Após ausência prolongada, o Rali de Portugal volta à sua casa de sempre.
É bom tê-lo de volta, sobretudo pelo impacto que tem na economia regional.
É bom tê-lo de volta, sobretudo pelo impacto que tem na economia regional.
O Rali de Portugal, como tantas outras coisas, é apenas mais um dano da macrocefalia que há décadas nos tolhe enquanto nação.
Apesar da reconquista da democracia há 40 anos atrás, esta corrente tacanha e atrofiante mantêm-se desde o Estado Novo, ou, para ser mais correcto, desde sempre.
Este conceito de país onde apenas existe uma supra-metrópole, para a qual todos os recursos e esforços dos quatro cantos da nação devem convergir, é simplesmente desprezível.
E se durante algumas décadas o Norte se destacou e resgatou alguma da sua dignidade, foi apenas e só às suas custas, do seu trabalho, investimento e geração de riqueza.
Mas isto não poderia continuar.
Com a panaceia da CEE, logo se aproveitou para reverter o panorama, voltando-se a concentrar grande parte dos recursos (nacionais e os fundos comunitários) na região da capital, relançando as bases para o seu desenvolvimento artificial e desequilibrado, deixando apenas migalhas para o resto do território.
Lançou-se a discussão da regionalização apenas para que nunca acontecesse. Mais do que isso, para garantir que nenhum outro modelo de repartição equitativa de recursos viesse a existir, tal o empenho que se colocou no seu falhanço (mesmo sem nunca ter avançado, o que é prodigioso).
Lançou-se a discussão da regionalização apenas para que nunca acontecesse. Mais do que isso, para garantir que nenhum outro modelo de repartição equitativa de recursos viesse a existir, tal o empenho que se colocou no seu falhanço (mesmo sem nunca ter avançado, o que é prodigioso).
São gerações consecutivas de governos, políticos e boys sempre na mesma direcção.
Temos culpas próprias? Claro que sim. Quantas "ilustres figuras" portuenses partiram rumo a Lisboa e se converterem em novos cristãos do centralismo? E entre as que não tenham cedido, quantas tiverem fibra para aguentar e lutar por dentro do sistema (rica palavra)?
Mas tudo tem um limite. Não é porque sempre foi assim que tem que continuar a ser. Não, senhoras e senhores. Sei que já somos muitos, consciências despertas e dispostas a fazer a mudança. E neste cenário, é fundamental que o nosso FCPorto continue a ser "a lança em Lisboa", a pedra no sapato, o "agigantador" deste povo nortenho na reconquista dos seus direitos.
Voltarei a este tema muitas vezes. Do Porto, com amor.
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