Desinspiração. Descontrolo. Desacerto. Desconfiança. Brahimi. Casillas. Três pontos.
"Anda cá Sarinha que já não me escapas!" |
Podia ficar-me por aqui que o filme ficava bem resumido.
Mas como os estimados leitores merecem muito melhor do que a exibição de ontem justifica, vamos lá ao filme completo.
Primeiro, o contexto.
Um treinador que no final da época passada oscilava na consideração dos adeptos entre o génio injustiçado pelo #colinho e o medíocre suportado pelo presidente e financiadores do clube, mas que hoje parece oscilar apenas entre o "é mau mas é com ele que temos que ir até ao fim" e o "já chega de Lopetegui, venha outro e depressa".
Uma equipa muito renovada que, também ela, tem oscilado entre boas vitórias (Benfica e Chelsea) e falhanços rotundos nos jogos "a doer", com a derrota da última terça à cabeça.
Jogadores que, cada vez mais, dão sinais claros de estarem entregues a si próprios, desconfiando do plano proposto pelo seu líder de circunstância e dispostos e seguirem o seu instinto de sobrevivência.
Uma derrota que deixou feridas ainda por cicatrizar na confiança dos jogadores no seu jogo colectivo e também na sua capacidade individual de neste momento se exibirem na plenitude das suas habilidades.
Com tudo isto somado, nunca iria ser fácil este jogo contra o último classificado. Ou contra outro adversário qualquer. É que nesta altura o maior problema parece ser endémico e não dependente de quem defrontamos a cada jogo.
E assim lá assistimos à mais do que previsível entrada no jogo em lume brando. Não que não se observem "bolsas de resistência" a cada momento, em que um ou mais jogadores tentam exibir aquilo de que sabem serem capazes. A questão é que são isoladas, sem um fio condutor que as ligue umas às outras e lhes dê um sentido comum. Pelo meio, medos e equívocos.
Por estes dias observamos jogadores que revelam excessiva dureza, fazendo faltas despropositadas e inacreditável desconcentração nos passes. A uma defesa que fica demasiado recuada, num claro instinto de auto-preservação. E a incapacidade (esta já habitual) de conseguir construir jogo com propósito e objectividade.
Aos 23 minutos de jogo a transmissão televisiva brinda-nos com uma estatística reveladora: Tondela, um remate, Porto... zero. E zero porquê? Porque decidiram não contabilizar (e bem) uma tentativa de remate de Brahimi cortada à nascença por... Herrera, num lance de apanhados que define bem o actual estado de coisas.
Ainda assim, saída do nada e para nossa felicidade, ao minuto 27 saiu uma obra-prima dos pés de Brahimi que resultou no único golo da partida, naquele que foi o nosso primeiro remate à baliza (após pseudo-assistência de Bueno). Dois minutos depois, Rúben começa a aquecer... Porquê?
Aos 34' a expulsão de Lopetegui. Difícil perceber se justificada, mas pouco importa. Foi para a bancada comandar a equipa, beneficiou a estética do espetáculo.
Surpreendentemente ou não, após o golo sofrido o Tondela aparece mais subido, a começar a pressionar à entrada do meio-campo e depois mesmo logo na nossa defesa, Casillas incluído. Com o seu 4-5-1 disposto no seu meio-campo, conseguia ser mais acutilante, incluindo nas bolas paradas. O nosso meio-campo de ontem não funcionou, apenas Danilo perto dos centrais para pegar no jogo, com Herrera e Bueno demasiado longe e escondidos para serem alternativas viáveis de progressão. Só com o recuo do "extremo" André se ia conseguindo progredir com mais facilidade.
Quase a acabar a primeira metade, dois lances de perigo na área do Tondela. Primeiro foi André, que após boa finta quase fica na cara do redes para rematar, mas Kaká corta in extremis. Depois, uma boa jogada colectiva (a única?) com Bueno a assistir Abou para um remate enrolado e ao lado. E assim chegou o intervalo.
Recomeço no mesmo registo desconcentrado e desconfiado, com Marcano a acertar num adversário no que seria um passe ofensivo. Sem pressas nem pressão. Ramerrame do costume acrescido de desconfiança.
A partir dos 55' o Tondela volta a pressionar logo na saída de bola, nos centrais e laterais. Os nossos cantos continuam inofensivos. Aos 66' remate à figura de Tello. Aos 70' lance perigoso de Baldé, com Rúben a falhar a cobertura ao lateral e a ficar nas covas (fez alguma impressão vê-lo, impotente, a tentar alcançar o avançado durante 30 metros).
