Regresso a Casa... e à Terra.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Regresso a Casa... e à Terra.


Foi bonito e revigorante ver o Dragão outra vez cheio, de gente e de esperança. Dizem que a festa não foi de se deitar fora, mas eu só cheguei a tempo de ver o jogo. Vi, ainda em casa, a apresentação do novo autocarro e confirma-se: continua a ter rodas e um volante, mas em mais catita.




O convidado de honra foi o nosso velho conhecido RC Deportivo de La Coruña, que actualmente vive momentos bem mais modestos do que em 2004, aquando da meia-final da Champions que disputaram connosco. Escaparam por pouco à descida no ano passado e parece-me, pelo que vi hoje, que nesta nova época vão passar pelo mesmo tipo de provações. Mas, também, quem tem Sidnei como central titular, como pode aspirar a mais? Que bela assistência para Corona, já agora.

O resultado final foi gordo e sem espinhas, mas, na verdade, para quem não viu o jogo, é bem enganador. O Porto, este novo Porto de Sérgio Conceição, passou por muito mais dificuldades do que os quatro sem resposta sugerem. Houve momentos de algum brilhantismo, mas foram poucos. Dominamos, sim, mas não de forma contínua. E ao adversário contei pelo menos três boas oportunidades para marcar. E vi-nos, a espaços, totalmente desorganizados, desposicionados e com o nosso homem a chegar tarde ao portador da bola.

Houve Danilo a menos. E isso nota-se sempre, até pela raridade. Muito desconcentrado, muitos passes mal medidos e tentativas de corte mal planeadas. Também não houve Corona durante a maior parte do tempo que esteve em campo, só me lembrou que estava em campo quando, enfim, assistiu Abou para o segundo. Aliás, estava tão discreto que o bom do Sidnei nem deu por ele... até que marcou. Os demais estiverem em plano aceitável, oscilando entre o muito bom e o razoável.

E eu até acho que foi bom que assim fosse. Serviu para que todos os que estiveram no estádio percebessem que ainda há muito trabalho pela frente, que ainda vai demorar até que a equipa esteja como o treinador a idealiza. Por outras palavras, foi o regresso do coração a casa e dos pés à terra.

As boas exibições contra Vitória e Portimonense poderão ter deixado no ar a sensação de que já estávamos quase lá, de que o Mago Conceição já tinha espalhado a sua magia e estava tudo feito. Não está, nem seria lógico que estivesse. Vamos assim, a ganhar e a "ilusionar" (xx credo!), mas com calma.




"Notas" DPcA 

Dia de jogo: 30/07/2017, 19h30, Estádio do Dragão, FC Porto - RC Deportivo de La Coruña (4-0).

 
Marcou Pontos: Telles, Óliver, Abou, , Sérgio Oliveira


Tudo como Dantes: Iker, Ricardo, Marcano, Felipe, Corona, Brahimi, Soares, Maxi, Reyes, Rafa, Layún, Herrera, Marega, Hernâni


Marcou Passo: Danilo, Otávio, JC Teixeira


Os novos e os regressados:

Ricardo Pereira - está definitivamente lançado para ser o lateral direito da equipa e, como tal, esteve sempre empenhado em cumprir a sua missão. Não se destacou, mas também não destoou. Balanço positivo na primeira vez que jogou nesta sua casa com o estatuto de titular "incontestado".

Diego Reyes - substituiu Felipe sem perda de rendimento, conseguindo até um par de incursões ofensivas de relevo. Teve também um dos seus passes à Herrera, mas foi só unzinho. Se tremeu, não se notou - já era tempo!

Rafa Soares - apenas uns minutinhos em campo para picar o ponto.

Sérgio Oliveira - consegui dar um cheirinho do perfume do seu futebol, coisa que raras vezes consegue. E só isso já é de louvar, porque é bonito de ser ver e porque tende a tornar o jogo numa coisa realmente simples...

Hernáni - tentou mostrar-se mas não lhe saiu grande coisa dos pés. Valeu o esforço e o comprometimento com a equipa no momento defensivo.

Aboubakar - bisou no regresso ao Dragão, como se duma espécie de reestreia de sonho se tratasse. Mesmo se o jogo era "a brincar". Está confiante e motivado, que assim se mantenha...

Marega - salvou uma exibição cinzenta ao aproveitar um erro infantil de um adversário para fazer o seu golo. E no aproveitar é que está o ganho...




Segue-se o último jogo-treino com o Gil Vicente e depois a estreia no campeonato, dia 9 no Dragão, contra o Estoril. E sim, haverá bilhetes para ganhar. 



