segunda-feira, 9 de abril de 2018

Uns Fazem, Outros Compram Feito


Em véspera do jogo decisivo para as nossas aspirações, o Porto garantiu uma vitória de forma relativamente tranquila e incontestada, perante um Aves que, nem recebendo o habitual incentivo por antecipação, se conseguiu constituir como obstáculo sério para nos impedir de amealhar os três pontos.

Foto de Catarina Morais / Kapta +

O golo logo a abrir contribuiu em muito para o andamento da partida, mas apenas é só porque, desta vez, Alex Telles marcou o penálti (e nem sequer foi lá muito bem batido, mas enfim). Em acto quase contínuo, um mau alívio de um avense fez ricochete em Otávio e a bola acabou por entrar na baliza de Facchini pela segunda vez.

A vencer por 2-0 aos onze minutos, tudo ficava mais facilitado mas nem por isso resolvido. A equipa entendeu bem essa condição e durante o que remanescente da primeira metade tentou de todas as formas e feitios chegar ao terceiro, que esse sim já garantiria uma margem muito confortável. Por inépcia ou má fortuna, a bola acabou sempre por se recusar a entrar uma vez mais que fosse. Sem jogar muito mas a cumprir o essencial, a equipa foi de consciência tranquila para o descanso.

O regresso foi menos interessante porque mais atabalhoado e menos intenso. A conjugação de ambos com a determinação do adversário em agradecer o autocarro em segunda mão, levaram a que o jogo se dividisse em alguns momentos da segunda parte, com o Aves a ter algumas oportunidades para fazer estragos. Nós também as voltamos a ter, mas - yet again - voltámos a desperdiçar.

E assim o tempo foi correndo, com a estabilidade precária que o 2-0 permitia - mas que permitia, inclusive para lançar Hernáni em campo - desde que a diferença de dois golos se mantivesse. Sérgio Conceição deu ainda oportunidade a Óliver para desenferrujar e a Gonçalo para dar duas corridas. Sem nenhuma melhoria no nosso jogo - mas, relembro, antes deles já Hernáni havia entrado... 

A fechar, o Aves atirou ao poste de San Iker, o melhor que conseguiu em toda a partida. Se calhar, durante esta semana vai um autocarro recambiado para Lisboa por "problemas técnicos". Um jogo quase sem história e de que ninguém se lembrará daqui a muito pouco tempo. Faz parte da receita de qualquer campeonato, suponho.

Foto de Catarina Morais / Kapta +


Notas DPcA 


Dia de jogo: 08/04/2018, 18h00, Estádio do Dragão, FC Porto - CD Aves (2-0)


Iker (6): Jogo sem grande trabalho, apesar dos sustos sofridos. Continua a exibir aquela incompreensível falha de entregar mal a bola sem nenhuma necessidade de o fazer: será necessário sofrer um golo à custa disso para que se emende? Não entendo.

Melhor em Campo Ricardo (7): Nem se nota que regressou há pouco tempo de lesão, tal o ritmo endiabrado que imprime pelo seu flanco. Foi essa velocidade que lhe permitiu ganhar o penálti (inequívoco) e que lhe possibilitou um conjunto muito interessante de descidas pelo flanco, ora em apoio, ora em jogada individual e que arrastam a equipa consigo. Merecia realmente ter feito o seu golo naquela oportunidade já no segundo tempo. Quem tem um jogador destes à disposição e não o convoca para um Mundial, só pode estar condicionado. E está, como todos sabemos.

Alex Telles (7): Regressou a casa e retomou o filme no ponto onde o tinha interrompido: a dar e a fazer golos e, com isso, toda a diferença entre ganhar e não ganhar os jogos. É um jogador absolutamente fulcral nesta equipa, talvez mesmo ao nível da importância de Marega. Nenhum outro se consegue aproximar neste momento.

Marcano (6): Alguns momentos de desatenção ou excesso de aventureirismo na frente deixaram a equipa exposta a contra-ataques em inferioridade numérica, algo rectificado prontamente assim que alertado para o facto. Fora isso, a habitual discrição e eficácia.

Felipe (6): Geriu bem a necessidade de cortar os lances de perigo e o perigo dos cartões, pelo que a exibição só pode ser positiva.

Sérgio Oliveira (6): Cumpriu à tangente, porque a sua prestação foi decaindo de forma precipitada ao longo do jogo. Acredito que parte da culpa seja do companheiro do lado, mas, enfim, não tenho provas...

Foto de Catarina Morais / Kapta +

Herrera (5): Num raríssimo dia bom, é um jogador interessante. Num dia normal, é uma espécie de borbulha (volta e meia, faz comichão) e num dia mau é simplesmente inenarrável. Hoje foi um dia (quase) normal, deu coceira a meio-mundo com aqueles passes ridículos, absurdos e incompreensíveis num jogador profissional. O que vale é que é uma jóia dum moço.

< 78' Otávio (6): Entrou cheio de genica e foi recompensado com um golo à tabela. Teve acção importante a conduzir a bola, sobretudo em posse, mas a verdade é que não conseguiu manter a intensidade inicial e saiu com naturalidade.

