março 2016

quarta-feira, 30 de março de 2016

Onde está a bola? #18


De regresso com mais 2 bilhetes para oferecer ao leitor mais perspicaz e afortunado.

Nesta ocasião, para o jogo da jornada 28 contra o C.D. Tondela, que se disputa na próxima segunda-feira (dia 4 de Abril) pelas 19h00.

Como habitualmente, para ter a possibilidade de ganhar os bilhetes terá que decifrar onde está escondida a bola verdadeira na imagem abaixo - ou se não está lá de todo.

Observe com atenção a imagem e arrisque o seu melhor palpite, desta vez é tão fácil que até o Xistra acertava. Em homenagem a Johan Cruijff.

Onde está a bola? #18

Para se habilitar a ganhar, basta acertar qual das respostas à seguinte pergunta é a correcta:

Onde está escondida a verdadeira bola de jogo?

1 - Bola Laranja
2 - Bola Azul
3 - Bola Verde
4 - Bola Amarela
5 - Não há nenhuma bola escondida na imagem.

Já tem o seu palpite? Então é só responder na caixa de comentários.


As regras são estas:

1 - Descobrir na imagem acima onde está escondida a verdadeira bola de jogo (ou se não está lá de todo) e escrever na caixa de comentários deste post qual a resposta certa, indicando igualmente um nome e um email válido para contacto em caso de vitória (pode comentar como "anónimo" desde que no comentário inclua estes dados).

2 - Entre os que acertarem, será sorteado o vencedor (através da app Lucky Raffle).

3 - Para ser elegível para os bilhetes, o concorrente deverá fazer o obséquio de registar e confirmar o seu email (nas "Cartas de Amor", na lateral direita do blogue) e seguir o FB e o Twitter do DPcA (basta clicar nos links e "gostar" ou "seguir"). Sim, quem não tiver conta na(s) referida(s) rede(s), não será excluído por isso mas... cuidado porque o Lápis irá investigar :-)

4 - Apenas será aceite uma participação (a primeira) por cada email válido.

5 - Cumpridos todos os critérios, será contactado o vencedor por email onde constarão instruções sobre como e quando levantar os bilhetes.

6 - Mesmo que já tenha Dragon Seat ou outro tipo de acesso, poderá oferecê-los a um amigo ou familiar que não tenha a mesma sorte.

6 - Este passatempo termina às 21h00 de dia 2 de Abril e o vencedor será anunciado até às 12h00 de dia 4.

7 - Se o vencedor não reclamar o prémio até à data e hora referidas no email que lhe será enviado, será feito novo sorteio entre todos os que tiverem acertado na resposta (e assim sucessivamente até se encontrar um vencedor que reclame o prémio).



E é só! Mais simples não podia ser. Concorra e divulgue!


Do Porto com Amor




Nojices


Felizmente que o manjar pascal já está devidamente digerido, caso contrário arriscava-me a ficar afrontado com as nojices com que sou confrontado.


Energia para dar e vender!

Nojice nº1 - Alexandre "Pimp" da Costa


Novos documentos roubados, novas revelações (pelo menos para mim). E ainda por cima anunciados pelo rasteiro Record, a voz local do Football Leaks. A combinação perfeita para me fazer vomitar de vez.

Como se não bastasse o que já se sabia sobre o parasitismo de Alexandre Pinto da Costa, eis que vem a público a informação de mais umas comissões recebidas pelo filho pródigo a propósito da sua inestimável contribuição para o sucesso que o clube tem conhecido nas últimas épocas.

Desta vez, vem-se a saber que a propósito da comissão paga pelo Porto à Doyen pela activação da cláusula de "call-back" de Casemiro por parte do Real Madrid (confuso?) no valor de €1,26M, Alexandre Pinto da Costa veio posteriormente a receber (via Doyen) €700.000. Setecentos mil euros. Por ter feito exactamente o quê? Aliás, a que propósito o clube se dispõe a pagar à Doyen este valor global pelo facto do Real ter optado por reaver o seu atleta? A genialidade na elaboração do contrato? Dos €7,5M que o Porto recebeu do Real pela retoma de Casemiro, apenas ficou - na melhor das hipóteses - com €5,04M (7,5-1,2-1,26). Inacreditável.

Mas ainda não é tudo. O bom do Alexandre também recebeu uns trocos extra, €140.000 para desenvolver a actividade de scouting, uma vez mais subcontratado pelo comparsa Nelio Lucas da Doyen, a quem o clube já havia encomendado o serviço por €300.000. E mais outros €140.000 para uma tal de PESARP SGPS, sobre a qual nada sei excepto que... tem a mesmíssima morada da Energy Soccer de... adivinharam, Alexandre PdC: RUA ANTÓNIO NICOLAU DE ALMEIDA, Nº 45 SALA 2.11. E quem assina é um tal de Pedro Pinho, que ou muito me engano ou é nada mais, nada menos do que o partner local da Doyen no Dragão e sócio de APdC na Energy Soccer. Estamos na era do outsourcing, sobraram €20.000 para despesas administrativas, imagino... fico ansiosamente à espera de conhecer os frutos destes serviços prestados.  

Nada de novo. Nada de surpreendente. Afinal, quem faz uma vez, faz mais. Com a complacência do presidente do meu Porto. Vergonhoso. Nojento.