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco



18 comentários:

  1. Concordo em absoluto. Se os jogos anteriores me deixaram bem entusiasmado com o futebol da equipa, este, e se calhar ao contrário do que seria esperado, deixou-me um pouco de pé atrás. A pressão foi não raras vezes bastante mal orientada tendo o Deportivo conseguido entrar com facilidade no espaço entre meio-campo e defesa. As oportunidades por eles criadas demonstram isso mesmo. Com equipas de calibre mais alto (que já agora, nunca defrontamos nesta pré-temporada) podemos vir a ter sérios problemas.

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    1. Eu não fiquei propriamente de pé-atrás, antes mais consciente do estado de evolução da equipa. Até porque este ano a equipa tem de ser trabalhada apenas a pensar no campeonato. Por tudo e mais alguma coisa. É possível que não façamos grande figura na Champions, mas contra as equipas da nossa liga temos tudo para correr bem, se assumirmos sempre o nosso estatuto dentro de campo.

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  2. enfim o 8 ou 80 continua, naturalmente os portistas queriam que a mesmíssima equipa do ano passado passasse de ter falhado contra os setubais, tondelas e afins ( para alem do polvo ) o nao ter ganho o campeonato para uma equipa esmagadora que ate a liga dos campeoes ganharia. O que posso dizer e que com os metodos do ano passado nao ganhariamos ao corunha que jogou como o tonela e afins. Ganhamos porque metemos la 4 bolas, agora se eles passaram 3 ou 4 vezes claro mas afinal querem que joguemos contra pinos?? Os problemas estao nos jogadores que sao os mesmos, danilo nunca passou a bola muito bem e com este esquema tem de ser mais qualquer coisa, oliver o maestro mas se lhe roubam espaço esfuma se porque e lento, corona o costume tem lampejos, maxi sem velocidade, herrera tem dias, layun anda por ali, FALTAM NOS 2 JOGADORES TOP MESMO PARA O MEIO CAMPO mas isso ja faltam ha anos. Agora com estes jogadores e estes metodos sem polvo ganhamos o campeonato sem problemas.

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    1. No meu caso, é mais entre o 36 e o 44. Se for calçado, 43 :-)

      Se passei a ideia de estar muito desiludido agora ou muito entusiasmado antes, enganei-me a escrever. Raramente me entusiasmo à partida, mas este ano sinto o recuperar de coisas importantes, por pequenas que sejam. Coisas que, todas juntas, formam a essência do meu Porto.

      Mas sempre lhe digo que a mesmíssima equipa do ano passado tinha condições para fazer muito melhor, tivesse outro treinador a orientá-la (ou um, vá). A questão agora é saber se vai sair mais alguém - isso sim, preocupa-me.

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  3. O Danilo está fod***. O maestrinho abandona o jogo quando começam a haver marcações e a coisa começa a ser mais rápida. Resta o Danilo nas longas retas que se seguem às rotundas. Tem que parar o transito de qualquer forma, tem de passar as multas a esferográfica e enviar por fax para o comando. Está encontrado o novo Herrera.

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    1. Suspeito que o problema do Danilo se chame mercado. E Setembro nunca mais chega. Sobre Óliver não vale a pena, cada um na sua :-) Mas entre um e outro, falta mais alguém. Que não é Herrera, de certeza.

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  4. Ainda nao ouvi ninguem a por o dedo na ferida e admitir que este Porto esta a jogar no modelo JJ - o mesmo 4-4-2, o mesmo estilo de rolo compressor, laterais abertos e extremos por dentro, apenas 2 medios. Alias o SC ja elogiou JJ em varias ocasioes desde ter sido treinado por ele no Felgueiras. O que ainda nao vi (e o que sempre gostei no JJ) passa por defender com poucos e conseguir parar ataques em igualdade ou inferioridade numerica. Esperemos que isso venha!

    Se o Danilo nao for vendido (pelos falados 40-50M do PSG era de ir), este vai ser o ano do make-or-break para ele. Se entender as ideias do treinador, melhorar (substancialmente) a velocidade de decisao e o passe (e nao estou a falar dos passes de 5 metros para o central que lhe dao uma bela estatistica) entao torna-se um medio de classe mundial e the sky's the limit... Mas se continuar na saga de se esconder junto aos centrais, nunca arriscar no passe e avancar aos solucos cheira-me que vai desvalorizar neste sistema e vai ter sorte de nao acabar no banco. (Nao me canso de repetir que a posicao em que ele se daria melhor era a central...)