Brahimi (5): Teve pelo menos dois lances que, com um pouco mais de "felicidade", lhe permitiriam dar um colorido totalmente diferente à sua exibição. Desperdiçou-os, tal como o par de passes que fez para "eventual" golo, pelo que o que sobra é um Yacine muito, muito desinspirado e desinspirador. E a falta que o Yacine "bom" nos faz neste momento...

< 62' Aboubakar (4): "Está um monte de cacos. Ponto." - Parte X. A isto, acresce uma atitude aquando da substituição que eu não aceito a nenhum jogador. Estava chateado com f, tivesse jogado um bocadinho que fosse. Se não conseguiu, tem de ser actor e aceitar "graciosamente" uma substituição mais do que merecida. 

< 88' Soares (6): Bem mais envolvido e consequente do que Abou na construção de jogo, mas não o suficiente para conseguir marcar, que é sempre o ponto de avaliação primordial de um avançado centro.

> 62' Hernáni (5): Não sei para que foi chamado, mas certamente que não correspondeu.

> 78' Óliver (5): Demasiada alternância entre coisas bem e mal feitas para justificar a "positiva". Em sua defesa, diga-se que o tempo foi realmente pouco.

> 88' Gonçalo (-): Entrou para desentorpecer e nada mais.

Sérgio Conceição (6): Conseguiu ficar com os três pontos, algo que não foi capaz de fazer em duas das anteriores três jornadas, pelo que foi positivo. O jogo da equipa não deslumbrou ninguém, mas teve momentos interessantes e até empolgantes durante a primeira metade. Não entendo a insistência em Hernáni numa fase tão crucial e final da temporada, mas o treinador lá terá os seus motivos. Dos reforços de inverno, só Gonçalo (que, na verdade, é apenas mais um regresso a casa) é que teve uns minutos. Cumpriu porque a equipa cumpriu e nem vale mais a pena perder tempo a detalhar este joguinho. O que importa e que o definirá como treinador são os jogos que se seguem.




Outros Intervenientes:



Certamente que me desculpam e até talvez agradeçam por não perder tempo a escrever sobre o Aves ou sobre a arbitragem. Tudo medíocre, de uma ponta à outra.

Registo sim, para a posteridade, mais um andamento da farsa colossal em que os sem-vergonha transformaram o futebol em Portugal e estes últimos cinco campeonatos em particular.

O jogo em Setúbal foi tão rico em vigarice, compadrio, falta de profissionalismo e indecência que o melhor é mesmo deixar imagens, a valer por milhares de palavras.







Resumindo, mais dois pontos roubados à descarada e dois titulares importantes poupados a cartões justíssimos que os impediriam de nos defrontar. É este o único combustível que alimenta a farsa destes sem-vergonha.


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Todos sabemos da importância de ganhar o próximo jogo.

Pelas nossas aspirações de ainda poder desafiar a farsa que há muito está montada e realmente contra tudo e todos ganhar este campeonato, mas também pela oportunidade única de mostrar a essa corja de sem-vergonha que são muitas vezes inferiores a nós e que sem as vigarices da arbitragem há muito que estavam fora da corrida pelo título - eles e todos os demais, para ser claro.

Espero e desejo ardentemente que ainda exista alguém vivo no meu Clube que saiba e possa explicar tudo isto àquele balneário liderado por Sérgio Conceição.

Pelo Clube e pela Cidade, mas essencialmente por um país mais decente onde todos se possam sentir minimamente confortáveis em viver. Eu, neste momento mais do que em qualquer outro, tenho vergonha de ser português - mesmo sabendo que estou, em tudo, nos antípodas daquela corja sem-vergonha, ao final do dia somos todos cá do Burgo e avaliados por igual.

Não, meus caros, não será apenas mais um jogo. Será tudo menos apenas um jogo. Entendam isso, por favor.



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




terça-feira, 3 de abril de 2018

Tolhidos dos Pés à Cabeça


Adorava ser o pessimista que muitos optimistas sem fundamento acham que sou. Era sinal que hoje não tínhamos perdido no Restelo e que continuávamos no primeiro lugar.

"Em teoria, o Porto tem o seu jogo mais complicado na deslocação ao Benfica R (de Restelo), pela normal dificuldade que sentimos nesse jogo e por tudo o que os da filial vão querer oferecer à casa-meretriz.", escrevi após a derrota em Paços.


Foto de Carlos Alberto Costa

Lamentavelmente, demonstrou-se que sou mais para o realista. Hoje mas não só, porque este foi apenas mais um andamento de uma série muito fraquinha de exibições, que só não deram mais nas vistas por força das sempre salvadoras vitórias que fomos conseguindo pelo caminho. 

Aliás, este é um dos dois pontos importantes que quero passar nesta crónica, que de análise ao jogo propriamente dito terá muito pouco: se houvesse equilíbrio nos erros de arbitragem nos jogos dos três candidatos nas jornadas já disputadas, a derrota desta noite representaria apenas um encurtar de distâncias dos perseguidores para o líder, pouco ou nada relevante na caminhada triunfante até aos Aliados.

