Finalmente, campeões. E o mais do que devido tributo deste blogue a uma época tão longa quanto extraordinária. São os Bs pois claro, os novos campeões da Ledman Ligapro (ou II Liga, para os amigos).
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É um feito realmente notável, que poderá passar despercebido a muito boa gente.
Sobretudo por se tratar de uma equipa B, concebida para desenvolver talentos e dar ritmo a excedentários do plantel principal. Aliás, por algum motivo é a primeira equipa B a vencer a competição em quatro épocas. Eu, que quero sempre ganhar, seja em que modalidade ou categoria for, fiquei muitíssimo satisfeito com esta enorme proeza de Luís Castro e seus 33 pupilos. E nada tem a ver com a paupérrima época dos A's, é mesmo um prazer autónomo registar o mérito deste conjunto valioso de futebolistas.
Fui acompanhando a época sempre que conseguia pela televisão, via que se complicou de sobremaneira quando a NOS ficou "sem" o Porto Canal. Ainda assim, fui espreitando sempre que possível. Ontem foi bom poder ver a transmissão na íntegra na aplicação.
Mas o que sobrará para o futuro, terminados que estejam a época e os festejos?
Ainda antes de avançar para os jogadores, uma justíssima nota para o excelente trabalho que Luís Castro desenvolveu esta temporada. Critiquei (não sei se justa ou injustamente) o seu trabalho em edições anteriores (porque, repito, para mim é sempre para ganhar ou ficar perto disso), mas nesta temporada conseguiu tirar o melhor rendimento de um bom grupo de jogadores. Não vejo nisto nenhuma portabilidade para a equipa principal (também não fiquei convencido com a sua passagem por lá), mas são coisas distintas e neste momento o que releva é saudá-lo pelo brilhante percurso de 2015/16.
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Com a pouca informação "angariada" sobre os jogadores, não será muito avisado dar palpites quanto aos seus futuros, mas ainda assim arrisco-me a abordar uns quantos:
- Gudiño: precisa de jogar todas as semanas para continuar o seu desenvolvimento, bem como de trabalhar afincadamente o jogo com os pés. Outro empréstimo na Primeira Liga poderá ser a melhor solução.
- Víctor García: gostei das vezes que actuou na principal, ainda que sempre muito mais contido do que na sua B. É para mim o exemplo claro do jogador que merece ser a segunda escolha para a posição.
- Rafa: não vi o suficiente dele, mas as loas (e garantias) do presidente obrigam-me a referencia-lo. Pela idade, parece-me que outro empréstimo não seria pior, mas se já for tão bom como o têm pintado, pois talvez justifique um lugar (sombra) no plantel principal.
- Chidozie: teve uma estreia de fogo auspiciosa mas desde então tem-se visto negro para confirmar as promessas. Tem qualidades, mas tem também muitas arestas por limar. E um central do Porto não pode ter muitas arestas por limar. Um ano fora a crescer e reavaliar se tem ou não potencial para se afirmar. Se sim, fica, se não...
- Chico Ramos: outro de quem muito se apregoa e que também já teve uns minutos ao sol. Vejo um jogador inteligente mas franzino. Estará pronto para o salto? Duvido.
- Ismael Díaz: um projecto de Hulk, dizem-me. Right... Mas mesmo assim, vejo um jogador interessante e com margem grande de crescimento. Seria a minha primeira escolha no draft (assumindo que André Silva já mora nos As').
- Gleison: um jogador importante na época vitoriosa dos Bs', fico com dúvida se terá velocidade e cabeça para se afirmar ao mais alto nível. Um empréstimo "tira-teimas" não seria despropositado.
- Rúben Macedo: é ainda menino mas feito de algodão, daquele que não engana. Ainda pode degenerar num Folha, mas parece-me ter condições para mais. Seria de manter na B, dar-lhe (muitos) minutos e preponderância na equipa e chamá-lo aos "crescidos" para taças da Liga e afins.
- André Silva: porventura o jogador mais importante na primeira parte da temporada, só deixou de o ser aquando da promoção. No entanto, havia um "mas": o André foi, mas os golos ficaram na equipa B. É notória a adaptação e subida de rendimento com o passar dos jogos, mas falta-lhe ainda fazer golos. Que certamente chegarão em 2016/17, onde "só pode" ser um dos avançados da equipa principal.
