Por favor não confundir a fonética do título com "puberdade", uma fase da vida caracterizada pelo descontrolo hormonal, mudanças súbitas de humor e exacerbação de eventos corriqueiros até ao extremo, e que serve igualmente bem para descrever a fase por que passa a maioria dos lagartos.
Já tive a oportunidade de explicar que distingo ferozmente o benfiquista do lampião, e da mesma forma o faço em relação ao sportinguista e ao lagarto: os primeiros (benfiquista e sportinguista) são adeptos normais, tão apaixonados pelo seu clube quanto eu pelo meu, passíveis de perder o controlo e a razão durante os jogos e disputas mais acesas, mas capazes de recuperar a sanidade e o bom senso volvido algum tempo - tal como eu (espero); enquanto os segundos (lampião e lagarto) são por definição intelectualmente diminuídos ou - mais frequente e gravoso - auto-diminuídos: pese a capacidade (ainda que ténue) de raciocinar, optam deliberadamente pelo boçalidade e pelo ódio cego, que os define mais do que tudo o resto. E sim, também existem no meu Clube, mas não sou eu quem os vai apelidar.
Imagine-se um clube de futebol centenário, com uma base de adeptos suficientemente grande para que o seu objectivo primordial tenha de ser vencer competições de futebol sénior, mas que, por força das guerras fratricidas e de gritante incompetência, são expostos a várias décadas de seca extrema, ao ponto se auto-convencerem que afinal são é "eclécticos" e as modalidades amadoras é que sim senhor (mesmo esbarrando de frente com a evidência de nem aí conseguirem vencer, em boa parte do tempo), a prova provada de que, não fosse o futebol uma competição viciada de cafés com fruta e leite dos seus antepassados, seriam igualmente vitoriosos e imparáveis.
Imaginem, se conseguirem, o que é nascer, crescer, amadurecer e apodrecer assim, matracados pelos mais velhos e a matracar os mais novos com a mesma lengalenga, tórpidos, alheados da realidade e presos na sua efabulação de auto-preservação. Dá pena, mesmo, sem sarcasmo. Mas é assim o desporto, só pode ganhar um de cada vez e nada garante que algum dia chegue essa a vez - nada, que não seja maior competência do que os demais, algo que o Sporting raramente conseguiu desde que a democracia se instalou em Portugal.
Na sequência do episódio mais rocambolesco e violento de que há memória no desporto português - o ataque "terrorista" de lagartos ao seu próprio centro de treinos - eis que se dá o enésimo golpe palaciano na instituição e que leva ao poder um tal de Frederico Varandas, indivíduo de fraca figura e pior oratória, contestado pelos seus desde o primeiro minuto (e ainda hoje, apesar de ter sido sob a sua presidência que finalmente mataram o borrego vintão do campeonato), mas que também desde a primeira hora seguiu sempre uma estratégia, tão clara como imbecil, de hostilizar sempre e em qualquer momento o Porto e em particular o presidente Pinto da Costa. Até chegar a Rúben Amorim, todos os muitos erros de casting cometidos foram sendo sempre justificados desta forma. Perdedores como sempre, imbecis como poucas vezes.
Com o assalto ao título na época passada, os lagartos de Varandas passaram da mais decadente depressão à mais alucinada euforia, como se a "conquista" de um mero campeonato - onde, apesar dos seus méritos próprios, beneficiaram tanto de ajudas externas como o Porto se viu privado da mais elementar equidade (Belém, Braga e Moreira de Cónegos, para não ir mais longe) - os devolvesse finalmente a uma sonhada supremacia do futebol luso, algo que nunca existiu e que apenas vive no seu delírio colectivo, naquele cantinho demente das suas almas desportivamente tão abusadas.
Assim que sentiram o faro a uma possível conquista, despiram para todo o sempre a capa do "paladino da justiça", o único troféu que pensavam ostentar - e ainda bem, nunca lhes assentou e estava já toda coçada de tanto uso a despropósito. Caída a máscara, ficou a nu o lagarto: rufia, néscio e profundamente batoteiro, vigarista, aldrabão.
Como se não bastasse, provocaram deliberadamente aquele que terá sido o maior surto de COVID-19 no país, numa das alturas mais críticas da pandemia, tema ainda hoje bem relembrado por Daniel Deusdado no DN, porque ainda sem responsabilidades apuradas. Um insulto a todos os que perderam familiares e amigos para a doença e a todos os que a combateram com tanto sacrifício pessoal. O Sporting do tal Varandas é um grupelho de gente sem valores e sem o mínimo de responsabilidade - mas atenção, não são (até prova em contrário) inimputáveis, pelo que pode ser que um dia respondam pelos seus actos.
Não vou perder tempo a enumerar os múltiplos incidentes com o Sporting ao longo dos anos, muitos já o fizeram nestes últimos dias, para rebater as infames baboseiras regurgitadas pelo tal Varandas e os seus 40 anos de dor imensa, porque sendo pouco mais velho do que ele, fico muitíssimo feliz e até emocionado ao recordar tantas e tantas alegrias desportivas e não só que o FC Porto me deu nestas últimas quatro décadas. Poderia condoer-me ao tentar perceber o reverso da medalha (como o fiz, recorrentemente, com os meus amigos sportinguistas), mas no caso do tal Varandas, só me ocorre isto: bem feito, espero que os próximos 40 lhe sejam ainda mais dolorosos!
O que hoje realmente importa esclarecer e rebater até à exaustão é todo este gigantesco logro que a máquina mediática da capital centralista começou a montar mal começaram as tristes cenas do final do jogo no Dragão. "Jornalistas", repórteres, pivots, especialistas, comentadores, analistas, vigaristas, todos vigaristas por acção, consentimento ou omissão, que mais uma vez tentam passar toda a responsabilidade para cima do Porto e descartar a segunda circular de qualquer responsabilidade.
Estive no estádio com Portistas e sportinguistas, sempre num clima de respeito pelas diferenças de credo, e ficou para mim claro que, devendo todos os intervenientes ser responsabilizados por se deixarem envolver e arrastar para o "sururu", houve provocadores e instigadores que despoletaram tudo o que se seguiu e, para mim, o maior responsável é mesmo o master sonso Rúben Amorim.
Bem-falante e dominador da arte de ter boa imprensa, disso se aproveita para se esconder atrás de frases cavernícolas enquanto traça estratégias de conflito e caos, de vale-tudo para ganhar, para os seus peões implementar, como fez aquele indecoroso adjunto perto do final do jogo e os seus jogadores mais experientes e manhosos durante toda a partida - e anteriormente, em tantos outros jogos já bem documentados. Até no abraço a Conceição se nota a sonsice e falsidade, só estranhei que Sérgio não se tenha apercebido (defeito de ser boa pessoa?).
Em resumo, este Sporting não é mais que um spogting pequenito e mal-educado, rufia e aldrabão, um insulto à sua história enquanto colectividade centenária, que não só não pode ser ignorado como tem de ser levado muito a sério, combatido por todos os meios e desmascarado a cada momento. É que se por um lado quem nasce lagartixa nunca chega a jacaré, por outro, de tanto olhar para o outro lado da estrada, podem não resistir a não só igualar como a tentar superar o vizinho na trafulhice e falta de vergonha. E o ópio das vitórias é por si só suficiente para arrastar cada vez mais alienados para a alucinação colectiva.
E nós, Porto, podemos ter muitos defeitos e muitos mais nestes últimos anos, mas parvos nunca fomos. Nem de permitir que quem quer que seja venha a nossa casa insultar-nos sem a devida resposta.
P.S. - para que fique claro, acho inadmissível o que aconteceu com os "coletes azuis" e se o clube é "legalmente" responsável pelas acreditações que concede, deve ser punido conforme ditam os regulamentos. Não é pelo facto do SLB nunca ter sido punido pelo que os seus "coletes amarelos" fizeram no túnel da Luz (e que, em consequência, nos ditou o roubo de um campeonato) que vou dizer que quero tratamento igual: não, é tempo de dizer basta a tudo isto - mas, doravante, igual para todos.