca disponibilidade física de forma mais notória do que tem sido normal, especialmente na segunda parte.
Herrera (6): 80% da nota positiva deve-se ao seu imenso esforço para estar em todo o lado e acudir a tudo, sobrando 20% para a boa assistência para o primeiro golo. Tudo o resto, foi a frustração habitual: cortava a bola mas depois endossava mal; ganhava de cabeça mas aliviava para fora em vez de amortecer para um companheiro; bem mas depois mal; bem mas depois mal... foi este o filme, sempre a "denegrir" cada boa acção com uma má logo de seguida. Que dizer senão "enfim"...
< 67' Otávio (5): Pouca coisa lhe saiu bem com a bola, mas o pior da sua exibição foi mesmo sem ela. Nunca entendeu as movimentações do adversário pelo seu flanco e comprometeu por isso o equilíbrio defensivo da equipa. Não falhou sozinho nesse capítulo, mas foi um dos principais responsáveis. Julguei até que já nem voltasse do intervalo.
Foto de Catarina Morais / Kapta + |
Brahimi (7): Se na primeira parte quase tudo lhe saiu mal, até ao ponto de perder a bola (em falta) para o golo do empate, na segunda conseguiu subir uns "furinhos" sem nunca deslumbrar. A excepção foi o momento do seu golo, onde teve o sangue frio necessário para tirar o melhor partido da sua habilidade e meter a bola na gaveta de Patrício. Decisivo, pois, mesmo se longe de brilhar.
< 81' Marega (6): Definitivamente, não se dá bem com o Sporting. Voltou a ter oportunidades flagrantes para marcar mas voltou também a "bloquear" na hora de a meter lá dentro. É pena, por tudo e por que merecia, pelo jogo positivo que fez. Na última delas, para cúmulo, lesionou-se. Mais um para animar o dia-a-dia do departamento médico...
< 72' Gonçalo Paciência (6): Boa estreia a titular, logo em dia de Clássico, apesar das naturais dificuldades sentidas. Começou a tentar simplificar, o que se aplaude, e foi aumentando o grau de dificuldade das sua acções à medida que a confiança ia aumentando. Quase fazia um golo "do Olival", após bom passe de Dalot. Não o tendo conseguido, foi ele a assistir mais adiante, para o golo decisivo de Brahimi. Concordo com o treinador quando lhe pediu mais, mas para "começo de conversa", não está nada mal.
> 67' Corona (5): Entrou em condições teoricamente favoráveis para poder brilhar, mas nunca conseguiu ser o desequilibrador de que a equipa precisava, desperdiçando inclusive duas boas ocasiões para matar o jogo.
> 72' Aboubakar (5): Sem grande ritmo após a paragem por lesões, entrou com vontade de fazer a diferença mas acabou por ficar pelas intenções. Mais perto do fim, acabou por ser mais um a ajudar a defender a preciosa vantagem.
> 82' Reyes (5): Uma opção de que discordei e cuja exibição me deu razão. Perdido desde o segundo em que entrou, terá eventualmente sido útil nas bolas bombeadas para a área. Eventualmente. Felizmente, o resultado não me deu a mesma razão!
> 72' Aboubakar (5): Sem grande ritmo após a paragem por lesões, entrou com vontade de fazer a diferença mas acabou por ficar pelas intenções. Mais perto do fim, acabou por ser mais um a ajudar a defender a preciosa vantagem.
> 82' Reyes (5): Uma opção de que discordei e cuja exibição me deu razão. Perdido desde o segundo em que entrou, terá eventualmente sido útil nas bolas bombeadas para a área. Eventualmente. Felizmente, o resultado não me deu a mesma razão!
Sérgio Conceição (6): Mais sorte que juízo parece ser o melhor resumo do que lhe aconteceu neste jogo. Aposta forte ao colocar Gonçalo no onze, que depois não se traduziu em termos da atitude competitiva da equipa, sempre mais cautelosa do que audaz. Depois de uma primeira metade cinzenta (com alguns salpicos de azul, é verdade), optou por manter a confiança nos mesmos, o que até se provou correcto pelo segundo golo que chegou logo a seguir, mas a verdade é que nunca encontrou antídoto para o jogo "lateral" do Sporting. E o pior chegou em tempo de substituições: Otávio ficou em campo demasiado tempo, Abou compreende-se mas não resultou e Reyes foi um roleta russa. No final, a bala acabou por ficar no carregador, mas sobretudo porque a sorte assim o quis. Teve, também ele, a sorte que lhe faltou noutros jogos. Ainda bem.