E esta "campeona", em que posição joga mesmo? |
Tenho lido e ouvido que há uns quantos mais (Verdasca, Pité, Graça, Omar e Leonardo, entre outros) com potencial suficiente para justificar uma oportunidade no plantel principal. Mas a questão é sempre a mesma: lançar "incógnitas" (sobretudo se forem jovens e portuguesas) na equipa A requer um tempo de adaptação, tempo esse que escasseia na mesma medida em que o insucesso da equipa se agrava.
Ora o actual contexto do Porto é porventura o pior desde que o senhor Oliveira caiu da cadeira e os campeonatos deixaram de ser atribuídos por decreto ministerial. Estes jovens talentos precisam de espaço para se ambientarem e crescerem dentro do grupo de "elite". O que faria sentido seria integrar todos os anos 2 ou 3 "jovens promessas" no plantel, sem a pressão de serem soluções de primeira linha logo de início - algo que seria muito mais fácil de executar nos anos em que fomos campeões (e foram tantos).
Em 2016/17, não vejo muitas hipóteses de apostar convictamente nos campeões da B. Vamos entrar de novo sobre brasas, ainda mais atiçadas pelos ventos dos fracassos acumulados, com uma decisiva pré-eliminatória da Champions à cabeça. Seria um crime não integrar alguns (até mais do que os 2 ou 3) no plantel, mas pensar que poderão ser soluções na primeira metade da temporada é hipotecar as nossas hipóteses de sucesso (bem como as carreiras deles). Para outros, talvez não seja pior garantir bons clubes na Primeira Liga onde haja o compromisso (salarial) de jogarem regularmente, com a opção de os resgatar em Janeiro.
Por agora, ainda lhes falta saborear o seu merecido sucesso. Parabéns campeões! São uns dignos portadores do nosso emblema, sinto real orgulho em todos vocês.
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Um dia antes, entraram em campo os figurantes. Os tais que seria suposto serem os actores principais mas que não o souberam ser. E - para figurantes - não estiveram mal.
"Oh Happy Days! Ooh Happy Daaaays!..." |
Começaram o jogo quase a perder mas a cabeça nunca saiu do sítio. Com perseverança, alguma determinação e um pouco de futebol, conseguiram dar a volta ao jogo, devolvendo um certo ar de normalidade às nossas exibições internas.
As notas mais relevantes foram as ausências e os regressos à equipa.
Desde logo, Marcano e Layún, metade da defesa mais utilizada na primeira metade da época. E um meio-campo renovado, sem os até agora indiscutíveis Danilo e Herrera, mas com o regressado André André em parceria com Rúben e Sérgio. Na frente, destaque para a titularidade de André Silva e para a ausência de Corona.
Peseiro falou em lesões, gestões e recuperações. Talvez assim seja mas, na verdade, quem é que quer saber disso por esta altura? Agora só nos interessa chegar ao Jamor com uma equipa e um plano infalíveis para sair de lá com o caneco. Será este o melhor caminho, o das mudanças em catadupa jogo após jogo? Duvido.
Quanto à equipa que subiu ao relvado, soube respeitar o emblema. Como um condenado que dá os seus últimos passos rumo ao cadafalso, sem no entanto abdicar da sua dignidade. Por grandes que sejam os seus "crimes", não desiste de deixar uma imagem minimamente decente da sua (agora triste) figura. E ainda bem, é para isso que lhe(s) paga(m).
Notas DPcA:
Dia de jogo: 7/Mai/2016, 16h15, Estádio dos Arcos. Rio Ave FC - FC Porto (1-3).
Hélton (6): Um golo indefensável e pouco mais.
Maxi (7): O seu lado foi sempre o mais acutilante e dinâmico, em grande parte graças a ele. Grande assistência para o golo de Varela.
Layún (7): Mais retraído do que é seu habitual, possivelmente por dar ouvidos a tantas críticas ao seu comportamento defensivo. Mas assim fica a meio da ponte... Penálti muito bem marcado numa altura crítica do jogo e por isso um ponto extra.
Marcano (6): Alguns cortes após boas antecipações e o terror habitual com a bola em seu poder. É o Marcano.
