A fundo na Silly Season, destaque ao que de mais relevante (e menos silly) se tem passado.
Bruno Sousa |
Começo pelo inevitável, a noite de terror em Istambul.
Já escrevi sobre as idênticas tragédias de Paris e de Bruxelas pelo que não me vou repetir - não que a as mensagens não sejam pertinentes ou não mereçam ser passadas até à exaustão, mas simplesmente porque o caro leitor as poderá (re)ler clicando nos links acima.
Seria hipócrita da minha parte dizer que o sentimento é exactamente o mesmo neste caso e nos anteriores. Não é. Istambul (uma das minhas cidades preferidas) e a Turquia ficam um pouco mais distantes, não geograficamente, mas culturalmente. Os turcos são menos iguais a nós do que os franceses ou os belgas no que concerne ao seu modo de ser e de viver. E por isto, o sentimento de ameaça imediata ao meu dia-a-dia é inferior.
Mas terminam aqui as diferenças. A indignidade, a ignomínia e a covardia são exactamente as mesmas. O grau de inocência das vítimas de ontem é precisamente igual ao das de Paris, de Bruxelas, de Madrid, de Londres, de Tóquio, de Bali, do Iémen, do Iraque, da Nigéria e de todos os cantos do mundo. Precisamente iguais. E por isso, junto-me ao imenso coro daqueles que à distância se solidarizam com as vítimas e as famílias do atentado criminoso de ontem. Days of Fire estes em que vivemos.
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Por cá, é de terrorismo ético que se sofre.
Noticiou o Expresso (que apesar de contar com gentalha reles, também é capaz de fazer bom jornalismo) que um dos nossos estimados governantes optou por manter como residência fixa uma casa que tem no Algarve (onde, segundo o próprio, residia por motivos profissionais até ser convidado para o executivo do bom do Costa) para assim poder beneficiar do subsídio de deslocação. São €735 que o Secretário de Estado Carlos Martins recebe a mais à pala deste malabarismo. Suja-se por pouco, mesmo acreditando na sua versão e consequente diminuição do grau de chico-espertismo. Um entre muitos, certamente. Malabarismos e malabaristas. É disto que esta nação é feita. Ou se não for, pelo menos é por estes que é governada. E isto é que custa realmente absorver e aceitar impavidamente.
A prova mais cabal do conformismo a que este povo (sim, porque a maioria não merece ser distinguida como cidadão, tal o desconhecimento do que é a cidadania) se vetou é a falta de consequências desta denúncia jornalística, carimbada pela inacreditável emenda do senhor secretário de estado. Atente-se nas palavras utilizadas:
"Com a absoluta consciência da legalidade da atribuição do subsídio de alojamento, porque este injusto caso se alastra e com o objetivo de preservar a minha imagem, o bem-estar dos meus, e a normalidade do funcionamento do Ministério do Ambiente, irei, a partir de hoje prescindir do subsídio de alojamento".
Como se o problema fosse a legalidade da questão. Não, senhor secretário, não é. É a imoralidade, o mau exemplo que um governante dá aos seus governados. Quanto à preservação da imagem, esqueça por favor. A única atitude que poderia ter tomado para a preservar seria apresentar a sua demissão. Para que os seus parceiros de governo e futuros governantes ficassem avisados. Como não o fez, a sua imagem passou de "invisível" a "nódoa negra". E porque a culpa nunca morre solteira, obviamente que a imagem do primeiro-ministro António Costa ficou ainda um pouco mais denegrida. Ou reforçada, se preferirem.
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E agora, Hélton.
Terminou com um magro e seco comunicado a ligação de onze anos ao clube. Vá lá que foi conjunto...
Não tendo conhecimento dos factos envolvidos neste desfecho, posso apenas reportar-me ao que consigo observar. Estando NES em funções há já várias semanas, por que raio não tiveram esta conversa há mais tempo, mantendo o guarda-redes na dúvida até ao primeiro dia da pré-época?
Não tendo conhecimento dos factos envolvidos neste desfecho, posso apenas reportar-me ao que consigo observar. Estando NES em funções há já várias semanas, por que raio não tiveram esta conversa há mais tempo, mantendo o guarda-redes na dúvida até ao primeiro dia da pré-época?
Adrego Design |
Quanto ao jogador, foi um bom guarda-redes. Não excepcional, mas q.b. para merecer ser titular do Porto durante tanto tempo. São incontáveis as vezes que me fez arrancar cabelos com as suas paragens cerebrais com a bola no pé e escabrosa a dúzia de perus com que nos brindou em momentos decisivos. Mas tudo isto é muito pouco, comparado com onze anos de dedicação à profissão e de grandes (ou suficientes) exibições, semana após semana. Por tudo isto, obrigado Hélton. E a melhor das sortes (o que por definição, implica ser longe daqui).
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Quase de "saída", registo o regresso à actividade de Lopetegui, desta vez cedendo os seus valiosos préstimos ao portento futebolístico que dá pelo nome de Wolverhampton. Vai portanto debater-se com outros génios do futebol moderno como Carlos Carvalhal. Uau. Assim sendo, inauguro aqui o contador "How many days until he gets sacked (again)?".
Termino com uma boa "notícia": todos os que, como eu, têm sido privados de assistir ao Porto Canal pelo facto de serem clientes da NOS vão finalmente poder voltar a fazê-lo, já, já a seguir! No entanto, no meu caso não lhes perdoo. Não isto, mas a "traição" do patrocínio. Assim que ficar esclarecida a questão das transmissões e se, como prevejo, qualquer operador tiver acesso a todos os jogos, mudarei de imediato para a MEO.
Do Porto com Amor
Graças a deus sou ATEU!!!!
ResponderEliminarO problema das crenças existe desde o primeiro homem que decidiu descartar as suas responsabilidades (seus medos, suas incompreensões, sua pequenez perante o Universo!), em nome de deuses que jamais alguém viu, vê ou verá!!!!
É tempo do homem voltar a ser homem e esquecer divindades!!!
Quanto ao Helton, é mais um descartável, como foram tantos outros que ajudaram este clube a ser enorme! Pena que o Alexandre não seja também!
Lopetegui é caso encerrado, caro LAeB. Falar dele é dar-lhe enorme importância!
Um homem sem crenças é um homem sem esperança... a questão é a mesma de sempre, a natureza dual do ser humano, capaz do melhor e do pior e em proporções distintas de indivíduo para indivíduo. Quem usa a religião para justificar o injustificável, também usaria a raça, a facção ou outra coisa qualquer que estivesse mais à mão. E depois a ignorância faz o resto.
EliminarPercebo o ponto, caro Felisberto, mas parece-me que o Homem ainda não atingiu o ponto da sua evolução onde consiga prescindir de divindades sem com isso se auto-destruir. Por agora, bastaria-me que não as utilizasse para justificar matar o próximo.
Hélton, 100% de acordo na análise, obviamente repudiando-a.
Quanto ao Lorpa reconheço que tem razão, seria já tempo de enterrar o defunto. O problema é que a alergia que ele me deu ainda hoje me faz comichão... e eu lá vou coçando, sempre que posso.
Abraço portista
Helton... já estou com saudades daquelas paragens cardíacas que me (nos) provocava. Tive saudades dele... e vou ter. Fim de ciclo portanto.
ResponderEliminarTenho pena de não conseguir por uma imagem aqui...
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