Terminada que está a primeira fase do Euro 2016, é tempo para uma breve análise sobre a competição. E de olhar para o andamento da nossa Liga Fantasy.
Albânia: uma estreia cheia de argumentos... mereciam ir mais longe! |
Cá estou de regresso, após uma ausência inusitada, eventualmente longa para alguns e demasiado curta para outros. Seja qual for o seu sentimento, caro leitor, prometo tentar não repetir a graça.
Acabou há minutos a última partida da fase de grupos do Euro 2016. O que sobra destes 36 primeiros jogos?
- Equilíbrio. Ao contrário do que foi profetizado, o aumento do número de seleções presentes não se traduziu em jogos e grupos desnivelados. Bem pelo contrário, vários dos "pouco habituais" deram água pela barba aos históricos dos EUROs. País de Gales, Eslováquia, Hungria e Irlanda do Norte surpreenderam e ofereceram férias antecipadas a russos, ucranianos e austríacos. Mas foi o País de Gales quem brilhou com mais intensidade, bem secundado pela Croácia (pobre de quem os enfrentar a seguir...) que relegou a Espanha para a segunda posição. Só não gosto do sistema encontrado para emparelhar os quatro melhores terceiros e acredito que uma competição com 32 equipas ainda venha a ser testada.
- Enfado. Com honrosas excepções, onde se incluem os dois últimos jogos de Portugal e uns quantos mais, houve uma mediania entediante na maior parte das partidas. E nem o desgaste dos jogadores após uma longa época serve de desculpa, basta comparar com o que se tem assistido na Copa América. O problema está na cabeça dos treinadores e por consequência, dos jogadores. Com o elevado nível de bagagem táctica e conhecimento dos adversários que todos os misters possuem, é bastante mais fácil optar por anula-lo do que correr o risco de o tentar surpreender. Assim, assistimos a jogos com equipas amarradas uma à outra na maior parte do tempo, à espera de um lance de génio ou de sorte (ou de ambos).
- Street Fighting. Absolutamente deplorável o que se tem passado nas ruas das cidades anfitriãs do evento, com as forças de segurança a revelar bastante dificuldade em controlar o fenómeno. O que motiva esses animais é-me indiferente, falta é começar a tratá-los como tal. Por mim até lhes alugava uma arena para que se pudessem espancar à vontade, fazia-se um campeonato só para eles em que ganhava quem matasse mais. Resolviam-se assim dois problemas de uma vez só: deixavam o futebol em paz e libertavam-se recursos preciosos da Mãe Terra para quem merece viver.
Nota final para algo que felizmente nunca muda: o colorido das bancadas, repletas de flores frescas e viçosas. Recomendo uma visita a esta compilação de 100 dos melhores bouquets deste europeu. São rosas Senhor, são rosas.
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Quanto à "nossa" SeleNão, não é fácil resumir ou explicar os três empates. Mas vamos lá tentar.
- Fernando Santos. O grande (i)responsável material pelo desfecho. Esteve mal logo na convocatória (Eliseu é um perfeito anormal e um qualquer Antunes - sem desprimor - com mialgia nas orelhas seria melhor; Renato Sanches não mereceu ser chamado e não está lá a acrescentar nada de útil; André Silva merecia o bilhete e a falta de avançados exigia-o), mas o problema começou muito antes. Mais concretamente, no dia da sua apresentação. Eternamente grato por ter sido o escolhido (quem não gostaria de ter o seu emprego?), capitulou desde logo a sua autoridade, transferindo-a para o mais melhor do mundo, o "nosso" CR7. Desde então, tem vivido às costas do capitão, escondendo-se nelas.
Não surpreende portanto que seja incapaz de o pôr na ordem. Não está em causa a qualidade de Ronaldo - é um grande jogador, um atleta de eleição e uma máquina de fazer golos (o segundo de hoje é magnífico) - mas sim a sua atitude perante os seus companheiros. Não há jogo em que não dê asas ao seu superego, totalmente deslocado e prejudicial a quem pretende ter uma "equipa" no verdadeiro sentido da palavra. Para Ronaldo, os outros dez só lá estão porque precisa deles. Quando a jogada não passa por ele, amua. Quando é outro a fazer o golo, tem pena. Se pudesse jogar sozinho nem hesitava. Precisa, portanto, de quem o ponha no seu lugar, começando por entregar a braçadeira a outro. Mas em Portugal não há ninguém para o fazer.
