O início de noite em Belém prometia ser calmo e aprazível. Um golo madrugador, outro oferecido pelo sportinguista Tonel e aparentemente estavam reunidas todas as condições para uma vitória tranquila. Aparentemente...
Acabei o jogo aos gritos com as paredes, a morder os lábios e com vontade de insultar todos os que naquela altura vestiam de branco sobre o relvado do Restelo. Não, não foi nada tranquilo.
Ainda antes do final da primeira parte, o arruaceiro Martins deixou um aviso com um grande livre que explodiu no poste e depois foi Juanto, em boa posição, a atirar ligeiramente ao lado. Entre os dois, Brahimi viu o seu segundo da noite desviado por um defesa azul.
Mas até aqui tudo bem, reação natural da equipa que se encontrava nessa altura fora do jogo e nós a procurarmos o golpe final em saídas rápidas. O problema é que a segunda parte foi uma coisa completamente diferente, ao ponto de chegar a ser desesperante de assistir, impotente, ao regresso de um Caeiro qualquer para nos tramar de vez.
Voltamos a ter mais oportunidades para chegar ao terceiro (duas flagrantes e outras mais que não chegaram a sê-lo porque a assistência não saiu ou porque o pé errado no sítio errado se transformou em trambolhão). E se tivesse entrado uma delas, certamente até a reação do Belenenses perderia fulgor. Mas nada disto explica a hecatombe que equipa sofreu após o intervalo.
Parte do problema esteve, claramente, na falta de pernas. E mesmo descontando André - que parecia já estar cansado mesmo antes de o jogo começar - a grande maioria caiu a pique na segunda parte. Poupanças com o Dortmund? Certo...
Mas e como explicar "o resto"? Meio campo simplesmente desintegrou-se enquanto tal. Funcionava cada um por si e quase sempre mal. A sair para o ataque menos mal, mas em termos de organização defensiva, marcações e ocupação dos espaços... minha Nossa Senhora! Não quero nem vou ignorar a importância que o mérito adversário teve neste volte-face, mas caramba, é o Clube de Futebol Os Zero-Onze! Mexeu bem sim senhor o treinador deles, mas então e nós? Deixamos de jogar? Incapazes de nos reorganizarmos a partir do banco?
Chegou a ser um sufoco. Aqueles últimos 10 minutos (descontos incluídos) passei-os com o credo na boca. Sem necessidade nenhuma, digo eu. No final, o essencial foi conseguido. Ganhámos. Mas suspeito que se continuarmos a brincar com o fogo, um destes dias acabaremos por nos queimar. Haja coração por estes dias.
Notas DPcA:
Dia de jogo: 28/Fev/2016, 18h15, Estádio do Restelo. CF Os Belenenses - FC Porto (1-2).
Melhor em Campo Casillas (7): Foi uma daquelas noites em que justificou o que ganha. Foi o verdadeiro guardião dos três pontos.
Maxi (6): Mais um que denotou falta de ar para aguentar noventa minutos sempre a pedalar. E desta vez até deu abébias defensivas que não lhe são normais.
Ángel (5): Já desisti de magoar os nós dos meus dedos a esmurrá-lo. Além de doer, cansa. É de outra galáxia e para lá há-de voltar.
Marcano (6): Parecia Ramsés II (com cerca de 2 mil anos e devidamente ligado) no golo sofrido e noutros lances, mas acabou por chegar a positivos graças a tudo o resto que fez e que contribuiu para não sofrermos o segundo.
Chidozie (6): Outro jogo, outras falhas complicadas. No golo e numa outra jogada pela direita belenese em que foi ultrapassado como se se tivesse desmaterializado de repente. Mas a verdade é que depois se recompôs e acabou por ser importante em vários momentos com cortes decididos e provavelmente decisivos.
Danilo (6): Não sobressaiu como nos jogos mais recentes, mas também não esteve nada mal. Ou então sou eu que já me habituei ao muito que faz de bom e subi (injustamente) a fasquia da exigência.
<-74' André (5): Não está em condições de jogar. Não sei por que motivo(s), mas não está. E portanto convinha que não jogasse até que volte a estar.
Herrera (6): Chega a cansar vê-lo desgastar-se como um iniciado na sua primeira oportunidade, que quer ir a todas e raramente vai a propósito. Agora deu-lhe para isto. Enfim, também jogou e tal, só dois passes à Errera... ok, mínimos conseguidos.
Notas DPcA:
Dia de jogo: 28/Fev/2016, 18h15, Estádio do Restelo. CF Os Belenenses - FC Porto (1-2).
Melhor em Campo Casillas (7): Foi uma daquelas noites em que justificou o que ganha. Foi o verdadeiro guardião dos três pontos.
Maxi (6): Mais um que denotou falta de ar para aguentar noventa minutos sempre a pedalar. E desta vez até deu abébias defensivas que não lhe são normais.
Ángel (5): Já desisti de magoar os nós dos meus dedos a esmurrá-lo. Além de doer, cansa. É de outra galáxia e para lá há-de voltar.
Marcano (6): Parecia Ramsés II (com cerca de 2 mil anos e devidamente ligado) no golo sofrido e noutros lances, mas acabou por chegar a positivos graças a tudo o resto que fez e que contribuiu para não sofrermos o segundo.
Chidozie (6): Outro jogo, outras falhas complicadas. No golo e numa outra jogada pela direita belenese em que foi ultrapassado como se se tivesse desmaterializado de repente. Mas a verdade é que depois se recompôs e acabou por ser importante em vários momentos com cortes decididos e provavelmente decisivos.
