Concluída a resumida observação do comportamento colectivo do Porto 17/18, segue-se agora um conjunto de análises aos diversos parâmetros individuais dos jogadores.
Cada análise pressupõe dados quantitativos (jogos, minutos, golos, assistências, etc.), dados qualitativos e, portanto, sempre mais subjectivos (pontos DPcA, melhor em campo [MeC]) e métricas calculadas a partir desses dados (médias, minutos por golo, golos por minuto, etc.).
Comecemos
então pelos dados objectivos e quantificáveis, reservando as pontuações
para o grande final. Dentro destes, avançamos agora com a utilização efectiva dos jogadores, socorrendo-nos dos quadros seguintes.
Este primeiro quadro destaca os onze jogadores mais utilizados por Sérgio Conceição, que de forma um pouco grosseira se pode designar como o onze preferido do treinador - mesmo tendo em conta as prolongadas lesões, como no caso de Danilo, que ainda assim "durou" o suficiente para se manter neste lote.
Aliás, esta foi uma época bem marcada por lesões e também por castigos, o que aliado à vontade/necessidade de experimentação do treinador recém-chegado, acabou por ditar o fim da "ditadura dos centrais" no topo da tabela dos minutos de jogo.
Foi Alex Telles quem acabou por ser o mais utilizado do plantel, com 4059 minutos de jogo (um valor semelhante ao que registou na temporada passada, mas inferior em quase 100 minutos face ao "vencedor" do ano passado, Marcano), mesmo tendo sofrido aquela arreliadora lesão no Estoril, que o afastou do relvado por várias partidas. Percebe-se bem os motivos: além de ser um elemento determinante na produtividade ofensiva, nunca teve um concorrente à altura para o lugar (foi Dalot quem o substituiu durante a lesão). Logo a seguir, a dupla de centrais, desta vez com Felipe a somar uns minutinhos a mais face a Marcano.
Para mim, a verdadeira surpresa vem a seguir, na quarta posição: Brahimi. O mago do Magreb ficou a uma centena de minutos do trio do pódio, mas ainda assim teve uma evolução muito significativa face a 16/17, onde se quedou num modesto 14º lugar sem sequer atingir os 2.000 minutos. Além disso, foi o jogador do plantel que participou em mais jogos, 49 num total de 52 partidas oficiais.
Destaque também para Casillas, que mesmo com a sabática forçada, acabou por ser o guarda-redes mais utilizado do plantel - e nem poderia ser doutra forma.
A presença de Corona neste 11+ também me surpreende um pouco, considerando a sua irregularidade exibicional e consequente irregularidade competitiva (apenas 3 jogos completos em toda a temporada).
E já que se fala de jogos completos, foi a dupla Felipe / Marcano quem se destacou da concorrência, somando 43 no total, mais dois que Telles.
No lado reverso, destaque pela negativa para Aboubakar (além de Corona, claro), com apenas 13 jogos em campo do primeiro ao último minuto. No entanto, foi mesmo o camaronês quem registou a maior série consecutiva de presenças na equipa: foram 28 jogos seguidos sempre a "calçar".
Quanto aos "outros", os restantes jogadores, destaque para a elevada utilização de sete jogadores, todos somando mais de mil minutos de jogo: Sérgio Oliveira, Sá, Soares, Maxi, Óliver, Reyes e Otávio. Por comparação, apenas cinco ultrapassaram esta marca em 16/17, o que permite dizer que este ano houve de facto uma "exploração intensiva" dos recursos à disposição, havendo mais jogadores a contribuir para o resultado final da temporada. Fruto da escassez de qualidade e de soluções, mas também do tal espírito que o treinador devolveu ao balneário do Dragão: um por todos e todos pelo Porto.
Neste lote, a surpresa mais positiva foi Sérgio Oliveira, um dos nados-mortos que ressuscitou e se impôs finalmente, primeiro a espaços, como arma secreta para um meio-campo a três nos jogos mais complicados; depois em full-time, após a lesão de Danilo. No entanto, devo dizer que quase todos me causaram esta boa sensação de estar a dar mais do que vinha sendo habitual.
