Em véspera do jogo decisivo para as nossas aspirações, o Porto garantiu uma vitória de forma relativamente tranquila e incontestada, perante um Aves que, nem recebendo o habitual incentivo por antecipação, se conseguiu constituir como obstáculo sério para nos impedir de amealhar os três pontos.
O golo logo a abrir contribuiu em muito para o andamento da partida, mas apenas é só porque, desta vez, Alex Telles marcou o penálti (e nem sequer foi lá muito bem batido, mas enfim). Em acto quase contínuo, um mau alívio de um avense fez ricochete em Otávio e a bola acabou por entrar na baliza de Facchini pela segunda vez.
A vencer por 2-0 aos onze minutos, tudo ficava mais facilitado mas nem por isso resolvido. A equipa entendeu bem essa condição e durante o que remanescente da primeira metade tentou de todas as formas e feitios chegar ao terceiro, que esse sim já garantiria uma margem muito confortável. Por inépcia ou má fortuna, a bola acabou sempre por se recusar a entrar uma vez mais que fosse. Sem jogar muito mas a cumprir o essencial, a equipa foi de consciência tranquila para o descanso.
O regresso foi menos interessante porque mais atabalhoado e menos intenso. A conjugação de ambos com a determinação do adversário em agradecer o autocarro em segunda mão, levaram a que o jogo se dividisse em alguns momentos da segunda parte, com o Aves a ter algumas oportunidades para fazer estragos. Nós também as voltamos a ter, mas - yet again - voltámos a desperdiçar.
E assim o tempo foi correndo, com a estabilidade precária que o 2-0 permitia - mas que permitia, inclusive para lançar Hernáni em campo - desde que a diferença de dois golos se mantivesse. Sérgio Conceição deu ainda oportunidade a Óliver para desenferrujar e a Gonçalo para dar duas corridas. Sem nenhuma melhoria no nosso jogo - mas, relembro, antes deles já Hernáni havia entrado...
A fechar, o Aves atirou ao poste de San Iker, o melhor que conseguiu em toda a partida. Se calhar, durante esta semana vai um autocarro recambiado para Lisboa por "problemas técnicos". Um jogo quase sem história e de que ninguém se lembrará daqui a muito pouco tempo. Faz parte da receita de qualquer campeonato, suponho.
Notas DPcA
Dia de jogo: 08/04/2018, 18h00, Estádio do Dragão, FC Porto - CD Aves (2-0)
Iker (6): Jogo sem grande trabalho, apesar dos sustos sofridos. Continua a exibir aquela incompreensível falha de entregar mal a bola sem nenhuma necessidade de o fazer: será necessário sofrer um golo à custa disso para que se emende? Não entendo.
Melhor em Campo Ricardo (7): Nem se nota que regressou há pouco tempo de lesão, tal o ritmo endiabrado que imprime pelo seu flanco. Foi essa velocidade que lhe permitiu ganhar o penálti (inequívoco) e que lhe possibilitou um conjunto muito interessante de descidas pelo flanco, ora em apoio, ora em jogada individual e que arrastam a equipa consigo. Merecia realmente ter feito o seu golo naquela oportunidade já no segundo tempo. Quem tem um jogador destes à disposição e não o convoca para um Mundial, só pode estar condicionado. E está, como todos sabemos.
Alex Telles (7): Regressou a casa e retomou o filme no ponto onde o tinha interrompido: a dar e a fazer golos e, com isso, toda a diferença entre ganhar e não ganhar os jogos. É um jogador absolutamente fulcral nesta equipa, talvez mesmo ao nível da importância de Marega. Nenhum outro se consegue aproximar neste momento.
Marcano (6): Alguns momentos de desatenção ou excesso de aventureirismo na frente deixaram a equipa exposta a contra-ataques em inferioridade numérica, algo rectificado prontamente assim que alertado para o facto. Fora isso, a habitual discrição e eficácia.
Felipe (6): Geriu bem a necessidade de cortar os lances de perigo e o perigo dos cartões, pelo que a exibição só pode ser positiva.
Sérgio Oliveira (6): Cumpriu à tangente, porque a sua prestação foi decaindo de forma precipitada ao longo do jogo. Acredito que parte da culpa seja do companheiro do lado, mas, enfim, não tenho provas...
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Foto de Catarina Morais / Kapta + |
Herrera (5): Num raríssimo dia bom, é um jogador interessante. Num dia normal, é uma espécie de borbulha (volta e meia, faz comichão) e num dia mau é simplesmente inenarrável. Hoje foi um dia (quase) normal, deu coceira a meio-mundo com aqueles passes ridículos, absurdos e incompreensíveis num jogador profissional. O que vale é que é uma jóia dum moço.
< 78' Otávio (6): Entrou cheio de genica e foi recompensado com um golo à tabela. Teve acção importante a conduzir a bola, sobretudo em posse, mas a verdade é que não conseguiu manter a intensidade inicial e saiu com naturalidade.
Brahimi (5): Teve pelo menos dois lances que, com um pouco mais de "felicidade", lhe permitiriam dar um colorido totalmente diferente à sua exibição. Desperdiçou-os, tal como o par de passes que fez para "eventual" golo, pelo que o que sobra é um Yacine muito, muito desinspirado e desinspirador. E a falta que o Yacine "bom" nos faz neste momento...
