Euro News #1

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Euro News #1



Terminada que está a primeira fase do Euro 2016, é tempo para uma breve análise sobre a competição. E de olhar para o andamento da nossa Liga Fantasy.


Albânia: uma estreia cheia de argumentos... mereciam ir mais longe!


Cá estou de regresso, após uma ausência inusitada, eventualmente longa para alguns e demasiado curta para outros. Seja qual for o seu sentimento, caro leitor, prometo tentar não repetir a graça.

Acabou há minutos a última partida da fase de grupos do Euro 2016. O que sobra destes 36 primeiros jogos?

 - Equilíbrio. Ao contrário do que foi profetizado, o aumento do número de seleções presentes não se traduziu em jogos e grupos desnivelados. Bem pelo contrário, vários dos "pouco habituais" deram água pela barba aos históricos dos EUROs. País de Gales, Eslováquia, Hungria e Irlanda do Norte surpreenderam e ofereceram férias antecipadas a russos, ucranianos e austríacos. Mas foi o País de Gales quem brilhou com mais intensidade, bem secundado pela Croácia (pobre de quem os enfrentar a seguir...) que relegou a Espanha para a segunda posição. Só não gosto do sistema encontrado para emparelhar os quatro melhores terceiros e acredito que uma competição com 32 equipas ainda venha a ser testada.

 - Enfado. Com honrosas excepções, onde se incluem os dois últimos jogos de Portugal e uns quantos mais, houve uma mediania entediante na maior parte das partidas. E nem o desgaste dos jogadores após uma longa época serve de desculpa, basta comparar com o que se tem assistido na Copa América. O problema está na cabeça dos treinadores e por consequência, dos jogadores. Com o elevado nível de bagagem táctica e conhecimento dos adversários que todos os misters possuem, é bastante mais fácil optar por anula-lo do que correr o risco de o tentar surpreender. Assim, assistimos a jogos com equipas amarradas uma à outra na maior parte do tempo, à espera de um lance de génio ou de sorte (ou de ambos).

 - Street Fighting. Absolutamente deplorável o que se tem passado nas ruas das cidades anfitriãs do evento, com as forças de segurança a revelar bastante dificuldade em controlar o fenómeno. O que motiva esses animais é-me indiferente, falta é começar a tratá-los como tal. Por mim até lhes alugava uma arena para que se pudessem espancar à vontade, fazia-se um campeonato só para eles em que ganhava quem matasse mais. Resolviam-se assim dois problemas de uma vez só: deixavam o futebol em paz e libertavam-se recursos preciosos da Mãe Terra para quem merece viver.

Nota final para algo que felizmente nunca muda: o colorido das bancadas, repletas de flores frescas e viçosas. Recomendo uma visita a esta compilação de 100 dos melhores bouquets deste europeu. São rosas Senhor, são rosas. 


getty images


Quanto à "nossa" SeleNão, não é fácil resumir ou explicar os três empates. Mas vamos lá tentar.

- Fernando Santos. O grande (i)responsável material pelo desfecho. Esteve mal logo na convocatória (Eliseu é um perfeito anormal e um qualquer Antunes - sem desprimor - com mialgia nas orelhas seria melhor; Renato Sanches não mereceu ser chamado e não está lá a acrescentar nada de útil; André Silva merecia o bilhete e a falta de avançados exigia-o), mas o problema começou muito antes. Mais concretamente, no dia da sua apresentação. Eternamente grato por ter sido o escolhido (quem não gostaria de ter o seu emprego?), capitulou desde logo a sua autoridade, transferindo-a para o mais melhor do mundo, o "nosso" CR7. Desde então, tem vivido às costas do capitão, escondendo-se nelas. 

Não surpreende portanto que seja incapaz de o pôr na ordem. Não está em causa a qualidade de Ronaldo - é um grande jogador, um atleta de eleição e uma máquina de fazer golos (o segundo de hoje é magnífico) - mas sim a sua atitude perante os seus companheiros. Não há jogo em que não dê asas ao seu superego, totalmente deslocado e prejudicial a quem pretende ter uma "equipa" no verdadeiro sentido da palavra. Para Ronaldo, os outros dez só lá estão porque precisa deles. Quando a jogada não passa por ele, amua. Quando é outro a fazer o golo, tem pena. Se pudesse jogar sozinho nem hesitava. Precisa, portanto, de quem o ponha no seu lugar, começando por entregar a braçadeira a outro. Mas em Portugal não há ninguém para o fazer.

