Após uma curta passagem pelo México, a preparação do plantel comandado por Sérgio Conceição teve seguimento em Portugal, com muitas sessões de treino duro e dois jogos de preparação pelo meio.
O primeiro foi em Guimarães, onde pudemos assistir a uma primeira parte de muito bom nível, talvez até acima do que seria expectável por esta altura. Muitas combinações ao primeiro toque, com progressão rápida pelo meio e sobretudo pelas laterais e muitas bolas a caírem em zona de finalização.
De novo, destaco a velocidade que conseguimos imprimir às nossas movimentações e a quantidade de jogadores que colocamos em posição de fazer golo. Saliento também as recuperações de bola em zonas adiantadas, fruto de uma pressão quase sempre alta.
Nesse período, fizemos dois golos pelo pé dos dois avançados, Soares e Aboubakar, que voltaram a alinhar juntos desde o primeiro apito bem. Voltando à concretização, pelo menos outros tantos ficaram por marcar. Voltei a gostar de ver Óliver bem subido e a recuperar muitas bolas, gostei de rever Danilo (stay put, boy!) e da acutilância dos laterais Alex Telles e Ricardo, embora este último se tenha evidenciado mais quando subiu para médio. Dos titulares, só Corona me desiludiu pelo seu fraco envolvimento no jogo.
Foi evidente o pouco acerto do adversário, mas com esses problemas podemos nós bem. Quando "vierem" adversários melhores, trataremos de responder. E à altura, espero eu.
Foi evidente o pouco acerto do adversário, mas com esses problemas podemos nós bem. Quando "vierem" adversários melhores, trataremos de responder. E à altura, espero eu.
A segunda parte para pouco serviu, uma vez que o árbitro optou por rigor máximo e expulsou André André logo a abrir. Decisão impossível de contestar, excepto pelo tal rigor num jogo de preparação. Mostovoi não facilita, nem a feijões...
Valeu para apelar ao espírito de sacrifício dos 10 que iam estando em campo, à medida que o treinador ia rodando e dando minutos a mais jogadores. E pouco mais. Foi igualmente positivo termos evitado sofrer qualquer golo, algo que não conseguimos contra o Chivas de Guadalajara.
Catarina Morais / Kapta + |
Dia de jogo: 23/07/2017, 20h30, Estádio D. Afonso Henriques, Vitória SC - FC Porto (0-2)
Dia de jogo: 27/07/2017, 20h30, Estádio do Algarve, Portimonense SC - FC Porto (1-5)
Aboubakar - mais um jogo, mais um golo. Em boa verdade, foram dois, mas um foi precocemente invalidado por offside inexistente. Melhora o "entrosamento" a cada jogo de forma visível e só lhe falta mesmo ser mais consistente no passe. O que se perdeu em dignidade, ganhou-se em reforço de peso.
Marega - não conseguiu tornar-se relevante, apesar do empenho. Valeu pelos minutos adicionais (que, conforme escrevi acima, pensei ver passar mais tempo antes que lhe fossem presenteados).
Não havendo saídas relevantes, creio que está encontrado o primeiro onze de Sérgio Conceição no Porto - ou melhor, o primeiro treze, porque as dúvidas parecem recair somente sobre três jogadores para duas das onze posições. Refiro-me a Brahimi, Corona e Otávio, trio de onde provavelmente sairá uma dupla titular. Os outros nove parecem seguros, assumindo o risco que estas previsões implicam: Iker, Ricardo, Felipe, Marcano, Telles, Danilo (hands-off, bitches!), Óliver, Soares e Aboubakar.
Há ainda outra coisa que me importa dizer. É um sentimento, ou melhor, são sensações que o treinador me tem provocado. Nas decisões, nas atitudes e nas palavras, por esta altura sinto uma sintonia quase inédita com Sérgio Conceição (então se comparado com o pós-AVB, até assusta). São apenas indícios, porque a época a doer nem sequer começou e tudo se pode esfumar perante um mau resultado. Pode ser, mas não me parece. Nem creio que seja a míngua dos anos recentes a sobrepor-se ao meu realismo inato: desta vez, são mesmo só bons feelings. Que se confirmem.
Os novos e os regressados:
Ricardo Pereira
- jogo bem conseguido, após ser outra vez aposta inicial do treinador. Voltou a experimentar a defesa e o ataque, sempre na sua lateral direita, e respondeu bem em ambas, com destaque para o que acrescentou quando mais adiantado, até pelo contraste com o que (não) havia feito o apagado Corona. Se não sair, parece-me que está bem encaminhado para agarrar a titularidade.