A saída de Brahimi por Maicon foi momento quase fatídico. Pela saída do maior obstáculo psicológico ao "crescimento" do Tondela no jogo. E pelo estapafúrdio penálti (mais um) cometido por Maicon. Não sendo claríssimo, é uma aborgdagem imprudente e de facto parece-me que em primeiro lugar tocou no adversário. Valeu-nos San Iker.
A partir daí, o Tondela, qual candidato ao título, veio para cima, como se estivéssemos em último. Quando recuperávamos a bola, tentávamos fazer a única coisa que temos mecanizada, aquela posse de bola inócua. Desta vez a propósito. Depois de sentir a vitória fugir por entre os dedos quando foi assinalado o penálti, deu jeito ter um mecanismo de autodefesa.
"Joguem à bola...", ouviu-se logo após o apito final. Déjà vu.
Notas DPcA:
Casillas (8): O que dizer de um GR que tem a sorte e o mérito de evitar o empate a oito minutos do fim, defendendo uma grande penalidade? Apenas "obrigado" e esquecer as pequenas coisas que não fez bem.
Layún (5): Na primeira metade esteve apagado e pouco inspirado. Lutador e mais activo na segunda, mas sem conseguir sair da mediocridade. Destaca-se também pela negativa a quase total ineficácia dos vários cantos por si marcados.
Maxi (5): Continua em modo slo-mo. Desde uma das recentes idas à sua seleção, regressou assim. Coincidência ou não, que o digam os experts na matéria.
<-68' Marcano (5): Típico jogador que cresce/diminui com a equipa. Nesta fase, está no seu pior. Perde duelos aéreos na sua zona, levou um cartão desnecessário, teve vários passes perdidos. Mas não vira a cara à luta nem regateia esforços. O que já é bastante.
Martins Indi (6): Discreto, duro e simples, lá segue o Martins sem ninguém dar por ele. Nesta altura é melhor central da equipa, digam o que disserem.
Danilo (6): Bem a defender e sempre o primeiro a pegar na bola. Ainda assim, mais passes falhados do que o habitual. Serviço mínimo.
Herrera (4): Apetecia-me recitar Sting, mas não os quero maçar. É um OJNI: objecto jogador não identificado (com nada).
<-56' Bueno (6): Sentiu dificuldades em ligar-se ao jogo da equipa (assumindo que existe um), sempre longe ou a destempo na primeira fase de construção. Bem melhor em terrenos mais adiantados, a combinar, movimentar-se e a dar jogo aos companheiros. Saiu cedo do jogo. Merece mais minutos.
André (6): Por uma vez, Luis Freitas Lobo disse algo acertado num comentário em directo: "anda sempre à procura da equipa para a ajudar". Excelente resumo, nem acrescento mais do que as situações de (quase) finalização que criou.
<-77' Melhor em Campo Brahimi (8): Tem que ser valorizado, goste-se ou não do estilo e da atitude. Neste momento, é dos poucos - se não o único - que vai fazendo a diferença. Um golaço magistral para constar no álbum dourado da sua carreira. E muitas tentativas de fazer mais. Ao sair, o adversário cresceu de forma automática.
Aboubakar (5): Outro que se tem afundado com a equipa, embora (insisto) me pareça que há algo mais a afectar o seu rendimento em campo. Vários silly offsides, sem instinto matador, falha passes, perde ressaltos e remata sem convicção.
->56' Tello (5): Entrou cedo no jogo mas não o mudou, foi absorvido por ele. Destaque positivo para os dois remates de longe, em especial o segundo que criou algum perigo. Pouco.
->68' Rúben Neves (5): Entrou fora de ritmo e quase comprometia num lance em que deveria ter dobrado Maxi mas ficou nas covas a ver Baldé passar e depois nunca mais o conseguiu apanhar. Está a ceder à pressão negativa que a equipa exerce sobre ele e sobre todos.
->77' Maicon (2): Quem não o conhecesse, diria que entrou para colocar o último prego no caixão do treinador. Quem o conhece, sabe que Maicon é isto quando não está no seu melhor. Logo a seguir à defesa do penálti, a bola sobra para ele que, em vez de passar rápido a um companheiro, tem uma das suas velhas travadinhas e chuta contra o adversário. Por sorte a bola ressaltou para fora. A equipa estava contemplativa à beira do precipício e ele entrou a dar-lhe uma forte palmada nas costas que a empurrou ribanceira abaixo. Valeu-lhe San Iker.
