Resultado perfeito no Dragão. Como se não bastasse apresentarem-se com as segundas linhas, os amigos do Leicester City FC resolveram também jogar de vermelho? É no que dá. Cincazero up theirs.
Até os comemos, caraaaago! |
E fico a pensar por que raio não vencemos o grupo. A resposta chega rápida e determinada: porque jogámos pouco, muito pouco até. O acento no "a" é decisivo aqui - e espero que esteja bem aplicado. De facto, nos cinco jogos anteriores desta fase de grupos mostrámos muito pouco (outra vez o acento, repararam?), sobretudo tendo em conta a pouca-valia dos adversários.
Sim, o Leicester é o campeão inglês e com todo o mérito, tem um orçamento várias vezes superior ao nosso e essa coisa toda: mas a realidade é que esta época são uma sombra do que foram naquela que os coroou como campeões. Aliás, todos nós ficámos com um amargo de boca no jogo de ida, não é verdade? Estavam perfeitamente ao nosso alcance... jogássemos nós o que seria expectável.
Esta conversa toda para chegar ao ponto que já lancei ao comentar no Porto Universal: vive-se uma espécie de esquizofrenia Portista pela bluegosfera adentro (ou será afora?), dada a incoerência e inconstância de posições e crenças em função de um resultado (neste caso, dois). Ou talvez seja um transtorno bipolar draconiano, não sei.
O que sei (ou acho que sei) é que termos ganho estes dois jogos não significa termos resolvidos todos os problemas com um passe de mágica - quem me dera. Esses são estruturais e mais profundos. Nem mesmo quanto ao problema conjuntural (leia-se treinador) há qualquer garantia de que se tenha esfumado no bafo do Dragão.
Sai golaço em dois, um... |
As contas são simples de fazer: cumprimos o objectivo na Champions, falhámos na Taça, estamos em situação delicada na Liga e começamos mal a outra taça - tudo isto sob o signo de um futebol incoerente, ultra-ineficaz e não raras vezes mal jogado. Exceptuando estes dois últimos jogos. Que, vá lá, são isso mesmo - os últimos. Mas nada que a bola dentro da baliza não consiga reescrever a tinta invisível, não é verdade, meus caros bipolares?
Mas sei também que estas duas vitórias nos trouxeram um ingrediente fundamental sobre o qual se alicerça um crescimento colectivo e individual saudável e sustentado: a confiança. Por isso, espero que não se atrevam a deitá-la fora, no mínimo até que as doze passas estejam devidamente deglutidas e desejadas.
Quanto ao jogo, foi bom e bonito de ser ver. Tudo pareceu fácil, simples, divinal. Os golos sucederam-se a bom ritmo e foram para todos os gostos e feitios. Grandes golos, alguns deles. Todo o ataque marcou. E continuámos com a baliza fechada a sete chaves. Um sonho de partida.
Claro que o adversário deu o mote, mas soubemos aproveitar. Parecendo que não, é meritório. Objectivo cumprido, portanto. Segunda-feira, que venha quem vier! (menos o Barça, Dortmund, Arsenal, Atlético e Juventus...)
A meio da triunfal caminhada para a "little hand" |
Notas DPcA
Dia de jogo: 7/12/2016, 19h45, Estádio do Dragão, FC Porto - Leicester City FC (5-0).
Casillas (7): Um mero espectador na primeira parte, um par de boas intervenções na segunda.
Maxi (8): Outra grande partida, de princípio a fim. Sempre muito (e bem) envolvido no ataque e atento e astuto a defender. E uma boa assistência para um golo de classe. Está em clara subida, que seja para manter.
Alex Telles (8): Em boa hora recuperou a titularidade, porque voltou a ser dos mais importantes na manobre ofensiva. Bela assistência para o melhor golo da noite.
Felipe (7): Outro bom jogo, quase sempre atento e implacável. Calma com a dureza fora de tempo e lugar...
Marcano (7): Outra boa exibição, ao nível do seu companheiro de sector.
< 76' Danilo (7): Oposição de menor qualidade face ao jogo anterior, mas a resposta foi a mesma. Sempre ligado ao jogo, sempre presente. E, aparentemente, também indestrutível (e não é que não tenham tentado - saiu por precaução, suponho). Like.
Óliver (7): Primeira parte de grande nível, naquele seu trabalho duplo habitual de defesa-e-ataque. Quebrou um pouco na segunda mas acabou o jogo (coisa rara) tranquilamente.
