O primeiro sinal de perigo surgiu cedo e na baliza errada. Perante uma equipa ainda ausente ou simplesmente atarantada, o Moreirense FC desenvolveu uma boa combinação colectiva que culminou num remate de Francisco Geraldes à entrada da área para uma boa defesa de Casillas.
Por volta dos 15 minutos, dei por mim a pensar que Inácio demorou apenas algumas semanas para fazer deste Moreirense uma equipa melhor do que esta de NES... É evidente que não está em causa a gritante diferença de valores entre ambos os plantéis - que aliás acabou por fazer (toda) a diferença - mas sim o jogo colectivo de uma e de outra equipa. Consegui ver mais e melhor organização nesse quarto de hora inicial no nosso adversário do que em nós. Nada de surpreendente, mas ainda assim revelador do trabalho que (não) tem sido feito.
Por volta dos 15 minutos, dei por mim a pensar que Inácio demorou apenas algumas semanas para fazer deste Moreirense uma equipa melhor do que esta de NES... É evidente que não está em causa a gritante diferença de valores entre ambos os plantéis - que aliás acabou por fazer (toda) a diferença - mas sim o jogo colectivo de uma e de outra equipa. Consegui ver mais e melhor organização nesse quarto de hora inicial no nosso adversário do que em nós. Nada de surpreendente, mas ainda assim revelador do trabalho que (não) tem sido feito.
O jogo seguiu em ritmo moderado, salpicado com as habituais acelerações dos nossos laterais e extremo(s?) como a melhor tentativa para desposicionar a defesa contrária. Como também tem sido habitual, o golo tardava já em chegar. Foi portanto enhorabuena que Óliver soube aproveitar um passe para o "desconhecido" de Marcano, ocasionalmente na linha de fundo, para inaugurar o marcador e aliviar a ansiedade que já se acumulava.
Já perto do intervalo, dois momentos sucessivos praticamente decidiram o jogo. Primeiro, foi AS a fazer o segundo, aproveitando - também ele - num salto de peixe e de cabeça, um desvio do redes a um remate de Corona. Um par de minutos volvidos, Geraldes comete uma infantilidade e recebe uma justa segunda advertência e correspondente expulsão. Com dois de avanço no marcador e um jogador a mais, poucos seriam os que ao intervalo ainda temiam um golpe de teatro.
A segunda parte foi (ainda) menos intensa, apesar de (em teoria) haver mais espaço para jogar. O Moreirense passou a jogar em 4-4-1, procurando sair em velocidade quando possível, sem deixar grandes buracos atrás. Nós fomos jogando, criando boas oportunidades para marcar (AS outra vez em destaque pela negativa), mas só à hora de jogo Marcano fez de cabeça o terceiro, após canto de Herrera(!).
As três substituições nada trouxeram de relevante ao jogo, ficando apenas registado o re-regresso de Kelvin, o melhor amigo de Roderick. O jogo seguiu, tranquilo, com mais uma e outra oportunidade para ampliar, mas já não houve alterações no marcador. Missão cumprida, nada mais do que isso - mas chegou.
Notas DPcA
Dia de jogo: 15/01/2017, 18h00, Estádio do Dragão, FC Porto - Moreirense FC (3-0).
Nota (7): Marcano, Óliver, Jota, AS
Nota (6): Iker, Maxi, Telles, Felipe, Danilo, Herrera, Corona
Nota (5): AA, Rui Pedro, Kelvin
Nuno Espírito Santo (6): Não há muito a dizer sobre este jogo no que toca ao treinador, a não ser que cumpriu a sua obrigação. Já nas conferências de imprensa, continuam as más exibições - mas ganhando, a malta releva.
Parece ser este o fado que Nuno e os astros nos reservam, o do sobe e desce. Quando as coisas parecem rumar em definitivo para o abismo, eis que algo acontece e, de repente, temos a sensação de estar de novo na luta. Quando parece que vamos arrancar em definitivo para uma boa época, algo de sentido oposto volta a acontecer e tudo se desmorona. Por ora, estamos (outra vez) no primeiro momento, esperemos que desta vez para dar lugar a um terceiro: arrancar e não parar mais até que o título seja nosso. Eu estou sentado, pelo sim, pelo não.
No Moreirense, foi Geraldes que se voltou a destacar, pelos melhores e piores motivos. Também me chamaram a atenção os laterais Rebocho e Sagna. E a equipa como um todo, até o primeiro se fazer expulsar.
Sobre a arbitragem de Fábio Veríssimo, nada de muito relevante a destacar, excepto a excessiva permissividade perante entradas demasiado duras (de ambas as partes). Deu-se muito destaque ao lance em que Felipe supostamente travou em falta um avançado que se isolava, mas não me pareceu falta - se o árbitro visse de forma diferente, até poderia ser vermelho directo. Mas importa dizer que o resultado estava já em 2-0 e ficariam a jogar dez contra dez. Se foi erro, não me parece capital para o desfecho final.
