Chega, Sérgio. Já são vários os avisos e as tentativas falhadas nas mesmas circunstâncias. Campos pequenos, equipas medíocres mas hiper-motivadas e cheias de "saúdinha", árbitros sempre "atentos" a tudo o que podem fazer para impedir as nossas vitórias e, por fim, incapacidade para impor de forma inequívoca a nossa indiscutível superioridade.
"Quem garantir que está offiside, é mentiroso ou mentecapto (ou ambos)" |
Apostámos na entrada directa de Paulinho para o onze, perante a ausência de Danilo, com Herrera e Óliver a assumirem o duplo pivô defensivo - ou melhor, alternando nesse papel. E aí começaram os nossos problemas. Se ao recém-chegado brasileiro nada se pode apontar (estreia razoável, com bons pormenores e natural falta de entrosamento), aos outros dois tudo se pode: ambos foram demasiado maus para ser verdade, e sobretudo, para que a equipa conseguisse ser perigosa e acutilante.
O Moreirense foi uma nulidade em termos ofensivos. O único lance de quase-perigo nasceu de um ressalto, ainda na primeira parte, e foi devidamente "limpo" por Felipe. De resto, um deserto. Remeteu-se a tarefas defensivas, com marcações muito cerradas aos quatro avançados e aos dois extremos, assim que passavam a linha de meio-campo. No meio, dois jogadores fisicamente poderosos e com "liberdade" para abusar dessa sua mais-valia.
Perante este cenário e após uma primeira parte confrangedora, não entendo a demora de Sérgio Conceição em mexer no que claramente não estava nem ia funcionar.
Porquê desperdiçar mais vinte e dois minutos até finalmente meter outro avançado (Tiquinho)?
Porque não tirar do jogo um ou ambos os médio(cre)s perante tão más exibições, dando uma oportunidade decente a Sérgio Oliveira?
E Abou, fez sentido abdicar dele com o resultado a zero, metendo um jogador com mais velocidade mas sem capacidade física para disputar bolas aéreas na área? Não seria de esperar pela última substituição e então arriscar tudo, tirando um médio ou até um central?
E já agora, também me pareceu haver excesso de desinspiração a mais, de forma quase transversal a toda a equipa. O que se passa, realmente? Se fosse um ou dois, era normal; quase todos...
Soube realmente a pouco, coach. Outra vez.
Não faltaram os habituais lances de perigo, as ocasiões de golo, mas em dias em que não há eficácia, são precisas mais para garantir pelo menos um golo. Ou então uma arbitragem competente, mas com isso já sabemos que não podemos contar.
E agora, o mantra do costume: mesmo a jogar assim, mal, teríamos ganho o jogo se a arbitragem fosse correcta e/ou isenta. Onde lagartos e vigaristas ganham pontos à custa de erros e/ou paixões do apito, nós perdemo-los. E assim fica a dúvida se vale a pena participar nesta farsa.
Notas DPcA
Dia de jogo: 30/01/2018, 21h00, Estádio Comendador J. A. Freitas, Moreirense FC - FC Porto (0-0)
José Sá (6): Nada a declarar.
Ricardo (5): Não gostei. Muita parra e pouquíssima uva. E no futebol pretende-se qualidade, não somente quantidade. Vi-o pensativo no final e percebo bem porquê: sabia que não conseguiu estar ao seu nível.
Alex Telles (7): Deu de bandeja o golo a Brahimi e ainda tentou (bem) fazer o seu, ambos os lances a partir de livres directos. Qualquer um destes bastaria para resolver o jogo, mas ainda acrescentou outros, que ninguém quis/soube aproveitar. Isto num jogo onde até não esteve particularmente inspirado.
Reyes (6): Ele esforça-se, mas aquela lentidão natural parece impedi-lo de chegar a outro patamar, aquele onde "moram" os bons centrais do Porto. Disto isto, lá foi cumprindo à sua maneira.
Felipe (7): O melhor da equipa, o que é uma dupla surpresa. Primeiro, pelo pouco que tem jogado; segundo e mais grave, porque significa que os demais estiveram abaixo do exigível. Quanto ao brasileiro, só faltou mesmo ser mais expedito na altura de empurrar de cabeça para o fundo da baliza, porque de resto esteve quase impecável, com destaque para o providencial desarme no único lance de perigo do adversário.
Herrera (5): O Errera voltou na pior altura, é tudo o que se me oferece dizer. Cada lance é um suplício, um sufoco, pela imprevisibilidade do desfecho. Até que começa a ser previsível, no mau sentido.