Como todos sabemos - mesmo os que fazem de conta que não sabem - não foi assim. O Porto, enquanto esteve na mó de cima, jogou e fez o suficiente para ter pelo menos mais SETE pontos do que tem hoje e os sem-vergonha um a menos (empate nas Aves: +2 pontos; empate com sem-vergonha: +2 pontos para nós e -1 para eles; empate em Moreira: +2 pontos). Isto sem contabilizar eventuais benefícios indevidos dos outros nos seus restantes jogos.

Este sete pontos seriam mais do que suficientes para ganhar o campeonato ainda em Abril, até porque não é difícil antecipar os efeitos psicológicos antagónicos que provocariam no Porto e nos da Segunda Circular e consequentes repercussões nas respectivas exibições.

Aconteça o que acontecer, nunca deixarei isto cair no esquecimento, tal como não deixo os (pelo menos) cinco títulos viciados que os sem-vergonha festejaram desde 2005.


Sobre o jogo, quero começar por dizer que é absolutamente vergonhoso que um adepto faça centenas de quilómetros e que o seu bilhete não lhe permita ver o jogo com as mínimas condições exigíveis. Já nem falo em conforto ou segurança, falo mesmo de conseguir ver o jogo. Cheguei já com o jogo a decorrer ao sector das claques e tive de ver toda a primeira parte a espreitar por entre cabeças, tal o excesso de pessoas presentes para o número de lugares. É ridículo e inadmissível, mas como estes são os que vão sempre, façam o que lhes fizerem, continuarão a tratar assim os adeptos visitantes. Lastimável.

Sobre o que vi ou fui vendo dentro de campo, uma outra lástima. Uma equipa totalmente perra, presa de movimentos e de ideias, aparentemente receosa do que finalmente lhe acabou por acontecer. É difícil entender como é que as cabecinhas dos jogadores não foram trabalhadas para estarem preparadas para enfrentar este jogo tão importante. Não se viu um passe de ruptura, não se viu um remate de longe, não se viu ninguém a arriscar poder ser feliz: tudo e todos retraídos, toques curtos e lateralizados ou balões sem velocidade para a defensiva contrária anular com toda a facilidade. Uma verdadeira lástima.

É verdade que o Belenenses foi feliz pela elevada eficácia que conseguiu, mas os erros foram nossos. Do primeiro golo nem falo, mas o segundo é uma falha de marcação colectiva, inadmissível e só compreensível à luz desse desnorte a que me refiro. Tolhidos dos pés a cabeça, todos os nossos. Mais grave do que os golos sofridos foi o que não conseguimos fazer. Tivemos oportunidades, várias, mas todas desperdiçadas, ora por finalizações ridículas, ora por boas defesas do GR adversário.





Notas DPcA 



Dia de jogo: 02/04/2018, 20h00, Estádio do Restelo, CF Os Belenenses - FC Porto (2-0)


Nota (6): Iker, Maxi, Ricardo

Nota (5): Felipe, Telles, Herrera, Soares, Danilo

Nota (4): Osório, Sérgio Oliveira, Brahimi, Aboubakar, Paulinho, Gonçalo 

Sérgio Conceição (3): Outra derrota impensável e desta vez quase merecida, de tão mau que foi o nosso jogo. Pouco importa o que se diga agora sobre opções, o que é factual é o desperdício de três pontos e uma exibição assustadora. O principal responsável neste tipo de derrota só pode ser o treinador. A equipa tem de melhorar, mas Sérgio Conceição tem de melhorar antes dela para que isso seja possível. Tem sete dias para o conseguir. Acredito sinceramente que o vai fazer.


Outros Intervenientes:


Quanto à equipa da SAD que é a rameira preferida da meretriz Sem-Vergonha, nada a dizer que não seja felicitar pelo resultado, com destaque para o guarda-redes André Moreira como o corolário desta equipa bem montada por Silas.

Sobre a arbitragem e dadas as condições em que vi o jogo, nada a dizer por agora. Se algo surgir entretanto, cá voltarei.




De repente, o Porto da segunda metade da época passada parece ter regressado. Há que o repelir de imediato para os confins do esquecimento e voltar a agarrar as rédeas do nosso destino. Este é o segundo ponto importante que vos quero transmitir agora, em cima desta derrota calamitosa: quem continua a mandar no que nos vai acontecer somos nós. Seis vitórias nos seis jogos derradeiros significam que atingimos o objectivo, mesmo com tudo o que nos fizeram pelo caminho (e vão continuar a fazer até final e ainda com mais força, como é óbvio).

Já no próximo jogo, vamos ter o mesmo Aves da primeira volta, a querer lamber as botas enlameadas do dono, recorrendo a todos os expedientes para o conseguir. A apitar e na sala de vício, estarão uns quaisquer atentos a tudo o que possam fazer para ajudar ao desígnio nacional do Portugalistão. No seguinte, dez vezes pior. E se em nenhuma das duas tropeçarmos, assim continuará até final. JÁ SABEMOS QUE VAI SER ASSIM, NÃO HÁ QUE FINGIR!

A começar pelos jogadores. Não podem continuar a discutir com os árbitros ou a deixarem-se envolver em querelas com adversários fraudulentos: se querem ser campeões, têm mesmo de vencer os jogos apesar deles. Não há nem haverá volta a dar enquanto toda esta corja não for finalmente varrida e colocada atrás de grades.