Lopetegui (2): Não gosto de bater em quem já está no chão. Mesmo que justamente arriado, quando todos o começam a culpar de tudo tenho um instinto que me leva a não seguir na onda. Mas é difícil argumentar em seu favor, para além do tal contexto que listei no início (que é muito culpa sua, também). Muito difícil perceber os motivos que o levam a mais uma vez mexer tanto no onze inicial, bem como as subsequentes substituições e a insistência em obrigar jogadores a saírem das suas posições naturais. Mexer constantemente numa equipa tremida e desconfiada de si mesma só pode servir para lhe aumentar a ansiedade. Não estamos numa fase gloriosa onde se possa rodar para motivar. Não. Estamos com medo da nossa sombra, precisamos de estabilidade. Previsibilidade. Sobre a expulsão, não consegui ver com clareza se foi ou não justificada, pelo que não vou confundir o alívio visual que é não ser forçado a assistir àquele esbracejamento descontrolado com a justeza da decisão do árbitro. Em todo o caso, se noutros jogos se pode queixar de falta de sorte, neste só tem(os) que agradecer a Casillas por não sair de Aveiro com mais um degradante empate. Além de teimoso, parece claramente desorientado, a disparar em todas as direções (erradas). Em queda livre. Alguém que o ampare, por favor, porque a época nem a meio vai...
Outros intervenientes:
Não desgostei da exibição do Tondela - recém promovido (pela primeira vez) e na cauda do pelotão - que não deixou de procurar chegar à nossa baliza a espaços e teve coragem para assumir riscos na fase final do jogo. São uma equipinha (sem desprimor), mas talvez tenham futebol para escapar aos últimos lugares. Sem destacar individualmente, a malta do Seixal pareceu-me muito motivada e com talento extra face aos demais.
Manuel Mota teve decisões complicadas para os dois lados, daquelas que sendo erradas lhe derretem a exibição. Nessas, parece-me que acertou (não me consigo pronunciar sobre a expulsão de Lopetegui). Em várias outras, menores, esteve mal. A seu favor tem o facto de ser regularmente contestado pelos três grandes, mas quase sempre com a razão do seu lado - parecendo que não, dá-lhe imensa credibilidade.
Deste jogo apenas sobram o golo, a defesa e os 3 pontos. Já a seguir, o acerto de calendário com o União, no estádio onde jogaremos duas vezes em poucas semanas. Muito em jogo. Haja fé e homens dela.
Do Porto com Amor
Mas como os estimados leitores merecem muito melhor do que a exibição de ontem justifica, vamos lá ao filme completo.
Primeiro, o contexto.
Um treinador que no final da época passada oscilava na consideração dos adeptos entre o génio injustiçado pelo #colinho e o medíocre suportado pelo presidente e financiadores do clube, mas que hoje parece oscilar apenas entre o "é mau mas é com ele que temos que ir até ao fim" e o "já chega de Lopetegui, venha outro e depressa".
Uma equipa muito renovada que, também ela, tem oscilado entre boas vitórias (Benfica e Chelsea) e falhanços rotundos nos jogos "a doer", com a derrota da última terça à cabeça.
Jogadores que, cada vez mais, dão sinais claros de estarem entregues a si próprios, desconfiando do plano proposto pelo seu líder de circunstância e dispostos e seguirem o seu instinto de sobrevivência.
Uma derrota que deixou feridas ainda por cicatrizar na confiança dos jogadores no seu jogo colectivo e também na sua capacidade individual de neste momento se exibirem na plenitude das suas habilidades.
Com tudo isto somado, nunca iria ser fácil este jogo contra o último classificado. Ou contra outro adversário qualquer. É que nesta altura o maior problema parece ser endémico e não dependente de quem defrontamos a cada jogo.
E assim lá assistimos à mais do que previsível entrada no jogo em lume brando. Não que não se observem "bolsas de resistência" a cada momento, em que um ou mais jogadores tentam exibir aquilo de que sabem serem capazes. A questão é que são isoladas, sem um fio condutor que as ligue umas às outras e lhes dê um sentido comum. Pelo meio, medos e equívocos.