Chidozie (6): Festejou merecidamente o título da II Liga, mas para este patamar não está (ainda?) preparado. Falta-lhe saber posicionar-se melhor e antecipar os movimentos adversários para os impedir. Talvez esteja pronto para jogar numa equipa menor, mas não no Porto. Cabe-lhe continuar a evoluir para demonstrar que merece voltar. Por agora, deverá ter sido o último jogo no palco principal.
< 86' Rúben (6): Em 10 minutos de jogo teve 4 ou 5 abordagens incorrectas que causaram potencial perigo para Hélton e, numa delas, ficou mesmo ligado ao erro de Brahimi e consequente golo de Postiga. Continua demasiado suave para ser implacável a destruir jogo. Ele é bom é com a bola no pé, a pôr-lhe um selo e remetê-la para destinatário à escolha. Já vos disse que não tem características para ser um bom 6?
< 73' André André (6): Mantém o registo ultra-discreto, quase sempre afastado das avenidas principais do jogo. E um jogador como ele precisa de estar envolvido para se motivar e se tornar relevante para a equipa. Andámos a tentar recuperá-lo para a final do Jamor, mas nesta fase parecia-me mais eficaz apostar noutro cavalo com maior andamento.
Melhor em Campo Sérgio (8): Sem deslumbrar consegue facilmente ser o melhor da partida, o que funciona como um elogio ao próprio e um atestado pouco agradável aos demais. Tem aquela raça de Dragão que o leva a meter sempre o pé, quando a bola não é sua. Quando passa a ser, faz-me lembrar outros craques do passado. Dos poucos que precisava que a época seguinte começasse de imediato, para não perder o embalo. Ponto extra pelo fuzilamento de Cássio.
< 87' Brahimi (6): Dividiu a meias a culpa pela perda de bola que resultou no golaço de Postiga e nos colocou a perder logo a abrir. Não ficou refém desse lance (talvez nem tenha noção da responsabilidade...) e procurou ser a gazua habitual: aquela que porfia e volta a porfiar para no final... estar no mesmo sítio. Alternou bons lances e passes com outros de assustadora mediocridade. Au revoir mon ami...
Varela (6): Fez boa parceria com Maxi na direita e esteve envolvido em muito jogo, coisa que não lhe é habitual. Ponto extra pelo golo e ponto retirado pela excessiva dureza que lhe deveria ter custado uma acertada expulsão.
André Silva (7): Continua a sua travessia do deserto de golos, mas o seu comportamento individual e colectivo melhora a olho nu. Está muito mais ligado ao resto da equipa, demonstra perceber alguns dos movimentos que lhe são esperados e mantém os dois centrais na linha. Tendo em conta a idade, tem mesmo tudo para chegar muito longe. Assim reapareçam os golos. Desta vez, foi só meio-golo, com o penálti ganho e que Layún converteu.
André Silva (7): Continua a sua travessia do deserto de golos, mas o seu comportamento individual e colectivo melhora a olho nu. Está muito mais ligado ao resto da equipa, demonstra perceber alguns dos movimentos que lhe são esperados e mantém os dois centrais na linha. Tendo em conta a idade, tem mesmo tudo para chegar muito longe. Assim reapareçam os golos. Desta vez, foi só meio-golo, com o penálti ganho e que Layún converteu.
> 73' Evandro (6): Entrou bem no jogo, uma real surpresa face ao que o jogo estava a proporcionar e ao seu próprio historial de alguma passividade. Deve estar a sentir que já não lhe restam muitas oportunidades para justificar nova temporada no Dragão e está a fazer pela vida. Ainda bem.
> 86' Danilo (-): Sem
tempo de jogo suficiente para ser avaliado.
Peseiro (6): Promoveu mais uma pequena revolução no onze, ainda que desta vez se possa justificar com o desastre que foi o jogo com o Sporting. No entanto, o único objectivo é a conquista da taça e desse ponto de vista, tenho dificuldade em entender tantas alterações de jogo para jogo. Parece estar a levar demasiado à risca a historieta da pré-época... Neste jogo, no entanto, atingiu aquilo a que se propôs: ganhar e recuperar alguma da muita dignidade esbanjada no seu consulado.