Brahimi (8): Regresso de sonho à titularidade, coroado com um golo à Madjcão (meio Madjer, meio Falcao). Nem tudo lhe saiu bem, mas tal nunca será expectável, tendo em conta a quantidade de vezes que arrisca para fazer o "impossível". Que se aguente assim, humilde e inspirado, até que a CAN o leve.
< 76' Corona (9): Está num grande momento de forma, facilmente comprovado pela desfaçatez com que arrisca a finta mais improvável e humilhante para o adversário que se atreve a marcá-lo. Com espaço e inspirado, é um jogador terrível. Golaço e assistência para o primeiro. Hesitei por ele na atribuição do MeC, mas a produtividade de AS acabou por levar a melhor.
O sorriso, que bem que te fica... |
Melhor em Campo André Silva (9):
Está quebrado o mini-enguiço e logo com golpe duplo (e assistência). A resposta ideal a Rui Pedro, o herói do jogo anterior. Como que a colocar cada um no seu sítio. Jogo típico de grande avançado, contribuindo decisivamente para o resultado final. Pimba!
< 75' Diogo Jota (8): Bem melhor do que nos últimos jogos, sobretudo ao nível da confiança e da eficácia das suas acções. Durou até final e acabou presenteado com o último golo da noite (e nós também). Mais um passo no seu desenvolvimento.
> 76' Rúben Neves (6):
Não entrou da melhor forma, com um e outro passe mal medido, sem que nada o pressionasse desta vez. Recuperou e entrou no (bom) ritmo da equipa, sem nunca se destacar.
> 76' Herrera (6): Pois, sim, e coisa e tal. Dia de festa, só contei três passes menos bem medidos, não provocou a recuperação do Leicester, seis como os outros... (só por ser dia de festa).
> 78' Rui Pedro (6): Um e outro pormenor, sem nada a relevar que não seja a sua estreia na competição aos dezoito aninhos. E a nota segue nesse preceito.
Nuno Espírito Santo (8): Cinco-a-zero ao campeão inglês. Futebol solto, atraente e golos espectaculares. Uau, este mister é um... mister! Bem, pelo menos ontem foi. Porque nada mais se poderia pedir à sua equipa. Ganhou por muitos e com estilo. Convém não desvalorizar o facto de que estávamos com o apuramento em risco, havia (uma grande) pressão com a qual havia que saber lidar. Evidentemente que Leicesters destes há poucos, provavelmente mais nenhum até final da época. Equipa sem rotinas, sem confiança, sem motivação... mas... nada a ver com Nuno, que o seu trabalho o fez impecavelmente. O "nove" fugiu-lhe pela incompreensível demora nas substituições.
Nada a declarar sobre os demais intervenientes no jogo.
Para a posteridade, o registo de um resultado histórico |
Agora interessa-me mesmo (mas mesmo, mesmo... mesmo!) ir à Feira ganhar. Esse feito sim, é que será por mim trovado, sem ponta de escárnio ou mal-dizer. O de ontem foi notável, chorudo e ficará sempre muito bem nos livros de história (e da contabilidade da SAD) - mas já passou. O que eu quero mesmo é engolir este meu post no final da época - e prometo comê-lo até ao último bit... no que ao treinador diz respeito.
P.S. - caso alguém tenha perdido tempo a meditar sobre quem é esse tal de Smith, que siga por aqui...
Lápis Azul e Branco,
Do Porto com Amor
Algo que a mim me deixou satisfeito foi ver as nossas gentes (a maioria vá) a não embandeirar em arco. Este jogo na Feira adivinha-se difícil porque já sabemos como são os adversários contra o FC Porto. É ganhar ou ganhar.
ResponderEliminarSerá mesmo a maioria? Tomara que sim.
EliminarTodos à Feira (treinador e jogadores inclusive)!
Sem as lesões de Otavio e Layun seria a mesma coisa?
ResponderEliminarLápis corajoso, mas isso já se sabia.
A sério que não sei se está a ser sarcástico... tem que detalhar um pouco mais.
EliminarA mesma coisa nunca seria, fica por saber se não seriam titulares em vez dos que jogaram e as implicações que teria. Mas sim, são dois dos jogadores em pior forma" dos que jogam regularmente.
Não estou a ser sarcástico, estou apenas a levantar uma dúvida, que subentendo pela crónica que escreveu, também equacionou.
EliminarSe Otavio e Layun estivessem operacionais, NES tê-los-ia colocado a titulares? Brahimi e Corona chegariam a ir a jogo?
