abril 2016

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Onde está a bola? #20 - Edição Especial


Parece que foi ontem (ok, talvez anteontem), mas com esta já lá vão 20 edições do "Onde está a bola?", o mais fantabulástico passatempo de todo o sempre (e de todo o nunca também). 


"Onde está a bola? - Edição Limitada Jean-Marie Pfaff"


E como um número assim tão redondo não acontece todos os dias, tal marco teria que ser assinalado de forma diferente. Aliás, seria sempre uma edição especial ou não se tratasse de oferecer 2 bilhetes para o clássico FC Porto - Sporting CP, um daqueles que ninguém quer perder, seja qual for a circunstância específica que o rodeia.

Conforme prometido há algum tempo atrás, haveria de chegar o dia em que seria feito o acerto de contas entre a perseverança e a falta de fortuna dos concorrentes mais assíduos do passatempo. Esse dia chegou, finalmente. 

Nesta edição especial, não haverá bola escondida para descobrir. Os dois bilhetes vão ser entregues sem concurso e sem sorteio ao participante que mais vezes concorreu ao longo das 19 edições anteriores. É a minha forma de recompensar quem nunca desistiu, mesmo tendo acertado na resposta muitas vezes e nunca ter sido bafejado pelo azar do sorteio.

E agora, sem mais demoras, vamos ao anúncio do grande vencedor.

Feita a contabilidade de todas as 19 edições que antecederam a presente, apurou-se o ranking de participações e o primeiro da lista é...


Catarina Machado !



Muitos parabéns estimada Catarina! Os bilhetes são seus e de forma totalmente merecida! Para os reclamar só tem que responder ao email que lhe foi entretanto enviado e seguir as instruções respectivas.


Clicar para ampliar


A Catarina somou 18 participações (apenas falhou a primeira), acertou várias vezes na resposta mas o seu nome nunca foi seleccionado... até agora - só que sem sorte, apenas fruto da sua resiliência.

Menções honrosas a outros três concorrentes - o Diogo Almeida, o Ezequiel Andrade e o Nelson Silva - que participaram em 16 edições, sendo que os dois últimos já foram inclusive favorecidos pela sua perspicácia e pela dona sorte (e portanto, se não existisse a Catarina, o vencedor seria o Diogo).

Estão assim bem entregues os dois bilhetes para o jogo onde vencer é uma questão de honra. E fica também desvendada uma nova faceta deste passatempo, que prometo manter na próxima temporada (nestes ou noutros moldes...) se continuar a ter bilhetes para oferecer.

Esta época ainda haverá uma última edição, no jogo que encerra o nosso campeonato no Dragão, o sempre estimulante derby portuense. Até lá! 



Do Porto com Amor



domingo, 24 de abril de 2016

Trova do Porto que Passa


Coimbra não foi uma lição. Poderia ter sido, mas não. Foi apenas o regresso ao nosso habitual fado.


"Vai buscar, ó Trigueira!"


Saídos do pequeno mas verdejante oásis de seu nome Nacional, seguimos a travessia deste longo e árido deserto que tem sido a época 15/16, desta vez na Coimbra dos amores e das lições por aprender.

Uma boa entrada não foi suficiente para dar corda que durasse mais do que uns minutos. Rapidamente nos resignámos a repartir o jogo com uma Académica aflita. E este é precisamente o fado que mais nos distancia nesta fase dos rivais da segunda circular, esta incapacidade de impor respeito, de afirmar a inegável superioridade que temos perante qualquer equipa "menor" da nossa liga.

Mesmo discutindo o jogo em planos equivalentes, fomos superiores numa primeira parte de onde nos vimos a perder, graças a uma imprudência de Maxi e a um grande, grande golo de Pedro Nuno. E daqui resultou a nota mais positiva deste jogo, ninguém se assustou e conseguimos dar a volta ao resultado. Ainda na primeira etapa, Sérgio assistiu Rúben que de primeira fez um passe primoroso para o fundo da baliza. Era o segundo grande golo em menos de quinze minutos.

A segunda parte foi (ainda) mais equilibrada, mesmo tendo nós disposto de variadas oportunidades para marcar. Mesmo bem protegida atrás, a Briosa quis discutir os três pontos e foi saindo em perigosos ataques rápidos sempre que podia. Mas desta vez a Lady Luck piscou-nos o olho, enquanto soprava gentilmente aquele charuto de Brahimi que, assim embalado, acabou por passar incólume por todos os matrecos no seu caminho e só apagou no fundo da baliza academista.

Depois começou a terceira parte, onde a Académica assumiu maior risco e o Porto continuou à procura de mais golos. Não o tendo conseguido, trememos nos últimos minutos, antevendo novo desaire. Mas não, não era dia de Fado Triste. Hélton ainda tentou, mas nem ele conseguiu ser a Samaritana dos estudantes...


"Eu não sou um seis!"



Notas DPcA:


Dia de jogo: 23/Abr/2016, 16h15, Estádio Municipal de Coimbra. A.A.C. - FC Porto (1-2).


Hélton (5): Foi chamado a intervir bem cedo e respondeu bem, o que deveria ser bom pronúncio para o que viesse a seguir. Mas tratando-se de Kinder Hélton, há sempre espaço para um brinde. Que quase saiu aos briosos, por duas vezes.

Maxi (7): Muito bom jogo, uma autêntica locomotiva pelo lado direito, a puxar a equipa para a frente. E se a coisa não ia a bem, entrava em modo Micas e levava tudo à frente, na raça. A defender é o que sempre foi, mas agora com menos pernas. Que hoje custou-nos um golo e só por isso não foi o meu MeC.

Ángel (6): Outra partida muito aceitável. Mas e repetindo-me: "o problema são os (...) outros momentos, onde não consegue disfarçar as suas claras insuficiências. Que hoje, sejamos justos, pouco se notaram."