Quase todos... porque Óliver foi a decepção. Foi o cordeiro sacrificado (injustamente) pelo treinador após a primeira derrota (Besiktas), passando de titular a suplente e até não-convocado e disso nunca mais se recompôs. Voltou a ter oportunidades (mais adiante), mas nunca conseguiu verdadeiramente impor-se ou sequer mostrar as suas melhores qualidades dentro de campo. Ainda assim, note-se que ficou bem dentro da "ficha de jogo" tipo (18 jogadores).
José Sá teve a sua oportunidade. Começou nervoso, recompôs-se, teve uma boa série e depois voltou a tremer entre os postes até que não lhe sobrava outra alternativa que não fosse o regresso ao banco. Em todo o caso, foi bom para ele, deu-lhe minutos imprescindíveis para continuar a evoluir a este nível e não saiu "queimado". Não muito...
Verdadeira decepções foram André André e Hernáni, não por a expectativa que recaía sobre eles ser elevada, mas precisamente porque mesmo perante expectativas modestas não foram capazes de cumprir. Utilização escassa que se ficou a dever muito... às suas utilizações. Quanto mais jogavam, menos vontade dava de os voltar a ver jogar... Épocas muito fracas.
Nota negativa também para a baixíssima utilização dos reforços (?) de inverno Waris, Paulinho, Osório e Gonçalo Paciência, confirmação inequívoca do desacerto conjuntural do recrutamento. Ainda assim, o mais utilizado foi o jovem avançado português, ficando um pouco acima dos 300 minutos de jogo.
E sim, Vaná afinal jogou... boa compra...
Continua em: Análise da Época 17/18: Parte Três - Produção Ofensiva e Pontos DPcA
Quadro 1.1 - Utilização 11+ (clicar para ampliar) |
Este primeiro quadro destaca os onze jogadores mais utilizados por Sérgio Conceição, que de forma um pouco grosseira se pode designar como o onze preferido do treinador - mesmo tendo em conta as prolongadas lesões, como no caso de Danilo, que ainda assim "durou" o suficiente para se manter neste lote.
Aliás, esta foi uma época bem marcada por lesões e também por castigos, o que aliado à vontade/necessidade de experimentação do treinador recém-chegado, acabou por ditar o fim da "ditadura dos centrais" no topo da tabela dos minutos de jogo.
Foi Alex Telles quem acabou por ser o mais utilizado do plantel, com 4059 minutos de jogo (um valor semelhante ao que registou na temporada passada, mas inferior em quase 100 minutos face ao "vencedor" do ano passado, Marcano), mesmo tendo sofrido aquela arreliadora lesão no Estoril, que o afastou do relvado por várias partidas. Percebe-se bem os motivos: além de ser um elemento determinante na produtividade ofensiva, nunca teve um concorrente à altura para o lugar (foi Dalot quem o substituiu durante a lesão). Logo a seguir, a dupla de centrais, desta vez com Felipe a somar uns minutinhos a mais face a Marcano.
Para mim, a verdadeira surpresa vem a seguir, na quarta posição: Brahimi. O mago do Magreb ficou a uma centena de minutos do trio do pódio, mas ainda assim teve uma evolução muito significativa face a 16/17, onde se quedou num modesto 14º lugar sem sequer atingir os 2.000 minutos. Além disso, foi o jogador do plantel que participou em mais jogos, 49 num total de 52 partidas oficiais.
Destaque também para Casillas, que mesmo com a sabática forçada, acabou por ser o guarda-redes mais utilizado do plantel - e nem poderia ser doutra forma.
A presença de Corona neste 11+ também me surpreende um pouco, considerando a sua irregularidade exibicional e consequente irregularidade competitiva (apenas 3 jogos completos em toda a temporada).
E já que se fala de jogos completos, foi a dupla Felipe / Marcano quem se destacou da concorrência, somando 43 no total, mais dois que Telles.
