Jogo fraco no Dragão, mais um. NES optou por mudar 9 dos titulares habituais (e seriam 10, não fosse pelo momento infeliz de Boly, a quem endereço respeitosas condolências), decisão com que discordo desde sempre. Mudar sim, mas não tudo. Não todos. Neste jogo em concreto até poderia não ser mau, considerando a absoluta pobreza que têm sido as exibições e os resultados dos tais titulares. Mas eu discordo, ainda assim: 4, no máximo 5 mexidas no onze, para manter alguma coisa do jogo da equipa.
Na prática, não se notou nada.
O jogo foi em tudo semelhante a outros anteriores. Pouca objectividade, baixa intensidade e alguns períodos de maior fulgor, mesmo se sem causar verdadeiro perigo. Nem com a expulsão de um jogador do CF Os Belenenses ao minuto 41 (sobravam 49, fora os descontos) o jogo mudou a sua cara. O adversário recuou ainda mais, como seria de esperar, e nós continuamos sem saber como chegar à baliza de Ventura.
Tivemos um, duas ou três oportunidades de marcar (conforme o optimismo de cada um), mas voltamos a não conseguir fazê-lo. Mais do mesmo, com outros protagonistas.
Começamos a Taça da Liga com um empate caseiro, o que obriga a atentar ao que fazem os outros dois adversários e a ganhar o jogo seguinte. Também não partilho da opinião dos meus caros consócios que desvalorizam esta competição. Se estamos nela, só pode (deveria) ser para a ganhar. Menos do que isso é que não é ser do Porto.
Uma nota para a hora verdadeiramente vergonhosa para que foi marcado este jogo. Quem do nosso lado anuiu sem contestar (se contestou, ninguém soube) merecia ter o estádio totalmente vazio.
Não vou perder mais tempo com este jogo, que aliás dentro de dois dias passará a viver para sempre no esquecimento. E nas notas, apenas vou individualizar algumas das novidades.
Notas DPcA
Dia de jogo: 29/11/2016, 21h15, Estádio do Dragão, FC Porto - CF Os Belenenses (0-0).
Inácio (6): Boa estreia individual na equipa, a demonstrar qualidades para poder ambicionar dar o salto em breve.
JC Teixeira (6): Entrou bem no jogo (o seu primeiro da temporada...), apesar do momento complicado. Tentou e conseguir agitar as águas, com bons pormenores, mas faltou o desequilíbrio final para ser memorável.
Rui Pedro (6): A terceira estreia da noite e quase acabava em glória já perto do final. A bola foi caprichosamente até ao poste e saiu. Primeiros minutos de muitos num futuro não muito distante, espero.
JC Teixeira (6): Entrou bem no jogo (o seu primeiro da temporada...), apesar do momento complicado. Tentou e conseguir agitar as águas, com bons pormenores, mas faltou o desequilíbrio final para ser memorável.
Rui Pedro (6): A terceira estreia da noite e quase acabava em glória já perto do final. A bola foi caprichosamente até ao poste e saiu. Primeiros minutos de muitos num futuro não muito distante, espero.
Nota 7: Brahimi, Marcano
Nota 6: José Sá, Felipe, Adrian
Nota 5: Rúben, Herrera, André André
Nota 4: Varela, Evandro, Depoitre
Nota 3: NES
Sérgio Oliveira, não desesperes rapaz. A culpa não é tua, garanto-te.
Outros Intervenientes:
Nada a registar no Belenenses, a não ser o facto de não terem tido que suar assim tanto para manter a sua baliza inviolável. Mas isto não tem a ver propriamente com o Belenenses, certo?
Quanto à equipa de arbitragem Nuno Almeida, um dos fervorosos soldadinhos do #colinho, optou por anular o golo de Felipe por suposto fora de jogo. Na repetição parece estar em linha, mas é um lance difícil de avaliar. Nós somos é azarados, porque todas as decisões difíceis acabam por ser decididas em nosso desfavor. Já a expulsão foi justíssima e a surpresa só reside mesmo no facto de o lance ter sido correctamente ajuizado.
Estamos outra vez numa situação muito complicada de reverter e, pior do
que isso, aparentemente estamos outra vez sem ninguém com capacidade
para o fazer. FC Porto, a descobrir novos fundos desde 2013. Se não conseguirmos vencer o Braga já no próximo sábado, temo o descalabro.