Indi (5): Solidário com Hélton, quis também ser misericordioso com o adversário. O problema é que ali não é o lugar certo para caridade, senhor Martins. Fora de campo até eu ajudo, ok?

Danilo (6): Segundo jogo a central, uma vez mais sem destoar ou comprometer. Mas parece-me um desperdício das suas melhores características. Nesta pré-época aceita-se, até porque pode ajudá-lo a carimbar em definitivo a presença no Euro (pela polivalência), mas agradeço que seja breve a passagem pelo centro da defesa.

Rúben (7): Fico feliz por saber que o jovem Neves tem lido e reflectido sobre as minhas apreciações aos seus desempenhos. Não acreditam? Notem bem: deu porrada (finalmente), levou cartão (também lhe fica bem) e rematou à baliza (finalmente)! E não é que fez um grande golo? Fez sim senhor. Ah, não pensem que me vou sem insistir que "não é um seis", ainda que desta vez tenha estado melhor.

 < 65' Sérgio (6): Após dois jogos a ser o melhor em campo, achou por bem dar uma abébia aos companheiros e ter uma exibição mais discreta. Melhor na primeira parte, foi desaparecendo na segunda até ser substituído. É louvável o altruísmo, mas atenção que ainda tem tudo para provar. Vamos a eles, Sérgio!

Herrera (6): Hoje regressou a espaços o Errera dos meus pesadelos. Aqueles passes incompreensíveis queimam-me por dentro... Mas pronto, foi "só" a espaços. É cada vez mais uma incógnita para mim o que poderá realmente ser o Héctor Miguel no futuro.

< 63' Varela (5): Pronto, pronto, já passou a alucinação do jogo passado... e eis que o velho Varela foi igual ao que havia sido antes de se por a experimentar cogumelos. Assim é pouco, Silvestre. Pouco.

< 86' Corona (7): Gostei da exibição. Não se esperaria que aprendesse a jogar (tudo o que pode) em 5 dias, pelo que até me pareceu melhor do que contra o Nacional. Dá jeito que continue assim, em crescendo, rumo ao Jamor. 

Melhor em Campo André Silva (7): Hesitei bastante na atribuição da distinção, ao ponto de não encontrar um critério suficientemente forte para o atribuir. E assim sendo, optei por um menos objectivo mas mais simbólico: premiar o jovem André pela sua enorme entrega mas também pela capacidade que demonstrou de jogar com os companheiros e de ajudar a equipa a aproximar-se da baliza academista. Só falta mesmo começar a marcar (o que não é pouco, diga-se).

> 63' Brahimi (7): Entrou com vontade para o lugar do ausente Varela e chegou para ocupar dois ou três adversários de cada vez. Não foi brilhante, mas foi fortuitamente decisivo. Ponto extra pelo golo.

> 65' André André (6): Regresso - que saúdo - a denotar evidente e expectável falta de ritmo. Optou (e bem) por se resguardar, primando pela discrição (eficiente).

> 86' Chico Ramos (-): Sem tempo de jogo suficiente para ser avaliado, mas não posso deixar de referir que entrou completamente alheado e desintegrado do jogo. Só não sei é se a responsabilidade maior pelo facto lhe pertence.

Peseiro (6): Não conseguiu que a equipa prolongasse o estado de graça do jogo anterior, mesmo repetindo o onze (excepto Hélton), mas qualquer coisa deve ter sobrado porque tivemos força para inverter o resultado e depois aguentá-lo. Parecendo que não, é coisa relevante. Não foi uma boa exibição, mas foi uma boa vitória.


Mr. Nice Guy - uma jóia dum moço...


Outros intervenientes:


Inevitável voltar a destacar Pedro Nuno, que marcou um grande golo e falhou uma série deles - em todo o caso, parece ter asas para voar mais alto. Mas como nem só de virtuosos se faz o futebol, o outro destaque vai para Fernando Alexandre, um daqueles que come sempre a relva e que "morde" os adversários, dá gosto vê-lo lutar.

Esteve algum árbitro em campo hoje? Não dei por ele. O que só pode ser bom, tratando-se de um dos soldadinhos de chumbo (de pó branco) do exército do #colinho.


Ninguém poderá acusar os jogadores de não darem o que podem. Eles correm, lutam pela bola e desenham futebol sobre o relvado. Ouvem o treinador, assimilam tácticas e estratégias e entregam-se ao jogo. Falta é o resto. O fermento que os faz crescer à sua real dimensão, a crença que os transforma em gigantes aos olhos dos adversários. 

Dominámos "todas" as estatísticas de jogo, fomos melhores, é indiscutível. Mas por pouco não saímos empatados de Coimbra. Temos tremenda dificuldade em assustar quem quer que seja. E quem não se encolhe, acaba por crescer. E por discutir o resultado.

Tivemos várias oportunidades para fazer o terceiro? Claro que sim, não temos tido "sempre"? O que nos falta é conseguir impor respeito, daquele que se entranha no adversário e lhe sussurra a cada momento que o melhor que lhe poderá acontecer será perder por poucos. E o sentido de oportunidade, o instinto matador que caracteriza as grandes equipas. Hão-de voltar, mas não antes do Verão. Até lá, resta-nos ir ouvindo as trovas deste Porto que passa.



Do Porto com Amor






terça-feira, 19 de abril de 2016

Um admirável Porto novo


Promessas de uma noite pós-eleitoral, feitas na primeira pessoa pelo presidente reeleito.




Mas comecemos pelas eleições e respectivos resultados.

Já descrevi com algum detalhe o que encontrei no local de voto e a repulsa que o processo estabelecido para o acto me causou. Essa foi aliás uma das questões importantes que não foram colocadas na entrevista. Mas já lá iremos.

Foi uma eleição naturalmente pacífica, onde reinou o civismo e tudo decorreu tranquilamente. Ao final do dia, embalado pela boa vitória contra o Nacional, o clube anunciou os resultados eleitorais: 2403 votantes, com 21% de votos nulos (26% para o Conselho Superior).

