Na tarde solarenga (e sem vento!) dos Arcos, o ovo-surpresa eclodiu assim que me chegou aos ouvidos o onze inicial. Pensava eu que eram águas passadas, de outros carnavais, isto das mudanças radicais de um jogo para o outro... mas afinal, parece que não.
O que me preocupa, a única coisa que ainda me preocupava após o apito final que confirmou a nossa vitória, é a situação de Óliver. Não percebi o que se passou, nem na quarta, nem ontem. A saída ao intervalo foi estranha, mas, enfim, coisa de treinador impaciente, pensei.
Já a relegação para o banco contra o Rio Ave não "encaixa", extravasa o jogo da Champions e sugere algo mais. Não sei se sim ou se não, mas preocupa-me. Por Óliver, mas principalmente... pelo resto. Já veremos o que nos reserva o próximo capítulo.
Nos Arcos, onde a bola rolou, jogava-se um encontro fundamental para a época Portista. Depois do circo ter ardido no Bessa e da vitória confortável do Sporting, a nossa resposta tinha de ser uma vitória. Apenas e só uma vitória.
Sérgio Conceição apostou numa mudança "radical" e deu-se bem. Além do espanhol, também Corona foi preterido no onze. Quem subiu ao palco foram Otávio... e Herrera. Sim, Herrera. No lugar de Óliver.
Como seria de esperar, o nosso jogo não foi pensado. Não havia quem. E também não foi pausado, controlado, com bola, quero dizer. Não havia quem. E assim sendo, o plano só poderia ser um: pegar na bola e zarpar rumo à baliza de Cássio. Tudo rapidinho, a toque de caixa... a bola estava pouco tempo em nossa posse, porque o plano era outro. Quer dizer, só podia ser.
Após uma primeira parte repartida mas com as escassas oportunidades a serem essencialmente nossas (a mais flagrante por Brahimi, logo ao minuto 8), a equipa regressou mais determinada em conquistar os três pontos. Sentia-se pela forma como os jogadores se entregaram desde o apito do recomeço. Não (me) surpreendeu portanto o golo ao minuto 54, excepto pelo marcador: o totalmente fora de forma Danilo respondeu da melhor maneira a um canto de Telles e abriu a contagem. Melhor ainda, ele próprio se serviu desse estimulante para subir de rendimento.
O jogo continuou repartido, com o Porto a procurar o segundo. Que chegou treze minutos depois, pelo inultrapassável Marega, concluindo uma jogada individual de Brahimi, que recebeu a bola após um passe falhado de... Marega.
Com dois golos de vantagem, suspirei finalmente de alívio. Já não escaparia a vitória. Só que... o Rio Ave não desistiu (e muito bem) e a dupla substituição não resultou conforme seria esperado. Ricardo subiu no terreno, entrando Maxi para a lateral direita por troca com Otávio; e o perdulário Abou deu o lugar a Soares.
A equipa quis então controlar o jogo, controlando a bola, mas não tinha como. A pressão alta do Rio Ave, que entretanto também mexeu (bem), quase que nos obrigava a subir sem hesitar, procurando o ataque em cada possibilidade para evitar perder a bola perto dos domínios de Casillas. O "plano" parecia estar a resultar - estava a resultar, porque o adversário não conseguia criar reais situações para marcar - até que Telles se lesionou e foi obrigado a sair.
Na sequência, ainda Ricardo estaria a reprogramar o chip para defesa esquerdo, deu-lhe um "ecrã azul" e permitiu que Nuno Santos recebesse a bola à vontade nas suas costas e batesse o indefeso Casillas. E o coração lá voltou a bater forte, pois que ainda sobravam dez minutos mais os (previsivelmente longos) descontos. Soubemos gerir a vantagem sem grandes sobressaltos e ainda espreitamos o golo da tranquilidade.
No final, vitória justíssima e missão cumprida. Uma vez mais. Siga!
Notas DPcA
Dia de jogo: 17/09/2017, 18h00, Estádio dos Arcos, Rio Ave FC - FC Porto (1-2)
Casillas (6): Jogo sem grande trabalho, o que teve de fazer foi sobretudo pelo ar - o que não o favorece, como sabemos - e cumpriu. Sem hipótese de defesa no golo.
Ricardo Pereira (5): Foi-lhe pedido muita coisa diferente durante o jogo e - por azar - falhou de forma grave numa dessas mudanças de papel. O resto do jogo foi positivo, mas esse lance marcou-lhe a exibição.
Ricardo Pereira (5): Foi-lhe pedido muita coisa diferente durante o jogo e - por azar - falhou de forma grave numa dessas mudanças de papel. O resto do jogo foi positivo, mas esse lance marcou-lhe a exibição.
Marcano (7): Jogo complicado para os centrais, a exigir muita concentração e disponibilidade física. Cumpriu bem em ambas, bom jogo
Felipe (7): O mesmo que Marcano, ainda que num estilo mais rude. Sem problema.
Danilo (6): Andava entre o mau e o sofrível, até que... golo. Uma bela tolada ao primeiro poste, a inaugurar o marcador. A forma efusiva como festejou foi um prenúncio de um resto de jogo a um nível superior, mesmo sem deslumbrar "como dantes". Que tenha sido o primeiro passo nesse caminho.
