Os números da primeira parte da época

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Os números da primeira parte da época


Após 27 jogos oficiais e finda a primeira volta do campeonato, é tempo para uma análise aos desempenhos individuais.



27 jogos repartidos por campeonato (17), Liga dos Campeões (6), Taça de Portugal (3) e Taça da Liga (1). Em cada um deles, pontuei os jogadores de acordo com a minha visão sobre o seu desempenho, apoiado na tabela de pontuação DPcA (que vai de 0 a 10). 

Chegados ao "meio" da época, é altura de pegar nessas pontuações (isoladas e ponderadas pelos jogos e minutos) e fazer uma análise de desempenhos qualitativa substanciada pelas estatísticas recolhidas.

Em termos colectivos, fizemos 51 golos e 35 assistências em todas as competições, o que produz médias por jogo de 1,89 festejos e 1,3 "passes de morte". Se olharmos apenas para a Liga, as médias melhoram: 34 golos (2 por jogo) e 27 assistências (1,59 pj). 

Por comparação (apenas campeonato), o actual líder Sporting marcou por 35 vezes (2,06) e regista 20 assistências (1,18), enquanto que o Benfica tem 45 (2,65) e 24 (1,41), respectivamente.


O melhor marcador em absoluto é Aboubakar, que mesmo apesar do seu eclipse, marcou até agora 13 golos (8 na Liga), seguido de longe por Corona com 7 (todos no campeonato), pela dupla Herrera e Brahimi, ambos com 5 tentos e por André com 4 (3 na Liga, 1 contra o "seu" Varzim). De seguida dois trios: Maicon, Layún e Danilo fizeram 3 cada um e Marcano, Bueno e Tello marcaram 2 cada. Quem apenas festejou uma vez: Varela e Osvaldo.  


Quem superou as expectativas em termos de concretização? Corona, Herrera, André, Maicon, Layún e Danilo.

E quem está aquém? Em primeiríssimo lugar, Osvaldo, claro. Também esperava bem mais de Brahimi e que Rúben, Maxi e André Silva já se tivessem estreado - o primeiro na época e os outros dois em absoluto.  


Já nas assistências, a surpresa maior é incontestavelmente Layún, com umas notáveis 11 assistências conseguidas nos 22 jogos em que participou (na Liga, 9 em 14!). O segundo é Maxi, com 7 (6 na Liga) e os terceiros são André e... Tello, com 3 cada.

A surpreender pela positiva, Layún e até mesmo Maxi.

Abaixo do esperado, outra vez Brahimi e também Corona, que ainda não se estrearam a oferecer a felicidade a um companheiro.


Avançando para a utilização de cada jogador, analisaremos a questão segundo três prismas distintos: a) jogos em que participou, b) jogos completos e c) minutos de jogo.




a) Jogos em que participou

Para minha surpresa, o jogador que em mais partidas actuou foi Danilo (25 jogos), seguido por Abou (24), Casillas e Brahimi (23); Maxi, Layún e André somaram 22, Marcano 21 e Tello 20. A fechar os onze mais utilizados, Rúben e Indi.

Acima do esperado: Danilo, notável para um menino que acabou de chegar ao clube, o que me dá muito gozo porque é um dos jogadores por quem mais torci para que acabasse no Dragão. Layún e André também, por serem recém chegados e terem "pouco cartaz".

Abaixo: Outra vez Osvaldo, acompanhado de Cissokho, Bueno e Sérgio Oliveira. Os dois primeiros justificaram o "esquecimento" a que foram votados, mas os dois últimos não - bem pelo contrário, responderam quase sempre bem quando foram chamados.


b) Jogos completos

Aqui o líder é (sem surpresa) Iker com 23 jogos do princípio ao fim, tendo apenas falhado (também por inteiro) os 4 encontros das taças nacionais. Segue-se Maxi com 20 e com menos um os outros três defesas mais utilizados: Indi, Marcano e Layún (Maicon esteve lesionado algum tempo).