Por estes dias observamos jogadores que revelam excessiva dureza, fazendo faltas despropositadas e inacreditável desconcentração nos passes. A uma defesa que fica demasiado recuada, num claro instinto de auto-preservação. E a incapacidade (esta já habitual) de conseguir construir jogo com propósito e objectividade.
Aos 23 minutos de jogo a transmissão televisiva brinda-nos com uma estatística reveladora: Tondela, um remate, Porto... zero. E zero porquê? Porque decidiram não contabilizar (e bem) uma tentativa de remate de Brahimi cortada à nascença por... Herrera, num lance de apanhados que define bem o actual estado de coisas.
Ainda assim, saída do nada e para nossa felicidade, ao minuto 27 saiu uma obra-prima dos pés de Brahimi que resultou no único golo da partida, naquele que foi o nosso primeiro remate à baliza (após pseudo-assistência de Bueno). Dois minutos depois, Rúben começa a aquecer... Porquê?
Aos 34' a expulsão de Lopetegui. Difícil perceber se justificada, mas pouco importa. Foi para a bancada comandar a equipa, beneficiou a estética do espetáculo.
Surpreendentemente ou não, após o golo sofrido o Tondela aparece mais subido, a começar a pressionar à entrada do meio-campo e depois mesmo logo na nossa defesa, Casillas incluído. Com o seu 4-5-1 disposto no seu meio-campo, conseguia ser mais acutilante, incluindo nas bolas paradas. O nosso meio-campo de ontem não funcionou, apenas Danilo perto dos centrais para pegar no jogo, com Herrera e Bueno demasiado longe e escondidos para serem alternativas viáveis de progressão. Só com o recuo do "extremo" André se ia conseguindo progredir com mais facilidade.
Quase a acabar a primeira metade, dois lances de perigo na área do Tondela. Primeiro foi André, que após boa finta quase fica na cara do redes para rematar, mas Kaká corta in extremis. Depois, uma boa jogada colectiva (a única?) com Bueno a assistir Abou para um remate enrolado e ao lado. E assim chegou o intervalo.
Recomeço no mesmo registo desconcentrado e desconfiado, com Marcano a acertar num adversário no que seria um passe ofensivo. Sem pressas nem pressão. Ramerrame do costume acrescido de desconfiança.
A partir dos 55' o Tondela volta a pressionar logo na saída de bola, nos centrais e laterais. Os nossos cantos continuam inofensivos. Aos 66' remate à figura de Tello. Aos 70' lance perigoso de Baldé, com Rúben a falhar a cobertura ao lateral e a ficar nas covas (fez alguma impressão vê-lo, impotente, a tentar alcançar o avançado durante 30 metros).
A saída de Brahimi por Maicon foi momento quase fatídico. Pela saída do maior obstáculo psicológico ao "crescimento" do Tondela no jogo. E pelo estapafúrdio penálti (mais um) cometido por Maicon. Não sendo claríssimo, é uma aborgdagem imprudente e de facto parece-me que em primeiro lugar tocou no adversário. Valeu-nos San Iker.
A partir daí, o Tondela, qual candidato ao título, veio para cima, como se estivéssemos em último. Quando recuperávamos a bola, tentávamos fazer a única coisa que temos mecanizada, aquela posse de bola inócua. Desta vez a propósito. Depois de sentir a vitória fugir por entre os dedos quando foi assinalado o penálti, deu jeito ter um mecanismo de autodefesa.
Acabámos o jogo a queimar tempo junto à bandeirola de canto. Contra o Tondela. Mais do que problemático, é sintomático do estado actual da psique portista.
Notas DPcA:
Casillas (8): O que dizer de um GR que tem a sorte e o mérito de evitar o empate a oito minutos do fim, defendendo uma grande penalidade? Apenas "obrigado" e esquecer as pequenas coisas que não fez bem.
Layún (5): Na primeira metade esteve apagado e pouco inspirado. Lutador e mais activo na segunda, mas sem conseguir sair da mediocridade. Destaca-se também pela negativa a quase total ineficácia dos vários cantos por si marcados.
Maxi (5): Continua em modo slo-mo. Desde uma das recentes idas à sua seleção, regressou assim. Coincidência ou não, que o digam os experts na matéria.
<-68' Marcano (5): Típico jogador que cresce/diminui com a equipa. Nesta fase, está no seu pior. Perde duelos aéreos na sua zona, levou um cartão desnecessário, teve vários passes perdidos. Mas não vira a cara à luta nem regateia esforços. O que já é bastante.
