Provavelmente... O Pior Treinador do Mundo

domingo, 29 de janeiro de 2017

Provavelmente... O Pior Treinador do Mundo


Assim que recebi informação da equipa inicial pela App FC Porto, comecei a repetir frenética e catatonicamente uma espécie de mantra mental:

Eu sou um simples adepto, pouco percebo de futebol
Eu sou um simples adepto, pouco percebo de futebol
Eu sou um simples adepto, pouco percebo de futebol

Quer dizer, de que outra forma se consegue manter a sanidade e calma necessárias para assistir a um jogo que - na opinião de um simples adepto, que pouco percebe de futebol - logo à partida está condenado a ser muito mais complicado do que seria necessário, a expensas únicas da falta de categoria do treinador?



Como se justifica alinhar de início sem nenhum jogador que, por vocação, dê profundidade ao jogo pelas alas, preferindo encher o campo de médios com pouca (ou nenhuma) capacidade para, através do passe, criar espaços e desequilibrar a defesa adversária?

Não há como fugir a isto. Felizmente ganhámos. Felizmente e apesar de Nuno Espírito Santo

Quase aposto que saiu da Amoreira orgulhoso dos três pontos, mas também da sua genialidade, que se concretizou no deitar ao lixo toda a primeira parte, quem sabe se para desgastar o adversário ou, conforme disse no final, para não lhe permitir oportunidades. Mas o que é isto? Se fosse o Estoril a adoptar essa estratégia, compreendia-se: equipa claramente inferior, à procura de sobreviver na primeira hora, com a esperança de ser feliz perto do final. Agora, o Porto?

Para piorar, aquela ridícula substituição ainda antes do intervalo. Tirar Jota por que motivo? Estava a ser pior do que alguém? Brahimi (e/ou Corona) devia estar em campo desde o início, mas por troca com um dos médios! Haverá quem diga que NES continuou coerente com a sua estratégia, eu prefiro chamar-lhe cegueira voluntária.

Felizmente a sua genial estratégia contemplava lançar o único extremo "verdadeiro" para os 25 minutos finais, bem como um segundo avançado (que ele havia subtraído, ao retirar Jota). Logicamente, passamos a ser mais perigosos, a chegar à baliza de Moreira com grande assiduidade, no fundo, a fazer o que um candidato ao título tem que fazer desde o primeiro minuto de jogo.

Ainda assim, Setúbal voltou a pairar sobre o nosso destino, outra vez à porta de um clássico no Dragão. Ironicamente, desta vez o penalti foi mesmo assinalado, concretizado e ficámos com os três pontos. Imaginam a diferença que faria termos ganho esse jogo, apesar de Nuno? Pois. Não menos ironicamente, é o líder que lá vai nesta jornada. Que tenha a mesma sorte que nós tivemos, é o que desejo.


Ó p'ra mim a decidir o jogo...



Notas DPcA 

Dia de jogo: 28/01/2017, 18h15, Estádio António Coimbra da Mota, GD Estoril Praia - FC Porto (1-2)


Casillas (6): Jogo tranquilo, sem nenhuma intervenção de relevo. Sem a mínima hipótese no golo sofrido.

Maxi (6): Foi eminentemente defensivo, poucas vezes se atrevendo pelo seu corredor. Não duvido que por instruções recebidas, mas na prática a sua acção pareceu curta para o que pode e sabe.

Telles (7): Por oposição a Maxi, tinha carta branca para invadir constantemente o flanco ofensivo, e fê-lo melhor quando o jogo "alargou", porque se abriram mais espaços e havia mais gente com quem combinar. Globalmente, mais um jogo de bom nível.

Marcano (7): Muito bem na sua zona de actuação, com destaque para um corte providencial e algumas antecipações. Muito bem...

Felipe (6): Também bem, sem falhas de relevo, foi o parceiro "merecido" para o Iván. E quase marcava, outra vez.

Danilo (7): O melhor na idade das trevas e muito bem no renascimento. Hoje saiu ainda mais vezes com a bola, transportando-a muitos metros antes de a entregar a preceito. Supostamente, aquilo em que o Héctor seria melhor. Supostamente.

< 66' Herrera (5): A mesma entrega, a mesma incapacidade, a mesma ineficácia, o mesmo desespero. Já não sei o que mais dizer, excepto que hoje houve quem estivesse pior do que ele... como se isso servisse de algum consolo.

< 66' Óliver (4): Garantidamente, o seu pior jogo pelo Porto. As "ideias" de Nuno e provavelmente o contágio de Herrera transformaram-no num jogador banalíssimo, que não parece capaz de fazer um passe de relevo e nem de ter uma ideia para o fazer. Felizmente, sabemos que ele não é isto. Tem é que reaprender a jogar apesar daqueles dois...

André André (5): Deveria ter sido um dos sacrificados aquando da dupla substituição, tal a fraqueza da sua exibição naquela hora de jogo. Caprichosamente, melhorou bastante a partir daí, tendo sido importante na recuperação de bolas e a matar na origem potenciais contra-ataques estorilistas. Mas a jogar como na primeira parte, suspeito que nem no Vitória calçaria...