Nota: Se alguma vez isto for cabalmente desmentido, aqui apresentarei as minhas públicas desculpas a todos os visados por ter dado eco a informações infundadas e delas ter feito deduções incorrectas.



"o meu menino é d'oiro..."

Nojice nº2 -  A Seleção de Todos Eles


Depois do degradante circo em que foi transformado o jogo com a Bulgária (#70 do ranking FIFA, será isso?) a propósito da estreia do mano ve'io da Musgueira com ares de Predador, seguiu-se hoje o último desta ridícula ronda de amigáveis, contra a desfalcada mas ainda assim boa seleção belga (actual #1 no mesmo ranking). Boa no papel, porque em campo não jogou nada. Sem culpa disso, Portugal aproveitou para fazer um jogo interessante, de que se seguem algumas notas:

 -> Gostei da solução dos dois "avançados", parece-me que permitirá jogar mais e melhor e serem mais objectivos a chegar à baliza adversária. Dada a gritante inexistência de um ponta-de-lança "já feito" e a qualidade e diversidade dos médios selecionáveis, acredito que possa ser por aqui o caminho para conseguirem fazer um Euro minimamente aceitável (passar a fase de grupos).

 -> Quanto ao selecionador não sei, mas eu já escolhi os meus 23. Bem como os 15, 16 que jogariam quase sempre. Guardo a divulgação da lista completa para o final da temporada a nível de clubes, mas sempre adianto isto:

- Raphael Guerreiro: onde andavam a Doyen e APdC enquanto este excelente lateral se ia afirmando em França e nos Sub-21? Ahhhh, foi pena, passaram mesmo lá ao lado. Já o tinha dito aquando do Euro Sub-21 e volto a repetir: tê-lo-ia trazido para o Porto sem hesitar.

- Titulares: Pepe, Raphael, Danilo, Moutinho, João Mário, CR

- Boas opções: Cédric (sim, está a custar a engolir), Vieirinha, Fonte, William, Bernardo, André Gomes, André André, Nani, Quaresma, Rafa

- Bluffs: Patrício, Eliseu, Adrien, Éder


Não fosse a nossa lusa capital futeboleira uma absoluta parvónia circense e seus acólitos nos merdia uns execráveis palhaços pobres, ainda dava por mim a torcer pelo sucesso do macambúzio engenheiro do penta. Veremos se até ao início da competição consigo abstrair-me disto tudo. Até lá, continuará a ser a seleção de todos eles, mas não a minha.



Do Porto(gal) com Amor



P.S. - Pela proximidade das "postagens", pode ter passado despercebido o concurso #18 do "Onde está a bola?" que vai oferecer 2 bilhetes para o jogo contra o Tondela. Clique aqui para concorrer!


sexta-feira, 25 de março de 2016

Mitos e Lendas


Durante muitos anos, desenvolveu-se entre os adeptos portistas o mito de que tudo o que saía de dentro do clube era bom e bem feito e - mais importante - sempre na acérrima defesa dos interesses do próprio clube. 


Mais um grande trabalho do Bruno Sousa


Há mesmo quem jure que não era mito, mas uma realidade insofismável. Eu, como sou mais para o relativista, duvido de coisas certas. Mas ainda assim tenho a certeza (ups...) que grande parte daquilo que saía das entranhas do Dragão era apropriado no tempo, no espaço e no conteúdo. E quase sempre bem calibrado para combater quem nos queria (quer e quererá) mal, com o duplo impacto de atordoar o inimigo e galvanizar e unir todos os portistas à sua volta. 

Quando alguém se atrever a sufocar
O grito audaz da tua ardente voz
Oh, Oh, Porto, então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós

Hoje já tudo mudou. Desapareceu a voz de comando (tirando alguns fogachos mais recentes), perdeu-se o norte. E a multidão dispersou.

O presidente continua preso ao século passado, tem o telemóvel como o expoente máximo da evolução tecnológica e civilizacional, ignorando por sua opção as redes sociais e (deduzo eu) o que os portistas pensam (ou não) e escrevem por essa rede fora. E portanto, não sabe o que por aqui se passa. Nem quer saber.

Vai daí (deduzo eu outra vez), alguém lá dentro ter tido a boa ideia de dar um passo em frente, criar canais de comunicação mais apropriados aos tempos em que vivemos. Um site, contas oficiais no twitter, facebook, instagram e, last but not least, uma newsletter. O Dragões Diário.

Começando pela parte boa, extinguiu de vez aquelas missivas anónimas denominadas de Labaredas, cuja falta de qualidade e de chá chegou a fazer-me corar. Mais do que isso, os objectivos a que se propôs no seu início pareciam apropriados e até necessários para preencher parte desse enorme vazio comunicacional. Venha ela então, pensei eu.

Infelizmente, logo no seu começo fez-me alergia da grossa, daquela que dá coceira e vermelhidão (logo a mim, que só gosto de azul e branco). E disso dei conta em Maio de 2015, estava o blogue ainda a acabar de nascer. Intitulei o texto de Ditador Diário e recomendo agora a sua (re)leitura, para que se comprove que a alergia não é de hoje, parece ser mesmo um problema meu com o feitio de quem a escreve.

Ontem o DD resolveu bater num blogue portista.