Martins Indi (6): Discreto, duro e simples, lá segue o Martins sem ninguém dar por ele. Nesta altura é melhor central da equipa, digam o que disserem.
Danilo (6): Bem a defender e sempre o primeiro a pegar na bola. Ainda assim, mais passes falhados do que o habitual. Serviço mínimo.
Herrera (4): Apetecia-me recitar Sting, mas não os quero maçar. É um OJNI: objecto jogador não identificado (com nada).
<-56' Bueno (6): Sentiu dificuldades em ligar-se ao jogo da equipa (assumindo que existe um), sempre longe ou a destempo na primeira fase de construção. Bem melhor em terrenos mais adiantados, a combinar, movimentar-se e a dar jogo aos companheiros. Saiu cedo do jogo. Merece mais minutos.
André (6): Por uma vez, Luis Freitas Lobo disse algo acertado num comentário em directo: "anda sempre à procura da equipa para a ajudar". Excelente resumo, nem acrescento mais do que as situações de (quase) finalização que criou.
<-77' Melhor em Campo Brahimi (8): Tem que ser valorizado, goste-se ou não do estilo e da atitude. Neste momento, é dos poucos - se não o único - que vai fazendo a diferença. Um golaço magistral para constar no álbum dourado da sua carreira. E muitas tentativas de fazer mais. Ao sair, o adversário cresceu de forma automática.
Aboubakar (5): Outro que se tem afundado com a equipa, embora (insisto) me pareça que há algo mais a afectar o seu rendimento em campo. Vários silly offsides, sem instinto matador, falha passes, perde ressaltos e remata sem convicção.
->56' Tello (5): Entrou cedo no jogo mas não o mudou, foi absorvido por ele. Destaque positivo para os dois remates de longe, em especial o segundo que criou algum perigo. Pouco.
->68' Rúben Neves (5): Entrou fora de ritmo e quase comprometia num lance em que deveria ter dobrado Maxi mas ficou nas covas a ver Baldé passar e depois nunca mais o conseguiu apanhar. Está a ceder à pressão negativa que a equipa exerce sobre ele e sobre todos.
->77' Maicon (2): Quem não o conhecesse, diria que entrou para colocar o último prego no caixão do treinador. Quem o conhece, sabe que Maicon é isto quando não está no seu melhor. Logo a seguir à defesa do penálti, a bola sobra para ele que, em vez de passar rápido a um companheiro, tem uma das suas velhas travadinhas e chuta contra o adversário. Por sorte a bola ressaltou para fora. A equipa estava contemplativa à beira do precipício e ele entrou a dar-lhe uma forte palmada nas costas que a empurrou ribanceira abaixo. Valeu-lhe San Iker.
Lopetegui (2): Não gosto de bater em quem já está no chão. Mesmo que justamente arriado, quando todos o começam a culpar de tudo tenho um instinto que me leva a não seguir na onda. Mas é difícil argumentar em seu favor, para além do tal contexto que listei no início (que é muito culpa sua, também). Muito difícil perceber os motivos que o levam a mais uma vez mexer tanto no onze inicial, bem como as subsequentes substituições e a insistência em obrigar jogadores a saírem das suas posições naturais. Mexer constantemente numa equipa tremida e desconfiada de si mesma só pode servir para lhe aumentar a ansiedade. Não estamos numa fase gloriosa onde se possa rodar para motivar. Não. Estamos com medo da nossa sombra, precisamos de estabilidade. Previsibilidade. Sobre a expulsão, não consegui ver com clareza se foi ou não justificada, pelo que não vou confundir o alívio visual que é não ser forçado a assistir àquele esbracejamento descontrolado com a justeza da decisão do árbitro. Em todo o caso, se noutros jogos se pode queixar de falta de sorte, neste só tem(os) que agradecer a Casillas por não sair de Aveiro com mais um degradante empate. Além de teimoso, parece claramente desorientado, a disparar em todas as direções (erradas). Em queda livre. Alguém que o ampare, por favor, porque a época nem a meio vai...
Outros intervenientes:
Não desgostei da exibição do Tondela - recém promovido (pela primeira vez) e na cauda do pelotão - que não deixou de procurar chegar à nossa baliza a espaços e teve coragem para assumir riscos na fase final do jogo. São uma equipinha (sem desprimor), mas talvez tenham futebol para escapar aos últimos lugares. Sem destacar individualmente, a malta do Seixal pareceu-me muito motivada e com talento extra face aos demais.