Isso significa jogar muito mais do que têm feito, em especial nos jogos fora do Dragão. Há que recuperar a força colectiva que nos fez chegar até aqui (Marega incluído nesse pacote, conforme venho insistindo). Como sempre até agora, tem a palavra o mister Sérgio Conceição.

Agora sim, acabaram-se em definitivo as margens para errar. Se voltarmos a falhar, falharemos de vez. Agora sim, é preciso que o espírito das Antas se entranhe neste grupo de jogadores ainda sem títulos e os ajude a serem os homens que podem e têm de ser. Contra TUDO e TODOS os sem-vergonha, como sempre foi.


Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco



segunda-feira, 19 de março de 2018

Derbialidades


Nota mental: por muito agradável que isso seja, nunca participar em tertúlias após um jogo e ANTES de fazer a respectiva análise. E porque não, pergunta o bem conservado leitor? É simples, isto de escrever sobre futebol - aliás, sobre os jogos de futebol em que participa o meu Porto - é uma espécie de , porque baseada num conjunto mais ou menos reduzido de convicções, formadas on the fly e em função do que o jogo me vai "dando" a observar.




Pouco importa se essas convicções correspondem à realidade: são as minhas e é a partir delas que escrevo o que escrevo. Ora, quando me predispus a debater as incidências do jogo com outras criaturas (notáveis criaturas, diga-se), formou-se uma tempestade perfeita na minha mente e as inabaláveis certezas sobre o que vi e não vi derreteram-se e escorreram sem piedade para um oceano de whatever, nele se diluindo sem deixar rasto.

Isto tudo para dizer que não sei bem o que escrever sobre este jogo. 

Saí do estádio um pouco para o assustado com o que vi. Uma equipa em claras dificuldades, menos físicas do que mentais, para explanar o seu jogo colectivo. Sim, porque nós temos um (e algumas variações). Mas não é só a questões táctico-estratégicas a que me refiro, é também à aparentemente frágil psique dos nossos jogadores por esta altura. 

Sente-se, eu senti, pelo menos, uma nuvem invisível de um certo temor a pairar sobre o nosso tapete verde. Estão a ver aquela quadrícula de BD em que o personagem tem uma nuvenzinha negra sobre a cabeça que o acompanha para todo o lado? É isso, mas em invisível. Ou então é só sobre a minha cabeça e sou eu quem está sugestionado por tudo o que temos passado nas últimas épocas.

Um golo madrugador deveria ser o suficiente para acalmar ansiedades e permitir um jogo confiante e determinado daí em diante. É certo que se trata de um jogo historicamente especial, o dérbi da cidade, mas nem isso pode explicar os movimentos erráticos da equipa durante o jogo. A primeira parte, em especial, foi penosa de assistir sob o ponto de vista azulebranco: pouquíssimo futebol, incapacidade de controlar o jogo e o tal receio de que o sacana do Murphy voltasse a atacar.

Após o intervalo houve melhorias, mas foi preciso uma oferta ridícula de Vagner para que o Porto finalmente se libertasse um pouco daquele colete de forças mental. A espaços, viu-se algum futebol com nexo, ligado e objetivo. A defender, houve menos permeabilidade. Mas longe de (me) tranquilizar para o que aí vem.

Muitos dirão que vínhamos de uma derrota traumática (e não somente por ter sido a primeira) e que só esse facto justifica a tal intranquilidade, que no fundo é apenas natural.

Outros que continuamos privados de meia-equipa titular, o que inevitavelmente se repercute na qualidade e na confiança com que a equipa sobe aos relvados. 

Outros ainda que isto é tudo uma parvoíce minha, que a equipa fez o que lhe competia - ganhar e assim manter-se líder isolada - e agora venha o próximo.

Sou capaz de concordar com todos os pontos, somando-os até a fim de obter um todo mais consistente e revelador, mas tenho de acrescentar um outro: esta equipa está carente de Marega, porque é viciada no "Mariano Maliano". Há vários jogadores importantes na equipa - e, mudando um ou outro, todos concordámos sobre eles - mas só Marega é realmente determinante neste "modelo de jogo" que Sérgio Conceição foi construindo ao longo da temporada. 

Vencemos com justiça o Boavista e vamos agora "beneficiar" de mais uma paragem para a SeleNão para ganhar tempo de recuperação dos lesionados. Aproveitemos, pois, para acender umas velinhas e rezar para que o mousso volte muito depressinha, bem acompanhado pelos demais. E que mais ninguém se magoe, entretanto...






Notas DPcA 


Dia de jogo: 17/03/2018, 20h30, Estádio do Dragão, FC Porto - Boavista FC (2-0)


Iker (6): Jogo quase sempre tranquilo, bem quando chamado.

< 85' Maxi (6): Apanhou um némesis barbudo pela frente e não se coibiu de mostrar a sua raça. Globalmente bem, a atacar e a defender, apesar das provocações. Aplaudi-o de pé.

