Foi Bonito, Pá!

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Foi Bonito, Pá!


Falcao e Moutinho regressaram a casa (uma delas, pelo menos) e a festa foi bonita. Houve golos, muitos golos, expulsões, futebol bonito e festa nas bancadas. Tudo o que o futebol deveria ser sempre, independentemente de quem ganhasse.

foto Catarina Morais / Kapta +
Claro que ganhando a festa tem outro colorido, ainda mais quando a vitória garante o apuramento para os oitavos e mais uns relevantes milhões aos depauperados cofres da casa. Nesse sentido, o AS Monaco foi o convidado perfeito: jogou alguma coisa mas não muito, fez os seus golos e assistiu despreocupado ao que nós fomos fazendo. 

Foi bonito ver Abou bisar e ainda assistir Brahimi, como que retribuindo a gentileza ao argelino. Foi bonito registar mais duas assistências para a conta do "tecnicamente limitado" Danilo, com a esperança de que sirva para ir abrindo a pestana a mais uns quantos. Foi bonito que Telles tivesse finalmente feito um golo (e um senhor golo, ainda por cima), ele que tantas vezes o oferece a outros. E foi muito bonito ver aquele último golo de Soares: primeiro, porque foi um lance de compêndio, tal a perfeição de assistência e finalização; segundo e mais relevante, porque o minino estava mesmo (mesmo) a precisar de marcar. A ver se produz os efeitos desejados.

De negativo, apenas a expulsão do tonto Felipe e a nova lesão de Otávio, que nem sequer chegou a provar o sabor da titularidade que por certo muito desejava. Pessoalmente, teria gostado de ver como seria aquele onze com ele. 

Já quanto a Óliver, parece-me avisado assumir que tem novas funções: a de tratador da relva da zona de aquecimento. É que passa lá mais de metade do jogo, aos saltinhos, de um lado para o outro, pisa que pisa, e depois... nada, lá vai ele para o duche sacudir as aparas do seu árduo labor. Juro que não percebo.

No final, missão cumprida. Próxima segunda, lá estaremos em Nyon, para ver quem nos calha em sorte (?). Creio que é de senso comum que a Roma seria o adversário mais acessível e resultaria numa eliminatória de verdadeiros 50/50, mas pessoalmente gostava muito de ir a Anfield. De evitar mesmo, mas mesmo: City e PSG, os brinquedos caros dos entediados sheiks das Arábias. E o Barça, num grau ligeiríssimamente inferior.


S.O.S. ao estilo SD (foto Catarina Morais / Kapta +)


Notas DPcA 


Dia de jogo: 06/12/2017, 19h45, Estádio do Dragão, FC Porto - AS Monaco (5-2)


José Sá (7): Sofreu dois golos sem culpas e ainda evitou outros tantos.

Ricardo (6): Vários deslizes preocupantes que acabaram por ser inofensivos e lhe permitem uma avaliação positiva, face a tudo o que foi fazendo bem feito.

Alex Telles (7): Finalmente o tão procurado golo e num belo remate de fora da área (até porque nas bolas paradas vai faltando acerto). Bem pelo flanco fora, tanta a atacar como a defender.

Marcano (6): Pois é, quando o oponente se chama Falcao, a coisa complica-se. Mas enfim, podia ter sido pior. Num jogo nunca demasiado complicado, foi mantendo a calma mesmo quando o parceiro se esfumou na sua estupidez.

42' Felipe (1): Estúpida, é o adjectivo que me ocorre, para definir a reacção à provocação. E por ter sido estúpido nesse momento, fica de fora no próximo jogo. Certamente que lhe custará mais a ele do que a mim, pelo que espero que sirva de lição.

Danilo (7): Jogo de muito bom nível, no controlo das operações "centrais", ainda com tempo para assistir por duas vezes. Como peixe na água.

Herrera (6): Começou mal e foi melhorando (lentamente), para acabar em bom estilo. Bem, antes assim do que o inverso, suponho...

< 42' André André (6): Não contava ser titular e isso parece tê-lo condicionado. Por alguma coisa se diz que todos têm de estar sempre preparados para dar o seu contributo, meu caro. Ou então foi só ele a ser igual a ele próprio no que concerne a esta temporada...

Brahimi (8): Hoje sim, um jogo de nível europeu, bem a definir e a imaginar. Coincidência ou não, perante um adversário com segundas linhas e já sem nada por que jogar. Será sina ou feitio?

Um predador letal (desta vez)
(foto Catarina Morais / Kapta +)

< 74' MeC Aboubakar (9): Dois golos, uma assistência e bastante mais jogo jogado, é mais do que suficiente para se distinguir como o melhor em campo. Destaque para a delícia que foi a sua movimentação no segundo golo. Fosse sempre assim e no verão ir-sei-a por cem milhões...