Parece ser este o fado que Nuno e os astros nos reservam, o do sobe e desce. Quando as coisas parecem rumar em definitivo para o abismo, eis que algo acontece e, de repente, temos a sensação de estar de novo na luta. Quando parece que vamos arrancar em definitivo para uma boa época, algo de sentido oposto volta a acontecer e tudo se desmorona. Por ora, estamos (outra vez) no primeiro momento, esperemos que desta vez para dar lugar a um terceiro: arrancar e não parar mais até que o título seja nosso. Eu estou sentado, pelo sim, pelo não.
Outros Intervenientes:
Sobre a arbitragem de Fábio Veríssimo, nada de muito relevante a destacar, excepto a excessiva permissividade perante entradas demasiado duras (de ambas as partes). Deu-se muito destaque ao lance em que Felipe supostamente travou em falta um avançado que se isolava, mas não me pareceu falta - se o árbitro visse de forma diferente, até poderia ser vermelho directo. Mas importa dizer que o resultado estava já em 2-0 e ficariam a jogar dez contra dez. Se foi erro, não me parece capital para o desfecho final.
Aproveito a falta de mais assunto sobre o relvado do Dragão para deixar duas notas relativas aos jogos dos rivais da segunda circular.
Surpreendente foi o empate cedido na Luz pelos da casa, perante um ainda mais surpreendente Boavista, a lançar nova linha de salvação a NES. Registo com agrado o fenómeno raríssimo de o Benfica ter sido prejudicado em lances capitais - no segundo golo do Boavista, há falta do marcador. Aceita-se, evidentemente, que o árbitro não tenha assinalado, mas houve falta; no terceiro, creio que o homem do calcanhar invalida o lance por offside, mas de novo não era um lance fácil de decidir. Já no primeiro, há de facto uma falta a preceder a jogada do golo, mas sobre o golo nada a dizer que não seja "golaço". Possivelmente, três más decisões da arbitragem, mas todas dentro da margem de erro aceitável, pela natureza dos lances.
Já a seu favor teve o assinalar daquele penalti absolutamente falso e que os recolocou na luta pelo resultado. Este sim, um lance ridículo, onde não dou o benefício da dúvida a um árbitro bem posicionado - e não sei se estava ou não. Em resumo (e apenas baseado no resumo do jogo), em minha opinião, quatro erros graves - três deles aceitáveis, um inadmissível - com prejuízo maior dos lisboetas. Parece que valeu a pena fazer barulho, pelo que o melhor é continuar no mesmo registo, "a ganhar ou a perder".
[Actualização: tive a oportunidade de ver outra repetição, de outro ângulo, do lance do penalti que favoreceu o Benfica e devo reconhecer que há de facto contacto entre Cervi e o defesa. Em minha opinião, a responsabilidade desse contacto pode ser atribuída a qualquer um dos jogadores, mas mantenho a ideia essencial de que o avançado "se atirou para o chão" por sua iniciativa. No entanto, não ficaria de consciência tranquila se não concluísse que errei ao não dar o benefício da dúvida ao árbitro - é mais do que justificável fazê-lo. E já agora, confirmando a minha tese de serem decisões aceitáveis, as que supostamente prejudicaram o Benfica, aqui deixo a opinião de alguém totalmente insuspeito: Duarte Gomes]
Já a seu favor teve o assinalar daquele penalti absolutamente falso e que os recolocou na luta pelo resultado. Este sim, um lance ridículo, onde não dou o benefício da dúvida a um árbitro bem posicionado - e não sei se estava ou não. Em resumo (e apenas baseado no resumo do jogo), em minha opinião, quatro erros graves - três deles aceitáveis, um inadmissível - com prejuízo maior dos lisboetas. Parece que valeu a pena fazer barulho, pelo que o melhor é continuar no mesmo registo, "a ganhar ou a perder".
[Actualização: tive a oportunidade de ver outra repetição, de outro ângulo, do lance do penalti que favoreceu o Benfica e devo reconhecer que há de facto contacto entre Cervi e o defesa. Em minha opinião, a responsabilidade desse contacto pode ser atribuída a qualquer um dos jogadores, mas mantenho a ideia essencial de que o avançado "se atirou para o chão" por sua iniciativa. No entanto, não ficaria de consciência tranquila se não concluísse que errei ao não dar o benefício da dúvida ao árbitro - é mais do que justificável fazê-lo. E já agora, confirmando a minha tese de serem decisões aceitáveis, as que supostamente prejudicaram o Benfica, aqui deixo a opinião de alguém totalmente insuspeito: Duarte Gomes]
Sabedor desse resultado, o Sporting foi a Chaves defrontar a competente equipa local. Um jogo sempre difícil à partida, agravado pelo facto de serem os flavienses a marcar primeiro. No entanto, o Sporting conseguiu o mais difícil: deu a volta ao marcador já com apenas dez em campo. E depois deixou-se empatar. Não podiam ter falhado naquele momento. Bye bye em definitivo ao título? Cabe-nos a nós por ponto final nesta frase, quando os recebermos daqui a umas semanas.