Martins Indi - apenas uma dúzia de minutos em campo, sem sobressalto, o que pode indiciar que agora já é tempo de trabalhar a dupla titular e que os demais terão de esperar por uma oportunidade. Ou então, que estará mesmo de saída...
Mikel Agu - teve a mesma dúzia de minutos de Indi e tratou de procurar não complicar, até porque entrou quando o Vitória procurava pelo menos o tento de honra. Foi varrendo o que lhe apareceu à frente, incluindo adversários, e aí tem de ter mais calma para não prejudicar a equipa.
Hernáni - não, ainda não foi desta que conseguiu mostrar que se pode contar com ele para acrescentar valor. Parece-me que está a ficar sem ar para poder sobreviver no Dragão.
Aboubakar - mais um golo, bem finalizado após recuperação e ataque rápido e bons pormenores de envolvimento no jogo colectivo. Falta-lhe ser mais eficaz a distribuir ou devolver após desmarcação, para que jogadas promissoras não se esfumem nos seus pés. Bom nível.
Marega - regressou de forma um pouco inesperada (para mim), pelo pouco tempo que levava de treino. Acredito que foi a forma do treinador lhe dizer que pode vir a ser opção, se trabalhar para isso. Agora, suspeito que tenha de suar muito até que volte a aparecer...
Seguiu-se um mini-estágio no Algarve que culminou com o jogo de hoje, onde o Portimonense foi o adversário e o fantasmagórico Estádio do Algarve o palco escolhido.
Uma entrada de rompante que atordoou os algarvios, que nesse período sugeriam serem ainda um grupo impreparado para a divisão principal. Pressão a todo o campo, velocidade, largura e bola em zona de finalização! Dá gosto ver o Porto jogar, senhoras e senhores - quem não tinha já saudades disto?
A primeira vez que a bola entrou na baliza não contou, mas devia, porque não houve posição irregular de Aboubakar. Compensação cósmica ou pura aselhice do árbitro auxiliar, não sancionou a infracção por offside de Soares no primeiro golo do jogo. Pouco depois foi Abou a cabecear e desta vez valeu mesmo. Já depois de vinte minutos de futebol ofensivo e vistoso, foi Brahimi que interceptou um passe da esquerda e ficou perante o redes adversário, que contornou sem dificuldade para fazer o terceiro.
Muito bem os laterais e a dupla do meio campo nesta meia hora de luxo (para pré-época...), sempre em combinação com os alas e os dois avançados. Houve tempo e espaço para quase todos se destacarem, fosse com golos, assistências ou passes relevantes.
No último quarto de hora da primeira metade quase só deu Portimonense, como se de um eclipse azul se tratasse. E então sim, ficou a ideia de uma equipa mais competitiva e a caminho de fazer uma temporada positiva. Quanto a nós, caberá ao treinador encontrar os "porquês" e eliminá-los sem piedade. Quando for a sério, não pode haver quebras tão acentuadas no rendimento da equipa.
A segunda parte foi a melhor das segundas partes de toda a pré-temporada. Houve mexidas, como sempre tem havido, mas ainda assim se manteve alguma coisa daquela bolina sôfrega inicial. Mais temporizado, é certo, mas sem tirar o foco da baliza adversária. Destaque para a estreia de Reyes sem pecados e para a jogada do quinto golo: passe magistral de... Herrera (socorro...) e grande desmarcação e boa finalização de Hernâni.
Muito bom ensaio, a deixar água na boca. Que venha depressa os dois próximos (Deportivo e Gil Vicente), para que a época comece de vez. Sim, estou entusiasmado com o que tenho visto. Será crime?
Marega - regressou de forma um pouco inesperada (para mim), pelo pouco tempo que levava de treino. Acredito que foi a forma do treinador lhe dizer que pode vir a ser opção, se trabalhar para isso. Agora, suspeito que tenha de suar muito até que volte a aparecer...
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Seguiu-se um mini-estágio no Algarve que culminou com o jogo de hoje, onde o Portimonense foi o adversário e o fantasmagórico Estádio do Algarve o palco escolhido.
Uma entrada de rompante que atordoou os algarvios, que nesse período sugeriam serem ainda um grupo impreparado para a divisão principal. Pressão a todo o campo, velocidade, largura e bola em zona de finalização! Dá gosto ver o Porto jogar, senhoras e senhores - quem não tinha já saudades disto?
A primeira vez que a bola entrou na baliza não contou, mas devia, porque não houve posição irregular de Aboubakar. Compensação cósmica ou pura aselhice do árbitro auxiliar, não sancionou a infracção por offside de Soares no primeiro golo do jogo. Pouco depois foi Abou a cabecear e desta vez valeu mesmo. Já depois de vinte minutos de futebol ofensivo e vistoso, foi Brahimi que interceptou um passe da esquerda e ficou perante o redes adversário, que contornou sem dificuldade para fazer o terceiro.