Não partilho do entusiasmo de Miguel Guedes e do próprio clube pelo "crescimento de 91%" face ao acto precedente. É positivo, obviamente, mas sabe claramente a pouco. Mesmo considerando que foi uma eleição de lista única, esperava muito maior adesão. Fosse para reforçar e demonstrar o apoio inequívoco ao presidente Pinto da Costa, fosse para o contestar. Como foi o caso de três quartos dos votos nulos (menos de 400), segundo informação oficial. Manifestamente pouco.

Afinal, razão deve ter o presidente quando diz que a contestação só existe nas redes sociais. Afinal, todos esses ilustres portistas que tanto vociferam online contra o estado a que o clube chegou, depois não consideram necessário marcar presença num dos poucos momentos da vida do clube em que têm a palavra. Afinal, parece que está tudo bem. Tirando estes 2043, que nenhum sócio (sem motivos válidos para não ter ido votar) se queixe do que acontecer nos próximos quatro anos.


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Quanto à entrevista, devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido e com um pouco mais de esperança. Identifico-me com as três ou quatro ideias principais lançadas pelo presidente, ao ponto de nem me apetecer perder muito tempo com as menos relevantes com que discordo.



Mudança de paradigma na política desportiva


Registei com muita satisfação o reconhecimento público de que esta política altamente alavancada de entreposto comercial de jogadores não era correcta nem sustentável e que iria ser revertida para um modelo aproximado ao que tantos êxitos nos rendeu no passado:

- Aquisições com critério bem definido (estrangeiros para entrar de caras nas suas posições, com valor insuspeito que possa ser reconhecido pelos companheiros como mais-valia inquestionável);

- Apostar em desenvolver e manter uma espinha dorsal de mística vinda da formação, só vendendo perante propostas irrecusáveis e boas para todas as partes;

- Estabilizar: construir e manter equipas ganhadoras (acabar com as passagens relâmpago pelo clube);


 

Mudança de paradigma na gestão financeira


Muito importante o reconhecimento da necessidade de viver dentro das possibilidades do clube e razoavelmente bem explicada a necessidade de encontrar alternativas ao financiamento bancário (que se fechou abruptamente a partir da crise mundial de 2008 e se intensificou desde então).

A questão das contratações cirúrgicas e do reconhecimento dos companheiros leva-me também a pensar que a nível salarial haverá algumas das indispensáveis mudanças. E por mudanças quero dizer diminuição da massa salarial. Pareceu-me que os tais craques poderão aspirar a vencimentos ao nível do que se paga hoje aos mais caros, mas os restantes que se preparem porque o circo acabou... Qual o impacto que isto (a confirmar-se) terá na capacidade de atracção e retenção dos jogadores, é o que fica por saber.

Faltou a explicação (e as perguntas) sobre o grau e tipo de envolvimento e dependência que o clube tem neste momento face à Doyen.


"Tenho três cães bem-cheirosos, não quero me entrem pela casa adentro quatro gatos fedorentos" (obrigado por este momento)


A defesa incondicional dos que o acompanham


Já estava subentendido nas listas, mas ainda assim foi abordada a questão da "não-promoção" de Antero Henrique a administrador. Os motivos apontados são inteiramente lógicos e nessa perspectiva, até peca por tardia esta alteração.

Mas a questão relevante é outra: Pinto da Costa optou por manter todos, incluindo os que terão sido mais directamente responsáveis - a par dele próprio - pelo tremendo fracasso que foi o mandato anterior. Antero Henrique, Reinaldo Teles ou ambos seriam naturais candidatos a serem "queimados vivos" para acalmar a turba sedenta de sangue. Ou simplesmente para demonstrar aos sócios que a meritocracia é um princípio aplicado da gestão do clube. Mas não.

O presidente não deixou cair nenhum dos seus, não houve bodes expiatórios. É uma atitude de um verdadeiro líder, que só posso respeitar. Concordando ou não, ficando ou não convencido. Quem está com ele sabe que tem as costas protegidas. Quem deixa de estar, que se ponha fino - que o diga Angelino Ferreira.



A política de comunicação e o relacionamento com o exterior


Neste aspecto não fiquei tão animado. Houve um reconhecimento da necessidade de haver uma maior agressividade na defesa dos interesses do clube, mas sem que fosse apontado um caminho para o fazer. Mesmo perante a insistência dos entrevistadores, que lhe abriram a porta a uma resposta convincente ao apontar nas perguntas possíveis soluções (como ter várias pessoas a comunicar, cada uma no seu "pelouro"), Pinto da Costa seguiu pelo caminho da falta de interesse dos média nos restantes elementos das suas direcções (SAD e clube).

Houve o reconhecimento da derrota na luta pelo poder no futebol, ainda que sem dar o processo como final e resolvido. Faltaram as perguntas óbvias e respectivas respostas. Porquê? Por que motivo não se fez nada (com resultados para mostrar) quando se sabia de antemão qual era a estratégia do Benfica? E o que se vai fazer agora, para reverter a situação? Quem vai fazê-lo?

Houve ainda "animada" e compreensiva referência à postura dos merdia lisboetas, personificados em A Bola. O problema não é serem todos lampiões, o problema é mentirem sobre nós nas poucas páginas que nos dedicam. Estou de acordo, pois claro. Isso e bombinhas de cheiro nos bolsos dos jornalistas sempre que visitarem o Dragão.



Deduções sobre o que foi dito:


 - Peseiro tem uma hipótese real de continuar na próxima época. Aproveito para começar já a dizer que discordo. Farei a avaliação do seu trabalho no momento certo, mas adianto que considero um erro partir para esta nova aventura com este treinador.

 - O ataque será um dos dois sectores a ser (bem) reforçado. E o outro será (só pode!) a defesa. Não significa que não possam ser contratados médios, mas as prioridades estão mais à frente e mais atrás, no que concerne aos tais que entram de caras na equipa.