Deve ser muito grande a falta de assuntos relevantes e inadiáveis... afinal não houve mais um jogo onde a um jogador do Benfica foi "poupada" a obrigatória expulsão directa, jogo esse que aliás se resolveu a contento no seu último minuto... nem fomos presenteados com uma arbitragem habilidosa no andebol contra o mesmo Benfica... nem no basket contra a Ovarense... e para quê perder tempo a desmascar com factos objectivos e inegáveis os reis do fair-play? Ah, já sei, dá muito trabalho, isso fica para os tipos dos blogues...

Não vou aqui fazer a defesa do Tribunal do Dragão (o visado) porque seria redundante, o próprio já se defendeu impecavelmente neste texto. Vou apenas concentrar-me numa das partes onde indirectamente também sou visado e reforçar a mensagem. Escreve o DD:

"Há uma grande diferença entre este Diário e O Tribunal do Dragão, aqui nada é escrito sem ter um autor de carne e osso, ninguém está escondido atrás de um teclado. O Tribunal do Dragão é anónimo, o que é sempre um grande obstáculo à credibilidade."

São tantos os disparates que é difícil começar por apenas um. Mas tentemos. 

"um autor de carne e osso" - pois, imagino que quem escreve o TdD fá-lo-á do Além, ou então será já património imaterial do portismo... enfim...

"é anónimo, o que é sempre um grande obstáculo à credibilidade" - certo, porque se assinasse como Francisco J. Marques ou Marisco J. Fraques ou outra coisa qualquer ganhava automaticamente credibilidade. Como se a credibilidade adviesse dos nomes e não daquilo que se escreve.

A não ser que haja algum intuito persecutório. Sempre me interroguei por que motivo alguns se incomodam e tentam diminuir as minhas ideias pelo facto de assinar o blogue como LAeB. Se o fizesse como António Silva, já tudo seria diferente?  Mesmo que não me chamasse António Silva. Afinal, como poderiam comprovar? Com o meu BI, NIF ou número de sócio? E para quê, já agora? Para me virem acalmar à porta de casa? Alguém duvida que eu (ou quem escreve o TdD) seja portista? Se sim, tratem-se. Ou aprendam a ler.

Como é que alguém dizia...


Isso. 'Nough said.

Esse mesmo DD que raríssimas vezes mencionou algum blogue portista para o cumprimentar, incentivar, divulgar e até, porque não, agradecer pela dedicação ao clube. Não me refiro obviamente ao DPcA, mas a outros que já cá andam há muito mais tempo e que por isso mesmo o mereciam, porque ofereceram já muitas horas do seu tempo a defender o clube e a dar a possibilidade que muitos mais se pudessem exprimir e debater entre si.  

É lamentável que seja um órgão oficial do clube o primeiro a promover a discórdia e a afastar-nos ainda mais da tal união, tão reclamada pelo presidente na última AG. Ainda por cima com tiques censórios. Já disse e volto a repetir, o Lápis Azul (e Branco) sou eu e não autorizo ninguém a usá-lo para outro propósito que não seja o de defender o Futebol Clube do Porto (que somos todos nós) dos nossos inimigos.

É já tempo de o presidente Pinto da Costa por cobro a isto. Não serão o Francisco Marques nem o Rui Cerqueira a fazê-lo. É por demais evidente que não há estratégia de comunicação ou, havendo, não há competência para a executar. Dizem-me que o Francisco J. Marques (editor do DD e da revista Dragões) é boa gente e detentor de um cv profissional insuspeito. Não duvido que assim seja, mas neste momento está desorientado. Ou mal orientado. Tanto faz. Mas ou faz reset e acerta agulhas ou deve sair. Mas não sozinho.

E já agora um último reparo: congratular-se por ter conseguido pouco mais do que 21.000 subscritores num universo de vários milhões de portistas, apelidando de "sucesso" a iniciativa com base nisso, é no mínimo gostar de se auto-acariciar (o ego, por supuesto).


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Termino rendendo a minha sentida homenagem a um dos grandes, um daqueles que marcaram indelevelmente o futebol mundial e que ontem faleceu - Johan Cruijff.

Apesar de não ter tido o prazer de o ver jogar ao vivo no seu auge, guardo na memória pequenos fragmentos geniais e inesquecíveis dos resumos que me fartei de ver sem nunca me fartar.

Como se já tivesse feito pouco, o fabuloso jogador deu então lugar ao treinador visionário, um pequeno revolucionário inspirado pelo seu general Rinus Mitchel, atingindo (de novo) o sucesso em ambos os seus grandes amores, Ajax e Barcelona. 

O homem partiu mas a sua lenda viverá para sempre. Dank u Johan.


Do Porto com Amor



terça-feira, 22 de março de 2016

Uma Civilização à Deriva


Nova vaga de atentados terroristas no coração da Europa, desta vez na cidade que mais e melhor simboliza a nossa determinação de outrora em construir um continente-país. Bruxelas está de luto e com ela, o nosso modo de vida.




Hesitei sobre o título a dar a este texto.

"Os Filhos de Saud" seria apropriado numa tentativa de ir à origem do problema. Al-Qaeda, DAESH, jovens seduzidos por uma "corrente" apocalíptica, tudo aponta para um começo comum. O reino da Arábia Saudita (bem como os estados terroristas do Qatar e E.A.U.) e o wahhabismo, a "religião" ultra-conservadora, extremista e violenta que os define enquanto "nação". Que ninguém no mundo parece estar interessado em resolver de vez, preferindo antes aproveitar para suprimir "temporariamente" as liberdades que nos definem a nós ocidentais.