- Aselhice. 17 remates contra a Islândia, 16 contra a Áustria e 18 contra a Hungria. 1 golo marcado no primeiro, zero no segundo e (finalmente) três no último. Se pensarmos que em cada jogo tivemos uma mão cheia de oportunidades desperdiçadas (com destaque para o jogo com a Áustria), explica-se parte destes três empates. Mas não nos esqueçamos do nome e valia dos adversários: Islândia, Áustria e Hungria. Para enfatizar a aselhice, obviamente.

- Infortúnio. Não gosto nada de atribuir à sorte ou à falta dela o desfecho de um jogo de futebol. Mas há excepções e parece-me justo reconhecer que Portugal tem tido pouca sorte. Não apenas no que depende de si (bolas aos postes e traves, penálti falhado, etc.), mas também no que não depende (golos de ressalto, por exemplo). Mas, como se costuma dizer, a sorte dá muito trabalho. E a produtividade desse trabalho depende sempre da sua organização, acrescento eu.


Seguem-se os oitavos-de-final, onde além do Croácia-Portugal se destaca o "impensável" Itália-Espanha e um tragicómico País de Gales-Irlanda do Norte. Logo veremos no que dá. Se passar, Portugal defrontará o vencedor do Suíça-Polónia...



Quanto à Liga Do Porto com Mística do Fantasy Euro 2016, começo por realçar a grande participação registada: 72 inscritos!




Após três jornadas, o actual líder e grande vencedor da fase de grupos é o Luciano Silva, que ao comando do Maldito EC, soma já 187 pontos. Em segundo, a uns respeitáveis 15 pontos, segue o LIMAerpool de Paulo Lima e em terceiro e quarto dois dos especialistas de UEFA. 

Ainda nem estamos a meio da competição, pelo que ainda todos podem aspirar a vencê-la. Basta continuar atento e começar a acertar mais nas apostas!



E por hoje é tudo. Voltarei no feriado para me debruçar sobre aquele que verdadeiramente me representa, o nosso Futebol Clube do Porto. Até lá, muitas sardinhas a pingar na broa e ainda mais marteladas... bom São João (mesmo aos que cá não estão!).



Do Porto com Amor




14 comentários:

  1. Subscrevo na íntegra. Um treinador sem um pingo de liderança. marioneta nas mãos do que se acha divino (o 2º golo é mesmo muito bom, se ele se limitasse a querer só jogar à bola...). João Mário que até gosto, é uma profunda decepção. Wiliam acrescenta o quê? Lentidão! Eliseu é risível.
    Os propagandistas do regime querem fazer passar que empatar em casa com o União da Madeira, Tondela e Académica, foi uma façanha.
    Não foi. Foi miserável, até agora!

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  2. aaaahhh! falhaste! em contraponto ao 'street fighting', há sempre um grupo de adeptos irlandeses bem dispostos, prontos a ensinar os outros como se deve viver um Euro :)

    abr@ço e bom S João para todos
    Miguel | Tomo III

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    1. Muito justa a observação, são de facto um regalo os adeptos das ilhas Britânicas tirando os ingleses. Mas infelizmente são muito menos (e muito menos vezes vistos) do que os animais a que me refiro.

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  3. São macinhas com muitos e bons atributos.
    Mas o meu fraco contudo são as ucranianas.
    A selecção é zero para mim.
    O que me interessa é O MEU, O TEU, O NOSSO FCPORTO e as ucranianas, claro.

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  4. Caro LAeB

    Na verdade, já tinha estranhado a sua, para mim, longa ausência, pois trata-se de um espaço de Portismo que me habituei a gostar desde o primeiro instante e de cuja leitura, pelo menos, não prescindo. Aproveito para reforçar os votos de que tudo esteja a correr pelo melhor com o seu novo rebento, assim como a restante família, pedindo desde já desculpa pelo atrevimento.

