O Futuro Hoje

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O Futuro Hoje


Agora que a presença na Champions League é uma certeza, tudo parece mais promissor. Chegou Óliver e a nação portista rejubilou. Mas nem tudo são rosas azuisebrancas - ainda há lacunas importantes para colmatar e 31 de Agosto está aí à porta.




Duas grande notícias na mesma semana. Primeiro o apuramento olímpico para a Champions, após um jogo pouco normal em Roma. Poucas horas depois, o regresso do mui-amado Óli, desta vez com opção de compra. 

Sobre o apuramento já disse o essencial, apenas me falta referir à lesão e paragem de várias semanas de Maxi - uma lástima, mas talvez lhe dê o descanso de que tanto precisava. Não são férias, mas será descanso activo. Que volte depressa e com as pilhas recarregadas.

Sobre Óliver Torres não há muito a acrescentar. Desde que saiu de cá que chorava a sua partida com um olho e procurava vislumbrar o seu regresso com o outro (sim, é uma imagem algo sinistra esta). Além da clara empatia que existe entre jogador, clube e adeptos, as suas características são muito raras por cá. Poderia ter Otávio ou Sérgio Oliveira como homens-sombra, mas nenhum está (ainda?) ao seu nível. Joga bem e joga simples, fazendo jogar os companheiros. É o nosso dez, mesmo que não joguemos com um. 

Nota sobre Sérgio Oliveira: entrou mal em Roma e não deslumbrou com o Estoril, mas é um valor seguro que devemos preservar e ajudar a crescer. Que Nuno não tenha a péssima ideia de o dispensar, agora que chegou Óliver.

Com a presença na fase de grupos da Champions e a almofada financeira (ou o balão de oxigénio, se preferirem) que a acompanham, chegam também, de braço dado, uma oportunidade e uma responsabilidade

A responsabilidade é a de ter um plantel suficientemente largo para estar bem em todas as competições, com os objectivos de sempre: ser campeão nacional, vencer as taças internas e conseguir a qualificação para os oitavos na prova europeia.

A oportunidade é a de ter "fôlego" para reforçar o plantel e estar à altura da tal responsabilidade. 

A chegada de Óliver traz a criatividade e a batuta que têm faltado desde que saiu, menos um problema (sempre que não esteja lesionado e castigado). 

No entanto, continuamos sem um central de categoria "Champions". Aliás, sem nenhum, porque em rigor precisaríamos de dois. Marcano e Felipe estiveram bem com a Roma mas não houve nenhuma metamorfose mística. Continuam a ser os mesmos, ainda que em patamares muito diferentes.

Marcano é "aquilo", quando está bem é um central "certinho" a defender e com poucas condições de sair com a bola no pé. Quando está mal, custa-nos taças e pontos. Não serve, volto a repetir. Na melhor das hipóteses, pode ser um dos dois centrais não titulares.

Felipe está a fazer pela vida. O choque da mudança para o futebol europeu foi grande e a adaptação está a ser mais lenta do que se desejava. Mas está a acontecer. Tenho fé que vai dar em central titular - pela sua categoria, não pela falta de opções.

Assumindo que Indi sai mesmo, faltam dois centrais. Ok, um central e ficamos com Reyes também (e com medo, muito medo). Mas um central "tem que ser". Não um qualquer, um bom - o melhor do lote. Quem? Por quanto? Não sei, não é esse o meu trabalho.

A lesão de Maxi levanta outro problema, que poderia ter sido minimizado se Nuno não se tivesse precipitado a mandar a malta da B para outras paragens. Espero que tenha sido pelo seu valor e não pelos seus empresários. Layún assegura o lugar, obviamente, mas se (ou quando) ele ou Telles não puderem jogar... Varela. Ui.

No meio só falta uma coisa: vender Herrera. Sim, por favor. Vender Herrera. Sem mais comentários nem ressentimentos.

Na frente, mais problemas importantes. Desde logo, um avançado. Mesmo admitindo que Depoitre tem qualidade para ser opção, falta outro, que rivalize e alterne com AS. Nas laterais, a chegada de Jota pode compor o ramalhete. Mas atenção, Jota não é um jogador feito (a este nível). Vem do Paços com ponte aérea em Madrid. Muito para aprender.