No lado reverso, destaque pela negativa para Aboubakar (além de Corona, claro), com apenas 13 jogos em campo do primeiro ao último minuto. No entanto, foi mesmo o camaronês quem registou a maior série consecutiva de presenças na equipa: foram 28 jogos seguidos sempre a "calçar".
Quadro 1.2 - Utilização restantes jogadores (clicar para ampliar) |
Quanto aos "outros", os restantes jogadores, destaque para a elevada utilização de sete jogadores, todos somando mais de mil minutos de jogo: Sérgio Oliveira, Sá, Soares, Maxi, Óliver, Reyes e Otávio. Por comparação, apenas cinco ultrapassaram esta marca em 16/17, o que permite dizer que este ano houve de facto uma "exploração intensiva" dos recursos à disposição, havendo mais jogadores a contribuir para o resultado final da temporada. Fruto da escassez de qualidade e de soluções, mas também do tal espírito que o treinador devolveu ao balneário do Dragão: um por todos e todos pelo Porto.
Neste lote, a surpresa mais positiva foi Sérgio Oliveira, um dos nados-mortos que ressuscitou e se impôs finalmente, primeiro a espaços, como arma secreta para um meio-campo a três nos jogos mais complicados; depois em full-time, após a lesão de Danilo. No entanto, devo dizer que quase todos me causaram esta boa sensação de estar a dar mais do que vinha sendo habitual.
Quase todos... porque Óliver foi a decepção. Foi o cordeiro sacrificado (injustamente) pelo treinador após a primeira derrota (Besiktas), passando de titular a suplente e até não-convocado e disso nunca mais se recompôs. Voltou a ter oportunidades (mais adiante), mas nunca conseguiu verdadeiramente impor-se ou sequer mostrar as suas melhores qualidades dentro de campo. Ainda assim, note-se que ficou bem dentro da "ficha de jogo" tipo (18 jogadores).
José Sá teve a sua oportunidade. Começou nervoso, recompôs-se, teve uma boa série e depois voltou a tremer entre os postes até que não lhe sobrava outra alternativa que não fosse o regresso ao banco. Em todo o caso, foi bom para ele, deu-lhe minutos imprescindíveis para continuar a evoluir a este nível e não saiu "queimado". Não muito...
Verdadeira decepções foram André André e Hernáni, não por a expectativa que recaía sobre eles ser elevada, mas precisamente porque mesmo perante expectativas modestas não foram capazes de cumprir. Utilização escassa que se ficou a dever muito... às suas utilizações. Quanto mais jogavam, menos vontade dava de os voltar a ver jogar... Épocas muito fracas.
Nota negativa também para a baixíssima utilização dos reforços (?) de inverno Waris, Paulinho, Osório e Gonçalo Paciência, confirmação inequívoca do desacerto conjuntural do recrutamento. Ainda assim, o mais utilizado foi o jovem avançado português, ficando um pouco acima dos 300 minutos de jogo.
E sim, Vaná afinal jogou... boa compra...
Continua em: Análise da Época 17/18: Parte Três - Produção Ofensiva e Pontos DPcA
Do Porto com Amor,
Lápis Azul e Branco
Eu achei que os reforcos de inverno eram mesmo necessarios. Houve ali uma altura de muitas lesoes e era preciso acautelar. O paciencia levou uma pela equipa. Os outros traziam muita expectativa, mas pouca esperanca. Mas no money no funny e foi o que se conseguiu sem gastar nada no imediato.
ResponderEliminarEu também achei que era essencial reforços, mas não os que vieram, pelo que não tinha qualquer expectativa positiva sobre o seu impacto. A excepção era Osório, que não se confirmou mas em quem mantenho ainda esperança sobre a sua afirmação.
EliminarConcordo quanto ao Gonçalo, foi sacrificado em nome da possível saída de Soares. Perdeu meia época de titularidade mas acabou campeão. Não se perdeu tudo...