Outros intervenientes:
Sem ninguém que se destaque de forma evidente no Rio Ave, sobra espaço para referir dois jogadores: Edimar e Roderick. O primeiro pela surpresa de, aos 29 anos, estar num clube com estas ambições, depois de já ter passado por várias ligas. Tem futebol para mais, não sei o que terá a menos. O segundo, pelo eterno prazer de o reencontrar, claro (não por o culpar pelo momento K 92, mas porque a ele ficou inevitavelmente associado), mas também pelo lance de ir às lágrimas que protagonizou com... Edimar. Após um corte de risco do brasileiro na sua área, eis que o bom do Rodas resolveu aliviar a bola com um petardo... mas não reparou que a 50 cm estava a cabeça do seu companheiro... que assim levou com ela em cheio e ficou a dizer mal da vida. Priceless.
Falar sobre Bruno Paixão é como falar sobre uma úlcera. Dá uns dias piores, outros melhores, mas está sempre lá para nos infernizar a vida (até que seja erradicada de vez). Este jogo não foi dos seus piores, mas nem assim deixou de ser o mau protagonista do costume, com prejuízo para ambos os lados.
Avançamos pois em passada larga para o final da época, primeiro o derby matinal que encerra o campeonato (bilhetes em breve) e depois a final da Taça. Resta-nos ganhar com categoria, nada mais.
Do Porto com Amor
Da sempre gosto ver uma campeona assim...
ResponderEliminarE parabens aos rapazes, claro. Sao muitos jogos nesta divisao. Concordo que varios deveriam rodas na primeira liga, mas em equipas de cariz mais ofensivo, com um treinador formador, se possivel. Mas nao vejo muitas equipas assim.
EliminarUpa! Upa!
EliminarFelizmente já começa a redução progressiva na próxima temporada, é de facto um absurdo. Quanto às rodagens, concordo que o perfil de jogo (e de treino) também deve contar, mas essencial mesmo é garantir que sejam relevantes nas equipas onde forem colocados.
De que serve emprestarmos um avancado a uma equipa que joga em contra ataque? Ou mesmo um defesa?
EliminarEu percebo a ideia e concordo que deva ser critério, simplesmente para mim o mais importante é que ele possa ser bem treinado e que jogue com muita regularidade. Só assim saberemos se poderá ser opção mais adiante.
EliminarEmbora feliz pela vitoria da B, fico a espera do que isso significa para a equipa que realmente interessa... A B nao esta la para ganhar trofeus mas sim para desenvolver talento. Sera que, como o Benfas, vem de la uns quantos para a A e os vendemos por 35M? Ai, sim, darei os parabens ao Luis Castro. E como disse o Artur Matias, se houver emprestimos que seja para equipas que sabem jogar a bola e sao bem treinadas - nao e com Academicas que la vamos... Braga, Pacos, Rio Ave, Nacional, Arouca seriam melhores escolhas
ResponderEliminarQuanto aos A, foi bom de ver um jogo dominado pelos jogadores que tem tecnica e ver os que normalmente tratam a bola aos coices no banco (Indi, Herrera, Danilo) - alias o facto de que o adversario so marcou num golo extraordinatio e nunca mais criou perigo mostra o melhor controlo que estes jogadores sao capazes de ter - e muito mais facil manter a posse de bola com jogadores que sabem fazer uma recepcao!!! (E ainda mais quando Evandro entrou)
Ao contrario do Lapis acho que o lado esquerdo foi o mais acutilante a nivel ofensivo - ate porque do lado direito tanto o Maxi como o Varela estavam com muitas dificuldades para parar o Yazalde e o outro moco que nao me lembro do nome - muitas faltas eles fizeram para os travar...
Discordo, a B existe logo a B é para ganhar troféus. Todos os que conseguir. O que não invalida que exista por outro motivo, mas este, o de ganhar, nunca pode faltar na ementa! Quanto às equipas concordo que deva haver critério na escolha, pelo que antes de decidir convém saber quem serão os treinadores respectivos.
EliminarDanilo não tem técnica? A sério, faça-me um favor: tente assistir a um treino ou a um jogo de muito perto, tipo primeira fila. Acredite, tem muito boa técnica de recepção e controlo de bola, bem como de passe (ainda que não seja um mestre). Para mim, Danilo será sempre o primeiro dos onze titulares, até que venha alguém que seja ainda mais relevante do que ele.
Percebo a questão dos lados, é a beleza do jogo a pregar-nos partidas. E referia-me mais às acções ofensivas do que às defensivas, embora entenda que umas condicionam as outras (e vice-versa).