Dalot (6): Agora que já não é novidade, a rotina começa a instalar-se em quem está a ver de fora e a exigência vai aumentando. Convém é não perder de vista duas coisas: acabou de cumprir 19 aninhos e está a jogar num lado que não é o seu. Assim sendo, jogo positivo.

Marcano (6): Jogo atento e eficaz, só perdendo a habitual discrição quando viu um amarelo "estranho".

Melhor em Campo Felipe (7): Não perdoou logo à primeira oportunidade e assim deu o (bom) mote para o jogo. Aliás, quase bisava logo a seguir. No restante, esteve quase sempre seguro e como o risco que correu num lance dentro da área compensou, saiu de campo como o melhor de jogo.

Sérgio Oliveira (6): Se a sua primeira parte foi indiscutivelmente fraca, a segunda teve espaços de algum fulgor e qualidade. Além de assistir para o primeiro golo, teve ainda oportunidade de bater o penálti (uma semana depois...) mas tanto queria marcar que "foi lá" com os dois pés. Como não influiu no desfecho, tudo ok. Mas se...

Foto de Rogério Ferreira / Kapta+

Herrera (6): Muito bem a aproveitar a falha do GR para marcar o golo que sentenciou a distribuição dos pontos. De resto, o habitual: uma coisa bem feita, duas mal. Mas pronto, dá tudo o que tem, por pouco que seja.

< 52' Otávio (5): Era uma vez um mini-roadster que foi para o monte competir com 4x4 blindados... era difícil esta história acabar com final feliz. Em todo o caso, a haver culpas, a maior não será a própria.

Brahimi (5): Não, Yacine, ainda não. Keep trying, though...

< 80' Aboubakar (4): Está um monte de cacos. Ponto.

Ricardo (6): Foi para a "frente" desta vez - e com uma semana de atraso, mas adiante - fazendo companhia à Aboubakar na 1ª parte, como uma espécie de segundo avançado. Depois, foi "evoluindo" para uma zona mais familiar, com a linha lateral como companhia. Bem envolvido nas ofensivas, teve um par de ocasiões para marcar e outras tantas para assistir, só que o destino não quis. Já a acompanhar o seu "lateral", teve algumas desatenções pouco recomendáveis.

> 52' Óliver (6): Mesmo sem brilhar, a sua entrada deu algum nexo de causalidade ao nosso jogo.

> 80' Gonçalo (5): Pouco espaço e ainda menos tempo para se mostrar, tentou agarrar o que lhe passou pela "rede", mas era arraia-miúda.

> 85' Corona (-): Nothing to see here, move along.

Sérgio Conceição (6): O essencial foi mesmo cumprido: ganhar. Nesta fase, tudo o resto pode ser considerado acessório. O meu "problema" são as deduções que me ponho a fazer sobre o que pode acontecer nos próximos jogos, se entretanto não houver um salto qualitativo no mood da equipa. Haverá, não haverá Serginho? Haverá, pois.


Rogério Ferreira / Kapta+



Outros Intervenientes:



O Boavista, conduzido por Jorge "Gallo" Simão, teve uma postura positiva, procurando responder com determinação à "infelicidade" de sofrer um golo logo no segundo minuto. Conseguiu reagir e criou algumas ocasiões de aperto para Iker, mesmo sem ameaçar o desfecho final. Falta saber como seria se esse golo não tivesse acontecido e o jogo ainda estivesse empatado por volta da hora de jogo...


Fiquei feliz por descobrir que, afinal, o VAR existe e até sabe ser útil e minimamente competente. É o que de mais positivo tenho a dizer sobre a arbitragem de Manuel Oliveira, que com o companheiro do AV estreou uma série de decisões até agora inéditas no nosso futebol. Reversão de expulsão, golo invalidado por penálti de "duplo toque" e o diabo a quatro. Aparentemente, boas decisões (embora no penálti se possa defender que antes dessa infracção, já outra estava a ser cometida pelos jogadores do Boavista, que invadiram a grande área, o que deveria levar à repetição do castigo máximo). O problema é que em muitos outros jogos, em especial nos que metem clubes da segunda circular, o VAR é cego, surdo e mudo quando se trata de os "penalizar". Vou fazer de conta que acredito que, daqui em diante, vai ser sempre assim.

O Boavista queixou-se de um penálti por assinalar de Felipe sobre Yusupha aos 56' (ainda com 1-0), a mim parece-me discutível: vistas as repetições, parece-me haver uma espécie de "golpe duplo", com ambos os jogadores a agarrarem-se, mas admito que possam existir outras interpretações pelo facto do agarrão final de Felipe ser mais notório.


Rogério Ferreira / Kapta+


Conforme anunciado, segue-se interregno no campeonato para cumprimento de compromissos da FPF com Jorge Mendes. É importante que estes dias sirvam para que o grupo seja trabalhado no sentido de reforçar a estrutura mental para abordar os próximos quatro desafios: três para o campeonato a culminar com o Clássico e, logo depois, a segunda mão da meia-final da Taça. Todos para vencer, obviamente, ou, se preferirem, para garantir a manutenção da liderança isolada e o Jamor.



