Dia de jogo: CF União - FC Porto (0-4)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Dia de jogo: CF União - FC Porto (0-4)


Já tinha saudades desta leveza de espírito. Vitória normal e fácil, fruto da uma nova atitude.

E a vida sorri...

Finalmente um jogo dentro dos parâmetros expectáveis quando o Porto defronta um União

Sem desprimor para os madeirenses, que reagiram bem a uma desvantagem madrugadora de três golos. Apesar de nunca terem verdadeiramente estado próximos de marcar, conseguiram pelo menos evitar uma goleada histórica, sofrendo o quarto golo já perto do final do jogo.

Hoje e por uma vez, entrámos decididos a pegar no jogo e até a mandar nele, como deveria ser sempre que defrontarmos qualquer equipa deste campeonato (mais prudente na visita aos redutos dos dois rivais, naturalmente). Equipa bem subida, com a defesa encostada à linha do meio-campo e os médios e avançados a pressionarem logo na saída de bola do União. Coincidência ou não (ou não), fizemos três golos em 22 minutos. Três golos. Que é o mesmo que dizer que ganhámos o jogo nesses 22 minutos. Depois foi só gerir. É bom, não é? Então porque não fazê-lo sempre? 

Outra coisa que é capaz de ter ajudado foi aquilo que podemos apelidar de táctica do quadrado. O que é? Apenas um nome pomposo para a forma mais simples de jogar futebol e fazer golos, que é jogar pelos flancos. Pelos dois flancos, em simultâneo. Impossível sem desequilibrar a equipa? Não, se houver as indispensáveis compensações dentro do quadrado. Pensem nos marcadores e "construtores" dos 3 primeiros golos, vejam a imagem e já continuámos.




Primeiro golo, boa jogada pelo flanco esquerdo com Brahimi a desmarcar Layún que foi até à linha cruzar para o cabeceamento feliz de Herrera. Nota de destaque para a presença de pelo menos mais dois jogadores na área na zona de finalização, coisa rara no futebol desta nossa equipa.

Segundo golo, Corona recupera a bola na raça (alguém imagina o Tello a fazer semelhante?) entregando-a a Maxi, que já em zona de cruzamento descobre Brahimi à entrada da área, que inventa novo golaço.

Terceiro golo, o argelino abriu na direita para Corona que arrancou um cruzamento de que bateu na toupeira e entrou directo. Mas ainda assim, foi mais um cruzamento para uma área onde vários companheiros se preparavam para entrar e atacar a bola.

Tudo passou pelos pés dos quatro homens que formaram este quadrado (até o quarto golo começou na assistência de Layún, mas aqui resultado de uma bola parada).



Notas DPcA: 


Casillas (6): Noite tranquila que até por isso não justificava aqueles passes mal medidos e mal pensados. Tem demasiada experiência para ainda ter a pretensão de nunca poder jogar feio. Não compliques, hombre.

Melhor em Campo Layún (8): Regresso às boas exibições e à sua participação directa nos lances decisivos - mais duas assistências para a sua conta pessoal. Muito interessante.

Maxi (7): Mais um que meteu duas abaixo e subiu a rotação do seu jogo para mais próximo da sua normalidade. Voltou a trincar a língua, lutando por todas as bolas no seu radar e ainda fez uma assistência. Seja bem regressado, seu Maximiliano.

Marcano (6): Dos jogos mais tranquilos dos últimos tempos, mas ainda assim com trabalho. Esteve genericamente bem, pese a precipitação num ou noutro lance.

Martins Indi (6): Exibição semelhante à do seu companheiro central, a cumprir sem nada de assinalável.

Danilo (8): Belo jogo do menino Godzuki, que deu mais força à minha suspeição de que ele e Rúben juntos acabam por ser um pouco redundantes contra equipas "menores". Assumiu por inteiro a sua zona e envolveu-se bem nos lances ofensivos, em especial os de bola parada, de onde nasceu o seu golo.

Herrera (7): Uau! Quem diria... afinal la cucaracha sabe jogar (razoavelmente) à bola... um golo feliz, com o menino Joãozinho a pregar uma partida ao seu GR, mas mais do que isso, participou positivamente nas acções colectivas, dando-lhes até alguma profundidade que tem faltado. Não deixou de fazer os seus disparates, mas também não se lhe pode pedir tudo de uma vez. Já lhe podiam ter dado a estatueta à mais tempo, carago!

<-87' André (6): Desta vez não deu nas vistas nem foi decisivo, mas ainda assim trabalhou muito e bem. O melhor que se pode dizer da sua exibição é que ajudou (bastante) os seus companheiros a brilhar.

<-78' Corona (7): Contra toda a lógica, passou directamente de não-convocado para titular e... contra toda a lógica, deu-se bem com isso! Além da felicidade que teve no seu golo, foi o extremo que deveria ser sempre, concentrado e confiante na sua missão ofensiva sem no entanto nunca descurar o apoio ao seu lateral de circunstância.

<-70' Brahimi (8): Segundo jogo consecutivo a marcar e a jogar bem, que luxo. Esteve bem mais solto do que em Tondela, ajuizando melhor os tempos de finta e de passe. E mais um belo golo de autor. Até na bonomia com que aceitou a substituição se percebeu que já estava satisfeito com o que havia dado ao jogo. Que seja para manter.