"Outra facada no coração do Ocidente" levar-nos-ia mais para os efeitos do que para as causas. Para lá do nunca negligenciável sofrimento individual (e choque colectivo) causado, a conclusão mais imediata que retiro da constatação das "nossas" reacções a cada atentado é que os terroristas estão a ganhar esta guerra e nós a perdê-la. Não apenas pela contagem de baixas (meia dúzia de "mártires" têm conseguido ceifar a vida de centenas de inocentes), mas pela disrupção que causam no nosso dia-a-dia. São cidades inteiras, organismos e economias paralisadas durante horas ou até dias.

Optei pelo que se pode ler.

Talvez por ser o que melhor define o meu estado de espírito. Ver as imagens de carrinhos de bebé abandonados no meio do caos que tomou conta da zona atingida do aeroporto de Bruxelas enche-me de uma momentânea raiva incontida, que explodiria certamente ficasse eu face a face com algum dos terroristas. Sem dó nem piedade. 

Momentos depois reflicto sobre a minha reacção. Apenas natural, mas que a concretizar-se nada de positivo traria para a resolução do problema.

Esta minha contradição acaba por representar o que se passa com as nossas lideranças políticas, entaladas entre a necessidade de agir decisivamente e protecção universal dos Direitos Humanos. E todos os seus interesses egoístas, que tanto contribuíram para que se chegasse a este estado de coisas.

E a incapacidade das sociedades em regenerarem as suas lideranças, de encontrarem dentro de si mesmas homens dispostos a fazer o que é preciso, colocando o bem comum acima do seu próprio.

Não tenho obviamente a presunção de saber como se resolve este problema civilizacional. Mas temo que se não o resolvermos a tempo, ele acabará por nos mudar de forma irremediável. E a deriva poderá acabar em naufrágio.


Com tudo isto e o que se antecipa, o Euro-2016 promete ficar na história pelos piores motivos. Esperemos que não.


Em nota de muito menor relevância, a tradicional tacanhez lusa, contra a qual já deveria estar vacinado mas não estou. Começando nos media, em particular nas televisões, que se desmultiplicam em directos do aeroporto da portela (onde mais?) como se houvesse algum nexo ou causalidade entre este e o de Bruxelas, até que finalmente alguma alma caridosa lhes fez o favor de se esquecer de uma mala algures no aeroporto e justificou a "evacuação parcial" de uma área do aeroporto e mais um directo, desta vez com algum nexo. As intermináveis entrevistas a especialistas em estúdio e a portugueses na capital belga. Uma barbaridade. E acabando no primeiro-ministro, que não conseguiu melhor do que balbuciar meia dúzia de banalidades e disparates. Deus nos ajude.


E termino com uma preciosidade, por coincidência resgatada ontem mesmo do meu "baú VHS", totalmente apropriada aos acontecimentos de hoje. Não necessita de mais palavras minhas, apenas da vossa atenção (redobrada, dada a fraca qualidade do áudio).





Do Porto com Amor



domingo, 20 de março de 2016

O Adolescente Introvertido


Jogo descomplicado à beira-Sado, que quase se complicava irremediavelmente no seu final. E não, o título não se refere a quem resolveu o jogo. É sobre... outra coisa!


(Abou) "Como é que se faz isso, mon petit?"


Quase me saíam pela boca os deliciosos (e psicológicos, desta vez) chocos fritos quando Fábio Pacheco, em cima do apito final, recargou isolado a um metro da linha de golo, tendo apenas como obstáculos os desesperados Maxi e Iker. Felizmente a bola foi fazer companhia àquela chutada pelo Bryan Ruiz no derby lisboeta. E assim a noite pode acabar em sossego.

Até esse momento em que o mundo portista (e vitoriano) parou, o jogo foi quase sempre bem controlado por nós. Sem nunca ser esmagador ou genial, mas controlado. Em especial na primeira parte, em que o Vitória pouco se atreveu a chegar à nossa área. Mesmo na segunda, em que o jogo foi mais repartido, o domínio foi sempre do Porto.

O que mais ressalta deste encontro é a nossa ingenuidade. Sabem aquele tipo de equipa maliciosa, venenosa, que aparenta ser dócil e inofensiva mas que à primeira oportunidade desfere um golpe letal? E logo de seguida outro, e outro e ainda mais outro?

Pois bem, este Porto está nos seus antípodas! Constrói, chega perto do objectivo, circunda-o, avança e recua e finalmente... Nada. Parece o teenager tímido e borbulhento que se derrete por aquela miúda, que por sinal até lhe dá troco, oportunidades e sinais de luzes para avançar mas que, quando finalmente ficam sozinhos e ela se derrete discretamente, ele bloqueia. Inventa uma desculpa esfarrapada e desanda dali, perante o ar atónito da miúda, que finalmente se resigna ao pistolinhas da turma. E sai mais uma cicatriz emocional para o jovem introvertido...

Neste jogo criamos oportunidades suficientes para conseguir um resultado semelhante ao do Sporting contra o (desta vez inofensivo e afável) Arouca Vidigal. A diferença esteve apenas na finalização. Na falta de eficácia, de determinação ou de jeito, como preferirem. Zero killer instinct. Valeu-nos o miúdo, o tal que só é chamado quando não há mais ninguém disponível, a mostrar como se faz.