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Pela primeira vez em muitos programas, o Prolongamento de ontem teve um Manuel Serrão a assumir o palco. Ontem não teve seguimento a tragicómica peixeirada entre Sporting e Benfica, tudo graças à nossa tragédia actual, que de cómica nada tem.
Entre outras ideias, Manuel Serrão juntou-se finalmente à minha cruzada, só para depois se atirar espectacularmente da pobre pileca ainda antes de chegar à Terra Prometida.
O bom do Manel insurgiu-se naquele seu estilo gantiano, inchado e inflamado contra as gentes Portistas que teimam em não se apresentar como alternativas à liderança de Pinto da Costa. Não poderia estar mais de acordo, ando a pregá-lo há muitos meses, tendo começado bem antes das eleições sem oposição, onde nem assim se respeitou os sócios com aquele inacreditável processo de voto. Mas adiante.
Este é de facto o maior problema actual do clube. O vazio de alternativas a esta liderança.
Num clube normal (leia-se pouco habituado a vencer tantos anos a fio), os sócios usam o seu direito de voto para avaliar cada mandato presidencial e ou optam por reconduzir os incumbentes se a sua avaliação for positiva, ou optam por dar a oportunidade a outros se o trabalho desenvolvido tiver sido negativo.
Ora, no FC Porto, desde o início dos anos 80 que os Portistas se entregaram cegamente à liderança de Pinto da Costa, com o estrondoso e ímpar sucesso que todos reconhecemos e agradecemos. O lado perverso (um dos, aliás) deste cheque em branco foi o desaparecimento total de alternativas e consequentemente, de escrutínio dos actos de gestão. Culpa minha, culpa vossa. Mas quem nos poderia verdadeiramente culpar, quando tudo se ganhou, se constituiu uma sociedade anónima desportiva, se construiu um novo estádio e se estabeleceu um domínio quási-absoluto no desporto nacional? Comfortably Numb, todos nós.
Acontece que tudo tem um fim e agora que nos aproximámos do final desta liderança, não há quem se constitua como alternativa, desenvolva um projecto para o clube e o apresente aos sócios. Hoje somos um clube enfraquecido pela falta de massa crítica relevante. É fundamental que os putativos candidatos façam um exame de consciência e rapidamente concluam que o tempo de mostrar que querem e merecem ter a oportunidade de liderar o grande Futebol Clube do Porto é agora. Agora. Já.
Se continuarem escondidos na penumbra, à espera que o edifício acabe por ruir até que não sobre pedra sobre pedra, da minha parte só terão desprezo quando finalmente resolverem aparecer. E eu sei quem vocês são, meus senhores, não se iludam.
Regressando ao bonacheirão do Manel, falemos então do momento em que se apeou. Foi quando inferiu que a falta de quem se apresente como alternativa retira o direito de contestar a todos os Portistas. Errado, caro Manuel. Absolutamente errado.
A grande maioria dos adeptos não tem nem nunca terá ambições/condições de liderar ou participar na liderança do clube! São apenas adeptos, sócios, que pagam as quotas, compram os lugares anuais e o merchandising e querem o melhor para o seu querido clube. Precisam, sim, de quem os una e os lidere rumo a um futuro risonho e apenas uma pequeníssima fracção do universo Portista reúne as condições necessárias para o fazer.
Não é por não se apresentarem como candidatos que os Portistas perdem o seu direito à indignação e a apontar os muito erros de quem os lidera: era o que faltava! Não só podem como devem fazê-lo! O problema está precisamente em não o fazerem! A grande maioria dos Portistas mantêm-se ainda hoje silenciosa, alheada e submissa perante a realidade que nos consome. E o que todos nós podemos fazer é precisamente isso: dar eco a esse descontentamento, demonstrar aos interessados que há abertura para ouvir novas propostas - que diabo dragão, há a necessidade urgente de as conhecer!
Cheguem-se à frente, senhores candidatos. É tempo.
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Não posso deixar de registar com sentido pesar a tragédia (esta sim, absoluta) que se abateu sobre o Chapecoense, após a queda do avião em que a sua comitiva se deslocava rumo à Colômbia, para jogar a final da Copa Sul-Americana. Sem o espalhafato ou pedantismo de outros, apenas pretendo deixar um abraço solidário a quem perdeu familiares e amigos neste acidente. Em silêncio.
Lápis Azul e Branco,