Não sou dos dá já Depoitre como um barrete, nem faz de Rui Pedro uma supervedeta, embora a finalização com o Braga e aquela contemporização e depois o toque que isola, salvo erro o Maxi, não seja para qualquer meco. Como também não acho que o plantel tenha sido assim tão mal formado.Os jogadores colocados à disposição do técnico, mostraram que podem ser criativos, intensos, ter segurança no passe e que podem tomar boas decisões.
Falta saber se o técnico tem esta pretensão e para isso precisamos de consistência;modelo de jogo, de futebol e resultados.
Sobre a crónica do jogo, vi exactamente o que o Lápis viu.
Nos melhores em campo, dando de barato que o puto tem uns "tomates" do caraças e energia duracel, Brahimi encheu-me uma vez mais as medidas, allez, pelo golo à Madger), mas em minha opinião, os melhores foram mesmo Corona e Maxi e...pois claro, ajudei como pude no...Pinto da Costa...:))))
E eu juro que não atrapalhei :-)
EliminarVá, vou responder aqui à tua resposta :) E ao post, se me permites.
ResponderEliminarEmbandeirar em arco, como com o Rui Pedro na semana passada? Passa. Embandeirar em arco é só o balão esvaziar quando a normalidade bater à porta.
Tipo com a nomeação do senhor Luís "trigger happy" Ferreira para a Feira. E o anti-jogo, cuja alteração sabemos que não é para nós.
Mas fica a dúvida: não jogamos mais porque não sabemos ou porque não nos deixam? É que, se juntasses os pontos de metade dos penaltis que nos gamaram, estaríamos muito mais à frente.
E sim, claro, o facto da bola entrar muda a percepção das coisas, mas não é esse o propósito do futebol? Quantos jogos não ganharam AVB, VP ou Mourinho por 1-0 à rasquinha?
Pôr uma fase negra atrás das costas e ganhar confiança é uma escolha. Entre o optimismo e o pessimismo. Prefiro a primeira à segunda. Digamos que pagar o happy meal ao Silva me deixou Happy.
Abraço
Mas a grande questão, meu caro, é saber se a fase negra está mesmo ultrapassada. Com apenas 2 bons jogos e resultados, digo que não. Se ganharmos os próximos 3, começo a pensar que talvez.
EliminarO que me faz confusão são os picos de optimismo e pessimismo, assim tão seguidos e sem justificação aparente. E não confundir com a alegria de ganhar, que essa está sempre justificada por natureza.
Abraço
Bahahahahah, Smith. Só percebi no link mesmo. Ca burro, credo.
ResponderEliminarDistraído, vá... :-)
EliminarNão sabia que Silva em inglês é Smith!!!
ResponderEliminarComo também não sabia que Felisberto em spiquingles é Happybert...
E que grandes momentos passei ao som d'Os Silvas... "Namorada em coma, eu sei, sei, é séeeerioooo..." :-)
EliminarMariconço! :)
EliminarCaro Fernando Pinto, que tudo se resolva a contento e com brevidade!
ResponderEliminarAqui fica o seu comentário, para a posteridade:
"Que o nosso FC Porto tenha encontrado em definitivo a estabilidade exibicional com resultados a condizer, para bem do nosso Clube e nossa alegria. Um abraço e... FC PORTO SEMPRE"
Sempre. Um abraço
Muito Obrigado Lápis.
EliminarNão se admire com a bipolaridade e cambalhotas. Profissionais do sector já haviam garantido que por cá, era no sentido inverso, para a demolição do clube.
ResponderEliminar"que existem nesses e noutros blogues, como o nosso, vários assalariados indirectos do Carvalho a comentar) e que 90% estão a fazer aquilo que já se previa depois do escândalo de Varsóvia: culpar Jesus e desculpar Bruno Carvalho."
"Sim, sem dúvida... o 1º afazer isso foi o SLV. Ee depois no SCP começaram também a ter profissionais a comentar nos Sites e Blogues. É verdade. E o FCP mais uma vez ficou de fora dessas modernices. o FCP nem tem profissionais Bloggers nem tem Paineleiros nomeados, indicados pelas SADs. No FCP não souberam acompanhar os tempos. Só mais tarde aparecerem com a newsletter do dragões diários."
É melhor enrolar o Expresso nessa lista de demolidores também, a não ser que...
EliminarArrolar, chiça
EliminarQuer os profissionais, quer os assalariados estão bem instalados. Não é surpresa nenhuma.
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