Danilo fez apenas 17 jogos inteiros dos 25 em que participou, tendo sido muitas vezes solução de recurso e em outras menos sacrificado na procura de um resultado melhor. O mesmo se aplicará a Abou, que fez 16 jogos completos dos 24 em que deu o seu contributo, mas aqui muito menos compreensível. Só o seria se os incompletos se devessem a ser rendido por Osvaldo, pressupondo que os jogos já estariam resolvidos ou pelo menos bem encaminhados - mas nós sabemos (bem demais) que foi este o motivo....

As maiores surpresas foram todas negativas: Bueno fez apenas 3 jogos inteiros, Osvaldo 4, Herrera 5, Imbula 6, Rúben 7 e André apenas fez 9 jogos completos. Muita, demasiada rotação. Excluí desta lista os extremos porque normalmente são dos primeiros a serem substituídos.


c) Minutos de jogo

Este terceiro item resulta naturalmente dos dois anteriores e apenas "confirma" as conclusões já deles retiradas. Iker é por agora o recordista, com 2070 minutos jogados. Seguem-se outros nove dos onze mais utilizados.

Outras curiosidades:

 - A única variação entre os onze com mais minutos e os com mais jogos é Corona, que "agarra a posição" com 1163 minutos, mais dois do que o agora "relegado" Rúben;

 - Tello, apesar de ter participado em 20 partidas, somou apenas 1013 minutos (média 50,7 min/jogo), ficando atrás de 6 companheiros com menos participações.

 - Imbula, pela expectativa que (os contornos d)a sua contratação criou, desiludiu também nos minutos jogados, "apenas" 1129 - por comparação, Danilo soma 1859 (mais 730 minutos, mais do que 8 jogos completos!) e André totaliza 1508 (379 de diferença).


Vista que está a estatística "objectiva", vamos então para o prato forte da análise: a pontuação DPcA e a dialética que estabelece com o tempo de utilização.



O Quadro 3 apresenta os jogadores ordenados pela pontuação total, ou seja, a totalidade de pontos que cada jogador acumulou em todas as suas participações.

Sem surpresa, Danilo lidera a tabela com 155 pontos, o que se explica por ser o jogador com mais participações (25 jogos). O pódio completa-se com Abou (149) e a dupla Layún / André (143), mas é de realçar que tanto o mexicano como o português participaram em apenas 22 jogos, o que significa que potencialmente tiveram menos 3 pontuações do que Danilo e menos duas que Abou. E André tem significativamente menos minutos de jogo, o que normalmente limita a nota que se consegue atingir.

Destaco também Indi e Corona, que conseguem ficar à frente de jogadores com mais jogos e minutos e pela negativa Marcano, que apesar das suas 21 participações, está atrás de Indi e pontualmente muito distante de Maxi (22 jogos). Para este resultado do espanhol muito contribuíram as desastradas exibições na Choupana e para a Taça da Liga...


Em termos de pontuação média por participação, as coisas alteram-se. Este é aliás o indicador mais relevante para mim. "Ignorando" Alex (1 jogo) e Sérgio (3) por falta de relevância estatística, o líder actual deste ranking é Brahimi com uma média de 6,62 pontos por jogo. Na segunda posição segue (mais uma vez) a dupla Layún / André com média de 6,50. Em quarto encontra-se Bueno com 6,40, o que sugere que merece mesmo mais oportunidades, ainda que as suas melhores notas tenham sido conseguidas na Taça contra equipas de escalão inferior.

Descontando os "irrelevantes", note-se que Danilo (líder da pontuação total) ocupa um menos notável oitavo lugar com média de 6,20.

Mas quem está realmente a deixar ficar mal os companheiros são Varela, Evandro, Maicon, Imbula, Marcano, Tello e Herrera, por ordem decrescente. Todos eles exibem médias abaixo de 6 (primeira nota positiva) e têm portanto muito que melhorar na segunda metade da temporada.


Por último, olhemos para outra medida interessante: quantos minutos necessita um jogador para conseguir 1 ponto. Aqui ter menos é ter mais... quem chega ao mesmo objectivo (1 ponto) em menos tempo, é mais eficiente. Esta medida sofre de algum enviesamento provocado pelo facto de os jogadores que entram mais vezes como suplentes têm vantagem, porque desde que joguem o suficiente (10 minutos) e não façam asneira, têm a nota 5 garantida. Ora um companheiro que seja habitualmente titular e não faça nada de especial, também se habilita a ter o mesmo 5.