Mais uma vitória, menos um jogo para o final deste suplício que alguns apelidam de temporada. Venha o próximo.


"Ne me touche pas que je desafine..."



Notas DPcA:


Dia de jogo: 19/Mar/2016, 20h45, Estádio do Bonfim. Vitória FC - FCPorto (0-1).


Casillas (6): Duas abordagens heterodoxas e uma decidida que possivelmente atrapalhou decisivamente o adversário no que seria o irremediável empate. No restante, business as usual.

Maxi (7): Voltou a dar tudo pela equipa, o que sem ser brilhante, põe em sentido os adversários e empolga os companheiros. 

Layún (6): Parece ter perdido aquele fulgor que decidia jogos, agora aparece mais comedido e sem acrescentar muito à partida. Ainda assim cumpriu.

Indi (6): Jogo seguro, sem comprometer nem deslumbrar. Como se espera de um central.

Chidozie (6): Alguns passes falhados e uma abordagem comprometedora numa desmarcação em profundidade, eventualmente compensados pela exibição determinada e voluntariosa.

Danilo (7): Regresso importante para o equilíbrio e dinamismo da equipa. Um dos melhores, como quase sempre.

Melhor em Campo Sérgio (8): Já não é de agora que venho pedindo que tenha mais oportunidades. Além de muita qualidade técnica, é também um lutador, o que é raro em conjunto. Recupera muitas bolas com a sua boa agressividade, apesar de ainda perder infantilmente algumas delas. Ponto extra pelo golo decisivo.

Herrera (7): Agora que já tudo parece perdido na época, resolveu jogar bem e de forma consistente, ao ponto de se ter tornado num jogador importante na equipa. Como será no regresso após o reset do final da temporada?

< 89' Brahimi (6): Ainda não foi desta que ultrapassou a barreira da normalidade. Não joga mal, é aliás importante a inventar espaços e atrair adversários, mas não chega a ser decisivo. E é uma pena, porque tem tudo para o ser.

< 74' Corona (6): O golo salvador contra o União parece tê-lo motivado. Esteve melhor hoje, mais objectivo. Arriba hombre!

< 76' Aboubakar (6): Está transformado num jogador perfeitamente banal, que poderia inclusive nem ser titular no Vitória. É penoso vê-lo jogar...

> 74' Marega (5): Veio refrescar a ala com nova dose de vigor ofensivo e disponibilidade para defender. Nada de relevante a registar.

> 76' Suk (5): Também não foi acrescentou mais do que frescura física e pressão renovada sobre a defesa sadina.

> 89' Rúben (-): Sem tempo de jogo suficiente para ser avaliado.


Peseiro (6): Mais uma vitória tangencial e sofrida, mas desta vez dificilmente se poderão assacar-lhe grandes responsabilidades. Desta vez foi essencialmente a falta de eficácia dos jogadores que nos deixou vulneráveis na fase final da partida. E, desta vez, a sorte foi mãe.



"Ai que eles marcam, ai que eles marcam..."


Outros intervenientes:


Gostei bem mais do Vitória da primeira volta. Desta vez foram mesmo pequenos, sem mostrar grandes ideias de jogo. Estão numa fase má, é notório, mas ainda assim pouco. E ainda assim, quase empatavam... Se fosse obrigado a destacar alguém, escreveria sobre o possante Arnold e o Hassan filho. Como não sou, ficamos assim.

Quanto a Manuel Mota e seus auxiliares, agradecido por não se terem feito notar para além de alguns erros de pormenor. 


Seguem-se os insuportáveis amigáveis das selecções e a recepção ao Tondela (bilhetes em breve). Até lá, vamos falando.

Um abraço a todos os pais, um muito especial ao meu e infinito agradecimento a quem me faz ser um.


Do Porto com Amor


terça-feira, 15 de março de 2016

Os Filhos de Janus


Ontem saí da Assembleia Geral dividido, confuso, a duvidar do futuro e a sonhar com o passado. 


Perspectiva do "Corredor da Glória" (designação minha)


À chegada, em cima da primeira hora da convocatória, um primeiro sinal de esperança. Uma fila de umas dezenas de pessoas aguardavam para entrar no "Corredor da Glória", findo o qual se situa o pequeno auditório escolhido para acolher a reunião. No entanto, bastaram uns segundos e um olhar mais atento para perceber que a fila não se explicava pela afluência simultânea de muitos associados, mas antes pelo moroso processo definido para controlar o acesso. Apenas um posto de controlo e a acumular as funções de controlo de identidade e cobrança de quotas. 

Uns minutos depois, entrámos. Sem passar por nenhuma "medida rigorosa de segurança" ou de revista, como falsamente foi noticiado nos merdia do costume. Directos à sala, antes que ficasse irremediavelmente cheia. Chegámos bem a tempo, cerca de 1/4 das cadeiras ainda estavam por ocupar. Sentámo-nos e esperámos. Os sócios continuaram a chegar em bom ritmo, Super Dragões incluídos, os lugares sentados esgotaram e os de pé para lá caminhavam. Começou a Assembleia Geral.

Ainda durante a discussão do Regulamento Eleitoral, chegou mais um grande grupo de sócios (ou foram chegando, não posso precisar), de tal forma que se gerou um enorme burburinho pela então evidente falta de condições para acomodar todos os que, no exercício do seu direito de associado, acorreram à assembleia. Nada se alterou, a Assembleia continuou.