- Aselhice. 17 remates contra a Islândia, 16 contra a Áustria e 18 contra a Hungria. 1 golo marcado no primeiro, zero no segundo e (finalmente) três no último. Se pensarmos que em cada jogo tivemos uma mão cheia de oportunidades desperdiçadas (com destaque para o jogo com a Áustria), explica-se parte destes três empates. Mas não nos esqueçamos do nome e valia dos adversários: Islândia, Áustria e Hungria. Para enfatizar a aselhice, obviamente.
- Infortúnio. Não gosto nada de atribuir à sorte ou à falta dela o desfecho de um jogo de futebol. Mas há excepções e parece-me justo reconhecer que Portugal tem tido pouca sorte. Não apenas no que depende de si (bolas aos postes e traves, penálti falhado, etc.), mas também no que não depende (golos de ressalto, por exemplo). Mas, como se costuma dizer, a sorte dá muito trabalho. E a produtividade desse trabalho depende sempre da sua organização, acrescento eu.
Seguem-se os oitavos-de-final, onde além do Croácia-Portugal se destaca o "impensável" Itália-Espanha e um tragicómico País de Gales-Irlanda do Norte. Logo veremos no que dá. Se passar, Portugal defrontará o vencedor do Suíça-Polónia...
Quanto à Liga Do Porto com Mística do Fantasy Euro 2016, começo por realçar a grande participação registada: 72 inscritos!
Após três jornadas, o actual líder e grande vencedor da fase de grupos é o Luciano Silva, que ao comando do Maldito EC, soma já 187 pontos. Em segundo, a uns respeitáveis 15 pontos, segue o LIMAerpool de Paulo Lima e em terceiro e quarto dois dos especialistas de UEFA.
Ainda nem estamos a meio da competição, pelo que ainda todos podem aspirar a vencê-la. Basta continuar atento e começar a acertar mais nas apostas!
E por hoje é tudo. Voltarei no feriado para me debruçar sobre aquele que verdadeiramente me representa, o nosso Futebol Clube do Porto. Até lá, muitas sardinhas a pingar na broa e ainda mais marteladas... bom São João (mesmo aos que cá não estão!).
Do Porto com Amor
Subscrevo na íntegra. Um treinador sem um pingo de liderança. marioneta nas mãos do que se acha divino (o 2º golo é mesmo muito bom, se ele se limitasse a querer só jogar à bola...). João Mário que até gosto, é uma profunda decepção. Wiliam acrescenta o quê? Lentidão! Eliseu é risível.
ResponderEliminarOs propagandistas do regime querem fazer passar que empatar em casa com o União da Madeira, Tondela e Académica, foi uma façanha.
Não foi. Foi miserável, até agora!
Nem mais!
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ResponderEliminaraaaahhh! falhaste! em contraponto ao 'street fighting', há sempre um grupo de adeptos irlandeses bem dispostos, prontos a ensinar os outros como se deve viver um Euro :)
abr@ço e bom S João para todos
Miguel | Tomo III
Muito justa a observação, são de facto um regalo os adeptos das ilhas Britânicas tirando os ingleses. Mas infelizmente são muito menos (e muito menos vezes vistos) do que os animais a que me refiro.
EliminarSão macinhas com muitos e bons atributos.
ResponderEliminarMas o meu fraco contudo são as ucranianas.
A selecção é zero para mim.
O que me interessa é O MEU, O TEU, O NOSSO FCPORTO e as ucranianas, claro.
Já foram para casa...
Eliminarна жаль (infelizmente)
EliminarCaro LAeB
ResponderEliminarNa verdade, já tinha estranhado a sua, para mim, longa ausência, pois trata-se de um espaço de Portismo que me habituei a gostar desde o primeiro instante e de cuja leitura, pelo menos, não prescindo. Aproveito para reforçar os votos de que tudo esteja a correr pelo melhor com o seu novo rebento, assim como a restante família, pedindo desde já desculpa pelo atrevimento.