Outros Intervenientes:
O Sporting de Jorge Jesus apresentou-se finalmente à altura de disputar um jogo de igual para igual, graças ao bom desempenho táctico da equipa e à grande exibição de Bruno Fernandes, sem dúvida um belíssimo jogador que deixamos escapar por entre os dedos (já sem anéis). Curioso é que só o tenha conseguido ao quarto duela da temporada e naquele onde mais baixas relevantes tinha para lidar. Cada um que tire as suas conclusões...
Artur Soares Dias começou o jogo a perdoar um par de cartões aos defesas do Sporting por agarrões claros a Marega, o que não indiciou nada de bom para o nosso lado. Apesar disso e de outros juízos pouco compreensíveis em duelos um pouco por todo o campo, acabou por fazer uma arbitragem positiva. Dois lances polémicos marcaram o jogo, mas em ambos a primeira responsabilidade foi do VAR e num deles, voltou ao árbitro a última palavra.
Primeiro, o despique na área entre Dalot e Doumbia, no qual o avançado se deixa nitidamente cair sem motivo para tal. Ainda assim, não é para mim claro se houve um toque faltoso de Dalot. O VAR despachou a responsabilidade da decisão para ASD (e muito bem) e o árbitro, após visionar as imagens, decidiu não marcar. Bem, em minha opinião, embora perceba as queixas vindas do outro lado da barricada.
Depois, houve o lance do golo do Sporting, cuja jogada começa com uma intercepção de bola faltosa sobre Brahimi, mas que nem o trio de arbitragem viu, nem o VAR se lembrou de ir ver. Vi várias repetições e em todas fico com a clara sensação de haver falta, pelo que o golo não deveria ter sido validado.
Primeiro, o despique na área entre Dalot e Doumbia, no qual o avançado se deixa nitidamente cair sem motivo para tal. Ainda assim, não é para mim claro se houve um toque faltoso de Dalot. O VAR despachou a responsabilidade da decisão para ASD (e muito bem) e o árbitro, após visionar as imagens, decidiu não marcar. Bem, em minha opinião, embora perceba as queixas vindas do outro lado da barricada.
Depois, houve o lance do golo do Sporting, cuja jogada começa com uma intercepção de bola faltosa sobre Brahimi, mas que nem o trio de arbitragem viu, nem o VAR se lembrou de ir ver. Vi várias repetições e em todas fico com a clara sensação de haver falta, pelo que o golo não deveria ter sido validado.
Outros episódios, como o do charrado com os bombeiros, nunca seriam fáceis de avaliar, pelo que sobressai essencialmente o nível baixíssimo desse traste que dá pelo nome de Coentrão.
E agora, oito de avanço sobre o Sporting, a oito vitórias do título matemático. Parece demasiado para lhes permitir uma recuperação total, o que significa que será com os sem-vergonha que iremos disputar o primeiro lugar final. Todavia, o Sporting irá obviamente lutar pelo segundo lugar de acesso à Champions, pelo que ainda pode ser decisivo nas contas finais.
O que importa mesmo, é vencer o próximo jogo em Paços de Ferreira, sem que pelo meio aconteça outra pequena desgraça em Anfield Road. Estamos mais perto do objectivo, mas ainda falta muito para lá chegar. Step by step.
Do Porto com Amor,
boa, foi isso ai. realmente começa a parecer que ou ganhamos por 3 ou 4 ou quando tivermos de ganhar por um vao ser de aflitos. Marega era escusado lesionar se, aos 79 ja ele andava agarrado a perna com algum sinal, no banco ninguem viu, depois rasgou. SC ja deveria ter um plan B delineado para segurar resultados, outra sera que tem medo que entrando osorio ja de la nao saia? parece. E paulinho onde anda ? a perder ritmo como paciencia? e depois sera que SC esta mesmo convencido que quem entra tem o ritmo desejado? A equipa nao pode ficar em contra pe nunca, deveria ser uma maxima. So tivemos sorte nos ultimos minutos quando dois lagartos apareceram sozinhos e poderiam ter marcado, no entato tivemos antes azar quando foram salvos golos pelo poste e em cima da linha, MAS MAREGA COM EQUIPAS COM QUALIDADE TECNICA E TAMBEM ALGUM PODERIO FISICO TEM DIFICULDADE EM IMPOR O SEU JOGO POR FALTA DE QUALIDADE TECNICA. Realmente temos demasiados jogadores inconstantes ( otavio, corona, hernani, andre2 ), vieram 4 reforços razoaveis continuo a nao perceber a alergia que SC tem ao meio campo, para ele parece nao existir so que e decisivo em qualquer equipa. Espero que SC apenda mais uma liçao como a que aprendeu com o liverpool e como quando era treinador do braga e perdeu uma taça a ganhar por dois e com mais um elemento, exatamente porque nao sabe controlar o jogo e depois ou tem mais capacidade fisica ou o caldo esta entornado. O QUE NAO DEVEMOS ESQUECER E CALAR E QUE SEM AS DESASTRADAS ARBITRAGENS TERIAMOS MAIS 11 OU 12 PONTOS QUE OS LAMPIOES E MAIS 14 DO QUE O SPORTING. Entretanto o benfica enfiou hoje mais uma abada.