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




quarta-feira, 14 de março de 2018

Onde Está a Bola? #64


É já quase em cima do acontecimento que se inicia mais um capítulo deste glorioso passatempo, desta vez para oferecer 2 bilhetes para o derby da Invicta, que se disputará às 20h30 de próximo sábado, 17 de Março. 

Quem se quiser habilitar a assistir de borla ao jogo contra o Boavista FC, só tem de descobrir Onde Está a Bola? (OEaB?) e responder na caixa de comentários no final do post.


Onde Está a Bola? #64


Respostas possíveis #64 (Boavista):


A - Bola Verde
B - Bola Preta
C - Bola Castanha
D - Bola Púrpura
E - Não há nenhuma bola escondida


Já descobriu? Então deixe o seu palpite na caixa de comentários, tendo em atenção as seguintes regras de participação
         
1 - Escrever a resposta que considera acertada na caixa de comentários deste post, indicando igualmente um nome e um email válido para contacto em caso de vitória. 

2 - Entre os que acertarem, serão sorteados os vencedores através da app Lucky Raffle (iOS). 

3 - Para ser elegível para receber os bilhetes, deverá fazer o obséquio de:

   a) Comprometer-se a enviar-me duas ou mais fotos da sua ida ao estádio (pelo menos uma selfie) nas 48h seguintes ao jogo, acompanhadas da resposta à pergunta "Como foi a sua ida ao Estádio?" (duas frases bastam, desde que venham do fundo da Alma Portista...);

   b) Registar e confirmar o seu email (nas "Cartas de Amor", na lateral direita do blogue);

   c) Seguir o FB e o Twitter do DPcA (basta clicar nos links e "gostar" ou "seguir"). 
   Quem não tiver conta nesta(s) rede(s) não será excluído, mas... cuidado porque o Lápis vai investigar :-)

4 - Apenas será aceite uma participação (a primeira) por cada email válido. 

- Cumpridos todos os critérios, o vencedor sorteado será contactado através de um email onde encontrará instruções sobre como e quando levantar os bilhetes. 

6 - Se já tiver Dragon Seat ou outro tipo de acesso, poderá oferecê-los a um amigo ou familiar que não tenha a mesma sorte. 

7 - A edição #64 deste passatempo termina às 23h00 de 15 de Março e o vencedor (a quem será enviado um email logo após o sorteio) terá de reclamar o prémio até às 12h00 de 16 de Março. 

8 - Se o vencedor não reclamar o prémio até à data e hora referidas no ponto anterior, será contactado o primeiro suplente. Se o primeiro suplente não reclamar o prémio até ao prazo limite indicado no email de contacto, será contacto o segundo suplente (e assim sucessivamente até que um sorteado reclame o prémio). 

- A edição especial anual do passatempo tem um novo critério: o da melhor selfie. Todos os vencedores de edições anteriores ficarão automaticamente habilitados. Mas não só: todos os concorrentes de todas as edições podem participar, desde que também enviem as suas selfies no Dragão em dia de jogo (email para envio das fotos: lapisazulebranco@gmail.com )

E é só! Concorra e divulgue, queremos o Dragão sempre cheio de Portistas!


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Antes de fechar a bilheteira, há que dar conta do desfecho da edição anterior:


#63 - Sporting

 

Resposta certa: A - Bola Azul

 

Vencedor: Lima Pereira !



Primeiro, a comparação entre imagem original e modificada.



A seguir, os habilitados ao sorteio e respectivo vencedor.



Por fim, a composição das fotos enviadas pelo Lima Pereira e a sua singela mensagem após assistir a tão importante vitória no nosso Dragão:




"Obrigado pela oportunidade. 

Não foi um jogo fácil, também não se esperava o contrário. Foi sofrer até ao fim.


Ficam a sobrar agora 9 batalhas.  E só eu sei porque não fico em casa. "



Brilhante conclusão de discurso :-) Até à próxima!  



Do Porto com Amor, 

Lápis Azul e Branco



 


segunda-feira, 12 de março de 2018

Tiro No Porta-Aviões


Hoje está a ser difícil começar esta crónica. Conflito de interesses que me dividem ao ponto de hesitar sobre como abordar esta derrota inesperada e difícil de digerir em Paços de Ferreira, encurtando drasticamente a margem de avanço sobre o segundo classificado e deixando-o também a depender de si próprio para chegar ao título. Pode parecer pouco, mas não é.




E então, como é que foi possível perder este jogo?

 - Má entrada no jogo (em ambas as partes, por sinal), sem a convicção necessária para mostrar ao adversário que só poderia haver um vencedor e que esse vencedor seria o Porto;

 - Tremendo desperdício de ocasiões flagrantes (creio que contei sete, onde se inclui um penálti);

 - A falta de profissionalismo e de vergonha na cara de treinador e jogadores do Paços, que nunca se preocuparam muito em jogar futebol e apenas se concentraram em que nós não tivéssemos a possibilidade de o fazer;

 - Más opções de Sérgio Conceição para aquele campo e aquela meteorologia, mesmo se muito condicionado pela terrível onda de lesões que nos assola desde o início de 2018.

Apesar da ordem de listagem, o motivo que me parece mais decisivo foi mesmo o segundo: a tremenda falta de eficácia na altura de finalizar.