 - É possível o regresso de um ex-jogador, mas duvido que seja Pepe ou Moutinho pela questão salarial. Dos três que foram falados, sobra Bruno Alves...

 - Está confirmado o regresso de vários jogadores emprestados (pelo menos para fazer a pré-época). Fiquei especialmente agradado com a referência a Hernâni, a quem detecto talento para ajudar a equipa.

 - Jorge Jesus é mesmo um desejo do presidente.

 - Lopetegui é mesmo mau-carácter e só se despedem treinadores se os adeptos não o pedirem...

 - Miguel Guedes passou de conhecido comentador portista a rising star no universo azul e branco. Não me surpreenderá se em breve for convidado a integrar a "estrutura" do clube. E atendendo às qualidades que lhe reconheço, não seria até um bom candidato para ajudar a resolver a questão da comunicação?

 - Antes comunista do que ladrão vira-casacas (hear! hear!


Como já referi, os "alicerces" deste novo Porto deixaram-me suficientemente motivado para nem ter grande vontade de me debruçar sobre os pontos negros da entrevista, de que são exemplos a questão da sucessão (em particular a referência à família), a referência a Jorge Mendes e às comissões (lá esteve a defesa implícita do filho de novo), o ataque desmesurado a Angelino Ferreira e a própria interpretação do resultado das eleições (e sem nenhuma referência ao processo em si).


O essencial resume-se portanto a isto: o caminho traçado no mapa de percurso deste novo mandato é auspicioso e as ideias para o percorrer parecem ser as correctas, pelo que a grande questão é saber se serão o presidente e a equipa por si escolhida capazes de passar das palavras à prática. O percurso histórico de Pinto da Costa diz-nos que sim, o anterior mandato sugere que não. Haja , portanto.


Quem não viu ou quiser rever, aqui tem o vídeo de entrevista.


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Para terminar, um outro ângulo sobre o mesmo futuro. A nossa segunda pele, "especulada" online. Não sei se será assim ou não, mas no ano passado acertaram em cheio...





Gosto muito dos vários tons de azul dentro das listas azuis, embora preferisse que estas fossem mais largas. Assim há um predomínio talvez exagerado do branco sobre o azul. Talvez a parte posterior da camisola reequilibre a coisa. Não deixa de ser (muito) bonita, mas aos meus olhos não supera a desta temporada (excepto nas golas). 



Do Porto com Amor




segunda-feira, 18 de abril de 2016

Triste Alegria


Triste por estar feliz. É este o meu sentimento após a belíssima vitória frente ao CD Nacional.

A-L-E-G-R-I-A

Uma primeira parte como já não tinha memória (recente). Eficácia a toda a prova nos primeiros lances e bom futebol durante os 45 minutos. Os jogadores entregaram-se como se fosse o último jogo das suas vidas, correram atrás dos adversários e de bolas perdidas como se de uma estreia colectiva se tratasse. Mas mais do que isto, bom futebol. Bem jogado. Bom. Futebol. Sérgio. Como é possível uma equipa que sabe fazer isto, ter andado a fazer aquilo que todos sabemos? 

A segunda parte terá sido menos fulgurante, mas ainda assim bem jogada. Mais temperada, mas interessante em largos períodos. As substituições tardaram desnecessariamente, mas ainda renderam frutos: Chico Ramos somou minutos e Aboubakar lá regressou da vulgaridade onde tem habitado nos últimos meses (espero que seja para ficar).

E não me apetece alongar muito sobre do jogo. Porque os jogadores foram suficientemente eloquentes dentro de campo. Fizeram o que tinha, o que tem de ser feito. Jogaram bem e ganharam. Sem espinhas nem hipóteses de o adversário sonhar com outra coisa qualquer. E assim sendo, nem sobra espaço para questionar a ausência de Layún.



Notas DPcA:


Dia de jogo: 17/Abr/2016, 20h30, Estádio do Dragão. FC Porto - CD Nacional (4-0).


Casillas (6): Jogo quase sem trabalho. Esteve bem a parar o remate de Ghazal e um par de vezes mais. 

Maxi (7): Bom jogo do uruguaio, conseguindo juntar pujança e clarividência ofensiva à sua habitual garra. Carajo!

Ángel (6): Uma das suas melhores partidas de Dragão ao peito, a espaços dando impressão de ser jogador para o justificar. O problema são os "outros espaços" e sobretudo "outros momentos", onde não consegue disfarçar as suas claras insuficiências. Que hoje, sejamos justos, pouco se notaram.

Indi (6): Jogo sólido, com marcações essencialmente certeiras e posicionamentos correctos. 

Danilo (7): Recuou para central porque... não sei porquê. Mas recuou. E cumpriu. E marcou (ponto extra). 

Rúben (5): Eu insisto, o Rúben não tem características para ser um bom seis. Tem um jogo demasiado elegante e uma atitude demasiado meiga para o ser. O menino tem pavor a fazer faltas, deve sentir-se ofendido até se lhe pedirem que as faça. Não, o Rúben não é um seis, mas será uma excelente alternativa ao Sérgio e ao Herrera. A consequência da insistência são jogos como este, muito mal conseguido, com a confiança a diminuir a cada passe falhado (e foram bastantes).

 < 82' Melhor em Campo Sérgio (8): Outra grande exibição do menino Sérgio. Queriam um dez? Esteve sempre cá. Dá mais jeito um oito? Ok, ele explica como. Joga e faz jogar. Percebe e estimula os companheiros. E defende, de dentes cerrados. Aí está outro dos pilares do novo Porto. E hoje saí do estádio a gostar ainda menos de Lopetegui. 


Raça e Classe - será da mesma casta de Deco?


Herrera (7): Desconte-se já aquela meia dúzia de passes estapafúrdios (um deles complicado) e registe-se a sobra de um saldo bem positivo. O Herrera "pós-tudo perdido" é o Herrera que nós queremos. Será ele capaz de o ser quando ainda há tudo para ganhar? 

