Tem mesmo de ser assim, um grande cabeçalho a bold gritado a plenos pulmões pelo ardina de outrora: afinal, é de uma extrema raridade chegarmos a um estágio tão avançado nesta competição...
Homenagem póstuma a Edu Machado |
Sim, é a Taça da Liga, aquela competição que nunca vencemos e que (talvez por isso) muitos de nós desdenham de dentes cerrados. Já eu, nunca me revi nessa posição. Defendo sempre que TODAS as competições onde entramos são para levar a sério e, sendo nacionais, são para ganhar o respectivo troféu.
O empate caseiro frente ao Leixões, logo na jornada inaugural, deixou antever mais uma participação medíocre na prova, ao nível das mais recentes dos lorpas e dos nestums. Felizmente, este ano temos um treinador a sério, daqueles que, errando ou acertando nas decisões, tem sempre como firme propósito vencer tudo e todos. Daí termos derrotado o Rio Ave no segundo jogo, deixando tudo em aberto (mas bem encaminhado) para o jogo de ontem. Faltava saber como seria a nossa postura neste jogo final
A resposta foi a melhor possível, a começar com um onze de primeira escolha (pesem algumas mudanças naturais e até desejáveis) e tendo sequência com uma atitude competitiva e profissional desde o primeiro apito.
Os nossos dois primeiros golos surgiram assim com extrema naturalidade, perante um Paços de Ferreira incapaz de responder às múltiplas e diferenciadas investidas dos de azulebranco. O primeiro de cabeça, com Reyes a aproveitar bem mais um canto de Telles. O segundo, uma jogada magistral de Brahimi, que pegou na bola antes do meio-campo e só parou depois de fuzilar o redes dos castores.
Foi preciso que se instalasse uma desnecessária descontração após o 0-2 para que o adversário começasse a fazer o seu jogo (bem feito a espaços, sim senhor) e nos penalizasse com uma grande eficácia, que se traduziu num empate a dois ao intervalo. Duas boas jogadas colectivas dos pacenses, em particular a do segundo golo, mas sempre muito consentidas e fruto de um certo alheamento do jogo dos nossos meninos.
Assumindo em pleno a sua missão de treinador, Sérgio mudou muito e bem logo no descanso, fazendo entrar Abou e Corona para o lugar de Soares e Maxi. Como recompensa, o golo da vitória foi fabricado precisamente pelos dois reforços de intervalo. Ficamos a dever-nos mais um par (ou dois) de golos, que dariam a merecida tranquilidade até ao apito final.
A manchar a noite, apenas a expulsão de Herrera, num gesto irreflectido e inédito da sua parte. Parecendo que não, já são duas expulsões em dois jogos consecutivos. Pode ser apenas coincidência... ou não. Talvez até ajude a perceber um pouco da postura do treinador na conferência de imprensa pós-jogo, quando questionado sobre o destapar da careca do polvo orelhudo.
Ainda assim, missão bem cumprida e o ano fechado em beleza. Clap! Clap!
Notas DPcA
Dia de jogo: 30/12/2017, 20h15, Estádio da Mata Real, FC Paços Ferreira - FC Porto (2-3)
Nota (7): Telles, Marega
Nota (6): Iker, Marcano, Ricardo, Maxi(<46'), André André, Corona(>46'), Aboubakar(>46'), Layún(> 77')
Nota (5): Soares(<46')
Reyes (5): Marcou o primeiro golo do jogo, mas não é por isso que isolo aqui o mexicano, antes para explicar que não gostei (nada) da forma como se bateu ontem, em particular nos despiques individuais - em particular, no lance do primeiro golo sofrido - revelando-se demasiado ingénuo (ou simplesmente desconcentrado). E se isto acontece com os avançados do Paços, o que será de nós contra os do Liverpool... Há que melhorar, señor Diego, a concentração tem de ser uma constante durante todo o jogo - em todos os jogos.
88' Herrera (4): Estava a fazer um bom jogo e, vindo do "nada" e contra tudo o que conhecemos da sua forma de ser, perdeu a cabeça num momento irreflectido. Acabou por não ser grave - neste jogo, porque vencemos na mesma. Veremos o que significará na Feira...
Nota (6): Iker, Marcano, Ricardo, Maxi(<46'), André André, Corona(>46'), Aboubakar(>46'), Layún(> 77')
Nota (5): Soares(<46')
Reyes (5): Marcou o primeiro golo do jogo, mas não é por isso que isolo aqui o mexicano, antes para explicar que não gostei (nada) da forma como se bateu ontem, em particular nos despiques individuais - em particular, no lance do primeiro golo sofrido - revelando-se demasiado ingénuo (ou simplesmente desconcentrado). E se isto acontece com os avançados do Paços, o que será de nós contra os do Liverpool... Há que melhorar, señor Diego, a concentração tem de ser uma constante durante todo o jogo - em todos os jogos.
88' Herrera (4): Estava a fazer um bom jogo e, vindo do "nada" e contra tudo o que conhecemos da sua forma de ser, perdeu a cabeça num momento irreflectido. Acabou por não ser grave - neste jogo, porque vencemos na mesma. Veremos o que significará na Feira...
<77' MeC Brahimi (8): Não precisou de fazer um jogo extraordinário ou muito completo para ser - de longe - o melhor em campo. Bastou-lhe ser Brahimi, arrastando adversário e criando oportunidades para os companheiros, e fazer um golo soberbo, daqueles com que muitos sonham mas só alguns sabem como fazer. Merci, Yacine.
Sérgio Conceição (7): Bem na mensagem que passou com aquela escolha do onze e ainda melhor ao reforçá-la com a dupla troca ao intervalo. Um treinador a sério.
Outros Intervenientes:
Tenho estado atento ao jovem Mabil, um homem com uma extraordinária história de vida, mas ontem, quem me chamou a atenção, foi um tal de Diego Medeiros: bons pés, confiança no seu jogo e sempre de cabeça levantada. E, inevitavelmente, aquele grupelho de arruaceiros que se sentou no banco do Paços, liderado pelo pequeno Armando, que sofrem de alergia ao azulebranco. Que se forniquem...
Bruno Esteves é um dos árbitros mais fracos em actividade, talvez até o primus interfracus, pelo que nada mais espero que não seja não influenciar decisivamente o desfecho do jogo. E isso não fez, honra lhe seja feita. Pelo caminho, demasiados erros e parvoíces.
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O caminho para a glória não será simples, tendo como próximo adversário o Sporting, mas a confiança só pode estar em alta. Iremos pois, para a Final Four de Braga com a legítima esperança de sair de lá com o caneco. Pela primeira vez.
Mas antes que chegue esse momento, temos um mês inteiro de jogos muito importantes para campeonato e taça. O primeiro deles, para o ano que vem (tinha que meter isto em qualquer lado), é na Feira e obrigatoriamente para ganhar. Entretanto, boas entradas em 2018 e que este seja (mais) um ano do Dragão. Do nosso Dragão.
Do Porto com Amor,