Porque mesmo a jogar pouco e durante pouco tempo, sob o signo das opções discutíveis do treinador, conseguimos criar essas sete ocasiões flagrantes. A serem todas concretizadas, teríamos vencido por 1-7 e ninguém se lembraria sequer de mencionas as demais (o anti-jogo do adversário nem chegaria a acontecer). Tivesse Brahimi feito o mais "fácil" e sido concretizada uma outra oportunidade a seguir, a vitória seria igualmente nossa e - mesmo apontando dedos pela tangência da vitória - nenhum dano resultaria deste jogo.

A questão é, como sempre é, que o futebol não é matemática e ninguém consegue prever ou garantir que um jogador vai concretizar ou falhar. Batoteiros e vendidos à parte, é uma questão do momento. Faz parte do jogo e é um dos motivos porque apaixona tanta gente.

O que está errado não é a derrota de ontem na Mata Real. Foi uma pena e seria evitável, mas acontece. O que está realmente errado é que forças estranhas não permitam que estas derrotas aconteçam aos outros candidatos, em particular aos sem-vergonha. Sempre que em dificuldades, algo ou alguém chega para lhes salvar o dia. É a chamada vigarice imensa da Segunda Circular, seja qual for o lado, é sempre a facilitar.

Sobre o jogo propriamente dito, foi daqueles em que senti, desde o início, que tinha tudo para não correr bem. 

Primeiro e à cabeça, pela dupla-maravilha cirurgicamente designada para apitar, num inacreditável acto de provocação e gozo. Ter os conquistadores de campeonatos vermelhos Paixão e Xistra a decidir um jogo nosso em simultâneo é o suficiente para a equipa entrar desconfiada e até nervosa. 

Depois, a nossa atitude logo desde o primeiro apito. Expectante, macia, pouco afoita e nada impositiva. Mais uma vez, a "dizer" ao adversário que admitíamos qualquer resultado, que tudo estava em aberto. Que saudades de João Pinto, Jorge Costa e... Pinto da Costa. Quando estavam ainda no activo, isto nunca, mas nunca aconteceria, desse por onde desse.

Sérgio Conceição tem esse espírito, ninguém duvida, mas já não joga e como treinador é ainda um work in progress, com preocupações e responsabilidades maiores do que essa. A primeira delas, a de treinar e desenhar a melhor estratégia para cada jogo. 

Num campo ensopado e pesado como o de ontem, fez-me confusão que fizesse alinhar tantas "bailarinas" de início, desprezando a importância da fibra e do poderio físico de jogadores como Maxi e Gonçalo Paciência. Não me interpretem mal, aprecio muito o bailado que em condições normais conseguimos apresentar, mas ontem claramente nunca haveria condições para o fazer.

Os da casa sentiram as nossas fraquezas e hesitações e procuraram a sua felicidade, que acabaram por ter (após alguns avisos prévios), ainda o jogo ia no minuto 35. Desatenção colectiva e pouca convicção nas marcações após um canto mal "aliviado" permitiram um cruzamento para uma finalização fácil. Fácil para alguns, como se veio a demonstrar a seguir... Ainda antes do intervalo, Abou não conseguiu o mais fácil e mandou-nos para as cabines em desvantagem.

No regresso, uma entrada incompreensível que permitiu que fosse o Paços a ter os primeiros ataques e lances de algum perigo. Demoramos a pegar na batuta do jogo, mas lá conseguimos chegar ao momento decisivo do jogo: ao minuto 66, penálti por falta sobre Felipe. Constou após o jogo que o marcador designado Sérgio Oliveira acedeu ao pedido de Brahimi para bater. Em péssima hora o fez, porque o argelino decidiu simplesmente passar a bola ao sem-vergonha que estava na baliza pacense.

A equipa nunca mais se recompôs do choque e passou a jogar quase só com o coração. Ainda assim, foram várias as oportunidades desperdiçadas por Hernáni, Gonçalo, Abou e Felipe mesmo a fechar. Oportunidades estas conseguidas no pouquíssimo jogo jogado que houve a partir do penálti falhado, fruto do vergonhoso e descarado anti-jogo dos da casa, sempre devidamente acarinhado por Bruno Paixão

Resultado injusto numa jornada inglória, muito marcada por uma culpa própria bem acima das alheias. Um tiro no porta-aviões Azul e Branco. Mas foi só um tiro. Podemos ter metido água, mas continuamos operacionais. Que se sigam rápidas reparações em doca seca e o regresso às inevitáveis batalhas ao ritmo deste Mar Azul.


Já a treinar para a próxima profissão: caçador de toupeiras



Notas DPcA 



Dia de jogo: 11/03/2018, 20h15, Estádio da Mata Real, FC Paços Ferreira - FC Porto (1-0)


Iker (6): Sem hipótese no golo, esteve bem nas demais intervenções.

Ricardo (5): Terreno complicado para o seu futebol, tentou fazer-lhe frente mas acabou por não ser muito feliz. 

Dalot (5): Jogo regular, sem nada que o distinga da vulgaridade. Excepto que é um menino ainda e está a jogar no lado contrário ao seu...