< 86' Varela (8): Quem é este miúdo? Vem da formação? Uau... A sério que há coisas que não consigo explicar. Foco-me então naquilo que observei, que foi uma grande exibição do Silvestre, certamente embalada pelo golaço madrugador. Kobe pode ter-se retirado dos courts, mas a nossa Black Mamba mostrou hoje que ainda está aí para as curvas.

Corona (6): Tanto talento concentrado, à espera de uma mão sapiente que lhe dê forma. Alguém que ensine o homem a jogar e teremos um grande craque à disposição. Até lá, será mais ou menos isto; boas jogadas, boas intenções, pouca concentração e muito desperdício. Ainda assim, positiva a exibição. 

< 75' André Silva (6): Finalmente a titularidade na Primeira Liga, com tempo e espaço para se ambientar à pressão e aos companheiros, sem ter que correr contra o tempo e contra o prejuízo. Acabou por estar 75 minutos em campo e não se deu mal. Continua a faltar o golo, que poderia ter chegado por duas vezes, mas fez um trabalho interessante. Não chega, mas é um começo.

> 75' Aboubakar (7): Deu início à sua segunda vida da melhor forma possível para um ponta de lança: marcou um golo. E que golo. Não tivesse marcado e teriam sido mais 15 minutos rumo ao anonimato. Mas marcou. Toma lá um ponto extra!

> 82' Chico Ramos (6): Entrou incompreensivelmente tarde (o 3-0 foi aos 67') e portanto teve menos minutos do que poderia ter tido. Nunca procurou complicar, antes jogar simples e bem. Fico sempre contente quando percebo inteligência num jogador.

> 86' Marega (-): Sem tempo de jogo suficiente para ser avaliado. 

Peseiro (7): Porventura, o jogo mais conseguido desde que chegou ao Dragão. Teve vitórias mais importantes, mais sofridas e emocionantes, mas esta terá sido a de maior qualidade. Ao ponto de ser incontestável. Promoveu várias mudanças no onze e tudo lhe correu bem. Quem sou eu para o contrariar? Excepto nas substituições, porque sou defensor da "teoria" que uma equipa deve preparar cada jogo contando com os 14 jogadores que nele podem participar - e depois tirar partido deles. O jogo estava seguro e controlado, não havia motivo para dar tão pouco tempo aos 3 suplentes.


Festejos do terceiro golo da noite (Danilo)


Houve árbitros, houve lesões, houve mudanças e continua a haver #colinho

Mas tivéssemos jogado sempre assim desde que Peseiro chegou e muito provavelmente já seríamos campeões por esta altura - na pior das hipóteses, estaríamos muito perto de o conseguir. É por isto que estou triste... por estar feliz.


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O FC Porto B continua a deslumbrar todos o que o acompanham. Umas vezes pelo talento, outras pela raça, outras ainda pela combinação de ambos, mas quase sempre de forma a fazer dragões sorrir de satisfação. 




Raras têm sido as minhas referências à brilhante temporada que estão a fazer, mas não é por lhes negar importância ou reconhecimento - é apenas porque não gosto de falar do que não conheço. E apesar de pelo menos no Forza os acompanhar sempre, muitos são os jogos que não consigo ver. No entanto, fica prometida uma homenagem à altura para o final da temporada. Daqui a três vitórias... ou não.


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Hoje foi dia de eleições no FC Porto

Como não poderia deixar de ser, fui cumprir a minha obrigação de sócio.

Ouvi há minutos as primeiras declarações do presidente eleito e, como não poderia deixar de ser, denunciou a vergonhosa campanha que "respeitáveis" jornais fizeram para que este acto resultasse numa "ilegitimidade moral" dos eleitos. Quanto a essa campanha, estou consigo senhor presidente. Aliás, esses pseudo-jornalistas devem pensar que os sócios do FC Porto apresentam um nível de ignorância e boçalidade equiparável aos seus consócios. Mas estão enganados.

Outra conversa é o próprio acto eleitoral e o seu modus faciendi

Na minha opinião, é absolutamente incorrecto e até pouco democrático. 

Primeiro, porque deveria haver o verdadeiro voto escrito, em que cada votante coloca uma cruz na lista da sua escolha. Sendo lista única, pois apenas haveria espaço para uma cruz.

Segundo, porque deveria existir o voto em branco, como o meio de expressão por excelência para todos os que não se revêem em nenhuma das listas concorrentes. Não existindo, apenas se poderia conseguir uma proxy através da nulidade do voto, o que não é correcto.

Terceiro, porque as formas consagradas para garantir a nulidade do voto são ridículas. E difíceis de levar a cabo, sobretudo quando um dos boletins de voto (o mais importante) é azul-escuro.

Quarto e talvez o mais importante, porque o voto deveria ser secreto. Ou melhor, a quem assim o quisesse, deveria ser garantida essa possibilidade.

Hoje, quando cheguei à mesa de voto, a senhora que me entregou os boletins disse-me isto: "se estiver de acordo com a lista, basta dobrar os boletins e colocar na urna. Se não estiver de acordo, pode ir ali àquelas mesas e riscar os nomes.". A sério, foi-me dito isto. 

E "aquelas mesas" não são mais do que pequenas mesas de apoio de bar, à vista de toda a gente. Quem, como eu, a elas se dirigiu - e fi-lo também para testar o processo e observar as reacções - certamente que se terá sentido constrangido (e muitos nem lá terão ido precisamente por isso). Deixo portanto o meu cumprimento aos 504 votantes que tiveram a coragem de "anular" o seu voto, em particular aos "cerca de" três quartos que o fizeram para expressar o seu descontentamento.

Devo reconhecer que estive na A.G. em que o regulamento eleitoral foi aprovado e não me opus. Mas não o fiz por não ter feito o trabalho de casa antes da reunião magna e por não ter antecipado como seria concretizado.

Sobre o resultado da eleição e as minhas perspectivas para o novo mandato, escreverei após a entrevista da amanhã. 


Do Porto com Amor



sexta-feira, 15 de abril de 2016

Do Porto com Mística - actualização QFs


Encerrados que estão os quartos-de-final das provas europeias, é altura de olhar para as classificações das ligas Do Porto com Mística e ficar a saber quem se destaca na corrida à vitória final. Aproveitando a boleia, veremos também como está a competição nacional.




Comecemos então pelas ligas europeias Do Porto com Mística, iniciativa que resulta da parceria entre este blogue e a Mística Azul e Branca.



UEFA Champions League Fantasy Football





Na prova rainha de clubes da UEFA, Pedro Amorim (Red River FC) e Fernando Silva (osmelhores) seguem mano-a-mano na cabeça da corrida, já com alguma vantagem sobre o pelotão que nesta altura é liderado por Hélder Vale (Vale_Team) e Tiago Sereno (Alpha's). No entanto, com três rondas por disputar, as coisas ainda se podem alterar por completo - menos provável em relação aos dois primeiros lugares, mas ainda possível.

Nesta última ronda, o grande vencedor foi Rui Pedro Torres (Porto's Blue) com uns muito respeitáveis 80 pontos e que assim assume a sua candidatura ao bronze (pelo menos).

Relembro que o grande vencedor desta liga ganhará a lindíssima Camisola Oficial 2015/16 do FC Porto, com o bónus de ser uma das imaculadas, ainda sem patrocínio.



UEFA Europa League Fantasy Football





Na Liga Europa, as coisas estão mais bem encaminhadas para o Ricardo Abrantes (Ricardense 04), que tem já uma confortável almofada de quase 40 pontos de avanço sobre os perseguidores mais directos, o rikalopes85 (FC Paulinho Santos) e moi-même (Do Porto com Amor). Conforme já havia dito anteriormente, sou um anfitrião que faz jus ao epíteto e como tal, jamais me atreveria a ganhar... (a não ser que conseguisse...).

O vencedor desta ronda foi o actual quarto classificado, Nuno Mateus (Vintage 2015), ao adicionar mais 78 pontos ao seu espólio.



Liga Record





Na competição do nosso descontentamento, bem (só) está o pedromiguelpacheco (FK Qabala de Fajões), que leva quase 100 pontos de avanço sobre o segundo classificado, o portistaeusou (F.C.Porto Estoi) e cerca de 150 (!) do terceiro, o VMFN1988 (The Dark Passenger 2), que por sinal venceu a última ronda e por larga margem, totalizando 59 pontos. Trata-se portanto de uma vitória anunciada e por isso, desde já endereço os meus parabéns ao Pedro. Se por milagre forem indevidos, agradeço a sua devolução :-).


E pronto, está concluída a actualização. Continuação de bons jogos, volto ao contacto após as meias-finais das competições uefeiras


Do Porto com Amor (e Mística)




terça-feira, 12 de abril de 2016

Onde está a bola? #19


De volta com mais 2 bilhetes para oferecer ao leitor mais perspicaz e afortunado.

Nesta edição #19 do "Onde está a bola?" o feliz contemplado terá a oportunidade de assistir no Dragão ao jogo FC Porto - CD Nacional, a ser disputado no próximo domingo, 17 de Abril, o mesmo das eleições do clube. Aproveite e faça o 2 em 1!

Para se habilitar a ganhar os bilhetes, terá que decifrar onde está escondida a bola verdadeira na imagem abaixo - ou se não está lá de todo.

Concentre-se, analise e arrisque o seu melhor palpite, vai ver que não dói nada!


Onde está a bola? #19


Para se habilitar a ganhar, basta acertar qual das respostas à seguinte pergunta é a correcta:

Onde está escondida a verdadeira bola de jogo?

1 - Bola Laranja
2 - Bola Azul
3 - Bola Púrpura
4 - Bola Amarela
5 - Todas as anteriores.

Já tem o seu palpite? Então é só responder na caixa de comentários.


As regras:

1 - Descobrir na imagem acima onde está escondida a(s) bola(s) de jogo e escrever na caixa de comentários deste post qual a resposta certa, indicando igualmente um nome e um email válido para contacto em caso de vitória (pode comentar como "anónimo" desde que no comentário inclua estes dados).

2 - Entre os que acertarem, será sorteado o vencedor (através da app Lucky Raffle).

3 - Para ser elegível para os bilhetes, o concorrente deverá fazer o obséquio de registar e confirmar o seu email (nas "Cartas de Amor", na lateral direita do blogue) e seguir o FB e o Twitter do DPcA (basta clicar nos links e "gostar" ou "seguir"). Sim, quem não tiver conta na(s) referida(s) rede(s), não será excluído por isso mas... cuidado porque o Lápis irá investigar :-)

4 - Apenas será aceite uma participação (a primeira) por cada email válido.

5 - Cumpridos todos os critérios, será contactado o vencedor por email onde constarão instruções sobre como e quando levantar os bilhetes.

6 - Mesmo que já tenha Dragon Seat ou outro tipo de acesso, poderá oferecê-los a um amigo ou familiar que não tenha a mesma sorte.

6 - Este passatempo termina às 21h00 de dia 15 de Abril e o vencedor será anunciado até às 12h00 de dia 16.

7 - Se o vencedor não reclamar o prémio até à data e hora referidas no email que lhe será enviado, será feito novo sorteio entre todos os que tiverem acertado na resposta (e assim sucessivamente até se encontrar um vencedor que reclame o prémio).


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Quanto à edição anterior, o grande vencedor foi José Alves, sorteado entre todos os que responderam Bola Amarela, e que não podendo ir, ofereceu os bilhetes aos seus filhos. Infelizmente não me chegaram a enviar as sempre importantes fotos da sua experiência, pelo que deixo-vos apenas com as imagens "oficiais" do passatempo.








E é só! Mais simples não podia ser. Concorra e divulgue!


Do Porto com Amor





O Palermo do Baía e os Dragões de Guerrilha

 

 

Dragões de Guerrilha Diária



E finalmente, a 11 de Abril de 2016, o Dragões Diário (DD) deu um exemplo cabal daquilo que deveria justificar a sua existência. Informação q.b. sobre o quotidiano do clube, sim senhor, alguns salpicos de história - porque recordar é reviver - e depois, como prato forte, um ataque cerrado e objectivo a um dos nossos inimigos de estimação.




Os visados foram Paulo Fernandes e a sua Cofina (que aliás, estranhamente, apesar de todo o mal que nos têm tentado fazer ao longo dos anos, quase nunca deixaram de ser sistematicamente "poupados" pelos nossos dirigentes), por as suas dívidas fiscais alegadamente beneficiarem de um tratamento "especial" por parte do fisco. É assim mesmo! E agora, procurar mais detalhes e continuar a denunciar, revisitar o caso de tempos a tempos e registar a sua evolução. Quem tiver desistido da newsletter, pode lê-la aqui.

É evidente que não seria possível desenterrar um podre novo todos os dias, mas se for escavando um aqui, outro ali, e depois se esforçar por escavar ainda mais fundo em cada um deles, certamente que passará a incomodar muito mais gente, muito mais vezes. E assim ficam com menos tempo livre para se meterem com os donos do clube que lhes paga, os sócios.



Baía e a auditoria



Vítor Baía, o melhor guarda-redes que vi jogar no Porto, é por estes dias uma figura a que nenhum portista fica indiferente, mas desta vez sem unanimidade na apreciação das suas actuações. Há quem o despreze por ousar questionar o presidente, há quem se reveja na sua postura por ser a única voz que se levanta contra o status quo. E há aqueles que, como eu, não se importam especialmente que diga o que bem lhe apetecer, mas também não lhe reconhecem credibilidade para o fazer. Não que precise dela para opinar, entenda-se.

Hoje sugeriu que o presidente Pinto da Costa ordenasse uma auditoria externa às contas do clube. Disse-o não por estar verdadeiramente preocupado com a situação financeira do clube, mas antes porque sabe que é um pedido que nunca verá atendido e, com isso, reforça a nebulosidade que paira sobre a gestão do clube.

Baía foi um enorme jogador e é (e será sempre) um dos grandes símbolos do Porto que conquistou a Europa e o Mundo pela segunda vez. Enquanto jogador. O resto, dependerá do que quiser e souber fazer com esse estatuto. Até agora, está a fazer tudo errado. 

Baía seria credor do meu respeito se tivesse passado das palavras ocas aos actos, apresentando uma candidatura à presidência nas eleições do próximo domingo. Mesmo imaginando uma derrota copiosa (ou não, quem sabe...), teria pelo menos obrigado os portistas a debaterem o clube entre si e a comparar propostas. Seria provavelmente derrotado nas urnas, mas os portistas como eu guardariam na memória a sua coragem. 

Como não o fez, não passa de mais um bitaiteiro, como qualquer um de nós. Com a agravante de ter um passado no clube que o deveriam levar a ser mais criterioso nas companhias. Para muitos, não passa de mais um "ressabiado" a quem não foi dado "o tacho que ambicionava". Para outros, é apenas um sonho sebastiânico nunca consumado. Se quer algum dia vir a ser levado a sério enquanto possibilidade para liderar o clube, é bom que comece já a comportar-se de acordo. Afinal, quem vai querer para presidente alguém que alimenta a manha do correio?



No Palermo é que é!



Num momento que tão consensualmente é apelidado de conturbado no nosso universo, é sempre aconselhável olhar à nossa volta para que tudo se relativize com enorme rapidez. Mauricio Zamparini, o super-presidente (e dono) do Palermo, fez a oitava mudança de treinador... da temporada! O clube corre sérios riscos de descer de divisão (I wonder why...) e o irascível italiano não se consegue conter: se não entra a bola, a cabeça rola!



Do Porto com Amor



segunda-feira, 11 de abril de 2016

Sacana do Murphy


Ora cá está uma crónica difícil de começar. Hum... pronto, ficamos assim. Até à próxima.




Esperem, tive uma ideia. Vou reler o que escrevi sobre a entrevista da semana passada, a ver se encontro o fio à meada.

Qualidade e Carácter. Tudo muito espremido e compactado, sobram estas duas palavras. Será que consigo abordar o jogo deste domingo através destas duas "lentes"?


Qualidade (qua·li·da·de) - substantivo feminino
(...)
2. Superioridade, excelência.
3. Aptidão, disposição feliz.
4. Talento, bons predicados.
5. Título, categoria.
(...)

Já estamos mais do que conversados quanto ao desequilibro que caracteriza o plantel. Posições sobre-lotadas contrastam com outras de cacifos vazios. Gente que tem atributos para jogar de Dragão ao peito e gente que nem na segunda liga calçava. 

No entanto, centrando o foco apenas sobre os 14 que jogaram hoje em Paços, não há dúvida que deveria chegar e sobrar para sair do jogo com uma boa vitória. 

Não, não foi por falta de qualidade dos jogadores que perdemos.

Carácter ( ca·rác·ter |át| ou |áct|) -  substantivo masculino
1. O que faz com que os entes ou objectos se distingam entre os outros da sua espécie.
2. Marca, cunho, impressão.
3. Propriedade.
4. Qualidade distintiva.
5. Índole, génio.
6. Firmeza.
7. Dignidade.

Não, não nos faltou carácter hoje na capital do móvel.

Uma primeira parte agradável de assistir, com Sérgio e Corona em destaque, na qual desperdiçamos duas ou três oportunidades de marcar. O adversário mal se viu. A segunda começou menos bem e rapidamente piorou, uma vez que o Paços de Ferreira também quis jogar e nós - inexplicavelmente - deixamos no balneário o que de bom fizemos na primeira metade. O jogo passou a estar mais repartido e passou a ser jogado em todo o campo. Ainda assim, fizemos o suficiente para marcar e por mais do que uma vez.

No entanto, desde o início que vagueava discreta pelo campo a alma penada de um sacanita com o único intuito de nos tramar. Na primeira parte, não fossem os golos falhados e quase não se tinha dado por ele. Na segunda foi em crescendo, primeiro colocando macaquinhos nos sótãos azuis-e-brancos,  depois em forma de cisco no olho do árbitro quando Suk foi claramente agarrado na área pacense, finalmente ao disferir o golpe fatal, aos 80 minutos, atordoando Layún e carregando o Paços ao colo até ao golo caído do céu. Mas nem por isso sossegou; até ao final, ainda soprou 2 ou 3 vezes aos ouvidos de Defendi para que o guarda-redes "adivinhasse" onde teria que estar para defender aquelas bolas. 

E a quem pertenceu em vida esta alma penada? A Edward Murphy, obviamente. Não sabem quem é? Imagino que não, mas certamente conhecem aquele adágio que ficou conhecido como sendo a sua lei:

"Qualquer coisa que possa correr mal, correrá mal, no pior momento possível" (tradução livre)

É assim mesmo que resumo este jogo. Por esta altura, nada nos sai bem. Tudo o que pode correr mal, corre. Entrevistas e frases fortes podem motivar e responsabilizar, mas não fazem uma equipa começar a funcionar num par de dias. E quando o treinador e o árbitro complicam, mais difícil se torna.


"Vá, ponham-me os pregos..."


Notas DPcA:


Dia de jogo: 10/Abr/2016, 18h15, Estádio Capital do Móvel. FC Paços Ferreira - FCPorto (1-0).


Casillas (6): Sem possibilidades de intervir no lance do golo. E de resto, tudo normal. 

Maxi (5): Teve algumas falhas no passe que poderiam ter sido complicadas (mas não foram). No essencial, procurou ajudar a assaltar a baliza adversária e quase marcava.

< 86' Layún (5): Menos activo que Maxi e marcado pela falha da qual acabou por resultar o golo. Teria sido apenas uma falha normal, não fosse o desfecho atroz. Se a substituição foi castigo, não o merecia.

Indi (6): Jogo medianíssimo, acabou por levar com (e desviar) a bola no golo.

< 76' Chidozie (6): Continua a alternar abordagens seguras com hesitações comprometedoras. Tem que ser trabalhado, antes que seja proscrito.

Danilo (6): Menos exuberante do que habitualmente, mas ainda assim bem. É este o meu capitão para 2016/17.

Sérgio (7): Sem deslumbrar, foi o melhor da equipa, o único que parece ter futebol, aquele autêntico e imprevisível, nos pés. Tem coisas por corrigir e que ainda o vão impedindo de se tornar num grande jogador. Mas pode lá chegar.

Herrera (6): Exibição positiva. Não se pode esperar que faça passes de génio ou que tenha rasgos individuais, mas dentro do que pode dar esteve bem. Muito trabalho posicional e as desmarcações que o caracterizam.

Varela (5): O joker de Peseiro para este jogo que infelizmente acabou por não resultar. Não esteve especialmente mal, mas também não acrescentou nada de muito relevante ao jogo.

< 45' Corona (6): Boa exibição, como já não lhe via há bastante tempo, precocemente terminada ao intervalo. A sua saída foi para mim o maior mistério desta partida.

Suk (5): O homem correr, luta, bate, corre, luta, bate, corre, luta e bate tanto que até cansa. Infelizmente não chega para ser jogador do Porto. Até porque de tanta bravura os árbitros abdicam de marcar faltas sobre ele...

> 45' Brahimi (5): Seria o joker do segundo tempo, que entraria para resolver. Assim terá imaginado Peseiro. Não foi. E, coincidência ou não, esteve em campo nos piores 45 minutos. Cereja no topo do bolo, ainda se conseguiu excluir do jogo com o Nacional. 

> 76' André Silva (5): Teve no pé o empate e o tão ambicionado momento de glória na equipa principal. Mas ainda não foi desta. Um dia será, não desesperes (que nós... também não! Dragon Ball, Z Z Z...).

> 86' Ángel (-): Sem tempo de jogo suficiente para ser avaliado (wtf??).


Peseiro (4): Mais uma vitória moral, daquelas que correspondem a derrotas reais. Não ponho em causa as suas opções iniciais - seria sempre importante mudar após a derrota em casa e a entrevista do presidente, mas questiono a saída de Corona ao intervalo que  - coincidência ou não - se traduziu numa quebra significativa de rendimento da equipa. E questiono também a saída de Layún. Se foi para o castigar, foi uma parvoíce. E depois, questiono quem escolheu para entrar - aos '86 e a perder: porquê (glup) Ángel e não Marega?



Outros intervenientes:


Mais uma vez Diogo Jota demonstrou estar a mais no Paços de Ferreira, tal é o potencial que exibe. Quem surpreendeu foi Defendi que, fazendo jus ao nome, defendeu tudo e um par de botas. Sobre o idiota do treinador, recuso-me a falar (sofro das costas, custa-me baixar).

Quanto a Fábio Veríssimo e sus muchachos, o erro capital foi não marcar o penálti sobre Suk. Obviamente com influência no resultado final, mais uma vez em nosso desfavor. Mas não o vou crucificar por isso, falhou gravosamente nesse lance, é verdade, mas demonstra qualidade para apitar. Desde que não se deixe atrair pelo lado negro, obviamente.


Há dias assim. Pior, há semanas, meses, épocas assim. Fazer o quê, desistir? Nope, resistir, insistir e voltar a vencer. Para o ano.



Do Porto com Amor



P.S. - A Rodolfo Reis, sugiro que guarde a sua pena para quem precisar dela (ainda que não seja fácil de imaginar quem poderia estar assim tão desesperado). Pena tenho eu de quem se vende por um prato de lentilhas.