segunda-feira, 1 de junho de 2015
STCP - a luta continua
Noticía hoje o JN que os STCP perderam mais de 34 milhões de passageiros nos últimos 4 anos, o que numa rudimentar média diária significa menos 23.000 passageiros entre cada nascer do sol.
Diz a empresa que a culpa principal mora no incumprimento de carreiras (atrasos ou viagens que ficaram por fazer), que por sua vez se deve à falta de motoristas. E à concorrência (esses malvados). E também à crise (dá para tudo). Ah, e talvez também, como agregador desta receita de desgraça, ao aumento de 26% dos preços dos bilhetes no período referido.
Voltamos ao mesmo, mas de um outro prisma. Se há quem faça melhor (leia-se privados) - porque houve desvio de clientes para a concorrência - por que raio havemos nós de subsidiar a ineficiência com os nossos impostos?
Estabeleça-se devidamente o quadro em que a iniciativa privada deve operar, garantindo simultaneamente que cria condições para a atrair e que é prestado o serviço necessário mas eficiente às pessoas. O grande problema da má gestão pública em Portugal é e foi sempre o mesmo: maus gestores e falta de responsabilização da má gestão. Enquanto não o conseguirmos resolver, deixemos "quem gere o que é seu" fazer esse trabalho...
Para ser claro, não sou fundamentalista nem de muito Estado, nem de pouco Estado na economia. Sou fundamentalista da racionalidade.
Se há necessidade de um determinado bem ou serviço de carácter público, então analise-se primeiro qual a medida em que esse serviço deverá ser prestado e, de seguida, quem apresenta melhores condições para o prestar de forma eficiente e suficiente. Pela sua natureza, alguns destes bens públicos estão condenados a serem um custo para sociedade, mas isso não significa que a sua gestão não deva ser a melhor possível - e insisto, enquanto não houver um quadro jurídico muito claro e expedito de apuramento de responsabilidades dos gestores públicos, serei sempre mais favorável a pagar aos privados para fazerem a gestão.
Como se sabe, decorreu o processo de "privatização" (sub-concessão) do Metro do Porto e dos STCP, de que resultou a adjudicação a um consórcio catalão (TMB/Moventis), que em tese deverá iniciar a sua gestão no Metro "de imediato". Mas acredito que muita água há-de correr sob esta ponte até que a decisão seja definitiva, até por força do final desta legislatura. E entretanto, vamos pagando.
E já agora, olhando para o exemplo deste consórcio catalão, não seria muito mais proveitoso e edificante para Portugal se fossemos nós a concorrer a concursos noutros países para gerir os "Metros" deles? Ah pois, faltam os bons gestores...
Actualização: eu não dizia que muita água iria ainda correr?
Etiquetas:
empresas públicas,
we shall never surrender
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