< 67' Marega (6): Parece não ter ainda recuperado do enguiço do Clássico, faltou-lhe aquela "alegria" habitual que o impele campo afora, apesar das muitas tentativas. Redimes-te em Setúbal, pode ser?

> 42' Reyes (6): Saltou cedo do banco e entrou para 4 sua posição "natural", rendendo o expulsado Felipe (por troca com AA). Começou por exibir as fragilidades que o acabam por relegar para a condição de suplente, fosse no timing da abordagem aos lances, fosse na capacidade para ler e antecipar as movimentações contrárias. Melhorou com a passagem do tempo, passando a mostrar mais confiança. O que é natural, suponho.

> 67' Corona (6): Entrou para evitar que a equipa evitasse o marasmo de uma vantagem confortável e de facto agitou as águas. Não foi muito eficaz, mas ajudou.

> 74' Soares (7): Marcou um belíssimo golo, que lhe fazia imensa falta para voltar a reerguer a indispnsável couraça de confiança em si mesmo. Conto ver os frutos dessa metamorfose já a seguir, à beira-Sado...

Sérgio Conceição (8): Um jogo à partida facilitado pela desmotivação do adversário mas que o treinador encarou com a mesma responsabilidade como se de uma final (para ambos) se tratasse. O resultado foi o previsto, o melhor possível, ou seja, uma vitória gorda e a ambicionada passagem no bolso sem depender do que se passou em Leipzig. Uma campanha que começou mal, se reergueu apenas para voltar a tombar mas que daí em diante nunca mais se descompôs. "Todo" o mérito é de SC, e por isso as minhas felicitações. As únicas peças que não encaixam são a saída de Iker da baliza (já anestesiada pela boa resposta de Sá) e a proscrição de Óliver ("ferida" ainda bem aberta). A ver como evoluem. Em todo o caso, estar nos oitavos é a segundo grande milestone de Conceição no Porto (o primeiro foi ter conseguido que voltássemos todos a acreditar).

O vermelho, que mal que vos fica... (foto Catarina Morais / Kapta +)

O que se segue é "somente" o jogo mais importante da época. A sério que é, pensem comigo. Vimos de dois comprometedores empates no campeonato - a nossa maior e mais importante ambição - que nos retiraram uma merecida liderança isolada. Qualquer resultado que não seja uma vitória em Setúbal levar-nos-á a entrar num processo de degradação emocional que não se adivinha nada bonito. Por isso é que domingo teremos um jogo crucial, fundamental, como o eram o das Aves e o Clássico, mas ainda um pouco mais - precisamente porque falhámos nesses dois. O como e o porquê desses falhanços foram já amplamente dissecados, a realidade é que desperdiçamos quatro pontos e a margem de erro se reduziu a zero. E o polvo desavergonhado não dorme.

Nota: não estou ainda seguro de que interromper a escrita não seja a melhor opção, mas enquanto não resolvo o puzzle, vou escrevendo. Até porque na UEFA, padreco não entra e a música é outra.



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




7 comentários:

  1. Fuck, a sério? Entrei em outro estádio, só pode :(

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    1. Eu não entrei em nenhum, deve ter sido disso. Embora, claro, não fazer ideia a que te referes

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  2. Orá deixa cá ver....8 - 2 aos gajos campeões de França e semi-finalista da Liga dos Campeões?!
    Venha lá o PSG que isso de comer criancinhas, não passa de um mito.

    (Aquelas declarações no fim do jogo, era o treinador do FCP ou o Jorge Jesus a choramingar??)

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  3. Caro Lápis, boa tarde.
    Muito boa análise àquilo que vimos e vivemos na 4F frente ao ASMónaco.
    Aproveito para relembrar (Aves e Clássico) os dois últimos confrontos com aves. Fomos comidos a seco e à força toda. À semelhança dos últimos anos da treta, o caldo de vigarice está a preparar-se. O jogo com o VFC é de primeiríssima importância para os sacanas-sem-lei (se ganharem ficam, à condição, em 1º e as TV's alinhadas já começaram a propagandearem essa possibilidade para incentivarem aquela boçal, agora foi bem, gente), para a lagartada incluindo o lagarto treinador do VFC. Talvez se jogue este FdS no Bonfim o nosso campeonato. O grande Mestre Zé do Boné adverteria que «Enquanto fomos bons rapazes, fomos sempre comidos».
    1 abç e viva o FCPorto.
    Luís Oliveira, de Lisboa, sócio e adepto do FCPorto, que anseia por dar umas todas nestes boçais (outra certa) Lampiões e sonsos Lagartos.

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    1. Totalmente de acordo quanto à importância, felizmente parece que eles também se convenceram disso...

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