Danilo (6): Não sobressaiu como nos jogos mais recentes, mas também não esteve nada mal. Ou então sou eu que já me habituei ao muito que faz de bom e subi (injustamente) a fasquia da exigência.
<-74' André (5): Não está em condições de jogar. Não sei por que motivo(s), mas não está. E portanto convinha que não jogasse até que volte a estar.
Herrera (6): Chega a cansar vê-lo desgastar-se como um iniciado na sua primeira oportunidade, que quer ir a todas e raramente vai a propósito. Agora deu-lhe para isto. Enfim, também jogou e tal, só dois passes à Errera... ok, mínimos conseguidos.
<-62' Corona (6): Hoje não achei que estivesse mal, pese ainda não ter recuperado por inteiro a necessária objectividade que o seu jogo terá de ter. Correu, combinou e foi ajudando a defender. Apenas q.b. Mas vendo à posteriori o que jogou quem o substitui, fico a pensar que nunca deveria ter saído...
<-88' Brahimi (7): Boa primeira parte, onde conseguiu um golo e inventou mais um, além de desgastar a paciência aos contrários. Na segunda afundou-se com a equipa até ser substituído, perto do fim, por lesão.
<-88' Brahimi (7): Boa primeira parte, onde conseguiu um golo e inventou mais um, além de desgastar a paciência aos contrários. Na segunda afundou-se com a equipa até ser substituído, perto do fim, por lesão.
Suk (7): Se Herrera cansa, este extenua. O homem corre, corre, corre, salta, bate, luta e depois volta a correr. Ficou perto do golo, que diga-se teria sido justo prémio (para ele e para nós). Não exultei com a notícia de que Abou tinha sido relegado para o banco, mas verdade seja dita que provavelmente teria feito bem menos que o coreano.
->62' Marega (4): Não defendeu o lateral, aquele corredor parecia um passador a partir da sua entrada. A atacar foi uma autêntica nódoa, variando entre falhar por completo a abordagem e escorregar na hora h. E quase a acabar ainda perdeu um despique de cabeça que poderia ter sido fatal. Tudo mal feito, tudo ao contrário. Há dias assim, mas que só se aceitam pela sua raridade. Capisce?
->74' Evandro (6): Voltei a achar que acrescenta pouco à equipa. Não esteve propriamente mal, mas é tudo tão medianozinho... Quo vadis Sérgio Oliveira?
Peseiro (6): Tenho que considerar positivo pelo resultado. Ganhámos e nada mais importava. Ou melhor, nada mais tinha a mesma importância. O problema é que quase não ganhávamos e isso depois de termos chegado a uma confortável vantagem de dois golos aos 18 minutos. Não sei o que foi dito ao intervalo mas o facto é que a equipa de desconjuntou e passou a caminhar sobre o relvado de modo errante e (de novo) temerosa que o céu lhe caísse em cima. As substituições também não ajudaram. Marega entrou horrivelmente e parece-me que demasiado cedo. Já André saiu demasiado tarde (houve até quem jurasse não o ter chegado a ver...) e Evandro foi incapaz de religar a equipa e serená-la no processo. Enfim, ganhámos. E os outros ainda não. Aguardemos com este conforto de missão cumprida.
->62' Marega (4): Não defendeu o lateral, aquele corredor parecia um passador a partir da sua entrada. A atacar foi uma autêntica nódoa, variando entre falhar por completo a abordagem e escorregar na hora h. E quase a acabar ainda perdeu um despique de cabeça que poderia ter sido fatal. Tudo mal feito, tudo ao contrário. Há dias assim, mas que só se aceitam pela sua raridade. Capisce?
->74' Evandro (6): Voltei a achar que acrescenta pouco à equipa. Não esteve propriamente mal, mas é tudo tão medianozinho... Quo vadis Sérgio Oliveira?
->88' Varela (-): Entrou para o lugar do lesionado Brahimi. Sem tempo suficiente para justificar nota.
Outros intervenientes:
Estava eu a pensar "mas que raio de cromos são estes os de Belém" após o autogolo do Stromp Tonel para meia hora depois ter que engolir tudo. Tenho dificuldade em perceber onde acaba o mérito de Julio Velásquez e começa o nosso demérito, mas seja onde for certamente que ele existe (o mérito do espanhol). Ao trocar o goleador Tonel por Miguel Rosa e reorganizar a equipa (confesso que não prestei atenção a como o fez), conseguiu fazer sobressair a qualidade de passe e de construção ofensiva de Carlos Martins e Bakic (interessante), a propensão ofensiva dos seus laterais e as boas características dos avançados Juanto e Sturgeon. Eu sei que são muitos destaques, mas caramba, a certa altura pareceu-me que o Belenenses estava a jogar com uns vinte ao mesmo tempo! Não estava?...
Sobre o árbitro capelão, confirmou-se o que tinha previsto. Está demasiado escaldado pelos favores ao Benfica para ter margem para continuar a fazê-lo à descarada. Houve alguns erros de análise, sobretudo por parte de um dos bandeirinhas, e a habitual e contrastante mão pesada para com os nossos jogadores. Mas nada que marcasse o jogo.
Segue-se o Gil e a confirmação do Jamor. Obviamente, nem me passa pela cabeça outra coisa. Que joguem os menos cansados. É que no próximo domingo vamos a Braga.
Do Porto com Amor