Análise da Época 2016/17: Parte Um - A Equipa

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Análise da Época 2016/17: Parte Um - A Equipa


É factual: 2016/17 não foi um bom ano para nós. Outra época em branco, sem um mísero título para acrescentar ao nosso riquíssimo palmarés. Tratando-se da terceira a zeros e a quarta sem conquistar o campeonato, o drama assume proporções dantescas. No meu caso, é mesmo o pior momento da vida do Clube a que assisti já com consciência.




As causas já são por todos sobejamente conhecidas:

1) A vergonha-nacional que é este polvo candeeiro, traficante e vigarista;
2) Nuno Espírito Santo;
3) Os responsáveis pela escolha de NES (e consequente exclusão de outros candidatos (muito) melhor qualificados).

Para além disto, houve também os jogadores. E os jogos por eles jogados. Sim, é jogo de palavras intencional. Para reforçar o que o futebol é - ou deveria ser - jogadores a jogarem jogos. É essencialmente sobre eles que me vou debruçar nesta análise de fim de temporada. Mas antes, uma breve pincelada sobre o colectivo.

Como equipa, os registos são eloquentes.

No total, o Porto disputou 49 partidas oficiais, divididas por Campeonato (34), Champions League (2+8), Taça da Liga (3) e Taça de Portugal (2). Somou 27 vitórias, 16(!) empates (o de Chaves transformou-se em derrota, após as g.p.) e 6 derrotas, assim repartidas pelas diferentes competições:


Campeonato:       22V - 10E - 2D  (11-5-1)

Champions:           4V - 3E - 3D  (4-3-1)

Taça Portugal:       1V - 1E - 0D  (1-1-0)

Taça da Liga:         0V - 2E - 1D  (1-2-1)


Este conjunto de resultados valeu-nos ficar fora das taças nacionais ainda durante a primeira volta, a eliminação nos oitavos da prova europeia e o amargo segundo lugar no campeonato.

Quanto às taças, reproduzo o que escrevi na mid-season review:

"(...) há que distinguir claramente o comportamento numa e noutra.

Na Taça de Portugal caímos, em casa do excelente Chaves, no desempate por grandes penalidades. E, portanto, há que o assumir: falhámos enquanto equipa. Os penáltis treinam-se, técnica e mentalmente, e tendo em conta o desfecho, não os treinámos o suficiente. Sim, que o Capela fez de tudo para nos empurrar até essa decisão e, não fosse por ele, provavelmente teríamos ganho durante o jogo jogado. É indiscutível e inaceitável, mas ainda assim não foi o árbitro quem nos eliminou: foi o Chaves, que marcou melhor os penáltis.

Na Taça da Liga, fomos "iguais a nós próprios", fazendo bom uso do luso-futebolês. Três jogos e nem uma vitória, contra adversários claramente inferiores em todos os parâmetros. Houve, uma vez mais, interferência ilícita e perniciosa das arbitragens em dois deles (Feirense e Moreirense), mas não há como negar que a nossa prestação foi indigna do Clube que somos. 

No entanto, aqui a má arbitragem foi mesmo decisiva. Este é um exemplo paradigmático daquilo que não me canso de repetir em contra-corrente da opinião fabricada pelos merdia e opinadeiros avençados:

"Mesmo a jogar assim tão mal, teríamos passado à Final Four, não fosse pelos claros e inegáveis prejuízos causados pela arbitragem".

Se gostaria que a minha equipa tivesse um comportamento melhor? Obviamente. Se isso tem alguma relação com o que acima se expôs? Nenhuma."


Na Champions, chegámos até onde tivemos capacidade para chegar - mesmo se em esforço.

Após uma fase de grupos medíocre ao nível exibicional, lá garantimos o apuramento no último jogo, com uma goleada caseira contra o Leicester B. Mas antes disso, as coisas estiveram muito tremidas. O momento-chave foi o bafejo de sorte que tivemos em Brugges, onde arrancámos uma vitória a ferros mesmo sobre o apito final.

Nos oitavos, a Juventus mostrou desde o primeiro minuto ser melhor em quase todos os aspectos. Foi pena não termos jogado nenhum dos jogos em igualdade numérica, porque assim seria mais visível a dimensão das diferenças entre as duas equipas.

Em todo o caso, a missão principal foi cumprida. E com a dificuldade extra de nos termos cruzado com uma boa equipa no play-off de acesso.


No Campeonato, mais do mesmo. Aliás, fizemos uma segunda volta exactamente igual à primeira em termos de resultados, conforme se poderá ver no quadro acima (entre parêntesis, os resultados da primeira metade da época).

O que se impunha era obviamente melhorar o registo, mas a recta final deitou tudo a perder. Empates nos Barreiros, Luz e Braga e em casa contra Setúbal e Feirense condenaram-nos, enquanto outros seguiram descontraídos, ao colo do andor salazarento. O fecho em Moreira de Cónegos foi simplesmente indigno, até para NES.


Na análise intercalar, listei os três grandes problemas que então nos assolavam:

1 - Arbitragens
2 - Inconsistência de Nuno, nas escolhas e na forma de jogar
3 - Gritante ineficácia na concretização

Face ao que escrevi na altura, houve um ponto que se resolveu e dois que se agravaram. 

No lado positivo, chegou Soares e a eficácia na finalização disparou em flecha. As suas primeiras seis jornadas foram simplesmente impressionantes, só se "engasgando" ao sétimo jogo, por azar logo nos Barreiros. A partir daí, nunca mais recuperou o fulgor inicial, mas não foi por "gritante ineficácia na finalização" que não acabámos em primeiro.

No dark side, as arbitragens e NES, o Idiota.

Não me vou repetir sobre os padres e as suas missas de encomenda, apenas listar algumas das alminhas beneficiárias: Bessa, Setúbal, Luz, Braga, Feirense. E insistir que não fosse por isto e os campeões seríamos nós. Mesmo com NES.

Quanto ao menino querido de Jorge Mendes, foi... ainda mais ele próprio. Incapaz de assumir os desafios e apostar claramente em ganhar os jogos decisivos (Luz como exemplo maior), foi-nos matando aos poucos com as suas indecisões e falta de tomates para enfrentar o polvo de frente. Killing us soflty... with his song... Foi-se, como não poderia deixar de ser.


Outro ano para (não) esquecer. Outra aposta falhada num treinador à partida pouco recomendável. Terá ficado uma base razoável, que não obrigará Sérgio Conceição a partir do zero uma vez mais. Veremos o que conseguirá fazer a partir dela.






Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco
 




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