A única parte que realmente interessava e por que "tantos" se deslocaram ontem às entranhas do nosso Dragão, foi a tal "meia hora" para discussão de "assuntos de interesse para o clube", que, mesmo sem ter controlado o tempo, arrisco terá durado quase duas horas. Largas meias horas têm muitos minutos.

Nesse período, vários foram os sócios que usaram da palavra, com uma parte significativa a ir directo aos assuntos que a todos nos preocupam. Cada um à sua maneira, mas quase todos a dirigirem-se (apenas) ao presidente Pinto da Costa, como se a enorme lista de directores e afins que o acompanham não passassem de meros fantoches (com uma notável excepção, a espaços). E só mesmo a intervenção do líder dos SD não terá acrescentado nada à discussão, porque apenas reafirmou as juras de amor eterno da claque a Pinto da Costa, em jeito de ameaça a quem se atrevesse. 


E é aqui que começa a minha reflexão.

Absorvido e digerido tudo o que sorvi na noite de ontem, fico com nítida sensação de que em cada portista vive uma tremenda contradição. Certamente não em todos, mas pelo menos numa imensa minoria.

O deus Janus
Por um lado, a racionalização de todos os factos e sinais que se têm acumulado, uns atrás dos outros, com enorme incidência nos últimos três anos e que nos impele a agir decididamente para que as coisas mudem. Interpelar, apontar, criticar, apelar, exigir que as coisas mudem. Identificar objectivamente os erros que têm sido cometidos e os responsáveis por eles. E dizê-lo, sem reservas. Olhando para o futuro.

Esta foi, regra geral, a postura que regeu primeira parte das diversas intervenções.

Por outro lado, como que sem aviso, eis que uma gigantesca vaga de emotividade, cumeada por uma espuma de gratidão e saudosismo, submerge por completo a racionalidade dos factos e dos argumentos. E no recuo da onda de volta para o infindável mar de emoção, sobra a complacência e a resignação perante aquele ídolo de tantas conquistas, que agora alterna a aparência com a de um simples homem, envelhecido, como se estivesse às escuras numa noite de relâmpagos. Presos ao passado.

Como facilmente deduzirão, esta será a segunda parte.

No fundo, ninguém parece querer aceitar que o tempo passou e o grandioso homem envelheceu. Todos querem continuar a acreditar que o presidente Pinto da Costa é intemporal, imune à erosão do tempo, capaz de se reerguer como tantas vezes fez ao longo de 34 anos.

Não é.

  
A dupla imbatível


Demonstrou-o - na minha opinião - pela forma como respondeu às diversas questões levantadas pelos associados. Não vou detalhar nada do que o ouvi dizer, mas apenas partilhar a minha interpretação da sua intervenção. 

Desviou-se das balas demasiado potentes até para o seu espesso colete de crédito acumulado, respondeu insatisfatoriamente aos temas menos complicados e finalmente tentou desviar atenções de si e da sua direcção, disparando quase sempre para alvos que pouco ou nada justificam o que (não) foi feito neste 13º mandato. Poderão ser alvos válidos, por aquilo que fazem, escrevem ou dizem, mas que não têm nenhuma responsabilidade sobre os grandes falhanços deste mandato. Sobre os seus planos para o próximo mandato, sobre como planeia inverter o rumo, nem uma ideia com substância.


Por último, no que ao evento diz respeito, lamento profundamente que ainda antes de chegar a casa já A Bola e outros inimigos da nação tivessem artigos publicados sobre o que se discutiu na AG. Como não foram convidados, só podem ter sido associados a passar-lhes a informação. Não sou particularmente apologista da lei da rolha, mas também não gosto que de me sentir traído por alguns que furam despudoradamente o compromisso tácito de sigilo. É mau, mas também justifica uma outra reflexão.

Hoje em dia só há duas opções: ou se controla a informação a passar para o exterior ou alguém o fará por nós. Deveria ser o etéreo departamento de comunicação do clube, por sua iniciativa, a informar a CS sobre o que se passou na reunião, nos termos considerados apropriados.


Saí confuso da assembleia, mas hoje sinto-me triste. Pelo futuro que se avizinha. Espero tanto estar enganado.



Do Porto com Amor



domingo, 13 de março de 2016

A Montanha Russa


Mais uma noite de contrastes no Dragão. Da pasmaceira ao frenesim. Da tranquilidade ao desespero ao alívio. E finalmente o despertar das suas gentes. Que quem não se sente não é filho de boa gente.


O melhor em campo na noite de ontem


Começou normal o jogo. O nosso normal. Com vontade, alguma atitude, pouco ritmo e quase nenhum vestígio de uma verdadeira equipa na sua forma de funcionar. As coisas fazem-se, vão-se fazendo. Deixam até perceber a existência de ideias de jogo, mas nada passível de se por em prática com efeito duradouro. Vai valendo a qualidade dos jogadores e as suas parcerias ocasionais e a falta de ambição e qualidade do adversário. E assim o golo chegou... normal. Lance de insistência com Maxi a sacrificar os calções para conseguir chegar à bola e assistir Abou para um golo feito (mas impossível para Bryan Ruiz). Mais vinte minutos de leitinho morno (creio que cheguei mesmo a adormecer por momentos) e intervalo.