Manuel Mota teve decisões complicadas para os dois lados, daquelas que sendo erradas lhe derretem a exibição. Nessas, parece-me que acertou (não me consigo pronunciar sobre a expulsão de Lopetegui). Em várias outras, menores, esteve mal. A seu favor tem o facto de ser regularmente contestado pelos três grandes, mas quase sempre com a razão do seu lado - parecendo que não, dá-lhe imensa credibilidade.
Deste jogo apenas sobram o golo, a defesa e os 3 pontos. Já a seguir, o acerto de calendário com o União, no estádio onde jogaremos duas vezes em poucas semanas. Muito em jogo. Haja fé e homens dela.
Do Porto com Amor
Enquanto isso... Mais um pênalti em alvarado no minuto 90.... Jesus é grande!!
ResponderEliminarUm amigo do Belenenses é que disse tudo: "está a trabalhar para a reforma... para o ano está a treinar apanha-bolas em Alcochete"
EliminarTonel Manaca, olarilolé.
EliminarDuma coisa podemos estar certos. Lopetegui é um caso de estudo para a paixão que os Zelotas nutrem por ele. Agora, atiram-se a Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, como a estátua de cera, que não deu o devido respaldo a tão valoroso técnico!?!!! Porra, o homem teve tudo o que não teve nenhum outro treinador em 30 anos!!!
ResponderEliminarAreia para os olhos só mesmo para anjinhos.
No passado ano, havia : Jackson, Quaresma, Quintero, Oliver, Adrian, Casemiro, Alex Sandro, Danilo
Este ano tem: Aboubakar, André André, Bueno, Imbula, Danilo (o outro), Osvaldo, Maxi, Layun, Casillas e dispensaram-se os destabilizadores, Adrian, Quaresma e Quintero.
Em que é que o futebol apresentado é diferente? Podem vir o Messi, o Benzema, o De Bruyne e resgatar o Xavi, que com este treinador, o futebol não muda absolutamente nada.
Se querem resolver o problema, resolvam-no já e não é com berros da SAD que o futebol vai mudar.
A SAD é para tomar decisões e esta até nem parece muito difícil.
A sua parece já ser corrente dominante entre portistas, mas eu mantenho-me inabalável: com Lopetegui até ao final da época (ou enquanto houver campeonato para ganhar).
EliminarSó admitiria mudar a meio - e a custo - se fosse para iniciar já novo projecto a vários anos e nunca para vir um qualquer remendo substitui-lo.
Tenho que respeitar a sua posição, até porque exceptuando Robson, as coisas nunca correram muito bem quando mudamos para Couceiros e afins. No entanto, insisto, se o estafermo do tumor está mais que diagnosticado, há que extraí-lo enquanto ainda vamos a tempo de salvar o enfermo.
EliminarEu percebo, mas temo que o enfermo padeça mais depressa da cura.
EliminarJá me constou que o diagnóstico foi da autoria do cirurgião que gosta de Cutty Sark e que analisa as radiografias às avessas. Aguardemos pelo o veredicto dos médicos londrinos. Talvez seja apenas um quisto (de fácil remoção) e por ser na zona que é impede os jogadores de correrem e quiçá de se sentarem (por isso se sentam na bancada, com almofada, naturalmente).
EliminarO mais caricato deste jogo é o Brahimi fazer aquele golão, não festejar...porque já sabe que Lopetegui não gosta que se remate à baliza e no próximo jogo,tem o destino traçado....
ResponderEliminarPelo argelino também não ponho as mãos no fogo... apostaria mais num amuo por ter sido assobiado pelas últimas exibições e pela substituição contra o Dynamo.
EliminarÉ um fora-de-série a nível técnico, mas um aprendiz de homem no comportamento.
Antes um (ou dois) fora-de-série a nível técnico que parta a loiça toda em jogos como o Bate Borisov ou Bayern, que os bem comportadinhos formatados à imagem do esquizofrénico Lopetegui, digo eu!
EliminarNenhuma das opções, insistiria eu :-)
EliminarPois....e Bueno na bancada, supostamente para ser protegido?!!!? É só moral nestes jogadores
EliminarInexplicável, mais uma vez.
Eliminar"Joguem à bola...", ouviu-se logo após o apito final."
ResponderEliminarFINALMENTE
Mas infelizmente...
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