Osvaldo (5): Foi imprudente no lance da expulsão, sobretudo quando uns segundos antes tinha já encostado noutro adversário nas barbas do árbitro, mas não o vou crucificar por isso porque concordo com Lopetegui na avaliação que fez do lance: terá acertado na perna com os pitons traseiros mas claramente a disputar a bola; ajustava-se o amarelo pela imprudência mas nunca o vermelho. Até esse lance, é que as coisas não sairam bem. Continua desintegrado da equipa, pelo que pouco jogo lhe chega ou passa por si. Menos ainda em situações de finalização.

->70' Varela (5): O primeiro a entrar, para dar descanso a Brahimi. Integrou-se sem sobressalto no momento do jogo e da equipa, em que já não se procurava muito para além de deixar o tempo correr tranquilamente.

->78' Maicon (5): Foi a jogo fruto da expulsão de Osvaldo, em mais uma dança de posições na equipa. Passou pelo jogo sem se dar por isso.

->87' Evandro (-): Sem tempo útil para ser avaliado.

Lopetegui (7): Até me sinto mais leve chegado aqui. A sério, sempre a bater no mesmo ceguinho voluntário, cansa. Desta vez, nem na reorganização pós-expulsão vou bater. Hoje guardei a moca no armário e não a tiro de lá. Voltou a inovar no onze inicial, com pouca lógica disse eu à priori, mas o que conta é o resultado (não só do jogo como também do que se jogou) e esse foi categórico. Porque abordamos o jogo com a atitude mental correcta e o jogo sorriu-nos de volta. Se quando a equipa entra apática culpo o treinador, hoje tenho que o felicitar pela tão desejada mudança de chip. Queria muito que tivesse sido o início de um novo ciclo, mas isso só os próximos capítulos poderão (ou não) confirmar. Aguardemos, pois. Entretanto, bien hecho!



Outros intervenientes:

Já me referi ao União, que foi aniquilado em vinte minutos e como tal, se limitou a conter danos num primeiro momento e depois a um breve esboço de reação no regresso do intervalo, que rapidamente sucumbiu perante a impotência de alterar o curso do jogo. Não consegui identificar nenhum jogador que se destacasse dos demais.

Já o senhor Paixão esteve em evidência, como sempre faz questão de estar. Sem grandes complicações num jogo que se resolveu cedo, tinha que deixar a sua marca no jogo com a precipitada expulsão. Outros lances também deixaram dúvidas, incluindo uma disputa de bola na nossa área em que Maxi e Élio Martins se agarram mutuamente e acabam por cair. Nesse acho que ajuizou bem porque não me pareceu merecedor de grande penalidade, mas mal ao marcar falta ofensiva. Não que tivesse qualquer influência, mas Paixão de camisola vermelha é isto, um cúmulo de erros que nunca se sabe quando acabam em tragédia.



O adversário não era de topo, como não é nenhum do nosso campeonato, mas o momento era (é?) delicado, pelo que não podemos desvalorizar a categoria ou a importância desta vitória. Não ficou tudo bem de um dia para o outro, mas temos agora um novo balão de oxigénio que deverá continuar a ser enchido já no próximo sábado, quando defrontarmos o Paços no Dragão. A propósito, ainda podem concorrer aos DOIS BILHETES que estamos a oferecer, clicando aqui.

Até lá, teremos uns dias mais descontraídos. Já fazia falta, vão saber bem.



Do Porto com Amor




6 comentários:

  1. Não sendo brilhante a exibição, houve no entanto claras diferenças para o habitual de Lopetegui. Jogar com extremos mesmo, um avançado a fixar os centrais e maior simplicidade de processos. Laterais a combinar com os extremos e mais presença na área de finalização com Herrera. Sim, tivemos felicidade na obtenção dos golos e uma eficácia assinalável, mas essa felicidade procura-se e depois de marcar o primeiro, não encolhemos como é costume. Danilo sózinho é imperial, mereceu bem o golo obtido. Gostei do Osvaldo!!!! Como disse fixa mais os centrais adversários, é o primeiro a fazer pressão e é muito importante nas bolas paradas defensivas. Nota-se que revela ansiedade por marcar, mas isso não é o que mais me preocupa, se conseguir abrir espaço para outros marcarem. Corona, começou com muita falta de confiança, foi subindo e é claro que aumentando esses níveis é uma clara mais valia. Nem digo quem achei o elo mais fraco, uma vez mais, para não me acusar de perseguição ...ahh e Herrera, apesar daqueles pequenos períodos de sonambolismo é mesmo muito mais jogador que o dito cujo.

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    1. Pelas notas até comprovaria que concordo que neste jogo foi dos menos bons, mas daí a considerá-lo inferior a Herrera... Sacrilégio! :-)

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    2. Há uma Herrera que esteve, por exemplo, no Campeonato do Mundo e há o Herrera displicente, desconcentrado, por vezes anedótico. Um é muito bom, o outro...

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  2. É verdade, os próximos capítulos serão decisivos. Para já, 3 em 3. Faltam 5.

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    1. 3 em 3? Ah, excluindo champions... (eu não me esqueci das metas que fixou :-)). Para mim, nada se aproxima à importância de vencer o campeonato (nestas circunstâncias em que já não o ganhámos há dois). Só não admito ser humilhado na Europa (como em Munique), de resto tranquilo se formas até à liga Europa: tem sítios mais "exóticos" para visitar e tudo :-)

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    2. 3 em 3 no ciclo de 8 internos para fazer 24 pontos. Na Champions só poderemos fazer contas depois de Stanford. Se ganharmos, tudo na paz. Se não ganharmos, primeiro objetivo por água abaixo. Eu também não me esqueci :)

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