Mid-Season Review: Parte 1 - Desempenho Colectivo

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Mid-Season Review: Parte 1 - Desempenho Colectivo


Na sequência do que vem sendo hábito, segue-se uma breve análise do comportamento do Porto - agora de Sérgio Conceição - durante a primeira metade da temporada 2017/18.

Começaremos pelo colectivo, pelos resultados atingidos pela equipa nas diversas competições em que esteve (e ainda está!) envolvida. No post seguinte, serão revistos e comparados os comportamentos individuais sob diversas métricas e estatísticas, quantitativas mas também qualitativas. Por fim, olharemos com maior detalhe para o desempenho dos reforços, que neste peculiar ano são exclusivamente compostos por jogadores regressados de empréstimo (Vaná, a única aquisição, nunca foi utilizado).

Parte 1 - Desempenho Colectivo


Com a espada do fairplay financeiro (FFP) sobre a cabeça, foi a temporada de menor investimento em contratações de que tenho memória - e o pouco que se gastou, não trouxe, até ver, qualquer benefício à qualidade do plantel.

Coube ao novo treinador (o sexto em cinco épocas, descontando os interinos) focar-se "desesperadamente" no reaproveitamento dos jogadores já contratados e que andavam por esse mundo fora a jogar futebol às nossas custas. Para surpresa geral, fê-lo com grande mestria.

A surpresa não advém das dúvidas quanto às capacidades do treinador (que as tinha, conforme escrevi aquando da sua contratação), mas antes do facto de ser praticamente inédito o que sucedeu: fazer de um grupo de "retornados" uma equipa ganhadora e com espírito solidário. E essa foi a primeira grande conquista de Sérgio Conceição.

Sendo um treinador ainda rookie, Sérgio teve de "aprender fazendo", cometendo os inevitáveis erros que sempre acompanham esse tipo de processo. A aposta era de risco - uma vez mais - mas desta vez parece seguro dizer que foi acertada, aconteça o que acontecer até final da época. No entanto, só a conquista da Liga o confirmará em definitivo como treinador de topo.




LIGA NOS


Sérgio Conceição conseguiu que a equipa sobrevivesse às primeiras deslocações com vitórias preciosas, pela vantagem mínima, onde num passado recente o Porto não o tinha conseguido fazer. Juntando-lhes as vitórias caseiras folgadas (mesmo que nem sempre o resultado traduzisse as dificuldades sentidas), chegámos a Alvalade (J8) com sete vitórias e de lá saímos com a sensação que deveriam ter sido oito, tal a superioridade demonstrada em grande parte do jogo. 

Ainda assim, conquistámos um ponto no reduto de um rival na luta pelo título. Seguiram-se mais 3 vitórias na liga até ao período menos feliz na competição, empates consecutivos nas Aves e com Benfica. Depois disso, retomamos o caminho 100% vitorioso até à J17, a última da primeira volta.

Consequência natural, a liderança isolada do campeonato, embora muito mais curta do que deveria ser, fossem as arbitragens um pouquinho mais competentes.


TAÇA DE PORTUGAL


Após um primeira eliminatória tranquila, contra um adversário muitos patamares abaixo do nosso, seguiu-se o Portimonense no Dragão e quase acontecia o pior. A poucos minutos dos 90, perdíamos 1-2 e já se adivinhava a eliminação. Só que esta equipa mostrou que nunca se rende, conseguindo a reviravolta ainda dentro do tempo regulamentar. Jogo fundamental na afirmação da equipa e na crença em si própria. 

Já perto do final de 2017, recebemos e eliminámos com relativa facilidade o Vitória de Guimarães, ficando marcados encontros em Moreira de Cónegos e com o Sporting, em caso de apuramento (que já se consumou, como é sabido, mas dentro da segunda volta).


TAÇA DA LIGA


A taça de todos os horrores para os Portistas, começou exactamente dessa forma: mais uma pequena desilusão, após o empate caseiro sem golos frente ao Leixões (por estes dias, também conhecido por Benfica L). Lá ficámos a fazer contas à vida, uma vez mais. Só que...

Só que, desta vez, temos um treinador que diz o que faz e faz o que diz, pelo que fez alinhar frente ao Rio Ave grande parte dos habituais titulares, conseguindo assim uma essencial vitória para as nossas aspirações. No entanto, a tarefa só ficou concluída em Paços de Ferreira, no terceiro jogo, após mais uma vitória suadinha.

Já de seguida, enfrentaremos o Sporting na segunda meia-final da Final Four; com os olhos postos na vitória final, obviamente.


CHAMPIONS LEAGUE


O primeiro jogo (Besiktas no Dragão) foi outro momento marcante da temporada: o  pequeno banho de bola que os turcos nos deram impeliu Conceição a alterar a forma de jogar da equipa, especialmente em jogos contra equipas de valia semelhante à nossa. Serviu também para ostracizar Óliver e apostar tudo em Herrera ao lado de Danilo

No Mónaco, outro momento marcante, com a surpresa de Sérgio Oliveira no miolo, já fruto dos "ensinamentos" colhidos da primeira jornada. Num jogo onde tudo nos correu de feição, garantimos uma vitória folgada e importante para levantar o moral "europeu" das tropas.

No duplo confronto com Leipzig, contraste evidente entre os dois jogos. No primeiro, sobrevivemos a uma goleada com uma airosa derrota por 3-2; no segundo, fomos ao fundo do baú buscar uma cassete VHS das noites europeias das Antas e vencemos por um decisivo 3-1, porque nos deixou em vantagem no confronto directo com os alemães.


GLOBAL


Comparativo Primeiras Voltas (clicar para ampliar)


Uma rápida observação do quadro permite perceber com facilidade a supremacia dos resultados apresentados pela equipa em 2017/18, com destaque maior para o campeonato e Taça da Liga. Sendo o campeonato o mais importante, parece-me justo concluir que estamos na melhor posição dos últimos quatro anos para conseguir chegar ao final em primeiro. Quanto às taças, ganhar as nacionais e sonhar com a passagem aos quartos na Champions (para começar).


Continua em: Mid-Season Review: Parte 2 - Utilização



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




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