Muito bem os laterais e a dupla do meio campo nesta meia hora de luxo (para pré-época...), sempre em combinação com os alas e os dois avançados. Houve tempo e espaço para quase todos se destacarem, fosse com golos, assistências ou passes relevantes.
No último quarto de hora da primeira metade quase só deu Portimonense, como se de um eclipse azul se tratasse. E então sim, ficou a ideia de uma equipa mais competitiva e a caminho de fazer uma temporada positiva. Quanto a nós, caberá ao treinador encontrar os "porquês" e eliminá-los sem piedade. Quando for a sério, não pode haver quebras tão acentuadas no rendimento da equipa.
A segunda parte foi a melhor das segundas partes de toda a pré-temporada. Houve mexidas, como sempre tem havido, mas ainda assim se manteve alguma coisa daquela bolina sôfrega inicial. Mais temporizado, é certo, mas sem tirar o foco da baliza adversária. Destaque para a estreia de Reyes sem pecados e para a jogada do quinto golo: passe magistral de... Herrera (socorro...) e grande desmarcação e boa finalização de Hernâni.
Muito bom ensaio, a deixar água na boca. Que venha depressa os dois próximos (Deportivo e Gil Vicente), para que a época comece de vez. Sim, estou entusiasmado com o que tenho visto. Será crime?
Foto Kapta + |
Dia de jogo: 27/07/2017, 20h30, Estádio do Algarve, Portimonense SC - FC Porto (1-5)
Os novos e os regressados:
Ricardo Pereira - acutilante e ameaçador na primeira meia hora, a melhor da equipa, envolveu-se bem no ataque e recuperou sempre a preceito para defender. Começo a importar-me ligeiramente com a possibilidade de não continuar. Vamos lá fechar as portas da SAD até 1 de Setembro, pode ser?
Martins Indi - teve mais minutos e geriu relativamente bem o seu espaço, mesmo perante as rápidas investidas que o adversário conseguiu em alguns momentos. Tendo em conta que fez dupla com Reyes, que se estreou apenas hoje, diria que entrou e saiu sem mácula.
Diego Reyes - estreia muito antecipada (por mim, pelo menos), dada a curiosidade que tinha de o rever em campo ao fim de tanto tempo. Surpreendeu-me pelo acerto e concentração, qualidades que lhe faltaram sempre nas passagens prévias. Já está ligado ao clube há demasiado tempo (foi o primeiro mexicano a ser contratado pelo clube, acreditam?) para não ser opção. Não sei se é verdade que está determinado em sair, mas, a bem de todos, a solução que se encontre agora deve ser definitiva. E se sair, é preciso quem o substitua.
Hernáni - hoje sim, mostrou poder ser opção para Sérgio Conceição! Descaído sobre a direita mas a "fugir" para o meio nas costas dos adversários, conseguiu um dos golos mais bonitos da noite precisamente nesse movimento. Mais do que tudo, terá sido importante para o próprio se sentir mais confiante e conseguir mostrar o talento que sabemos que tem. Ainda mexe...
Marega - não conseguiu tornar-se relevante, apesar do empenho. Valeu pelos minutos adicionais (que, conforme escrevi acima, pensei ver passar mais tempo antes que lhe fossem presenteados).
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Não havendo saídas relevantes, creio que está encontrado o primeiro onze de Sérgio Conceição no Porto - ou melhor, o primeiro treze, porque as dúvidas parecem recair somente sobre três jogadores para duas das onze posições. Refiro-me a Brahimi, Corona e Otávio, trio de onde provavelmente sairá uma dupla titular. Os outros nove parecem seguros, assumindo o risco que estas previsões implicam: Iker, Ricardo, Felipe, Marcano, Telles, Danilo (hands-off, bitches!), Óliver, Soares e Aboubakar.
Há ainda outra coisa que me importa dizer. É um sentimento, ou melhor, são sensações que o treinador me tem provocado. Nas decisões, nas atitudes e nas palavras, por esta altura sinto uma sintonia quase inédita com Sérgio Conceição (então se comparado com o pós-AVB, até assusta). São apenas indícios, porque a época a doer nem sequer começou e tudo se pode esfumar perante um mau resultado. Pode ser, mas não me parece. Nem creio que seja a míngua dos anos recentes a sobrepor-se ao meu realismo inato: desta vez, são mesmo só bons feelings. Que se confirmem.
Do Porto com Amor,
Lápis Azul e Branco
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