Líderes. Isolados. A meio da ponte. Satisfeitos? Eu estou.
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A alegria da missão cumprida. |
Jogo difícil. Bem mais do que o resultado espelha e do que, eventualmente, a grande maioria dos portistas esperaria (nem me refiro aos restantes - os não e os anti-portistas - porque para esses todos os nossos jogos são facílimos).
Eu tinha avisado na antevisão e Lopetegui também: o Maccabi é uma equipa guerreira, que luta por todas as bolas, seja a defender ou a atacar. Mas hoje descobri que também são muito razoáveis a sair rápido para o ataque, com movimentações simples mas muito bem trabalhadas. Aliás, se não sofremos um golo foi mesmo graças ao que demonstraram ser o seu ponto mais fraco, a finalização.
Não foi um jogo especialmente bem conseguido pela nossa parte, essencialmente para intermitência exibicional. Muitos altos e baixos consecutivos ao longo do jogo, que só diminuíram de amplitude após o segundo golo. Mas mesmo depois, na segunda metade, tivemos momentos em que nos expusemos em demasia à eventualidade de sofrer um golo. Bem sei que o adversário também joga, mas cabe-nos impedir que o faça...
O início da partida apanhou-nos de surpresa, pois parecíamos não contar com o atrevimento dos israelitas. E isso terá marcado todo o jogo, porque deixou desde cedo no ar a sensação de que poderíamos ser surpreendidos. Ainda assim, estivemos sempre em controlo, a dominar as operações sobre o terreno. Não particularmente esclarecidos, mas a espaços com bons lances de envolvimento colectivo.
Os golos chegaram nos momentos certos e o seu somatório mandou-nos para o descanso com um boost de confiança e motivação, que posteriormente ajudou a pressionar cada vez mais à frente. Facilitamos a espaços, mas cumprimos os mínimos na segunda parte.
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A festa do primeiro golo |
Já a dupla substituição claramente não resultou. Não necessariamente por terem sido más opções, mas porque quer Tello quer Danilo nunca se encaixaram devidamente no filme do jogo. Em especial o português, que durante largo período foi o elo mais fraco da equipa.
Ainda assim, com mais ou menos complicações, o domínio do jogo continuou em nossa posse. Até ao fim.
Notas DPcA:
Casillas (6): Uma noite quase sem trabalho, descontando um lance aéreo na primeira parte e um livre na segunda. O pouco que fez foi bem feito.
Maxi (7): Fico outra vez com a sensação que sempre que volta da seleção vem desgastado. Não foi por isso que deixou de fazer um jogo à Maxi, com entrega e trabalho alicerçados na imensa experiência. Podia ter feito o gosto ao pé, mas atirou por cima. Agora segue-se descanso forçado...
Layún (7): Continua o seu processo de integração plena no onze, com todos os seus defeitos e qualidades. Entregou-se ao jogo, nem sempre bem defensivamente mas muito disponível para atacar. Exibição coroada com a assistência para Abou (mais uma).
Martins Indi (6): Esteve certinho e concentrado, sem falhas de monta. No entanto, vacilou em determinados momentos de envolvimento ofensivo do Maccabi e alguns poderiam ter acabado mal para nós.
Marcano (6): Exibição muito similar à de Indi, sem erros graves mas com oscilações que poderiam ter tido consequências maiores.
Rúben Neves (7): O menino capitão fez mais um jogo de bom nível, ainda que abaixo da grande exibição contra o Chelsea. As suas características levam a que brilhe sempre mais quando defronta grandes jogadores e grandes equipas, que por natureza se preocupam mais em jogar do que em destruir. Ainda assim, boa partida.
Imbula (6): Continua perdido na equipa, sem conseguir por ao serviço do colectivo todas as suas enormes qualidades. E com isso acaba por fazer jogos medianos, em que não compromete mas também não ajuda a resolver. Há que perceber como tirar melhor partido daquilo que tem para oferecer.