ResponderEliminarConcordo que foi sofrido mas são também estas que definem os campeonatos. Continuo a querer acreditar que faltam 7 vitórias...e que a máxima força venha já neste Março ( incluindo Marega).Abraço
ResponderEliminarDiscordando como sempre da nota ao Herrera (para mim foi o nosso melhor) concordo totalmente com a nota ao treinador.
ResponderEliminarMuita ansiedade. muita anarquia e se compreendo que tinha de se segurar o resultado de qualquer forma, tinha que haver mais criterio e não conceder as abebias que demos nos ultimos minutos.
Dalot é valor seguro mas não se pode escamotear que foi muito passarinho no lance do golo deles.
Vai ser muito complicada a falta de Marega, por muito que continuem a dizer que é tosco, etc. e tal.
Não concordo em absoluto com a critica. O Sporting além da obrigação de ter de meter a carne toda no assador (já vai em Inglaterra esta expressão quinitina), dispõe de um meio campo superior ao nosso. Não há vergonha nenhuma em dizer isto!
ResponderEliminarAcho que foi uma vitória pragmática, daquelas que já vi e vivi muitas, fossem os comandantes chamados de Pedroto, Carlos Alberto Silva, Antónuio Oliveira e até mesmo José Mourinho e André Villas-Boas...
Bom dia Caro Lápis.
ResponderEliminarConcordo genericamente com as suas classificações. As minhas, na mm escala, não andariam longe.
Uma nota que é bom que se tenha em conta. Terminasse o jogo com resultado menos favorável aos nossos, o lance entre 'Dalot/Doumbia' estaria a fazer correr muito comentário na bluegosfera se tivesse sido na área do adversário. No estádio não me pareceu nada, até porque estava longe. Na Sport(B)TV já me pareceu que, por ter havido contacto, poderia ser grande penalidade de caras, se o Doumbia não tivesse teatralizado. O ASD achou que não mas se tivesse achado que sim, também não o criticaria.
Agora vou aos jornais. A capa do pasquim ao serviço das galinhas deve estar a noticiar: "Benfica líder e pentacampeão... à condição".
O "à condição" é que me preocupa? À condição, prevê-se muitos milhões de euros do negócio para uma série de clientes fiéis dos sacanas-sem-lei, a saber: À condição, recorde de tiragens durante mais de uma semana; À condição, entrevistas a todo o estado lampiânico nas TV's do regime com shares nunca dantes navegadas nem experimentadas; À condição, venda maciça de publicidade a cada 5m de emissão. À condição, as rádios irão concorrer em receitas com as TV's; À condição, arquivamentos vários de processos-crime com pedidos de reparos da honra de dezenas de euros por cada adepto traça-palha (como sabemos são mais de 17 milhões de almas parvas, unineurónio), and so on and so on... À condição.
Mas estaremos todos subjugados a este estado apodrecido??? Não!! Um Mar Azul de irredutíveis Dragões... Aconchega-me a alma só faltarem 8 vitórias. É provável que celebremos antes da 34ª jornada. Lá, lá, lá, lará, lará, lá, lá Força Portoooooo, vence por nóóóóós.
1 abç e viva o FCPorto.
Luís Oliveira
JA AGORA INVESTIGUIE SE O MARITIMO QUE AOS 26 MINUTOS JA ESTAVA A LEVAR NAS CALMAS TRES A ZERO, e que tal o salvador estoril a levar em casa seis do braga? afinal essa gentinha de lisboa acha mesmo que po porto nao era capaz de dar o mesmo ou mais? INVESTIGUIE SE
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