Sendo completamente honesto, comecei a escrever este texto antes de serem revelados os detalhes do empréstimo de Jota. E comecei por questionar se não tínhamos aprendido com o primeiro empréstimo de Óliver. Afinal aprendemos, aparentemente. Os detalhes são escassos, mas com um pormenor fundamental: a opção de compra. É preciso saber qual o valor para exercer essa opção, para perceber se é exequível ou apenas uma cláusula proibitiva.

No entanto, o restante mantém-se pertinente: se Jota é assim tão bom que não poderíamos deixar passar a oportunidade de o ter, mesmo que apenas por empréstimo, por que motivo não o contratámos antes (quando fomos buscar Hernáni, por exemplo)? Ou é outra vez um empresário a ditar a nossa gestão desportiva? Sai Doyen, entra Jorge Mendes? Externalizamos a nossa gestão desportiva? Então dispensem os administradores ligados ao futebol, porque não estão lá a fazer nada.


Falta menos de uma semana para o encerramento do mercado de transferências. Espero bem que Jorge Mendes tenha um grande central e um bom avançado para colocar. Ou então façam o favor de me provar enganado e contratem, com critério e qualidade, apesar do empresário. Central e avançado. Para conquistar o título e fazer boa figura na Champions.

O "pormenor" atrás da taça: um prenúncio?


A propósito, que belo sorteio o nosso. Como sempre nestas ocasiões, assim que acabou o sorteio começou a ladainha de que "não há jogos fáceis" e que "são todos campeões dos seus países" e que "em campo é que se prova o favoritismo". Tudo muito certo, mas tudo muito óbvio e banal. Fomos favorecidos pelo sorteio, claro que sim. Indiscutível. Agora falta saber aproveitar essa sorte, talvez a maior das vinte-e-uma em que andámos à roda.

Antes disto tudo, vamos a Alvalade, jogo que ajudará a posicionar ambas as equipas, em termos relativos, na luta pelo título. Espero que seja já este domingo que os devolvemos ao seu lugar habitual - à penumbra.



Do Porto com Amor




11 comentários:

  1. faltara talvez o iniesta, o boateng, o def direito do baeyrn e o suarez e claro teriamos uma equipa para ganhar a champions. Enfim ilusoes. Preferia um medio mesmo bom ao jota mas pronto, oliver quando ca esteve fez asneiras terriveis nao sou totalmente fa do rapaz mas ta bem, falta um def central e despachar os cancros que ainda estao ca todos ou quase.

    ResponderEliminar
  2. Sobre a imagem, não se pode jamais dizer que é impossivel. Dificil? Muitíssimo.
    Mas seria engraçado cumprir-se um designio destes!!!

    ResponderEliminar
  3. Mas o Oliver é Mendes? O Depoitre? O Telles? O Filipe?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Só a pergunta já pressupõe a possibilidade da existência desse cenário, o que para mim é assustador.

      O que me preocupa, desde sempre, é que o interesse do clube esteja sempre defendido e acima de qualquer outro. É isso só é possível se o futuro de um qualquer jogador no clube não dependa em primeira instância de um empresário. Como se chama tanto me faz.

      (Até me apetecia "explicar" o Depoitre, mas terá que ser em privado)

      Eliminar
    2. De acordo. Aliás, o Presidente também concorda. Recordo que disse numa entrevista que negociaria com qq empresário, desde que o jogador interessasse ao FCP. Acho bem. Nao podemos partir do princípio oposto, que seria prejudicar o interesse do clube por vetar determinado empresário. No fim do dia, a responsabilidade é de quem manda e escolhe.

      Eliminar
  4. No jogo mais católico de sempre, onde estará o Papa na tribuna, Espírito Santo levará a melhor sobre Jesus, desde que o pai não interfira!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quanto ao Pai estou tranquilo, preocupa-me mais o bispo do assobio

      Eliminar
  5. Respostas
    1. Bem mais do que a sua parte, eu diria. Sério candidato a cardeal.

      Eliminar

Diga tudo o que lhe apetecer, mas com elevação e respeito pelas opiniões de todos.