Dia de jogo: FC Porto - Maccabi Tel-Aviv FC (2-0)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dia de jogo: FC Porto - Maccabi Tel-Aviv FC (2-0)


Líderes. Isolados. A meio da ponte. Satisfeitos? Eu estou.


A alegria da missão cumprida.

Jogo difícil. Bem mais do que o resultado espelha e do que, eventualmente, a grande maioria dos portistas esperaria (nem me refiro aos restantes - os não e os anti-portistas - porque para esses todos os nossos jogos são facílimos).

Eu tinha avisado na antevisão e Lopetegui também: o Maccabi é uma equipa guerreira, que luta por todas as bolas, seja a defender ou a atacar. Mas hoje descobri que também são muito razoáveis a sair rápido para o ataque, com movimentações simples mas muito bem trabalhadas. Aliás, se não sofremos um golo foi mesmo graças ao que demonstraram ser o seu ponto mais fraco, a finalização.

Não foi um jogo especialmente bem conseguido pela nossa parte, essencialmente para intermitência exibicional. Muitos altos e baixos consecutivos ao longo do jogo, que só diminuíram de amplitude após o segundo golo. Mas mesmo depois, na segunda metade, tivemos momentos em que nos expusemos em demasia à eventualidade de sofrer um golo. Bem sei que o adversário também joga, mas cabe-nos impedir que o faça...

O início da partida apanhou-nos de surpresa, pois parecíamos não contar com o atrevimento dos israelitas. E isso terá marcado todo o jogo, porque deixou desde cedo no ar a sensação de que poderíamos ser surpreendidos. Ainda assim, estivemos sempre em controlo, a dominar as operações sobre o terreno. Não particularmente esclarecidos, mas a espaços com bons lances de envolvimento colectivo.

Os golos chegaram nos momentos certos e o seu somatório mandou-nos para o descanso com um boost de confiança e motivação, que posteriormente ajudou a pressionar cada vez mais à frente. Facilitamos a espaços, mas cumprimos os mínimos na segunda parte.

A festa do primeiro golo

Já a dupla substituição claramente não resultou. Não necessariamente por terem sido más opções, mas porque quer Tello quer Danilo nunca se encaixaram devidamente no filme do jogo. Em especial o português, que durante largo período foi o elo mais fraco da equipa.

Ainda assim, com mais ou menos complicações, o domínio do jogo continuou em nossa posse. Até ao fim.



Notas DPcA:


Casillas (6): Uma noite quase sem trabalho, descontando um lance aéreo na primeira parte e um livre na segunda. O pouco que fez foi bem feito.

Maxi (7): Fico outra vez com a sensação que sempre que volta da seleção vem desgastado. Não foi por isso que deixou de fazer um jogo à Maxi, com entrega e trabalho alicerçados na imensa experiência. Podia ter feito o gosto ao pé, mas atirou por cima. Agora segue-se descanso forçado...

Layún (7): Continua o seu processo de integração plena no onze, com todos os seus defeitos e qualidades. Entregou-se ao jogo, nem sempre bem defensivamente mas muito disponível para atacar. Exibição coroada com a assistência para Abou (mais uma).

Martins Indi (6): Esteve certinho e concentrado, sem falhas de monta. No entanto, vacilou em determinados momentos de envolvimento ofensivo do Maccabi e alguns poderiam ter acabado mal para nós.

Marcano (6): Exibição muito similar à de Indi, sem erros graves mas com oscilações que poderiam ter tido consequências maiores.

Rúben Neves (7): O menino capitão fez mais um jogo de bom nível, ainda que abaixo da grande exibição contra o Chelsea. As suas características levam a que brilhe sempre mais quando defronta grandes jogadores e grandes equipas, que por natureza se preocupam mais em jogar do que em destruir. Ainda assim, boa partida.

Imbula (6): Continua perdido na equipa, sem conseguir por ao serviço do colectivo todas as suas enormes qualidades. E com isso acaba por fazer jogos medianos, em que não compromete mas também não ajuda a resolver. Há que perceber como tirar melhor partido daquilo que tem para oferecer.

