Foi bonita de ser ver, a festa Portista na pedreira. Mesmo se apenas pela televisão, consegui sentir e contagiar-me por toda aquela energia vibrante do Mar Azul.
Catarina Morais / Kapta + |
Entrada em jogo muito interessante, a pressionar alto e a procurar chegar rápido à baliza adversária. A fortuna chegou cedo, pelo pé mágico de Corona, a fazer um golo de levantar qualquer estádio (até de pedra) e a provar(-me) que tem muito mais para dar ao futebol do que tem dado até agora.
A vencer desde cedo, não deixamos de procurar ampliar a vantagem, mesmo se isso significou alguma exposição ao "contra" bracarense. Muito de acordo com Sérgio Conceição, que elogiou a primeira meia-hora da sua equipa. Em rigor, diria que foram 25 minutos de bom futebol. Depois, abrandámos o ritmo e o adversário quis mostrar que estava em sua casa, mas não fez muito até ao descanso.
O regresso fez-se já sem o autor do golo da vitória, que cedeu o seu lugar a Otávio, creio que por questões físicas. Demorou um pouco a equipa a ajustar-se à mudança, mas fê-lo a tempo de retomar as rédeas do jogo e de retomar a busca de mais golos, que traduzissem com mais rigor a superioridade em campo face ao adversário. Não o conseguimos, muito por culpa do desacerto infantil de Aboubakar, que voltou e estar em dia-não em termos de finalização. Pelo menos dois golos "feitos" foram atirados para a pedreira. Assim fica difícil...
O Braga fez dupla alteração após a hora de jogo e posicionou-se para um assalto tardio ao forte de San Iker. Sérgio só respondeu passados dez minutos de alguma confusão e sem ascendente de nenhuma das partes. Dois jogadores de "combate" substituíram dois "artistas". Ficou fácil de perceber a intenção de Sérgio. Outra vez Tondela, outra vez a apostar tudo na inviolabilidade da nossa baliza. Correu bem, outra vez. Alguma outra não correrá, é estatístico. Por outro lado, com um bocadinho de eficácia, por essa altura o resultado estaria já para lá da margem mínima. Siga.
Vitória justíssima e mais um fantasma recente abatido. "Perfeito".
Quase que se ouve os rins do pobre coitado a partir |
Notas DPcA
Dia de jogo: 27/08/2017, 20h15, Estádio Axa, SC Braga - FC Porto (0-1)
Casillas (6): Noite muito mais tranquila do que se adivinhava, sem nenhuma intervenção a destacar.
Ricardo Pereira (7): Boa exibição, em crescendo a atacar, estabilizando atrás quando Sérgio deu a ordem de retirada.
Ricardo Pereira (7): Boa exibição, em crescendo a atacar, estabilizando atrás quando Sérgio deu a ordem de retirada.
Alex Telles (7): Fez o flanco todo, defendeu com galhardia e atacou com propósito. E lutou. Bom jogo.
Marcano (7): O pêndulo da defesa e o termómetro da equipa, quase sempre entre o bem e o muito bem.
Felipe (6): Um lance displicente não chega para marcar uma exibição muito positiva e segura em tudo o resto. Não chega porque não resultou em dano maior. Mas... atenção.
Danilo (6): Já teve momentos no jogo onde foi o Danilo que conhecemos, por enquanto ainda em minoria face aos menos bons. Está, portanto, a melhorar. E nós a ganhar, enquanto isso. Menos mal.
< 73' Óliver (6): O mesmo rigor posicional e (talvez por isso) menor fulgor criativo. Quase marcava e quase assistia uma vez mais, mas ficou-se pelo quase. Saiu para dar lugar a pernas frescas e mais combativas.
< 46' Corona (7):
A intermitência é a sua imagem de marca (infelizmente...), mas nos
momentos de "luz" é capaz de quase tudo. Teve vários lances desses, que
só não acabaram em golo por culpa de "outrem". Mas são excepções,
precisa de dar mais durante mais tempo.
< 81' Brahimi (7): Cheira-se a sua motivação e assim... parece outro. Não me recordo de o ver com participação tão activa nas tarefas defensivas como neste jogo, foi realmente um regalo observar a sua atitude, tanta outras vezes o seu calcanhar de Aquiles. E claro, com bola, foi sempre quem mais preocupou os adversários, concentrando sobre si sempre mais do que um.
Aboubakar (5): Se excluíssemos a questão da finalização, Abou teria feito um bom jogo. Combinou bem com os companheiros, amassou a defesa contrária e ajudou atrás. "Se", mas não podemos excluir. É dele que se espera a maior fatia de golos, é essa a sua missão principal e não os pode desperdiçar desta forma. Concentração, bruxaria, whatever... mas há que acertar a mira.
Melhor em Campo Marega (7): Não participou directamente em nenhum lance decisivo para o resultado, mas fez um jogaço de entrega, atitude e... qualidade. Sim, qualidade de jogo, em especial na segunda metade, a esticar o campo, a ganhar metros e dar descanso aos companheiros entretanto. Foi realmente importante para acalmar o ímpeto final do adversário, não se cansando de por água na fervura bracarense. É verdade, quem diria (eu, não), que à quarta jornada o estaria a destacar como o melhor em campo... pelo Porto. Lugar no plantel assegurado, agora já se trata de lutar pela titularidade com os outros dois avançados. Quem diria... (eu não)
> 46' Otávio (6): Outra parte completa para se mostrar, mas ainda não foi desta. Mostrou que está disponível para correr e lutar, ficou em défice a "arte". Lá chegará, eventualmente.
> 73' André André (6): Rendeu Óliver numa troca directa, mas com a tónica na missão defensiva. Não se deu mal, mesmo sem brilhar.
> 81' Herrera (5): O "nabo" de sempre, valeu pelo esforço e por fazer número na atrapalhação do adversário.
Sérgio Conceição (7): Mais uma prova superada num campo onde havíamos falhado no passado recente. Um jogo paradigmático, porque esses falhanços recentes foram sempre alicerçados em arbitragens tendenciosas - o que mais uma vez se verificou. Ou seja, está a conseguir ganhar "apesar de", aquilo que nos vinha faltando (e a que não deveríamos ser obrigados, mas essa é outra conversa). Não gostei do recuo, mas apesar de tudo este foi diferente do de Tondela. Primeiro, porque num campo mais difícil. Segundo, porque foi menos acentuado e menos "dramático": tivesse o azar batido à porta, sempre teríamos em campo mais condições para tentar o "milagre" final. Relevam os três pontos, claro, mas também aqueles sorrisos cúmplices na "Roda da União" final. Um mimo de assistir.
Notas DPcA
Quanto ao Braga de Abel Ferreira, não passa de uma equipa vulgar neste momento. No entanto, se algo de bom vier a conseguir, certamente que tal passará por Bruno Xadas, um "menino" que parece talhado para altos voos, e Fábio Martins, que já foi nosso e parece ter crescido muito desde então. Eu, responsável pelo scouting do Porto, manteria ambos debaixo de olho e proporia que se "garantisse" desde já, junto do trolha Salvador, prioridade sobre Xadas.
Mais uma sessão de caça ao Dragão de Xistra, The Inclinator, desta vez sem o sucesso final de outras actuações recentes. Vista grossa à agressividade fora-da-lei dos da casa e aquele rigor exemplar contra os nossos. Ganhámos apesar dele. Não é de desvalorizar. No dia anterior, havia sido El Grande Hugo a fazer das suas piruetas, evitando sozinho a primeira derrota dos sem-vergonha através de um penálti tragicómico.
Como havia previsto, a introdução do VAR(eja) parece servir apenas para tentar legitimar com tecnologia os roubos descarados do costume. Agora são ainda mais a remar para o mesmo lado, o oposto ao nosso, e só com muita força e determinação conseguiremos chegar a bom porto.
Aqui aproveito para um esclarecimento.
Quem me segue há algum tempo, sabe que "protesto" sempre que sinto que o Clube é prejudicado, seja quem for o causador do prejuízo. Sabe também que raramente me "deixo ir" em histerias colectivas ou nas ondas do momento, que, não raras vezes, mais não são do que réplicas daquilo que tanto criticamos nos outros mas pintadas de azul e branco.
Vem isto a propósito das mais recentes "forças vivas" do universo Portista, que graças ao Porto Canal ganharam grande notoriedade e exposição mediática de forma quase espontânea. Baluarte, Porto Lúcido, Batalha, etc. Vocês sabem de quem estou a falar.
Nada tenho contra, aliás sou um dos muitos que os segue e lhes dá destaque sempre que os julgo merecedores. Mais, fico genuinamente contente que tenham aparecido, porque vieram ocupar um espaço de "guerrilha" que estava vazio e que, infelizmente, é necessário.
No entanto, eu não sou assim. Não tenho perfil para denunciar o jogo sujo dos outros e, em simultâneo, disparar contra tudo o que mexe sem distinguir em quem acerto ou por que motivo. Não tem sido sempre assim, mas muitas vezes. E nisso não me revejo, pelo que não esperem reverberação de cada uma das suas loas a partir daqui. Mesmo objectivo (?), caminhos distintos. Sem stress.
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Pausa irritante para a Selenão. Há que aguentar, aproveitando quem fica no Clube para recuperar do desgaste da pré-época e para aperfeiçoar o modelo que SC está a implementar. Regressaremos à competição com dose dupla Dragão, primeiro Chaves e a seguir Besiktas do parasemprenosso RQ7. Até já...
Do Porto com Amor,
Lápis Azul e Branco