<-46' Corona (6): Jogo complicado para o mexicano, ainda que parcialmente por culpa própria. Tem que levantar mais a cabeça e perceber quando deve tentar furar ou passar a bola a um companheiro. Mas não deixou de correr e prestar auxílio ao seu lateral. Saiu bem, na tentativa de se encontrar alguém mais esclarecido.
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"Allaaah Hu Akbar!" ou o agradecimento pelo segundo golo |
André (6): Correu, passou, tabelou, cortou... enfim, ao seu estilo. Mas desta vez sem exuberância nem a fazer a diferença. Há dias assim.
<-84' Brahimi (8): Exibição do costume nos Campeões, empolgado e com vontade de resolver sozinho. Mas quando o adversário defende de faca nos dentes, a probabilidade de brilhar é menor. E quando não levanta os olhos do chão. Não fez um jogo excepcional, mas voltou a marcar. O pontinho extra é mesmo pelo golo.
Melhor em Campo Aboubakar (8): A entrega habitual, um golo e uma assistência. Obrigado e volte sempre!
->54' Danilo (5): Entrou completamente perdido e andou aos papéis durante largos minutos, contribuindo para a abertura dos espaços que os israelitas conseguiram explorar em vários momentos. Mais adiante, com a entrada de Herrera, melhorou mas já sem tempo para se redimir.
->54' Tello (5): Outra substituição que não deu os frutos esperados. Se na Póvoa surpreendeu muito boa gente, hoje voltou à sua má normalidade: ausente e inconsequente.
->84' Herrera (-): Entrou e saiu sem passes disparatados ou perdas de bola infantis, ajudando a equipa a controlar os minutos finais. E já não foi mau, não senhor.
Lopetegui (6): Montou uma equipa que conquistou uma vitória sem contestação e nos garantiu mais 3 pontos, mas que nunca deslumbrou. Não teria que ser um jogo de gala, porque o adversário é pouco dado a isso, mas esperava-se maior afirmação de qualidade perante um adversário lutador mas bem inferior. Q.B.
Na sequência daquilo que já tive oportunidade de escrever, reafirmo que a maior surpresa que resulta do nosso grupo não é a nossa liderança, mas sim o facto de ser agora isolada e de o Chelsea estar em terceiro. Aquilo em que as casas de apostas acreditavam - nos dias que correm, um belíssimo indicador do cenário mais plausível - é que os ingleses venceriam o grupo com tranquilidade e que nós os acompanharíamos, com mais ou menos dificuldades, rumo aos oitavos.
Neste momento, as coisas complicam-se não só para os londrinos, mas também para nós. Confuso? Eu explico.
Se o apuramento fica a "apenas" duas vitórias nos próximos dois jogos (contra Maccabi em Israel e Dynamo no Dragão), para garantir o primeiro lugar teremos muito provavelmente que evitar a derrota em Londres. Dir-me-ão que é um nice problem à la Sir Bobby Robson e eu concordarei sem reservas. Mas é mais do que isto. E vai para além das expectativas - sempre elas o maior entrave à felicidade - que racionalmente criámos após a vitória sobre os de Mourinho.
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Do Porto com Amor! Domingo há mais.. |
Se hoje tivesse havido uma vitória em Kiev, o panorama seria substancialmente diferente. Caso tivesse ganho o Dynamo, ficaríamos não só com o apuramento mas também com o primeiro lugar à distancia das tais duas vitórias. Se, pelo contrário, tivesse ganho o Chelsea, ficariam os de Kiev em muito maus lençóis para se conseguirem apurar e nós muito perto.
Com este empate na Ucrânia, um mau resultado em Israel deixar-nos-ia ao alcance de qualquer um destes dois adversários. Mas enfim, é a vida. Nós cumprimos a nossa obrigação e teremos de encarar o jogo de ida com a mesma ambição e seriedade. E depois logo se farão as contas.
Para já, segue-se jogo fundamental contra o
Braga (
bilhetes aqui), que só podemos mesmo ganhar ou... ganhar. Não só porque imediatamente antes um ou ambos da 2ª circular vão perder pontos, mas também porque na próxima jornada vamos à Madeira...
Hoje cumprimos e com isso, dormimos satisfeitos. Amanhã logo se verá.
Do Porto com Amor