O regresso foi normal. A dominar por completo, a procurar calmamente o segundo, sem grande oposição mas ainda menos ideias. O tal leite morno, reaquecido. E foi nesse ritmo pardacento que aos 51' já vencíamos por dois. Um golo de belíssimo efeito de Herrera - e destaco o "efeito", pois a bola ressaltou num pé adversário mal saiu do do mexicano, o que lhe conferiu aquela trajectória imparável até se render nas redes da baliza. A partir daí, o União mudou de opinião e resolveu aparecer ao jogo.

Ora, a vencer tranquilamente por dois, esperava mais uma caneca de leite de 40 longos minutos, talvez com um pouco mel para terminar a coisa com doçura. Mesmo considerando a decisão adversária de também jogar, seria normal sermos nós a fazer mais um e ainda outro golo para castigar o atrevimento unionista. E quase foi assim, tivemos um par de oportunidades para chegar ao terceiro antes de cumprida a hora de hoje. Não fizemos, mas aceitámos o leitinho com mel. Já confortados, pareceu-nos ajustado deixar o tempo correr, bem refastelados na cadeira de embalar, preferindo assistir do que fazer acontecer. 

E foi certamente já com um olho fechado que o nosso Sérgio resolveu devolver a emoção ao jogo com um erro duplo e em parceria com o inenarrável Ángel. Primeiro ao fazer um mau passe, para fora (do alcance do espanhol). Acto contínuo, o União repõe a bola em jogo pela linha, Ángel alivia como pode e Sérgio decide dar uma peitada na bola que fica curta e à disposição de um adversário, que apanhando os nossos em contrapé, decidiu bem e esboçou uma boa jogada que só acabou no fundo das redes de um desamparado Casillas.


Festejos após o golo de Herrera. Mal eles sabiam...

Reagimos de imediato. Herrera teve uma grande jogada individual que só pecou pela finalização e ainda um canto e uma jogada às três tabelas que foi interrompida já sobre a linha de golo. Mas depois... Depois aconteceu o impensável. Um contra-ataque rápido, péssimas movimentações defensivas da nossa parte e mais uma boa jogada do União que termina em golo. No espaço de 4 minutos, o adversário fez dois golos e repôs a igualdade! _ _ _ _   _ _ _   _ _ _ _ _!

É surreal aquilo por que os habitantes do Dragão têm que passar nos tempos que correm. É realmente surreal, parece mentira, muito difícil de compreender o fenómeno. Creio que serão infinitamente poucos os que se lembram de já ter assistido a tamanha fragilidade defensiva numa equipa do Porto, tamanho desligamento e aparente despreocupação, tamanha incapacidade de suster um ligeiro sopro de um qualquer adversário sem se constipar de imediato. Surreal.

Valeu de novo a reacção da equipa. Sim, porque a do treinador foi tardia e manifestamente curta. Cheguei a comentar com companheiros de sofrimento que Peseiro não deveria acreditar na capacidade de ninguém que estava então no banco, para ajudar a chegar de novo à vantagem no marcador. Suk, o primeiro a entrar, só o fez oito eternos minutos após o empate, quando já só restavam dezasseis para os noventa. Os outros dois, Chico Ramos e Marega, só foram para a zona de substituição após o terceiro golo, aos 88 (e entraram apenas aos 92 minutos). Difícil de compreender.

Importa destacar a determinação dos que lá estavam dentro. Mesmo sem um bom plano, puseram mãos à obra de reconstrução da liderança. E mesmo sem muitas forças ou tempo restante, conseguiram não desesperar e porfiaram ritmadamente. Fomos todos recompensados aos 87, quando Corona rematou para o 3-2. Remate colocado mas onde o GR adversário podia e devia ter feito mais. Soube ainda melhor, pelo tempo que queimou entretanto. Incha porco. 

Alívio geral e soltou-se de vez a indignação contida da bancada por detrás do banco de Norton de Matos e de um qualquer energúmeno provocador do staff madeirense, que se escondia na casota menor mesmo ali ao lado. Com a vantagem reposta, dentro de campo o jogo deslizou sem mais sobressaltos até ao seu final.

Foi assim que os outros perderam a guerra, Norton...


Notas DPcA:


Dia de jogo: 13/Mar/2016, 20h45, Estádio do Dragão. FC Porto - CF União (3-2).

Casillas (6): Noite ingrata, não teve trabalho mas sofreu dois golos sem nada poder fazer para os impedir.

Maxi (6): Fundamental no primeiro golo, não fugiu ao desacerto defensivo geral. Mas ajudou sempre no assalto ofensivo.

Ángel (4): Fiel a si próprio.

Layún (5): Quando não se destaca pelas acções atacantes, tem muita dificuldade em safar-se com uma avaliação positiva. Na verdade, suspeito que o Miguelito não é defesa. Desta vez teve a atenuante de jogar (ainda mais) fora de posição.

Chidozie (5): "Ninguém sai ileso" é o título mal traduzido de um bom filme. Mas resume bem a exibição deste jovem central.

< 74' Rúben (6): Não tem perfil para ser um 6. Mas joga a 6. E assim sendo acaba por se prejudicar e à equipa pelo caminho. Deveria ser o equilibrador, o handyman de apoio à defesa, mas muitas vezes apenas acrescenta gasolina à fogueira. Não é um 6. Para quê insistir?