< 36' Diogo Jota (5): Estatisticamente falando, estava a ser muito displicente, tal a quantidade de bolas perdidas. Mas olhando à volta e para tudo o que não se estava a fazer, fica difícil entender a lógica por detrás da sua substituição. A entrada de Brahimi fazia todo o sentido, mas por troca com um dos médios. Não merecia ser isolado como culpado, quando o culpado estava no banco.



Melhor em Campo André Silva (8): A primeira parte foi fraquinha, com quase nada de positivo a destacar que não fosse a sua entrega ao jogo. Com as entradas de Corona e Rui Pedro, ficou mais liberto, com mais bola para se destacar e acabou a ser o mais decisivo para o desfecho final. (mas o penalti foi outra vez mal batido...)

> 36' Brahimi (7): Fundamental a sua entrada, ainda que os frutos mais sumarentos só se tenham colhido já perto do final. Mas ele lançou as sementes e cuidou de fazer crescer a árvore, quando antes só havia um deserto de ideias. Precisamos muito deste Yacine, de preferência a marcar também, para enfrentar com mais confiança tudo o que aí vem.

> 66' Corona (8): Reconheço que, cada vez mais, sou um fã deste Jesus. Tem uma capacidade inata para ir para cima do adversário e sair por cima, quase sempre em situação de assistir ou finalizar. Foi assim que hoje marcou um grande golo, aquele que acabaria por se revelar fundamental para a retenção dos três pontinhos. É um crime lesa-clube não alinhar de início quando está bem (dou o benefício de não estar a 100%, dada a lesão com que se debateu durante a semana).

> 66' Rui Pedro (7): Entrou bem, ajudou a construir a vitória e a sua juventude só se fez sentir quando nem levantou os olhos da bola para reparar que Corona estava isolado à sua direita, optando por um remate que saiu ligeiramente por cima e - a frio - difícil de censurar. E marcou quando teve oportunidade, mesmo tendo sido invalidado.

NES (5): Coerência é conseguir fazer a mesma análise, entre ou não a bola na baliza num momento de decisão. Eu tento ser coerente comigo mesmo. E com o Nuno também. Péssima ideia de jogo, péssima estratégia, consubstanciada no onze inicial. Não lembraria ao diabo fazer alinhar André André, Herrera, (este) Óliver e Danilo num jogo onde só se admitia vencer. Ao fazê-lo, aumentou consideravelmente as possibilidades de não o conseguirmos. A saída de Jota ainda piorou mais o "soneto" e só a dupla entrada que se seguiu (bem mais adiante) ajudou a compor uma melodia audível. Eu - um simples adepto, que pouco percebe de futebol - teria retirado Óliver e André André, claramente os dois piores em campo até esse momento, mas enfim, resultou à maneira de NES e isso vale mais do que qualquer "e se". Por isso, e só por isso, fica com a nota negativa mais elevada.

Olha ali um unicórnio alado!


Outros Intervenientes:


Filho de Bebeto sabe jogar. Pode estar longe do nível que o pai atingiu, mas Matheus tem suficiente futebol, nos pés e na cabeça, para sobressair neste fraco Estoril. E o golo de honra resultou de um grande gesto técnico do neandertal que dá pelo nome de Dankler.

Quanto à equipa de arbitragem liderada por Manuel Oliveira, começou por deixar jogar até ao limite da falta, até que começou a distribuir cartões aos molhos. Várias faltas por sancionar para ambos os lados (com maior prejuízo para os visitados) e cartões para a comunidade.  

Lances capitais também houve: aos 55' erro duplo, primeiro a não invalidar o lance por offside, segundo por não marcar grande penalidade por agarrão a André Silva - entenda-se que o lance deveria ser anulado logo à partida, mas, não tendo sido, ocorre o segundo erro; o golo anulado a Rui Pedro parece ser boa decisão por ligeiro adiantamento; o penalti de que resulta o primeiro golo é claramente forçado, um típico penalti à Jonas, onde o avançado desvia a bola do redes e depois aguarda ligeiro e angélico pelo inevitável toque (preferia que nunca se assinalasse estes lances, mas prefiro ainda mais que seja igual para todos); logo de seguida, pode ter ficado um penalti por marcar sobre Rui Pedro, que se deixou cair mas antes foi tocado - mas aceito a decisão, até porque o jogador também a aceitou. Em resumo, alguns erros, mas sem influência na distribuição dos pontos.


Foi muito bom - e um enorme alívio - ter ganho. Por cada passo que dá em frente, Nuno parece dar sempre dois atrás. Assim, vai ser muito difícil a equipa aguentar-se. Como se já não bastasse ter de enfrentar adversários e árbitros, agora tem também que vencer apesar do seu treinador? Já veremos o que nos "oferece" contra o Sporting, mas também Nuno tem que evoluir - aliás, "revolucionar-se", para ainda ser em tempo útil.


Lápis Azul e Branco,

Do Porto com Amor


P.S. - começa mal o clássico, com a impossibilidade da lesma Carvalho ser opção...



10 comentários:

  1. Caro Lápis,
    Confesso que tive uma apoplexia quando vi aquele onze inicial, e que imediatamente pensei que o "treinador" se estava a borrar de medo por ir jogar no campo de uma equipa que perdia há 6 jogos seguidos, e confirmaram-se os meus piores receios, aquela primeira parte não lembra ao diabo, e depois vejo o homem a meter o brahimi, para tirar o jota? What? E pior ainda, o jogo já estava afunilado no meio, o brahimi quando entra ainda começa a jogar no meio. Valeram definitivamente os três pontos, apesar do treinador...
    PS: não estou 100% certo, mas no lance do penalty sobre o AS não assinalado, o erro de não assinalar a falta vem antes do do fora de jogo, porque o fora de jogo de posição acabou, ou seja, o fora de jogo só é considerado quando a bola chega ao destinatário que parte de posição irregular, o árbitro tem de esperar que o jogador prossiga a jogada, logo o penalty acontece antes disso.
    Abraço azul e branco, e continuemos a luta, esperemos agora por boas notícias do Sado.

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    1. Pois, imagine-se que equipa fará alinhar em Turim, se lá formos com boas hipóteses de passar...

      Quanto ao lance que refere, também não tenho a certeza, mas parece-me que o offside começa mal o livre é batido porque Felipe e AS estão muito perto um do outro e ambos na zona para onde vai a bola. Mas será sempre discutível, claro.

      Ganhámos, agora é saber aproveitar e limpar o clássico.

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  2. pois mais uma vez jogamos pouco. Nao temos laterais para projetar o jogo maxi esta finito e telles nao tem essa capacidade embora faça muito. Falta nos um medio forte, agressivo, rapido e nao sei se esse medio nao poderia ter sido assis que mais uma vez por capricho de alguem da sad nao veio como nao vieram lima e outros pelos mesmos motivos, custava 2M e o medio que precisamos custara 15M. Oliver esta a jogar pouco, nao evoluiui e as voltinhas para o lado e para tras, a falta de velocidade e agressividade esta a torna lo nun jogador vulgar. Jota luta e util mas ja deveria estar mais esclarecido e decisivo. A silva desgasta se, desgasta se e depois nao esta na area no sitio certo, talvez com um ponta de lança a serio ao lado renda mais, lutar, esforçar se mas nao marcar num plança serve de pouco aquele falhanço com a baliza escancarada e de bradar aos ceus. Verdade que desgastamos a outra equipa e as falhas de posicionamento começam a aparecer nos ultimos 20 minutos mas temos de ser muito mais rapidos e eficientes no passe.

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    1. Não sei com certeza absoluto, mas creio que o tal Assis teve mais olhos que barriga e desses já estamos fartos, não?

      E o "falhanço" do AS, se está a falar daquela bola com o Moreira fora da baliza, digamos que era tudo menos fácil. Também o "insultei" ao vivo, mas a frio compreendo que fez o que devia, simplesmente pegou mal na bola.

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  3. ah e foram dois penaltis por marcar clarinhos, um todos vimos e foi antes do fora de jogo que foi marcado e o outro foi uma inadvertencia do jogador adversario mas FOI. Ah e gostei do rui pedro. NES tirando o espirito de grupo que conseguiu nao e bom treinador em termos de organizaçao de jogo e o adjunto oparece me ainda pior. Uma coisa era ter vilas boas e vitor pereira, vilas boas como treinador era assim assim mas o adjunto era taticamente do melhor, logo completavam se.

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    1. Concordo com o espírito do grupo, parece ser de facto o nosso maior activo de momento. Sobre o adjunto de NES nada sei... E quanto aos penaltis, são opiniões, cada um com a sua.

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  4. Caro Lápis,

    Há tempo que este FC Porto me levou a resguardar a minha sanidade mental e socorrer-me do pragmatismo que me "obriga" a ficar satisfeito com a simples vitória do meu/nosso Clube como foi o caso de ontem, e que para já, nos mantém na luta pelo Título o que já não é pouco, por isso, abstenho-me de tecer qualquer consideração sobre o jogo. O mais importante-os três pontos- foi alcançado ao contrário da confiança, que as prestações da Equipa, como a de ontem, teimam em manter arredia. Apesar de tudo, a crença mantém-se, que um Dragão nunca desiste.

    Um abraço e...

    FC PORTO SEMPRE

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    1. Claro que o mais importante são os três pontos, mas a questão é que a "jogar" assim a probabilidade de os ir conquistando, jornada após jornada, é menor.

      Vamos a eles!

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  5. Nuno é treinador de equipa pequena, não tem nem nunca terá categoria para treinar um clube da grandeza do nosso Porto. Infelizmente Pinto da Costa no seu caminhar para a senilidade pensa exactamente o oposto e o resultado está a vista. Todos o nossos jogos são para sofrer até ao fim. Só um milagre nos dará o título e como não acredito em milagres.......

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    1. Para já, não está mal... Mas a nossa segunda volta tem saídas complicadas, alem do próximo jogo.

      Peço-lhe no entanto que não use palavras como senilidade, pelo menos aqui. Uma coisa é discordar da política seguida, outra - desnecessária - é adjectivar pejorativamente as pessoas.

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