À mingua de assunto sobre o nosso FC Porto, de referir apenas que o capítulo dedicado a Fernando Santos só vem reforçar a minha indiferença para com a dita selecção. Como seria de esperar, tinha de ser Danilo a pagar a factura da decepcionante exibição colectiva e resultado do primeiro jogo. Nada de novo portanto, mudam-se os tempos, mantêm-se certas vontades e a minha indiferença também. Poderei eventualmente ferir susceptibilidades e ser considerado anti-patriota (olhe que não, olhe que não, pelo menos até à data e com muito sacrifício, nunca fui condenado por fuga ao fisco e branqueamento de capitais, ao contrário de um certo director "patriota" da FPF), não me importo e não lamento.
Um abraço e...
FC PORTO SEMPRE
Meu caro Fernando
EliminarAgradeço a sua preocupação, está a "evoluir" muito bem o novo rebento e o resto da família continua a "ganhar entrosamento" com o reforço. Assim como me sensibiliza o apreço com me brinda os meus escritos.
E dito isto, nem me vou referir ao resto, pelo falta de relevo que revela...
Um abraço
Confesso que a primeira vez que li o texto, li Adrien Silva em vez de André Silva.
ResponderEliminarAndré Silva convocado? Antes de criticar o seleccionador, deve criticar o seu clube. A aposta recaiu em Aboubakar e Osvaldo no início de época. Não estavam a ter sucesso, o que se faz? Contrata-se Suk. Só nos derradeiros jogos se deram oportunidades ao André, e mesmo assim, demorou a marcar. Pedir-se ao seleccionador que o levasse ao Europeu era pedir de mais com tão pouca "amostra". Este ano será naturalmente opção, pois, passando a ser representado por Jorge Mendes, passará da bancada a jogar com regularidade.
Se querem ver jogadores na selecção, e não haver tantos jogadores made in Sporting (10), há que apostar na formação e em jogadores portugueses. E o seleccionador até já fez o "favor" de pôr o Danilo a titular no 1º jogo, ele que esteve lento e não ganhou uma bola de cabeça. O Fernando Santos devia pôr o meio-campo do Sporting, já com certa dinâmica e automatismos e não pôr 2 "tartarugas" como o André Gomes e João Moutinho a jogar com o João Mário.
Concordo com a análise ao CR7, mas não lhe tiraria a braçadeira. É o líder da equipa e não vejo quem pudesse envergá-la.
A bem da verdade, André Gomes e João Moutinho são duas tartarugas, mas a marioneta de CR, Fernando Santos, ainda se lembrou de lá colocar o William, que é uma tartaruga....morta.
EliminarEssa do made in Sporting só me dá vontade de rir. Parece que não têm noção do ridículo em que se envolvem ao dar tanto ênfase à "Academia" quando a jusante não têm mais nada para mostrar. Como se o objectivo de um que se diz ser grande fosse criar meninos talentosos em vez de ganhar títulos. A contradição agrava-se precisamente por isso, porque têm supostamente tudo para serem o clube dominante das últimas décadas e depois... nada, zero, nicles. Mas ok, se vos chega dar talentos aos outros, aaproveitem!
EliminarDepois dessa imagem tb eu fiquei com pena da albania. Pensei que por la eram so roliças e farfalhudas, mas parece-me que mais uma vez o pré-conceito levou a melhor. Tb nao ligo mt a seleccao. Gostava de referir um ponto que para mim é crucial: a finalizaçao das jogadas em portugal é mal trabalhada e assimilada. Porque é raro termos pontas de lança goleadores? Parte da resposta, creio, que em portugal os adeptos tanto vibram com os golos como com as oportunidades. Desde que passe perto, ja é bom. Nao precisa de entrar. Ja se aplaude assim mesmo. Acho que se exige pouco o acerto na finalizacao. Em inglaterra qualquer remate vai a baliza, mesmo do meio campo. Aqui, se passar a menos de 3 metros ja é orgasmico e nao entrou so por azar. Ah, e Nao se marca um canto de jeito, como é possivel? Abraco
ResponderEliminarÉ bem verdade, quer a questão da finalização, quer o "pormenor" dos cantos. Para impossível treinar todos os dias e não conseguir marcar um lance de bola parada como o canto.
EliminarA cultura predominante tem sido sempre mais a de destruir e evitar golos do que a de arriscar fazê-los. E isso tem impacto no desenvolvimento e nas apostas na formação. Todos querem ser o goleador, mas quase todos aceitam ser outra coisa qualquer para não serem excluídos. É um tema tão interessante como complexo...
Quanto a Portugal, enfim, é a ver se dá...