Sérgio (6): Foi o espelho da própria equipa, com altos e baixos distribuídos ao longo da partida. Tal como a equipa, saiu por cima fruto da sua entrega e da vitória final.

Melhor em Campo Herrera (8): Exibição bem conseguida não só pelo golo ou pelas jogadas individuais, mas porque foi positivamente consistente de princípio ao fim. Coisa rara mas muito apreciada. Ponto extra pelo golo.

Brahimi (6): Esteve muito activo ao longo do jogo mas mais uma vez não conseguiu por o seu enorme talento ao serviço da equipa. Só o facto de lá estar já incomoda muito os adversários, mas por aquilo que sabemos que pode fazer, espera-se sempre mais.

< 90' Corona (6): Trabalha, luta, corre mas raramente fez alguma coisa bem feita. Safou-se pelo golo, que por sua vez nos safou a nós.

< 90' Aboubakar (6): o m. q. Corona

> 74' Suk (5): Entrou com a equipa já sobre brasas e foi aquilo que tem sido mais vezes: um lutador nato. Já  é qualquer coisa.

> 90' Chico Ramos (-): Valeu pela estreia no campeonato. Sem tempo de jogo suficiente para ser avaliado.

> 90' Marega (-)Sem tempo de jogo suficiente para ser avaliado.


Peseiro (6): Já fui adiantando o meu desalento pelo desenrolar das substituições. Tenho sempre dificuldade em entender como se abdica de não se tentar tudo para ganhar o jogo. Haverá quem discorde dizendo que o treinador poderia ter a noção de que tinha maiores possibilidades de vencer mantendo os que já lá estavam dentro. Não posso refutar com inteira convicção, mas sobra-me ainda assim aquele sabor agridoce da ignorância. Alargando ao contexto do jogo, não me posso esquecer da terrível dificuldade de mais uma vez ter que improvisar para formar uma defesa. E isso nunca seria culpa sua. Ganhámos, pelo que... "prova superada".


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Outros intervenientes:


O CF União da Madeira veio com a estratégia bem definida, goste-se ou não. Abdicar de jogar durante os primeiros três quartos e apostar tudo no último. Quase resultou. Polémicas à parte, sabe bem ouvir treinadores como Norton de Matos explicar de forma desassombrada o que tentou conseguir com as várias opções que tomou. Um exemplo do que deveria ser, por oposição aos degradantes clichés futeboleiros que, catatonicamente, são repetidos uns atrás dos outros. Não sou conhecedor do plantel dos madeirenses, pelo que tive dificuldade em identificar os seus jogadores. Ainda assim, teria sempre que destacar o marcador dos dois golos, Danilo Dias, um jogador que prometeu mais do que cumpriu no auge, mas que mostrou ontem que ainda não desistiu de tentar deixar a sua marca.

Quanto à equipa de arbitragem de Manuel Oliveira, nada de muito relevante a dizer. A irritação do público com o desenrolar dos acontecimentos levou a que se reclamasse mais do que o razoável, pese embora alguns erros de análise para ambos os lados. Incluindo o tal lançamento que antecedeu o nosso terceiro golo. Era de facto bola do União. Mas daí a sugerir-se que o golo de Corona resulta desse erro, vai uma inatingível distância. Houve pelo meio uma longa jogada de avanços e recuos, pelo que jamais se poderia sugerir causa-efeito. Excepto pelos mal intencionados do costume. 



Antes de terminar, uma breve análise psicossociológica.

O comportamento de Norton de Matos durante a partida, reagindo de forma inapropriada às provocações de um público irritado, tanto pelos acontecimentos como pelas sugestões de tratamento diferenciado na abordagem dos madeirenses aos jogos com Porto e Benfica (a meu ver claramente exageradas), fez acordar uma parte do sonâmbulo Dragão. Ele e um idiota qualquer do seu staff, esse sim claramente provocador e merecedor de umas chapadas bem dadas (aliás, o nosso zeloso chefe dos stewarts foi avisá-lo directamente, para gáudio da turba enfurecida).





Mas regressando ao essencial da análise, por momentos confesso que fiquei com o pelo eriçado ao assistir ao meu povo (parte dele, pelo menos) a sair desta letargia que nos tem consumido e atrofiado, a protestar, ameaçar, gritar contra aqueles que identificaram como o inimigo. Demais é demais, terão sentido. Eu senti. Começa a ser indigna a forma como aceitamos passivamente que árbitros, treinadores e jogadores adversários venham a nossa casa gozar com a nossa cara. Qualquer badameco se atreve a fazer peito, a pisar o risco, a abusar da sorte. 

Ontem, vi uma manifestação colectiva de gente que está farta. Até à ponta dos cabelos. E ontem, o inimigo que os uniu e despertou era externo. Mas as causas dessa irritação não estão só fora de portas, nem sequer principalmente. Um destes dias, é possível que as gentes se dêem conta disso. Ou que disso dêem conta, publicamente, virados para a tribuna.




Do Porto com Amor



P.S. - Amanhã é dia de Assembleia-Geral, pelo que apelo a todos os sócios a comparecerem no Auditório do Estádio do Dragão um pouco antes das 20h30. É lá que se realiza o nosso magno concílio, onde com total propriedade e consequência se discute o futuro do clube. Todos na AG, pelo nosso Porto.

P.P.S. - Grande vitória do nosso basket sobre o SLB com um triplo no último momento da partida! É disto que esta malta gosta...