    Eu nem acredito no que vou dizer, mas a dupla de medios neste momento devia ser Herrera-Oliver, com o Herrera a fazer as mesmas funcoes que tem feito na seleccao mexicana. Dessa maneira nao e obvio para o adversario quem vai "levar" a bola e ha mais movimentacao para avancar em tabelas.

    Quanto ao resto - Reyes a mostrar-se. Soares e Abou um pouco parecidos demais, mas pode resultar no nosso campeonato. Falta-nos um segundo avancado mais estilo Derlei / Lisandro Lopez. Nao percebo a falta de minutos a Rafa e Rui Pedro - sera porque alguns como Marega, Hernani, Sergio ainda estao em situacao de poderem sair e a serem mais testados?

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    1. Honestamente não creio. As parecenças estão no esquema e na velocidade, mas não encontro muito mais. Creio que temos reais preocupações defensivas e de não sofrer golos (algo com que nem me preocupo muito, se tivermos condições de os marcar a dobrar). Sim, o SC bebeu de JJ, como de muitos outros, mas parece-me que está a desenvolver o seu próprio modelo de jogo. E é mesmo de desenvolver que se trata, porque está pela primeira vez num grande, com implicações muito diferentes das experiências anteriores. Ele próprio vai evoluir bastante este ano. Espero que no próximo já evolua como campeão.

      Danilo: não vender por nada, digo eu. Eu acho que já é de classe mundial mas não está num bom momento, nem físico nem mental. Voltará depressa, espero.

      Eu também não acredito no li :-) Herrera faria uma grande dupla no Aves, com um jogador do Aves, isso sim. No Porto, finito. A sério, chega. Outro qualquer com o Óliver? Só se for o AA, mas não me tranquiliza. Quero o Óliver livre para desequilibrar à frente, o outro médio tem de ser mais (vezes) defensivo.

      Sim, os "miúdos" estão em último na hierarquia e não me parece mal. Ficarão no Clube, com certeza. Os "Maregas" estão no fio da navalha, devem ter mais oportunidades antes de 31 de Agosto. Percebe-se.

      (o Sérgio, se desse à perna...)

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    2. LOL - acho que vamos continuar a discordar no Danilo - como no passado discordamos do Marcano. Eu prevaleci nesse, espero que o Lapis prevaleca neste porque eu quero e que os nossos jogadores todos me surpreendam pela positiva :)

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    3. Felicíssimo por me ter enganado no Iván!

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  5. Relativamente às expectativas para o Depor, acho que este ano vai ser bastante melhor. Mas posso estar enganado.

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    1. Isso é sempre arriscado! Mas o Bakkali é muito bom e se fosse a doer sacava uns quantos amarelos...Mas no final falamos x)

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  6. Cá estou! Entusiasma ver o Porto jogar porque mete mais gente na frente e, surpresa, isso funciona. A nível defensivo isso cria problemas e mesmo melhorando a transição defensiva (e tem que melhorar rápido!) vamos sempre sofrer mais golos do que no ano passado. Contra equipas acima de Guimarães aceito jogar num 4-3-3.

    Ironicamente, o Rúben Neves nunca ia ser tão importante como neste ano, dada a largura de jogo e variações de flanco constantes. O Danilo falha muitos passes, não só a sair a jogar (especialmente perigoso) como em zonas mais ofensivas. Ele a defender é ótimo mas se calhar foi por causa desta falha que nunca houve nenhuma proposta choruda (não sei, digo eu).

    PS: Alguns adeptos dirão que o Maxi está velho, lento e serviu a P.I.R.O.C.A durante vários anos. Factos. Aqui vai outro. O Maxi é melhor que o Ricardo. Defende melhor, é mais agressivo na pressão e ataca com perigo ns mesma. Sim, o Ricardo é mais rápido. Mas o Maxi quer mais jogar do que ele (não sei explicar porquê) e não vai cair sem dar luta.

    Saudações Lápis. Desculpe a confusão!

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    1. Nada a desculpar João!

      Começando pelo fim, concordo em absoluto: Maxi não se rende nunca. É feitio. E ainda bem para nós. Creio que ambos jogarão, mas por agora parece ser o Ricardo com vantagem.

      Já quanto ao Danilo, discordo. Já demonstrou várias vezes a sua qualidade de passe, não está é bem neste momento. Melhorará e, para mim, é imprescindível neste plantel.

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    2. Imprescindível claro mas passou de um ano em que a maior parte dos passes era só entregar no pé do Oliver ou outro para ter que ser muito mais interventivo.

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