< 89' Óliver (4): Estou baralhado. Andei tanto tempo a defender a sua utilização para isto? Passes sem nexo, ou atrasados, ou adiantados, ou com força a menos, ou a mais, ou, ou, ou!! Irra, pá. Nem uma para a caixa? Que 89 minutos de nulidade.
< 89' Óliver (4): Estou baralhado. Andei tanto tempo a defender a sua utilização para isto? Passes sem nexo, ou atrasados, ou adiantados, ou com força a menos, ou a mais, ou, ou, ou!! Irra, pá. Nem uma para a caixa? Que 89 minutos de nulidade.
< 67' Paulinho (6): Estreia talvez demasiado precoce, para uma posição onde é fundamental conhecer as rotinas para que o jogo flua e as coisas saiam com naturalidade. Sentiu essas dificuldades, pois claro, mas não se rendeu e do seu talento saíram dois ou três bons passes de ruptura que poderiam e deveriam ter tido outro desfecho.
Brahimi (4): Noite para esquecer. Creio que nada lhe saiu bem, nadinha. Zero. Nem o golo cantado conseguiu aproveitar. Que má altura para um enguiço deste calibre.
Marega (5): Quase nunca teve o espaço de que necessita para explanar os seus pontos mais fortes e quando o teve, não conseguiu grandes resultados. Creio que o posicionamento também o condicionou, algo que não será da sua (maior) responsabilidade.
< 74' Aboubakar (5):
Pouco em jogo, quase sempre sufocado por uma muralha de adversários, teve um par de lances onde poderia ter conseguido melhor desfecho. Saiu, não por estar a ser pior do que os outros, mas por opção técnica no mínimo duvidosa.
> 67' Soares (5): Causou impacto imediato, infelizmente não soube dar sequência e mostrou-se absolutamente incapaz de atirar com precisão à baliza, para lá de algumas faltas escusadas. Acrescentou enquanto novo elemento no jogo, mas individualmente nada trouxe
> 74' Waris (6): E pronto, ao segundo jogo já sabe o que significa vestir esta camisola. Aqui nunca se pode festejar um golo até que o diabo acabe de esfregar os seus mil olhos. Vestidos a rigor, os encarnados do apito não validaram. Para lá desse lance decisivo, nada. Mas chegava, não chegava?
> 89' Sérgio Oliveira (6): Foi rápido a demonstrar que já há muito deveria estar em campo. Três ou quatro colocações a preceito na área e os lances perigosos a reaparecerem, com destaque para o último, o do golo anulado. Em seis minutos, conseguiu fazer mais em termos ofensivos do que Óliver e Herrera juntos.
> 89' Sérgio Oliveira (6): Foi rápido a demonstrar que já há muito deveria estar em campo. Três ou quatro colocações a preceito na área e os lances perigosos a reaparecerem, com destaque para o último, o do golo anulado. Em seis minutos, conseguiu fazer mais em termos ofensivos do que Óliver e Herrera juntos.
Sérgio Conceição (4): Não, mister, assim não. Atirem-se à cara dos outros as suas culpas - que existiram, como tem existido em quase todos os jogos, mesmo nos que ganhámos - mas tratemos de ser mais competentes no que nos toca, até para prevenir essas "golpadas" do costume. Onze mal organizado, disfuncional, a desperdiçar outra parte. E ainda mais vinte minutos, sem melhorias evidentes. Não dá para esperar tanto tempo, Sérgio! Há que dar aos jogadores o sinal de que têm de resolver o jogo logo no início, porque de outra forma podem nunca o chegar a fazer. Erros vários e a vários níveis, num dos piores jogos do seu consulado no Dragão. A rever, com muita urgência.
Outros Intervenientes:
Nesta equipa do Moreirense que nunca quis jogar futebol a valer, destaco o único que merece, por ter tentado fazê-lo e pelo muito (bem) que defendeu: Rúben Lima.
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Infelizmente, aconteceu o que eu temia. Fraquejámos neste jogo, abrindo o flanco para artistas como Luís Ferreira. Mais dois pontos desperdiçados, que em si podem não representar muito, mas que teriam sido um golpe rude nas aspirações dos sem-vergonha. Com mais penálti, menos fora-de-jogo, amanhã a lagartada vai ganhar e anular a vantagem que era nossa, aumentando a pressão para a segunda parte do jogo do Estoril. Não havia necessidade, mesmo. Mas o destino continua nas nossas mãos, nada de desesperos: apenas mais rigor e competência.
Do Porto com Amor,