Felipe (6): Talvez o melhor dos nossos, foi pena não ter marcado (outra vez).

Marcano (5): Fez-lhe mal o descanso em Anfield, porque regressou "a frio". Foi cumprindo mas teve algumas abordagens pouco ortodoxas, como a do lance de onde resultou o único golo do jogo.

< 63' André André (1): A-B-S-O-L-U-T-A-N-U-L-I-D-A-D-E. Uma vez mais. "Tem treinador que é cego"...

Sérgio Oliveira (5): Muito trabalho para um homem só? Talvez e disso não pode ser culpado, mas ainda assim soube a pouco no que só a ele lhe dizia respeito, em particular nos lances de bola parada-

< 76' Corona (5): Sem campo para o seu jogo, insistiu em fazer como se nada fosse (talvez por não saber fazer diferente) e naturalmente pouco lhe saiu bem. 



Brahimi (4): Foi o homem do jogo pela negativa, ao não conseguir marcar o penálti no momento decisivo. Fora isso, também não foi grande espingarda, não deixando no entanto de tentar e tentar, com e sem bola.

Aboubakar (3): Um dos grandes responsáveis pelo nulo no nosso lado do marcador. Não se pode falhar "tantas" e todas as ocasiões flagrantes como ontem teve. Ele não pode.

< 54' Waris (4): Juro que continuo sem saber o que vale ou o que faz. Juro.

> 54' Otávio (6): A sua entrada coincidiu com o momento em que a equipa "pegou" finalmente no jogo, o que em boa parte se deveu à sua contribuição individual. Não chegou para marcar a diferença em definitivo, mas ajudou a "ligar os motores" que permitiu que se voltasse a criar oportunidades para marcar.

> 63' Gonçalo (6): Também entrou bem, acrescentando muito no sentido em que substituiu um fantasma. Com Otávio a recuar, assumiu posição ao lado de Abou e onde mais fosse solicitado, tendo também ele uma oportunidade (menos flagrante) para marcar.

> 76' Hernáni (3): Esteve em campo o tempo suficiente para demonstrar cabalmente que não cabe neste plantel nem em nenhum outro do Porto. Não dá, lamento. 

Sérgio Conceição (4): Perdemos um jogo que jamais esperaríamos perder, fruto da falta de eficácia mas também (possivelmente) das opções iniciais menos acertadas, que acabaram por resultar num jogo pouco intenso e mal conseguido, muito relacionado com todo o tempo que André André se arrastou em campo. Apesar do desperdício, ontem também nos faltou "mais treinador" para conseguir navegar aquele dilúvio de água e anti-jogo. 




Outros Intervenientes:



Compreendo que uma equipa a lutar pela permanência recorra a todos os meios de que dispõe para sobreviver, mas o Paços dum tal de João Henriques fez muito mais (menos!) do que isso: impediu  deliberada e reiteradamente que houvesse jogo, através dos habituais expedientes que definem a falta de carácter e de fair-play de quem os pratica, incentiva ou encomenda. Os expoentes máximos dessa estratégia foram os bandalhos Assis e M. Felgueiras, o novo Matrafona. Que ambos tenham a mesma sorte do original.


Com a passagem dos anos, até um traste vendido como Bruno Paixão se vai refinando. E não é só porque cada vez tem menos pernas e pulmão para se mexer no campo, é mesmo tarimba adquirida. Agora já não precisa daqueles lances de máxima polémica para brilhar encarnado. Já percebeu que é também nos lances aparentemente inócuos, todos somados, que se vai inclinando o campo e empurrando uma das equipas para o descontrolo mental. Assim, até já se pode dar ao luxo de marcar penáltis a nosso favor. Está um senhor, o Bruno. 


"Eu sei, eu sei, a mim também me custa marcar, mas o Xistra diz que é descarado... tenham fé..."


Sim, somos nós quem continua na frente e sim, é melhor estar dois pontos à frente do que dois atrás. Óbvio. O que não se consegue já medir é o impacto que este resultado terá sobre ambas as equipas, nomeadamente quando se depararem com novas situações de dificuldade nos jogos que se seguem e, em particular, nos que antecedem o Clássico da Luz:

O Porto recebe o Boavista, vai a Belém e recebe o Aves;

Os sem-vergonha vão à Feira, recebem o Guimarães e vão a Setúbal.

Em teoria, o Porto tem o seu jogo mais complicado na deslocação ao Benfica R (de Restelo), pela normal dificuldade que sentimos nesse jogo e por tudo o que os da filial vão querer oferecer à casa-meretriz. 

eles, certamente conquistarão os nove pontos em disputa, por muitas ou poucas dificuldades que venham a encontrar pelo caminho. Há sempre uma mão suja que carrega o andor.

Evidentemente que o campeonato não se encerra no jogo da Luz, seja qual for o resultado, mas uma vitória nossa será passo fundamental para que o campeonato português possa, cinco anos volvidos, voltar a ter um campeão verdadeiro e justo.

Para que isso possa acontecer, é imprescindível chegar à Luz em primeiro lugar. E para isso acontecer, só nos sobra um caminho: vencer os três próximos jogos. Acabou-se a folga, agora é só para homens.



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco