junho 2018

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Análise da Época 17/18: Parte Quatro - Reforços & Regressados


Quase a finalizar a análise da temporada 2017/18, é altura de pegar na lupa para observar mais de perto o impacto que os reforços tiveram no desempenho colectivo da equipa. 

Ao contrário da norma, desta vez "reforços" tem uma abrangência mais alargada e quase que diverge da definição corrente. Por força da alhada financeira em que nos metemos e do consequente garrote da UEFA, no início da temporada apenas pudemos contar com regressados de empréstimos em vez de novas contratações. 

Em meados de Janeiro, aquando da mid-season review, escrevi o seguinte:

"Sempre me ensinaram que quem não tem dinheiro, não pode ter vícios, mas os nossos queridos dirigentes parece só terem aprendido a lição à força (e ainda assim... Vaná). Com o garrote financeiro bem apertado, ofereceram a Sérgio Conceição um belíssimo cardápio... de restos.

Com muita fome e ainda mais vontade de comer, o bom do treinador fez muito mais do que os requentar: deu-lhes um novo arranjo, pô-los todos bonitinhos na travessa e serviu-os como se fosse produto acabado de fazer. Ou de chegar, como preferirem."

No mercado de inverno, houve de facto novos reforços, ainda que (aparentemente) contratados "à condição". Já o seu impacto na equipa é que deixou muito a desejar, como facilmente se constatou e a seguir se comprovará. Mas já lá iremos.


Quadro 1 - Reforços & Regressados (clicar para ampliar)

No início da temporada, Sérgio Conceição contou com o regresso de seis jogadores (além da desnecessária inclusão de Vaná): Aboubakar, Hernáni, Marega, Reyes, Ricardo e Sérgio Oliveira. Todos "chutados" para fora do Clube, cada um pelas suas razões, eram então forçados a regressar à mal-sucedida casa de partida e a tentar de novo, após boas incursões por essa Europa fora.

Por aqui se percebe da tremenda dificuldade com o recém-chegado treinador teve de lidar. E da capacidade que demonstrou ao conseguir fazê-lo com sucesso, excedendo aliás as expectativas mais optimistas quanto ao rendimento "sacado" deste bando de renegados. 

Para mim, foi mesmo o feito mais valoroso e decisivo de Sérgio Conceição, pois que só a partir daí se pode agitar de novo o desesperado marasmo em que seguia o Mar Azul. Só assim foi possível ter um grupo competitivo e capaz de conseguir resultados, um após o outro, que nos permitiram seguir sempre na frente do campeonato ou muito perto dela. 

Dentro desta conquista imensa, houve naturalmente quem se destacasse acima de outros, conforme todos sabemos e o quadro acima demonstra. Por ordem de "desempenho", seguem-se os "reforços" um-a-um, ainda que divididos em quatro sub-grupos de "qualidade".

Quando houver distância suficiente para se fazer a história deste campeonato, estou certo que acabará lembrado como o campeonato do Marega. Houve outros jogadores importantes (vários), mas Marega terá mesmo sido o mais decisivo e não apenas pelo efeito-surpresa. Foi, em campo e no modelo do treinador, a peça nuclear sobre a qual muitas e muitas vezes o jogo da equipa se alicerçou para chegar aos êxitos. Tanto que, a cada impedimento seu por lesão, a equipa se ressentiu de forma inegável. O maliano foi o grande joker de Conceição e um dos grandes responsáveis pela recuperação do título nacional.

Quem também pegou de estaca e rapidamente se afirmou como peça indiscutível foi Ricardo, o jogador que um lorpa qualquer achou por bem exiliar há umas épocas atrás. A verdade é que o português aproveitou muito bem o "estágio" de dois anos em Nice e regressou muito melhor jogador. Mesmo perante a ameaça credível de Maxi, impôs-se e foi outra das peças nucleares do Porto 17/18, assumindo a lateral direita com categoria e produtividade ofensiva.

Sérgio Oliveira. Um nome que à grande maioria dos Portistas provocava algo entre a indiferença e a resignação pelo insucesso, foi a aposta do treinador para os jogos mais difíceis, após o bom desempenho e resultada da primeira experiência, no Mónaco. O que não estava nos planos é que o português assumisse o estatuto de titular indiscutível durante a segunda metade da época, por força das lesões graves de Danilo. Sérgio aproveitou a (última?) oportunidade e mostrou que tem categoria para jogar neste clube e ser uma mais-valia para qualquer treinador. 

Outra das grandes "ressurreições" de Mister Conceição foi a de Aboubakar, um jogador cujo o regresso me fez confusão e até desgosto, pelo que antes se havia passado e dito. O que fica para a posteridade é que o camaronês conseguiu trocar o chip e entrou em grande na temporada, sendo um dos mais relevantes durante a primeira metade. É certo que se eclipsou em 2018, mas fez o suficiente para estar neste lote dos "4 ases" dos regressados.

Estes quatro jogadores foram os mais valiosos entre os reforços mas também dos mais importantes da equipa como um todo. Pedras nucleares, recicladas e prontas a serem vendidas a peso de ouro. 




No segundo grupo, está apenas um jogador, Reyes. O mexicano, também regressado a contra-gosto, soube ainda assim assumir um comportamento exemplar e reintegrou-se de corpo e alma... mesmo sabendo que no final da época se ia embora, havia um campeonato do mundo onde queria estar presente. Reyes foi o suplente (único) da dupla titular de centrais, mas também de Danilo, oferecendo uma polivalência apreciada pelo treinador. Em termos de rendimento, creio que se pode resumir numa palavra: razoável. Oscilou entre exibições seguras e até golos importantes e desempenhos pouco menos do que desastrados, acabando por sair do Dragão sem que eu perceba o quanto vale de facto.

O terceiro grupo - o dos que não convenceram - é infelizmente o mais extenso. Inclui os quatro de Janeiro e dois dos "pioneiros" da temporada.

Hernáni, apesar das muitas oportunidades de que dispôs, nunca conseguiu controlar a ansiedade e ter a cabeça no lugar de forma a poder ser útil à equipa. Sempre muito atabalhoado, a querer mostrar tudo de uma vez só, acabou por não justificar o regresso. 

Vaná... bem, não sei. Só sei que quase não jogou. 

O mesmo se pode dizer de Osório e Paulinho, que quase nunca foram utilizados. O venezuelano teve uma exibição desastrada no Restelo e nada mais e o brasileiro pouco mais. O que mostraram, mesmo não sendo entusiasmante, foi claramente insuficiente para se traçar um veredicto minimamente credível.

Waris e Gonçalo tiveram mais tempo de jogo e foram mais vezes chamados a resolver problemas da equipa, mas a verdade é que nenhum deles se conseguiu impor ou sequer mostrar qualidade indiscutível para o conseguir. Todos temos grandes expectativas em relação ao "puto" Paciência, mas terá de fazer mais para se afirmar e garantir uma vaga em definitivo. Já quanto ao francês, continuo na mesma: não sei o que vale, nem sequer onde joga ou pode jogar. Uma perfeita incógnita.

* Bruno Costa apenas foi chamado para um jogo (e logo em Anfield), pelo que nem seria justo tecer qualquer comentário que não seja o de que se aguentou bem "à bronca".

** Fabiano veio para recuperar de lesão e apenas jogou uns minutos em Guimarães para também ser oficialmente campeão.


Está então passada a pente razoavelmente fino a nossa temporada de reconciliação com o(s) troféu(s). Se só agora chegou a esta análise, aqui ficam os links para as partes anteriores:





E assim se conclui esta análise detalhada à época 2017/18, mas que ainda terá o seu corolário apoteótico na GALA DPcA, onde mais uma vez serão entregues os Pedrotos e os Lorpeteguis para distinguir os melhores e os piores do ano... algures a seguir ao Portugal-Uruguai. Stay tuned!




Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




terça-feira, 19 de junho de 2018

Análise da Época 17/18: Parte Três - Produção Ofensiva e Pontos DPcA


Após a observação do desempenho colectivo e dos tempos de utilização, segue-se a dissecação dos desempenhos individuais ao nível da sua contribuição ofensiva (medida pelos golos e pelas assistências) e da qualidade das exibições (medida pelos Pontos DPcA).


Quadro 1 - Golos e Assistências (clicar para ampliar)


Começando pelos golos e assistências - o sal e a pimenta deste jogo fabuloso - podemos falar numa época marcada pela magia africana

Magia na finalização mas também na sua antecâmara, porque os nossos goleadores de 17/18 também se distinguiram por uma notável contribuição ao nível do último passe antes da felicidade.

O rei absoluto dos goleadores foi o "monarca" camaronês Aboubakar I, que teve uma primeira metade da temporada fulgurante mas depois se "esvaziou" ao ponto de perder a titularidade, após interregno forçado para debelar problemas físicos (e de outra ordem, possivelmente). Em todo o caso, fez o suficiente para terminar a temporada como o melhor marcador da equipa com 26 golos bem distribuídos pelas várias competições. Não satisfeito, ainda contribuiu com 7 assistências.

O segundo melhor goleador foi o inesperado príncipe maliano, Moussa Marega de seu nome, que foi também o melhor marcador Portista no campeonato: 22 dos seus 23 golos foram marcados em jogos da Liga. Bem mais constante ao longo da temporada do que Abou, foi somente travado por arreliadoras lesões que o obrigaram a ausentar-se por várias partidas, com impacto negativo imediato na produtividade pontual da equipa.

Ainda ao nível dos golos, destaque para Brahimi, o Mago do Magreb, que finalmente fez uma temporada (minimamente) condizente com as suas capacidades técnicas. Com 12 golos foi o terceiro melhor marcador e as 10 assistências deram-lhe a "prata" nesse ranking. Todos sabemos que ainda pode dar mais e melhor, mas já foi bem bom. Bem bom!

Ainda na finalização, destaque também para Soares (11 golos entre várias lesões), Marcano (7 golos) e Herrera (com 5, mas um deles a valer por 10).


Passando para as assistências, o "rei" foi o mesmo mas o pecúlio não: Alex Telles conseguiu somar 20 assistências em 17/18, o dobro da época passada! Um registo a todos os títulos brilhante e que nos pode valer um grande dissabor neste defeso...

Brahimi foi então segundo com 10, seguido por Marega com 8 e por um grupo com 7 assistências, no qual destaco Ricardo e Herrera sobre os avançados Abou e Soares. Nota ainda para as 5 assists de Óliver, apesar da fraca utilização.


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Avançamos agora para a segunda metade deste capítulo, a dos Pontos DPcA e das designações de Melhor em Campo (MeC), as proxys utilizadas com o intuito de medir a qualidade das exibições de cada jogador em cada um dos jogos em que participou.


Quadro 2.1 - Pontos DPcA e Mec (clicar para ampliar)


Apesar dos muitos pretendentes ao trono, Brahimi manteve a liderança que já era sua a meio da temporada e sagrou-se o jogador mais pontuado da temporada, totalizando uns notáveis 313 pontos e um avanço de 15 sobre o segundo classificado. 

Sendo certo que parte deste avanço se justifica pelo facto de ter participado em 49 jogos (mais 4 do que o segundo), não se pode retirar nem um cêntimo do mérito do argelino, até porque pelo meio teve algumas notas muito fracas. Além disto, e apesar das 49 aparições, não ficou sequer no top 3 em termos de minutos, o que em teoria lhe retiraria possibilidades de melhores pontuações.

A par de Marega, o argelino foi ainda o mais destacado como MeC, com 8 nomeações no total.

Tudo somado, uma época muito positiva de Brahimi, que, mesmo assim, deixa água na boca em relação ao que ainda poderá melhorar. Logo saberemos se aqui ou noutro lado.

Nem Abou, nem Marega: os segundo e terceiro classificados em termos de pontuação foram dois defesas

Em segundo, o inevitável Alex Telles, dono e senhor do seu lado e o verdadeiro artesão de golos da equipa. Participação em 45 jogos e o recordista de minutos jogados, somou 298 pontos. Grande, grande temporada do brasileiro: é realmente importante que por cá continue, no meio de tanta anunciada sangria. 

A fechar o pódio, o já "defunto" Ivan Marcano. Jogador do ano em 16/17, voltou a realizar uma época de muito bom nível e vai mesmo deixar um grande vazio por preencher. Esteve em 45 partidas, foi o segundo mais utilizado e somou 287 pontos.

De entre os mais utilizados do plantel, destaque ainda para Soares e sobretudo para Sérgio Oliveira, que conseguiram pontuações muito interessantes se considerados os minutos de jogos que tiveram. O primeiro foi "saltando" de lesão para lesão, conseguindo pelo meio dar importantes contributos à equipa. O segundo foi mesmo a grande revelação da segunda metade, assumindo a ausência de Danilo - num registo totalmente diferente, como é evidente - e assim conquistando o seu espaço no plantel. Boas indicações para o que está para vir? 

Quanto às distinções de MeC, Aboubakar ficou na terceira posição com 4 (metade de Brahimi e Marega), seguido por Soares com 3 nomeações.


Quadro 2.2 - Pontos DPcA e MeC cont. (clicar para ampliar)


Deixo também as estatísticas dos elementos menos utilizados do plantel, para destacar pela negativa uma vez mais, André André e Hernáni, que registaram as piores médias de pontos por jogo. No fundo, a confirmação do que já se vinha escrevendo desde o início desta análise.

Abaixo dos 500 minutos de jogo, não valorizei nenhum dos indicadores, precisamente pela insuficiência de dados para análise. A única vertente que se pode considerar é mesmo a da escassa utilização. Aqui, destaque para Otávio, que só reapareceu já perto do final da época, mas não a tempo de o fazer subir nos rankings. Veremos se terá oportunidade de fazer melhor em 2018/19.



Continua em:  Análise da Época 17/18: Parte Quatro - Reforços & Regressados



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




segunda-feira, 11 de junho de 2018

Análise da Época 17/18: Parte Dois - Utilização


Concluída a resumida observação do comportamento colectivo do Porto 17/18, segue-se agora um conjunto de análises aos diversos parâmetros individuais dos jogadores.

Cada análise pressupõe dados quantitativos (jogos, minutos, golos, assistências, etc.), dados qualitativos e, portanto, sempre mais subjectivos (pontos DPcA, melhor em campo [MeC]) e métricas calculadas a partir desses dados (médias, minutos por golo, golos por minuto, etc.).

Comecemos então pelos dados objectivos e quantificáveis, reservando as pontuações para o grande final. Dentro destes, avançamos agora com a utilização efectiva dos jogadores, socorrendo-nos dos quadros seguintes.


Quadro 1.1 - Utilização 11+ (clicar para ampliar)
 
Este primeiro quadro destaca os onze jogadores mais utilizados por Sérgio Conceição, que de forma um pouco grosseira se pode designar como o onze preferido do treinador - mesmo tendo em conta as prolongadas lesões, como no caso de Danilo, que ainda assim "durou" o suficiente para se manter neste lote.

Aliás, esta foi uma época bem marcada por lesões e também por castigos, o que aliado à vontade/necessidade de experimentação do treinador recém-chegado, acabou por ditar o fim da "ditadura dos centrais" no topo da tabela dos minutos de jogo.

Foi Alex Telles quem acabou por ser o mais utilizado do plantel, com 4059 minutos de jogo (um valor semelhante ao que registou na temporada passada, mas inferior em quase 100 minutos face ao "vencedor" do ano passado, Marcano), mesmo tendo sofrido aquela arreliadora lesão no Estoril, que o afastou do relvado por várias partidas. Percebe-se bem os motivos: além de ser um elemento determinante na produtividade ofensiva, nunca teve um concorrente à altura para o lugar (foi Dalot quem o substituiu durante a lesão). Logo a seguir, a dupla de centrais, desta vez com Felipe a somar uns minutinhos a mais face a Marcano.

Para mim, a verdadeira surpresa vem a seguir, na quarta posição: Brahimi. O mago do Magreb ficou a uma centena de minutos do trio do pódio, mas ainda assim teve uma evolução muito significativa face a 16/17, onde se quedou num modesto 14º lugar sem sequer atingir os 2.000 minutos. Além disso, foi o jogador do plantel que participou em mais jogos, 49 num total de 52 partidas oficiais.

Destaque também para Casillas, que mesmo com a sabática forçada, acabou por ser o guarda-redes mais utilizado do plantel - e nem poderia ser doutra forma.

A presença de Corona neste 11+ também me surpreende um pouco, considerando a sua irregularidade exibicional e consequente irregularidade competitiva (apenas 3 jogos completos em toda a temporada).

E já que se fala de jogos completos, foi a dupla Felipe / Marcano quem se destacou da concorrência, somando 43 no total, mais dois que Telles.

No lado reverso, destaque pela negativa para Aboubakar (além de Corona, claro), com apenas 13 jogos em campo do primeiro ao último minuto. No entanto, foi mesmo o camaronês quem registou a maior série consecutiva de presenças na equipa: foram 28 jogos seguidos sempre a "calçar".


Quadro 1.2 - Utilização restantes jogadores (clicar para ampliar)

Quanto aos "outros", os restantes jogadores, destaque para a elevada utilização de sete jogadores, todos somando mais de mil minutos de jogo: Sérgio Oliveira, , Soares, Maxi, Óliver, Reyes e Otávio. Por comparação, apenas cinco ultrapassaram esta marca em 16/17, o que permite dizer que este ano houve de facto uma "exploração intensiva" dos recursos à disposição, havendo mais jogadores a contribuir para o resultado final da temporada. Fruto da escassez de qualidade e de soluções, mas também do tal espírito que o treinador devolveu ao balneário do Dragão: um por todos e todos pelo Porto.

Neste lote, a surpresa mais positiva foi Sérgio Oliveira, um dos nados-mortos que ressuscitou e se impôs finalmente, primeiro a espaços, como arma secreta para um meio-campo a três nos jogos mais complicados; depois em full-time, após a lesão de Danilo. No entanto, devo dizer que quase todos me causaram esta boa sensação de estar a dar mais do que vinha sendo habitual.


Quase todos... porque Óliver foi a decepção. Foi o cordeiro sacrificado (injustamente) pelo treinador após a primeira derrota (Besiktas), passando de titular a suplente e até não-convocado e disso nunca mais se recompôs. Voltou a ter oportunidades (mais adiante), mas nunca conseguiu verdadeiramente impor-se ou sequer mostrar as suas melhores qualidades dentro de campo. Ainda assim, note-se que ficou bem dentro da "ficha de jogo" tipo (18 jogadores).

José Sá teve a sua oportunidade. Começou nervoso, recompôs-se, teve uma boa série e depois voltou a tremer entre os postes até que não lhe sobrava outra alternativa que não fosse o regresso ao banco. Em todo o caso, foi bom para ele, deu-lhe minutos imprescindíveis para continuar a evoluir a este nível e não saiu "queimado". Não muito... 

Verdadeira decepções foram André André e Hernáni, não por a expectativa que recaía sobre eles ser elevada, mas precisamente porque mesmo perante expectativas modestas não foram capazes de cumprir. Utilização escassa que se ficou a dever muito... às suas utilizações. Quanto mais jogavam, menos vontade dava de os voltar a ver jogar... Épocas muito fracas.

Nota negativa também para a baixíssima utilização dos reforços (?) de inverno Waris, Paulinho, Osório e Gonçalo Paciência, confirmação inequívoca do desacerto conjuntural do recrutamento. Ainda assim, o mais utilizado foi o jovem avançado português, ficando um pouco acima dos 300 minutos de jogo.

E sim, Vaná afinal jogou... boa compra...


Continua em:  Análise da Época 17/18: Parte Três - Produção Ofensiva e Pontos DPcA



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco





quinta-feira, 7 de junho de 2018

Aí Está a Febre do Mundial!


Pois é, estimados fantasistas, está aberta a liga Do Porto com Mística para o Mundial 2018 (parceria entre A Mística Azul e Branca e este vosso blogue)! Para Portistas e desportistas, é só seguir as instruções abaixo para aderir e lutar pelo ceptro mundial!




Uma vez mais, a nossa liga será disputada na plataforma da RealFevr, agora renovada, ainda com mais pinta (e funcionalidades) para nos acolher. Melhor ainda, vão oferecer uma carrada de prémios a todos os participantes: prémios por jornada, prémios da fase de grupos e da fase a eliminar e prémios finais! Prémios que nunca mais acabam...


Quanto à nossa Liga, também vamos ter prémios para os 3 primeiros... SE foram ultrapassados os 100 inscritos:

 - Vencedor - Camisola Oficial FC Porto 2018/19

 - 2º & 3º classificados - CD "Já Nasci Assim" do talentoso João Dias

Cabe-te a ti, fantasista de primeira água, juntares-te à liga de imediato e depois divulgar pelo máximo de gente possível, convocando todos os amigos, primos e periquitos a também participar!

Nota: tivemos perto de 150 inscritos na Liga NOS, pelo que agora queremos chegar aos 200!


Para se juntarem à liga DPcM World Cup, têm duas opções:

1 - Clicar em "JUNTAR A LIGA" e inserir o token 7c30a18c

2 - Clicar directamente aqui: https://fantasy.realfevr.com/t/7c30a18c


Faltam menos de dez dias para começar a febre do Mundial, não percam tempo com coisas insignificantes como família ou trabalho... inscrevam-se e comecem já a construir o vosso plantel inicial!

AVISO IMPORTANTE: participar nesta liga pode causar danos consideráveis e até irreparáveis na auto-estima futebolística. A organização não assumirá qualquer responsabilidade no que possa acontecer nas vossas mentes frágeis :-)


Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco



quarta-feira, 6 de junho de 2018

Análise da Época 17/18: Parte Um - Desempenho Colectivo


Até parece mentira, mas é a primeira vez que neste blogue faço uma análise de época enquanto campeão nacional. Muito já escrevi sobre os porquês desta verdadeira anomalia, pelo que agora me focarei exclusivamente na análise ao desempenho da equipa de futebol sénior do Futebol Clube do Porto na época 2017/18 recém-terminada.




Como é habitual, esta análise será divida em partes, três para ser mais preciso. Nesta primeira, vamos analisar o desempenho colectivo da equipa. Nas seguintes, o foco estará sobre os comportamentos individuais dos jogadores, nomeadamente na sua utilização ao longo da temporada, na produção ofensiva, nos pontos DPcA acumulados e, por fim, um olhar isolado sobre os reforços (incluindo regressados de empréstimos).

Também habitual é a utilização de dados estatísticos como base destas análises, cujo tratamento e ordenação permite posteriormente a construção de ideias, raciocínios e extrapolações, estes sim, sempre com um inevitável cunho de subjectividade.

Feita a introdução, vamos então à primeira parte da análise, o desempenho colectivo.


Parte Um - Desempenho Colectivo


Fortemente condicionado pelo fairplay financeiro (FFP) da UEFA, a temporada começou praticamente sem nenhum investimento em novas contratações: a única que houve foi Vaná, que jogou 80 minuto no último jogo em Guimarães apenas para ser campeão. 
Em Janeiro, houve a possibilidade e a necessidade de reforçar posições debilitadas no plantel, chegando Waris e Gonçalo para a frente de ataque, Paulinho para o miolo e Osório para o centro da defesa. A expectativa, sem ser extraordinária, era razoável de que estes reforços se confirmassem como tal. 
No entanto, o que se verificou foi que nenhum passou a ser opção regular de Sérgio Conceição, limitando-se a utilizações esporádicas e quase sempre forçadas por ausências dos habituais escolhidos.
Em boa verdade, não fosse pela profundidade que se acrescentou ao plantel pelo aumento simples da quantidade, ficaria a dúvida se não teria sido melhor nada fazer. Danilo lesionou-se uma e duas vezes e nunca houve substituto com o mínimo de "semelhança".

Logo no início da segunda volta, na meia-final da Taça da Liga em Braga, Danilo saiu lesionado ainda nos primeiros minutos da partida. Estávamos de início de Janeiro, mas nem assim foi possível recrutar um substituto. Podem alguns congratular-se pela ideia de que ainda assim fomos campeões, mas lembrem-se dos jogos com o Liverpool, como maior exemplo, da falta que "um" Danilo nos fez.

No final, a verdade é que acabamos a celebrar a conquista mais desejada, o Campeonato, apesar de termos falhado nas taças internas, que no entanto mais não são do que cerejas no topo do bolo da Liga; isoladas, sabem apenas a prémio de consolação.

Pelo feito e por tudo o que lhe está subjacente, Sérgio Conceição é o maior vencedor da temporada. Chegou com poucos créditos, sem títulos que lhe suportassem a competência, mas não se deteve por isso. Nem pelo garrote financeiro que o Clube lhe impôs. Pegou nas que tinha à disposição, limpou-as, deu-lhes um novo brilho e foi à guerra com elas. Após os altos e os baixos que todos conhecemos, acabou por cima, em primeiro - e nós às suas costas. 

Escrevi na análise intercalar que "a aposta era de risco" mas que desta vez parecia seguro dizer que era acertada, acontecesse o que acontecesse até final da época, no entanto, "só a conquista da Liga o confirmará em definitivo como treinador de topo".

Está conquistada a Liga e confirmado o treinador de topo. Venha de lá o próximo capítulo da saga.






LIGA NOS


Começou de forma inusitada a nossa segunda volta do campeonato, na Amoreira, com o jogo a não ser retomado após o intervalo por suspeita de falta de condições de segurança numa das bancadas. Muita tinta correu sobre o caso e consequências (ainda estamos à espera delas, não é verdade?), mas o que foi factual é que ficámos com um jogo em atraso, cedendo assim a liderança na Liga. Mesmo se à condição, o factor psicológico poderia ter causado danos mais sérios.

Seguimos caminho vencendo o Tondela em casa e assim aproveitamos a escorregadela do Sporting em Setúbal para retomar o primeiro lugar, mesmo com um jogo em atraso. No entanto, na jornada seguinte deu-se o primeiro dos três desaires da segunda volta, um frustrante empate em Moreira de Cónegos após um jogo mal disputado mas que teríamos vencido mesmo a terminar, não fosse por mais uma má decisão arbitral.

Nas seis partidas que se seguiram tudo correu de forma perfeita, porque garantimos outras tantas vitórias, incluindo a revira-volta no Estoril e a recepção ao Sporting. À sétima partida, descansamos. E perdemos pela primeira vez nesta competição. Foi em Paços, após outro jogo mal e pouco jogado, graças ao anti-jogo primário do visitado e à terrível falta de eficácia dos nossos.

A equipa tremeu, mas segurou-se. Ou assim parecia, com a vitória no derby da Invicta. Na deslocação a Belém, nova derrota e liderança perdida com a meta já à vista. Foi o ponto mais baixo da época, mas que segundo testemunhos da equipa, foi também o momento decisivo e que os convenceu da necessidade de vencer na Luz. Assim foi, graças a um golo de Herrera já perto dos descontos. Justiça poética, em vários sentidos.

A partir daí, "só faltava" ultrapassar o Marítimo em sua casa, o que também foi conseguido ao cair do pano, após outra exibição cinzenta. O que se seguiu foi a confirmação do título e os festejos a ele associados. Uma festa muito bonita, porque autêntica e há muito desejada.


TAÇA DE PORTUGAL


Tudo parecia estar bem encaminhado para o regresso ao Jamor após a vitória caseira pela margem mínima frente ao Sporting. Antes disso, despachamos Moreirense num jogo com pouca história. O problema deu-se na segunda mão, onde claramente não entramos com a mentalidade nem com a estratégia certas para garantir um lugar da final. Expusemo-nos à sorte e acabamos por ter azar, quer no golo sofrido, quer nas grandes penalidades (uma vez mais). Para mim, foi mesmo a pior "exibição" de Sérgio Conceição em toda a temporada. Uma lástima.


TAÇA DA LIGA


Começo por registar a melhoria significativa do desempenho nesta prova face às épocas anteriores. Não só vencemos (e convencemos) o nosso grupo, como tivemos a postura correcta na meia final frente ao Sporting. O que correu mal? A lesão de Danilo, o excesso de imaginação do VAR, que nos roubou um golo limpo e a falta de pontaria na finalização, tanto durante o jogo como nas grandes penalidades. Foi pena, mas digeri com facilidade, dadas as atenuantes. Em todo o caso, já ficamos mais próximo do objectivo, que tenha servido como rampa de lançamento para a conquista do troféu em 2018/19.


CHAMPIONS LEAGUE


Após uma fase de grupos brilhantemente concluída após início comprometedor, deparamo-nos com um Liverpool numa forma demolidora e não tivemos a inteligência de nos submeter a essa supremacia (foi o treinador quem o disse). A pesada derrota em casa arrumou logo ali a eliminatória, pelo que apenas nos sobrou uma ida a Anfield para recuperar algum do prestígio perdido na primeira mão. Foi a participação exigível a um clube da nossa dimensão financeira, que nunca seja pior.


GLOBAL






A observação dos quadros acima pode esclarecer quanto à melhoria significativa do desempenho da equipe em 2017/18 face às três temporadas precedentes, com destaque para Campeonato e Taça da Liga. Nas competições europeias e na Taça de Portugal, igualmente bons resultados mas não os melhores deste comparativo época a época.

Na liga, mais vitórias e menos empates; apenas retrocedemos nas derrotas, averbando uma inusitada segunda face aos anos anteriores.

Na Taça da Liga, chegámos à meia-final, muito acima das vergonhosas participações em 16/17 e 15/16.

Na Taça de Portugal, ficamos a um jogo de igualar 15/16, mas na verdade o número de troféus conquistados é o mesmo: zerinho.

Já na Europa do futebol, dividida entre Champions e Liga Europa, fizemos menos jogos do que no ano passado (o que foi bom, porque nos livrámos da pré-eliminatória) e do que em 14/15, o ano do Lorpa de Munique (quartos de final).

Tudo somado, uma época boa, como será sempre uma em que conquistemos o campeonato. A melhorar na próxima, as tais cerejas no topo do bolo de campeão: vencer as duas taças nacionais.


To be continued em: Análise da Época 17/18: Parte Dois - Utilização



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco