É factual: 2016/17 não foi um bom ano para nós. Outra época em branco, sem um mísero título para acrescentar ao nosso riquíssimo palmarés. Tratando-se da terceira a zeros e a quarta sem conquistar o campeonato, o drama assume proporções dantescas. No meu caso, é mesmo o pior momento da vida do Clube a que assisti já com consciência.
As causas já são por todos sobejamente conhecidas:
1) A vergonha-nacional que é este polvo candeeiro, traficante e vigarista;
2) Nuno Espírito Santo;
3) Os responsáveis pela escolha de NES (e consequente exclusão de outros candidatos (muito) melhor qualificados).
Para além disto, houve também os jogadores. E os jogos por eles jogados. Sim, é jogo de palavras intencional. Para reforçar o que o futebol é - ou deveria ser - jogadores a jogarem jogos. É essencialmente sobre eles que me vou debruçar nesta análise de fim de temporada. Mas antes, uma breve pincelada sobre o colectivo.
Como equipa, os registos são eloquentes.
No total, o Porto disputou 49 partidas oficiais,
divididas por Campeonato (34), Champions League (2+8), Taça da Liga (3)
e Taça de Portugal (2). Somou 27 vitórias, 16(!) empates (o de Chaves
transformou-se em derrota, após as g.p.) e 6 derrotas, assim repartidas
pelas diferentes competições:
Campeonato: 22V - 10E - 2D (11-5-1)
Champions: 4V - 3E - 3D (4-3-1)
Taça Portugal: 1V - 1E - 0D (1-1-0)
Taça da Liga: 0V - 2E - 1D (1-2-1)
Este conjunto de resultados valeu-nos ficar fora das taças nacionais ainda durante a primeira volta, a eliminação nos oitavos da prova europeia e o amargo segundo lugar no campeonato.
Quanto às taças, reproduzo o que escrevi na mid-season review:
"(...) há que distinguir claramente o comportamento numa e noutra.
Na Taça de Portugal caímos, em casa do excelente Chaves, no desempate por grandes penalidades. E, portanto, há que o assumir: falhámos
enquanto equipa. Os penáltis treinam-se, técnica e mentalmente, e tendo
em conta o desfecho, não os treinámos o suficiente. Sim, que o Capela
fez de tudo para nos empurrar até essa decisão e, não fosse por ele,
provavelmente teríamos ganho durante o jogo jogado. É indiscutível e
inaceitável, mas ainda assim não foi o árbitro quem nos eliminou: foi o
Chaves, que marcou melhor os penáltis.
Na Taça da Liga, fomos "iguais a nós próprios",
fazendo bom uso do luso-futebolês. Três jogos e nem uma vitória, contra
adversários claramente inferiores em todos os parâmetros. Houve, uma
vez mais, interferência ilícita e perniciosa das arbitragens em dois
deles (Feirense e Moreirense), mas não há como negar que a nossa prestação foi indigna do Clube que somos.
No entanto, aqui a má arbitragem foi mesmo decisiva. Este é um exemplo paradigmático daquilo que não me canso de repetir em contra-corrente da opinião fabricada pelos merdia e opinadeiros avençados:
"Mesmo a jogar assim tão mal, teríamos passado à Final Four, não fosse pelos claros e inegáveis prejuízos causados pela arbitragem".
Se
gostaria que a minha equipa tivesse um comportamento melhor?
Obviamente. Se isso tem alguma relação com o que acima se expôs?
Nenhuma."
Na Champions, chegámos até onde tivemos capacidade para chegar - mesmo se em esforço.
Após uma fase de grupos medíocre ao nível exibicional, lá garantimos o apuramento no último jogo, com uma goleada caseira contra o Leicester B. Mas antes disso, as coisas estiveram muito tremidas. O momento-chave foi o bafejo de sorte que tivemos em Brugges, onde arrancámos uma vitória a ferros mesmo sobre o apito final.
Nos oitavos, a Juventus mostrou desde o primeiro minuto ser melhor em quase todos os aspectos. Foi pena não termos jogado nenhum dos jogos em igualdade numérica, porque assim seria mais visível a dimensão das diferenças entre as duas equipas.
Em todo o caso, a missão principal foi cumprida. E com a dificuldade extra de nos termos cruzado com uma boa equipa no play-off de acesso.
No Campeonato, mais do mesmo. Aliás, fizemos uma segunda volta exactamente igual à primeira em termos de resultados, conforme se poderá ver no quadro acima (entre parêntesis, os resultados da primeira metade da época).
Na Champions, chegámos até onde tivemos capacidade para chegar - mesmo se em esforço.
Após uma fase de grupos medíocre ao nível exibicional, lá garantimos o apuramento no último jogo, com uma goleada caseira contra o Leicester B. Mas antes disso, as coisas estiveram muito tremidas. O momento-chave foi o bafejo de sorte que tivemos em Brugges, onde arrancámos uma vitória a ferros mesmo sobre o apito final.
Nos oitavos, a Juventus mostrou desde o primeiro minuto ser melhor em quase todos os aspectos. Foi pena não termos jogado nenhum dos jogos em igualdade numérica, porque assim seria mais visível a dimensão das diferenças entre as duas equipas.
Em todo o caso, a missão principal foi cumprida. E com a dificuldade extra de nos termos cruzado com uma boa equipa no play-off de acesso.
No Campeonato, mais do mesmo. Aliás, fizemos uma segunda volta exactamente igual à primeira em termos de resultados, conforme se poderá ver no quadro acima (entre parêntesis, os resultados da primeira metade da época).
O que se impunha era obviamente melhorar o registo, mas a recta final deitou tudo a perder. Empates nos Barreiros, Luz e Braga e em casa contra Setúbal e Feirense condenaram-nos, enquanto outros seguiram descontraídos, ao colo do andor salazarento. O fecho em Moreira de Cónegos foi simplesmente indigno, até para NES.
Na análise intercalar, listei os três grandes problemas que então nos assolavam:
1 - Arbitragens
2 - Inconsistência de Nuno, nas escolhas e na forma de jogar
3 - Gritante ineficácia na concretização
Face ao que escrevi na altura, houve um ponto que se resolveu e dois que se agravaram.
No lado positivo, chegou Soares e a eficácia na finalização disparou em flecha. As suas primeiras seis jornadas foram simplesmente impressionantes, só se "engasgando" ao sétimo jogo, por azar logo nos Barreiros. A partir daí, nunca mais recuperou o fulgor inicial, mas não foi por "gritante ineficácia na finalização" que não acabámos em primeiro.
No dark side, as arbitragens e NES, o Idiota.
Não me vou repetir sobre os padres e as suas missas de encomenda, apenas listar algumas das alminhas beneficiárias: Bessa, Setúbal, Luz, Braga, Feirense. E insistir que não fosse por isto e os campeões seríamos nós. Mesmo com NES.
Quanto ao menino querido de Jorge Mendes, foi... ainda mais ele próprio. Incapaz de assumir os desafios e apostar claramente em ganhar os jogos decisivos (Luz como exemplo maior), foi-nos matando aos poucos com as suas indecisões e falta de tomates para enfrentar o polvo de frente. Killing us soflty... with his song... Foi-se, como não poderia deixar de ser.
Outro ano para (não) esquecer. Outra aposta falhada num treinador à partida pouco recomendável. Terá ficado uma base razoável, que não obrigará Sérgio Conceição a partir do zero uma vez mais. Veremos o que conseguirá fazer a partir dela.
Continua em: Análise da Época 2016/17 - Parte Dois: Os Jogadores
Do Porto com Amor,
Lápis Azul e Branco
Lápis Azul e Branco
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