Herrera (6): A surpresa maior no onze, entrou com vontade de justificar a aposta, apesar da habitual trapalhice quando se trata de lidar com a bola. Descontando esses "detalhes", esteve bem no jogo, inclusive no transporte de bola e no passe (!). Se eu não soubesse, ficaria esperançado...
< 68' Otávio (6): Não resultou em pleno a aposta, mas também não foi "tempo perdido". O espírito combativo permite-lhe ir disfarçando a presente falta de inspiração, em especial quando outros acabam por assumir esse protagonismo e os resultados aparecem. Mas... é preciso arribar, só "isto" não chega.
Brahimi (7): Teve uma perdida logo a abrir que não deveria acontecer, mas não se deixou afectar e continuou igual a si próprio. Subiu de rendimento na segunda parte, com destaque para a assistência para Marega, após boa jogada individual.
< 68' Aboubakar (5): Mais uma falha "escandalosa", que põe em causa todo o outro trabalho que foi desenvolvendo, porque se trata do corolário desejado e necessário de um ponta de lança. Não foi ontem que voltou a cair nas boas graças de todos os adeptos...
Melhor em Campo Marega (8): All abord...The Might(y) Train! É uma verdadeira locomotiva este mousso, daquelas com milhares de cavalos para puxar centenas de vagões de carga... impressiona vê-lo cavalgar campo afora, abalroando (legalmente!) quem se atrever a cruzar-se no seu caminho. Um poço de força, que dura todos os 90 minutos. Cereja no topo do bolo: um golo... de bico! Marega é isto, não se lhe peça outras coisas. E "isto", neste jogo, foi fundamental para garantir os três pontos.
> 68' Soares (5): Rendeu Abou sem ganhos evidentes. Creio ser um caso onde ambos beneficiam com a presença um do outro... e se ressentem quando a solo. Empenhou-se, teve uma meia-oportunidade e pouco mais.
> 68' Maxi Pereira (5): Entrou para a sua posição natural e cumpriu, apesar de algumas dificuldades para conter a velocidade dos avançados do Rio Ave.
> 80' André André (5): Entrou para render um lesionado e acabou também ele lesionado. No entretanto, esforçou-se para manter a sua zona de acção estanque e cumpriu. Com bola, nada de relevante.
Sérgio Conceição (7): Quis abanar a equipa depois da primeira derrota da época, mexendo na zona nevrálgica da equipa, o que - em minha humilde opinião - é sempre arriscado. O jogo correu de feição, também porque a equipa fez por isso, em particular Herrera que respondeu bem à aposta nele. Mexeu e venceu. Pouco importa se não me convenceu. Mas importa (a todos) uma voz que nos tranquilize quanto ao que se passou com Óliver, seja por palavras, actos ou... omissões. Venha o Portimonense, que já hoje deu um belo espectáculo de futebol, em conjunto com o Feirense.
Outros Intervenientes:
Muito bem este Rio Ave de Miguel Cardoso - para mim, (ainda hoje) um ilustre desconhecido - a justificar o porquê deste bom arranque de época. Joga um futebol positivo e bem elaborado, o que é bonito de se ver e de se saudar. Mesmo perante a ausência de Geraldes, a equipa bateu-se muito bem, fruto do jogo colectivo e das boas exibições de Nuno Santos, Barreto e Rúben Ribeiro.
Quanto à arbitragem da equipa liderada por Jorge "p*t@ da baliza" Sousa, não me apercebi de nada relevante a destacar. O que só pode ser bom sinal. Os meus parabéns, portanto, por esta boa arbitragem. Não é assim tão difícil, pois não??
Segue-se a recepção ao Portimonense, já na sexta, na antecâmara de Alvalade. Fundamental, portanto. Bilhetes para o jogo aqui.
Do Porto com Amor,
Lápis Azul e Branco
Muito saudosismo de Lopetegui, da posse, do taka-taka-atrás.
ResponderEliminarSérgio Conceição colocou um Stop nas avenidas ao lado de Danilo e o resultado nunca esteve em dúvida.
Na reabertura de mercado é trocar Otavio, Oliver e André André por Ruben Ribeiro e temos o nosso problema resolvido.
Anónimo, isto é para si: http://media.istockphoto.com/photos/fishing-concepts-picture-id608516088?k=6&m=608516088&s=612x612&w=0&h=BU2pJCdfUHXB0OFcIgAFOS0CiRCvK7VLFID9I4zF5dE=
EliminarSim, sobretudo eu, morro de saudades...
EliminarEntão Rúben Ribeiro, o homem que vale por três? A sério, divirto-me...
A obsessão pelo controle, mas entende-se, a sua preocupação pela situação de Oliver, tiraram-lhe o discernimento para ver o jogo.
ResponderEliminarKKKKK sobretudo três que não valem um.
Os graffiters terão de ter paciência.:)))
Bem vindo JB. Fica sempre bem no meio de tantos anglicanismos, algo que vá para além do carrascão e do Licor Beirão. Mas se conduzir, faça por evitar- :)