O caminho a seguir só pode ser um. Ganhar todos os jogos ou, no mínimo, fazer melhor do que o Benfica a cada jornada, e esperar que isso seja suficiente para que a ida à Luz seja feita com não-mais do que três pontos de atraso. E sair de lá na frente. Durante esta semana vou olhar para a primeira volta do campeonato, porque, na verdade e apesar de tanto pessimismo (onde me vou incluindo, a espaços), a procissão ainda vai a meio. Falta saber se o andor e seus carregadores se mantêm firmes ou se finalmente prevalecerá a tal da verdade desportiva, ainda que apenas em metade da competição.
Lápis Azul e Branco,
Do Porto com Amor
Realmente o malfica deu-nos um presente tão belo quanto inesperado. É daqueles balões de oxigénio que seria impensável não aproveitarmos para respirar.
ResponderEliminarMas uma coisa é jogarmos frente ao Moreirense, outra coisa será jogarmos frente ao Rio Ave. É preciso não esquecer que eles são:
- Uma equipa combativa por natureza;
- E estão a ser treinados por uma homem que conhece a nossa casa: o Luís Castro.
É aqui que entra a parte de trabalho psicológico do treinador. A ser verdade a vinda do Eder, venha ele, porque o grande reforço nem será a sua pessoa (se bem que uma pessoa "experiente" na área dê jeito). Será assim a sua psicóloga, a Susana Torres, que muito trabalho terá a fazer não só com o Eder, mas com todo o plantel portista. (E bem que precisamos de gente que limpe a cabeça aos jogadores).
Hum... não seria melhor trazer só a Susana? Saía mais barato e provavelmente faria o mesmo número de golos...
EliminarQuanto ao Rio Ave, sim, deverá ser mais complicado. Mas tendo em conta os jogos seguintes, será também um dos mais acessíveis dos próximos dois meses. Creio que fica tudo dito.
Pa, acho que toda a gente entrou no estádio atrasada! O primeiro lance de golo - feito! - é ao minuto 1! Corona na cara do redes. De cabeça. Ao lado. Sonhei?
ResponderEliminarDepois, não percebo bem essa coisa do rio ave. Pessoal, é o rio ave, no dragão! Não é a Juve, em Turim. Até pode correr mal, está claro. Mas não será admissível.
Eu vi, mas não me pareceu assim tão "golo feito" - seria necessário acertar na baliza, pelo menos (ou perto...).
EliminarPosso plagiar-me?
"Quanto ao Rio Ave, sim, deverá ser mais complicado. Mas tendo em conta os jogos seguintes, será também um dos mais acessíveis dos próximos dois meses. Creio que fica tudo dito."
Acrescento que se jogarem mais abertos, como imagino, talvez acabem por nos facilitar a vida - desde que se marquem as oportunidades criadas.
Tábem.
EliminarCaro lápis,
ResponderEliminarnão precisas publicar, mas o penalty do slb é gigantescamente óbvio. As assertivas observações que sempre aqui leio ao teu Porto perdem-se um bocadinho quando a cor é vermelha.
Um abraço de um ruval que tem muito gosto em ler o espaço. Tyler.
Obviamente publico. Aqui não se discrimina ninguém com boas intenções.
EliminarE não me custa reconhecer que o vermelho me fere a vista... e algum discernimento.
Por coincidência, entretanto vi uma repetição diferente e reconheço que não é assim tão escandaloso (vou rectificar o post asap), mas mantenho que é provocado pelo Cervi e não o marcaria.
Abraço Portista e agradecido pelo contraditório
Caro Lápis,
Eliminarobrigado pelas palavras e pela imparcialidade. Tentarei ser mais participativo porque esta me parece uma casa de bem e o Norte tem de facto uma magia ímpar.
Cumprimentos e até breve. Tyler
Sempre que quiser!
EliminarIa corrigir, mas reparei que nos comentários e o Silva já o fez... mas realmente essa do 1º lance...
ResponderEliminarDepois, comparar o trabalho do Inácio com o do NES...
É DE UMA TREMENDA INJUSTIÇA... é como comparar o Zé que se prepara para subir o monte do picoto, com o Manel que prepara a subida à Serra da Estrela!
Só mais um reparo, o Herrera, quando fizer um hat-trick, leva pelo menos um 7? :)
Abraço
Dava jeito era que o Manel tivesse arcaboiço para subir a Serra da Estrela - vai-se a ver e deveria era ter ficado com o Zé, a fazer corridas até ao cimo do Picoto...
EliminarQuanto tempo, em sua opinião, demora a por uma equipa a jogar futebol? Espero que menos de meia-época, a bem da minha sanidade mental...
Quando o Herrera acrescentar mais do que diminuir, acertar mais passes do que falhar e não falhar os "infalháveis", tem nota 7. Tal como os demais.
Eu não estava a defender o NES, estava apenas a dizer que era extremamente injusta a comparação.
EliminarO NES tem de montar uma equipa para realmente jogar futebol, já o Inácio, montou a dele para jogar meio futebol!
Na minha opinião, qq treinador deveria sentir vergonha quando a sua equipa chega ao fim do jogo com 1 remate à baliza! Foi o que fez a equipa do Inácio!
Quanto ao Herrera, não acredito:)
Mais uma vez foi dos dos melhores em campo e levou um "simpático" 6, podia ser pior ;)
Abraço