<-46' Corona (6): Jogo complicado para o mexicano, ainda que parcialmente por culpa própria. Tem que levantar mais a cabeça e perceber quando deve tentar furar ou passar a bola a um companheiro. Mas não deixou de correr e prestar auxílio ao seu lateral. Saiu bem, na tentativa de se encontrar alguém mais esclarecido.

"Allaaah Hu Akbar!" ou o agradecimento pelo segundo golo
André (6): Correu, passou, tabelou, cortou... enfim, ao seu estilo. Mas desta vez sem exuberância nem a fazer a diferença. Há dias assim.

<-84' Brahimi (8): Exibição do costume nos Campeões, empolgado e com vontade de resolver sozinho. Mas quando o adversário defende de faca nos dentes, a probabilidade de brilhar é menor. E quando não levanta os olhos do chão. Não fez um jogo excepcional, mas voltou a marcar. O pontinho extra é mesmo pelo golo.

Melhor em Campo Aboubakar (8): A entrega habitual, um golo e uma assistência. Obrigado e volte sempre!

->54' Danilo (5): Entrou completamente perdido e andou aos papéis durante largos minutos, contribuindo para a abertura dos espaços que os israelitas conseguiram explorar em vários momentos. Mais adiante, com a entrada de Herrera, melhorou mas já sem tempo para se redimir.

->54' Tello (5):  Outra substituição que não deu os frutos esperados. Se na Póvoa surpreendeu muito boa gente, hoje voltou à sua má normalidade: ausente e inconsequente.

->84' Herrera (-): Entrou e saiu sem passes disparatados ou perdas de bola infantis, ajudando a equipa a controlar os minutos finais. E já não foi mau, não senhor.


Lopetegui (6): Montou uma equipa que conquistou uma vitória sem contestação e nos garantiu mais 3 pontos, mas que nunca deslumbrou. Não teria que ser um jogo de gala, porque o adversário é pouco dado a isso, mas esperava-se maior afirmação de qualidade perante um adversário lutador mas bem inferior. Q.B.



Na sequência daquilo que já tive oportunidade de escrever, reafirmo que a maior surpresa que resulta do nosso grupo não é a nossa liderança, mas sim o facto de ser agora isolada e de o Chelsea estar em terceiro. Aquilo em que as casas de apostas acreditavam - nos dias que correm, um belíssimo indicador do cenário mais plausível - é que os ingleses venceriam o grupo com tranquilidade e que nós os acompanharíamos, com mais ou menos dificuldades, rumo aos oitavos.

Neste momento, as coisas complicam-se não só para os londrinos, mas também para nós. Confuso? Eu explico.

Se o apuramento fica a "apenas" duas vitórias nos próximos dois jogos (contra Maccabi em Israel e Dynamo no Dragão), para garantir o primeiro lugar teremos muito provavelmente que evitar a derrota em Londres. Dir-me-ão que é um nice problem à la Sir Bobby Robson e eu concordarei sem reservas. Mas é mais do que isto. E vai para além das expectativas - sempre elas o maior entrave à felicidade - que racionalmente criámos após a vitória sobre os de Mourinho.

Do Porto com Amor! Domingo há mais..


Se hoje tivesse havido uma vitória em Kiev, o panorama seria substancialmente diferente. Caso tivesse ganho o Dynamo, ficaríamos não só com o apuramento mas também com o primeiro lugar à distancia das tais duas vitórias. Se, pelo contrário, tivesse ganho o Chelsea, ficariam os de Kiev em muito maus lençóis para se conseguirem apurar e nós muito perto.

Com este empate na Ucrânia, um mau resultado em Israel deixar-nos-ia ao alcance de qualquer um destes dois adversários. Mas enfim, é a vida. Nós cumprimos a nossa obrigação e teremos de encarar o jogo de ida com a mesma ambição e seriedade. E depois logo se farão as contas.

Para já, segue-se jogo fundamental contra o Braga (bilhetes aqui), que só podemos mesmo ganhar ou... ganhar. Não só porque imediatamente antes um ou ambos da 2ª circular vão perder pontos, mas também porque na próxima jornada vamos à Madeira...

Hoje cumprimos e com isso, dormimos satisfeitos. Amanhã logo se verá.


Do Porto com Amor



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