Ora em
2015/16 esse tipo de comparação não faz qualquer sentido, tão distantes que acabámos do primeiro (e do segundo) lugar. Mas para compensar, este ano tenho as
Notas DPcA para "avalizar" o julgamento que farei de cada jogador do plantel. Assim sendo, começo agora pelas prestações individuais e no post seguinte tratarei de "comentar" os jogadores um a um, traçando-lhes um vaticínio quando ao seu futuro imediato.
Começando pela análise do grau de
utilização dos jogadores que fizeram parte do plantel, atente o estimado leitor ao quadro abaixo.
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Quadro 1 - Utilização |
Na minha perspectiva, importa salientar o seguinte:
- Ao todo, foram
32 os
jogadores que participaram em competições oficiais pela equipa principal;
- Quem participou em
mais partidas foram
Danilo (45),
Brahimi (44),
Aboubakar e
Maxi (42),
Layún (41) e
Casillas (40);
- Não obstante, o
top reorganiza-se quando se analisa quem somou
mais minutos de jogo:
Maxi (3.732),
Layún (3.610),
Casillas (3.600),
Danilo (3.558),
Brahimi (3.215) e
Aboubakar (3.086) formam o sexteto que ultrapassou os três mil minutos de jogos;
- Mais alinhado com o ponto anterior está a tabela dos
jogos completos (titular não substituído), registando-se um empate no primeiro lugar entre
Casillas e
Maxi (40 jogos completos), seguidos com alguma distância por
Danilo (35 em 45 possíveis),
Layún (34 em 41),
Indi (33 em 34), e
Marcano (31 em 33). Pela
negativa, destaque para o reduzido número de
Brahimi (apenas 12 em 44!),
Aboubakar (22 em 42),
Rúben (14 em 38) e
Corona (11 em 35) e
Varela (9 em 34).
- Outra estatística curiosa, a das maiores séries de
jogos consecutivos, surpreendentemente liderada por
Varela (16 participações consecutivas), seguindo-se a dupla
Danilo e
André André (14) e de novo outra surpresa:
Marega com 12...
Compreendida a utilização nas suas diferentes perspectivas, avancemos agora para o sal e a pimenta do futebol, os
golos e as
assistências, em absoluto e "temperados" pelo tempo de utilização de cada jogador.
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Quadro 2 - Golos e Assistências |
Notas a reter:
- Apesar de "tudo",
Aboubakar foi mesmo o nosso
goleador-mor com um reduzido pecúlio de
18 golos oficiais. Os segundos da lista registaram apenas metade do camaronês,
Herrera (!) e
Brahimi com 9 cada e em terceiro ficou
Corona com 8 golos;
- Destaque para os 6 golos de
Layún, bem ladeado por
Danilo e
André André. Abaixo destes, ninguém conseguiu fazer mais do que 3 golos. No total, foram
21 os jogadores que fizeram o gosto ao pé;
-
Aboubakar foi também quem registou a
melhor média (0,43 golos por jogo), mas que ainda assim foi manifestamente baixa para um ponta-de-lança principal. O sempre lesionado
Bueno acabou por ser o segundo da lista (0,25) e
Herrera o terceiro (0,24);
- Em termos de
minutos necessários para fazer um golo,
Aboubakar (171) e
Bueno (205) mantiveram os dois lugares cimeiros, mas o menino
André Silva conseguiu ainda chegar a tempo de fechar o pódio com 267 minutos;
- Se Abou foi o rei dos golos,
Layún foi o imperador das assistências. Para surpresa geral, o mexicano vindo do Watford somou um total de
16 assistências para golo em 2015/16 (pelas minhas contas, já que não há dados oficiais), consumando-se como o verdadeiro abono de família dos seus companheiros de equipa. Quem mais se aproximou dele foi o outro lateral da equipa,
Maxi Pereira com umas respeitáveis 10 assistências. Já muito distantes ficaram em terceiro
ex aequo Brahimi e
Corona com 4 cada.
Revistos os golos e as assistências, avancemos para o ponto alto da festa: os
Rankings DPcA! Como facilmente se poderá deduzir, esta
classificação tem por base as análises feitas no blogue às prestações individuais de cada participante em cada um dos jogos "cobertos", que na realidade (
sai de mim inginheiro!) foram todos os oficiais.
Sem mais demora, que se abram as cortinas e que subam ao palco o(s) melhor(es) e os piores desta época miserável...
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Quadro 3 - Ranking DPcA |
A partir deste
ranking e de outros factores mais emocionais e qualitativos foram então escolhidos os laureados para os
Pedrotos, que são os óscares DPcA.
Jogador do Ano DPcA: Danilo Pereira!
O jovem que mal chegou tive o prazer de baptizar de Godzuki (um pequeno monstro...) assumiu com grande qualidade e maturidade o peso de jogar de Dragão ao peito e paulatinamente foi conquistando o seu espaço, passando de incógnita a insubstituível. Venceu e convenceu duplamente, porque além de somar o
maior número de pontos, registou igualmente a
melhor média por jogo. Curiosamente, nunca acabou eleito o melhor em campo (MeC), embora me lembre de várias vezes o ter elegido como o melhor da equipa... faltou-lhe companhia adequada, portanto.
Candidato(s) vencido(s): Layún
MeC do Ano DPcA: Yacine Brahimi!
É com alguma surpresa e consternação que me resigno a entregar esta estatueta ao argelino... é factual, foi ele quem mais vezes conseguiu a distinção... mas custa-me dar-lhe um prémio positivo, uma vez que tem mau carácter. E além disso, tem muito talento mas é pouco jogador. Enfim, toma lá e desaparece.