Ainda assim, parece-me interessante, dando esse desconto ao enviesamento e procurando comparar alhos com alhos. Ignorando então os bugalhos Varela, Osvaldo, Evandro e Tello, o primeiro da lista será Corona, que até agora precisou de apenas 10,38 minutos para conseguir cada um dos seus 112 pontos, logo seguido por Rúben (10,46) e André (10,55).

Sem surpresa, GR e defesas apresentam scores inferiores nesta análise, uma vez que são os que mais jogos completos fazem dentro do plantel e por isso, mais minutos têm nas pernas. Mesmo assim, não posso deixar de nomear o último da tabela dos "relevantes": Marcano, pois claro...


Vejamos finalmente os melhores onzes até ao momento:

Face a tudo o que fomos constatando anteriormente, não se pode dizer que haja grandes surpresas. Estão lá todos e corresponderão ao onze ideal de muitos portistas neste momento.

Ressalvo obviamente Marcano, que beneficia do facto de ter mais 3 jogos do que Maicon mas apenas mais 10 pontos (ou seja, bastaria que Maicon pontuasse 4 em cada um desses três jogos a menos para ultrapassar o espanhol). Não morro de amores por nenhum dos dois e a solução óbvia seria mesmo contratar um central de grande qualidade.

No meio estão os 3 mais utilizados e não há muito mais a acrescentar. Imbula e Herrera decepcionaram, foi tudo natural...

E na frente ainda menos. Brahimi é indiscutível e Abou não teve real alternativa. Nota apenas para Corona (tal como Layún, apenas se estreou em Arouca), que começou a jogar menos mas paulatinamente foi relegando para segundo plano Varela e Tello.

No onze assente na pontuação média, a única alteração face ao anterior é a entrada de Bueno por troca com... Marcano, que obrigaria a um ousado 3-4-3 (há quem lhe chame suicidário também :-)) mas que serve para a análise em questão.


Como curiosidade, mas a confirmar a desilusão que tem sido a época, a pontuação média da equipa (total dos pontos de todos os jogadores a dividir pelo somatório do total de jogadores que participou em cada jogo) é negativa: 5,78. Por pouco, mas é. Está bem, arredondando dava para passar de ano... acontece que nós somos o Futebol Clube do Porto, não jogamos para não descer mas sim para ficar em primeiro!

Ainda pior do que a média da equipa (a segunda parte da explicação da "má" época) está... adivinharam, Lopetegui, com a pobre média de 4,81 em 26 partidas oficiais.



O que se retira disto tudo?

1 - Sou um fonas a dar notas

2 - Há muitos jogadores em sub-rendimento, facto a que não é alheio (bem pelo contrário) o sistema do anterior treinador. Negativo pelo que já aconteceu, mas positivo pela esperança de que melhorem na segunda e decisiva metade da época. Para já, "apenas" nos custou a continuidade na Champions.

3 - É fundamental contratar já em Janeiro um central de qualidade indiscutível e um avançado goleador para render Osvaldo.

4 - A escolha do treinador que vai conduzir a equipa até final da época será determinante para o que dela conseguiremos levar; temos 3 troféus para adicionar ao museus, com o campeonato e a taça à cabeça.


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Não me posso ir embora sem antes lembrar que "Hoje joga o Porto!", outra vez no Bessa mas agora para decidir quem se apura para as meias-finais da Taça

Conto com uma equipa razoavelmente alterada e, claro, que sejamos nós a estar no sorteio defrontar o vencedor do Gil Vicente - Nacional na antecâmara do Jamor.

Volto no final para analisar as incidências.

Até lá... vamos a eles, carago!



Do Porto com Amor



3 comentários:

  1. Pa, aquele 3-4-3, facilmente virado em 3-3-4, tem potencial! A sério! O Danilo pode ser segundo central tranquilamente. Humm, onde anda o Holandês?

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    1. É favor não mexer no Danilo! E o holandês acho que anda a lavar pratos pela excelente restauração do país basco. Pode ser que se cruze com o outro e formem os The Impossible.

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