    À mingua de assunto sobre o nosso FC Porto, de referir apenas que o capítulo dedicado a Fernando Santos só vem reforçar a minha indiferença para com a dita selecção. Como seria de esperar, tinha de ser Danilo a pagar a factura da decepcionante exibição colectiva e resultado do primeiro jogo. Nada de novo portanto, mudam-se os tempos, mantêm-se certas vontades e a minha indiferença também. Poderei eventualmente ferir susceptibilidades e ser considerado anti-patriota (olhe que não, olhe que não, pelo menos até à data e com muito sacrifício, nunca fui condenado por fuga ao fisco e branqueamento de capitais, ao contrário de um certo director "patriota" da FPF), não me importo e não lamento.

    Um abraço e...

    FC PORTO SEMPRE

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    1. Meu caro Fernando

      Agradeço a sua preocupação, está a "evoluir" muito bem o novo rebento e o resto da família continua a "ganhar entrosamento" com o reforço. Assim como me sensibiliza o apreço com me brinda os meus escritos.

      E dito isto, nem me vou referir ao resto, pelo falta de relevo que revela...

      Um abraço

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  5. Confesso que a primeira vez que li o texto, li Adrien Silva em vez de André Silva.
    André Silva convocado? Antes de criticar o seleccionador, deve criticar o seu clube. A aposta recaiu em Aboubakar e Osvaldo no início de época. Não estavam a ter sucesso, o que se faz? Contrata-se Suk. Só nos derradeiros jogos se deram oportunidades ao André, e mesmo assim, demorou a marcar. Pedir-se ao seleccionador que o levasse ao Europeu era pedir de mais com tão pouca "amostra". Este ano será naturalmente opção, pois, passando a ser representado por Jorge Mendes, passará da bancada a jogar com regularidade.
    Se querem ver jogadores na selecção, e não haver tantos jogadores made in Sporting (10), há que apostar na formação e em jogadores portugueses. E o seleccionador até já fez o "favor" de pôr o Danilo a titular no 1º jogo, ele que esteve lento e não ganhou uma bola de cabeça. O Fernando Santos devia pôr o meio-campo do Sporting, já com certa dinâmica e automatismos e não pôr 2 "tartarugas" como o André Gomes e João Moutinho a jogar com o João Mário.
    Concordo com a análise ao CR7, mas não lhe tiraria a braçadeira. É o líder da equipa e não vejo quem pudesse envergá-la.

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    1. A bem da verdade, André Gomes e João Moutinho são duas tartarugas, mas a marioneta de CR, Fernando Santos, ainda se lembrou de lá colocar o William, que é uma tartaruga....morta.

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    2. Essa do made in Sporting só me dá vontade de rir. Parece que não têm noção do ridículo em que se envolvem ao dar tanto ênfase à "Academia" quando a jusante não têm mais nada para mostrar. Como se o objectivo de um que se diz ser grande fosse criar meninos talentosos em vez de ganhar títulos. A contradição agrava-se precisamente por isso, porque têm supostamente tudo para serem o clube dominante das últimas décadas e depois... nada, zero, nicles. Mas ok, se vos chega dar talentos aos outros, aaproveitem!

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  6. Depois dessa imagem tb eu fiquei com pena da albania. Pensei que por la eram so roliças e farfalhudas, mas parece-me que mais uma vez o pré-conceito levou a melhor. Tb nao ligo mt a seleccao. Gostava de referir um ponto que para mim é crucial: a finalizaçao das jogadas em portugal é mal trabalhada e assimilada. Porque é raro termos pontas de lança goleadores? Parte da resposta, creio, que em portugal os adeptos tanto vibram com os golos como com as oportunidades. Desde que passe perto, ja é bom. Nao precisa de entrar. Ja se aplaude assim mesmo. Acho que se exige pouco o acerto na finalizacao. Em inglaterra qualquer remate vai a baliza, mesmo do meio campo. Aqui, se passar a menos de 3 metros ja é orgasmico e nao entrou so por azar. Ah, e Nao se marca um canto de jeito, como é possivel? Abraco

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    1. É bem verdade, quer a questão da finalização, quer o "pormenor" dos cantos. Para impossível treinar todos os dias e não conseguir marcar um lance de bola parada como o canto.

      A cultura predominante tem sido sempre mais a de destruir e evitar golos do que a de arriscar fazê-los. E isso tem impacto no desenvolvimento e nas apostas na formação. Todos querem ser o goleador, mas quase todos aceitam ser outra coisa qualquer para não serem excluídos. É um tema tão interessante como complexo...

      Quanto a Portugal, enfim, é a ver se dá...

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