Candidato(s) vencido(s): Layún (era só mais uma,
carajo!)
Revelação do Ano DPcA: André Silva!
Poderia ter sido outra a escolha, mas por esta altura não há portista que não suspire por ver mais do (muito) jovem avançado que a meio da época foi promovido da B para a equipa principal. Não é preciso explicar muito mais, basta ter assistido às suas exibições. Que para o ano possa ser ele o jogador do ano...
Candidato(s) vencido(s): Layún, Danilo, Sérgio Oliveira, André André
Prémio DPcA "O Azul Que Bem Que Te Fica": Maximiliano Pereira!
Os anos passam, já não vai para novo, já não é o que era... tudo certo. Mas veio. E, pese embora o desfecho do campeonato, deu-lhes um melão que se via do Marquês. E além disso, fez uma época bem positiva, tapando por completo o buraco deixado na direita pela saída de Danilo. Para mim, está justificado o prémio. Nem precisava de ter festejado daquela maneira na luz.
Candidato(s) vencido(s): Gaitán
Como a vida não é só coisas boas, temos também que distinguir aqueles que mais contribuíram para o nosso insucesso. Para tal, temos igualmente uma estatueta de chumbo, entregue em mãos aos vencedores a uma temperatura nunca inferior a 200 graus. Senhoras e senhores, eis os
Lopeteguis do ano.
"Calhau com 2 Olhos" do Ano DPcA: Maicon!
E peço muita desculpa a todos os calhaus, incluindo os ceguinhos... não sei e creio que nunca irei saber ao certo se a rábula que finalmente o levou para fora daqui
foi exactamente como que nos quiseram fazer crer. Mas, tratando-se deste paraplégico andante pouco me importa. O que releva é que foi. De vez. Obrigado, só falta mais meia-dúzia.
Candidato(s) vencido(s):
Marcano (por uma unha negra)
Prémio DPcA "O Que É Que Estou Aqui a Fazer?": José Ángel!
Permitam-me responder numa singela palavra: NADA! Ou se quisermos ser pessimistas, a ocupar a vaga de um jogador a sério. É isso.
Candidato(s) vencido(s):
Marcano (por uma unha negra),
Imbula,
Osvaldo
Prémio DPcA "Quando For Grande Quero Ser Treinador": Lopetegui e
Peseiro!
Que venham os dois ao palco... ai espera, não é um teatro, é uma feira circense... então sentem-nos na vertigem de um barril de piche, à distância de uma bola certeira num alvo de 10 metros... e estendam-lhes uma passadeira de penas (de ganso). E se sobrar material, é favor entregar na SAD, com serviço completo.
Candidato(s) vencido(s):
Rui Barros...
E pronto, assim se
avacalha um trabalho supostamente sério e moroso (muito moroso...) como é o Ranking DPcA. Mas se alguém o quiser discutir mais em detalhe, estou aqui, à disposição.
Para terminar e como consequência directa das pontuações acumuladas, seguem-se os
melhores onzes da temporada 2015/16:
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Quadro 4 - Melhores 11s |
Destaques:
- Como é que se pretende ganhar alguma coisa com aquela
dupla de centrais, assumindo já que as alternativas eram ainda piores? Nada como a justiça "divina" das médias para pôr o espanhol de lá para fora;
- Apesar da queda abrupta na segunda metade da temporada,
André André acabou por fazer o suficiente na primeira para merecer honras de onze principal. Em sentido inverso,
Herrera acabou por ganhar o lugar já na segunda parte da época (o que também pode ajudar a explicar o desfecho final...). Nota para a entrada justíssima de
Sérgio Oliveira quando se passa a considerar a pontuação média em vez da absoluta;
- O
trio da frente acabou por ser o que se antecipava à partida - falta saber se por mérito próprio ou se por falta de melhores soluções. Bem, eu sei... Ainda assim, curiosa a entrada de
Suk quando passamos a "falar" de médias (ainda que para o lugar de um defesa).
É esta
a beleza dos números. São o que são, para quem os quiser ver e sobre eles reflectir. Já as reflexões podem ser diversas, já se sabe, mesmo tratando-se apenas das sérias (porque das outras nem vale a pena falar).
Infelizmente, todo este trabalho apenas acabou por confirmar todas as ideias que tinha sobre a
fragilidade e
inconsistência deste
plantel. Traduziu-se tudo em (maus) resultados, mesmo que inacreditavelmente amplificados pelos péssimos préstimos dos "treinadores" que nos representaram.
Mais do que outra coisa qualquer, esta época de 2015/16 deverá ser lembrada como um
falhanço absoluto da SAD liderada por Pinto da Costa. Em particular,
Antero Henrique sai dela com a sua cotação muito desvalorizada, porque afinal se trata da terceira consecutiva sem ganhar o campeonato (ou outra coisa qualquer). Falharam as contratações do(s) treinador(es) e falhou a composição de um plantel equilibrado e capaz de ser campeão nacional. Entre outras coisas menos importantes. Um desastre. E por isso, aqui entrego o último "prémio" da época, infeliz e obviamente um
Lopetegui:
Lampião do Ano DPcA:
Antero Henrique (em representação de
toda a FCP SAD)
Já a seguir, a análise individual aos jogadores e o meu "veredicto" quanto à sua continuidade nesta nova época que já está em andamento.
Do Porto com Amor