< 62' Aboubakar (4): "Está um monte de cacos. Ponto." - Parte X. A isto, acresce uma atitude aquando da substituição que eu não aceito a nenhum jogador. Estava chateado com f, tivesse jogado um bocadinho que fosse. Se não conseguiu, tem de ser actor e aceitar "graciosamente" uma substituição mais do que merecida.
< 88' Soares (6): Bem mais envolvido e consequente do que Abou na construção de jogo, mas não o suficiente para conseguir marcar, que é sempre o ponto de avaliação primordial de um avançado centro.
< 88' Soares (6): Bem mais envolvido e consequente do que Abou na construção de jogo, mas não o suficiente para conseguir marcar, que é sempre o ponto de avaliação primordial de um avançado centro.
> 62' Hernáni (5): Não sei para que foi chamado, mas certamente que não correspondeu.
> 78' Óliver (5): Demasiada alternância entre coisas bem e mal feitas para justificar a "positiva". Em sua defesa, diga-se que o tempo foi realmente pouco.
> 88' Gonçalo (-): Entrou para desentorpecer e nada mais.
> 78' Óliver (5): Demasiada alternância entre coisas bem e mal feitas para justificar a "positiva". Em sua defesa, diga-se que o tempo foi realmente pouco.
> 88' Gonçalo (-): Entrou para desentorpecer e nada mais.
Sérgio Conceição (6): Conseguiu ficar com os três pontos, algo que não foi capaz de fazer em duas das anteriores três jornadas, pelo que foi positivo. O jogo da equipa não deslumbrou ninguém, mas teve momentos interessantes e até empolgantes durante a primeira metade. Não entendo a insistência em Hernáni numa fase tão crucial e final da temporada, mas o treinador lá terá os seus motivos. Dos reforços de inverno, só Gonçalo (que, na verdade, é apenas mais um regresso a casa) é que teve uns minutos. Cumpriu porque a equipa cumpriu e nem vale mais a pena perder tempo a detalhar este joguinho. O que importa e que o definirá como treinador são os jogos que se seguem.
Outros Intervenientes:
Certamente que me desculpam e até talvez agradeçam por não perder tempo a escrever sobre o Aves ou sobre a arbitragem. Tudo medíocre, de uma ponta à outra.
Registo sim, para a posteridade, mais um andamento da farsa colossal em que os sem-vergonha transformaram o futebol em Portugal e estes últimos cinco campeonatos em particular.
O jogo em Setúbal foi tão rico em vigarice, compadrio, falta de profissionalismo e indecência que o melhor é mesmo deixar imagens, a valer por milhares de palavras.
Resumindo, mais dois pontos roubados à descarada e dois titulares importantes poupados a cartões justíssimos que os impediriam de nos defrontar. É este o único combustível que alimenta a farsa destes sem-vergonha.
Todos sabemos da importância de ganhar o próximo jogo.
Pelas nossas aspirações de ainda poder desafiar a farsa que há muito está montada e realmente contra tudo e todos ganhar este campeonato, mas também pela oportunidade única de mostrar a essa corja de sem-vergonha que são muitas vezes inferiores a nós e que sem as vigarices da arbitragem há muito que estavam fora da corrida pelo título - eles e todos os demais, para ser claro.
Espero e desejo ardentemente que ainda exista alguém vivo no meu Clube que saiba e possa explicar tudo isto àquele balneário liderado por Sérgio Conceição.
Pelo Clube e pela Cidade, mas essencialmente por um país mais decente onde todos se possam sentir minimamente confortáveis em viver. Eu, neste momento mais do que em qualquer outro, tenho vergonha de ser português - mesmo sabendo que estou, em tudo, nos antípodas daquela corja sem-vergonha, ao final do dia somos todos cá do Burgo e avaliados por igual.
Não, meus caros, não será apenas mais um jogo. Será tudo menos apenas um jogo. Entendam isso, por favor.
Lápis Azul e Branco
Registo sim, para a posteridade, mais um andamento da farsa colossal em que os sem-vergonha transformaram o futebol em Portugal e estes últimos cinco campeonatos em particular.
O jogo em Setúbal foi tão rico em vigarice, compadrio, falta de profissionalismo e indecência que o melhor é mesmo deixar imagens, a valer por milhares de palavras.
Resumindo, mais dois pontos roubados à descarada e dois titulares importantes poupados a cartões justíssimos que os impediriam de nos defrontar. É este o único combustível que alimenta a farsa destes sem-vergonha.
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Todos sabemos da importância de ganhar o próximo jogo.
Pelas nossas aspirações de ainda poder desafiar a farsa que há muito está montada e realmente contra tudo e todos ganhar este campeonato, mas também pela oportunidade única de mostrar a essa corja de sem-vergonha que são muitas vezes inferiores a nós e que sem as vigarices da arbitragem há muito que estavam fora da corrida pelo título - eles e todos os demais, para ser claro.
Espero e desejo ardentemente que ainda exista alguém vivo no meu Clube que saiba e possa explicar tudo isto àquele balneário liderado por Sérgio Conceição.
Pelo Clube e pela Cidade, mas essencialmente por um país mais decente onde todos se possam sentir minimamente confortáveis em viver. Eu, neste momento mais do que em qualquer outro, tenho vergonha de ser português - mesmo sabendo que estou, em tudo, nos antípodas daquela corja sem-vergonha, ao final do dia somos todos cá do Burgo e avaliados por igual.
Não, meus caros, não será apenas mais um jogo. Será tudo menos apenas um jogo. Entendam isso, por favor.
Do Porto com Amor,