Fissuras na Muralha Vermelha

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Fissuras na Muralha Vermelha


Ontem à noite foi para o ar mais uma imperdível edição do Universo Porto - da Bancada do Porto Canal, um programa de opinião Portista moderado por Tiago Girão e comentado por Francisco J. Marques, Bernardino Barros e José Cruz.



Ao longo de muitas semanas, o programa tem feito uma muito necessária marcação cerrada ao universo de comentadores, paineleiros, jornalistas e apaniguados do Benfica, procurando desmascarar com factos aquilo que é conhecido como o Polvo benfiquista, um imenso emaranhado de ligações promiscuas e ilegais, transversais a todos os quadrantes da sociedade portuguesa, que se unem em conluio para gerar favorecimentos e benefícios ilícitos ao seu SLB.

Devo dizer que nem sempre concordo com os temas escolhidos ou com a forma como são abordados, pelo esporádico exagero e tímido fanatismo com que uma pequena parte dos assuntos é tratada. Um pecadilho congénito a quem ama um qualquer clube de futebol, inócuo se devidamente "temperado" por um bom carácter.

No essencial, vejo-o como um programa feito por gente apaixonada mas séria, que pretende nada mais do que garantir que o Porto não é desfavorecido face aos demais concorrentes, com grande enfoque no campeão do #colinho.

Ontem, entre outras coisas, foi-nos dado a conhecer que afinal o maestro que afina a orquestra de paineleiros avençados mas sobretudo sectários e intelectualmente desonestos que polui e conspurca as televisões nacionais todas as semanas, mentindo e inventando factos sem qualquer pudor, com o único objectivo de empurrar o Benfica para o tretacampeonato.

Afinal, (já?) não é o aldrabão Hugo Gil quem lidera a música que nos querem dar toda a santa semana, mas sim o supostamente imparcial comentador Carlos Janela, ex-funcionário do Sporting e figura sombria que sucessivamente tem sido preterida em tudo o que se tem envolvido (vá-se lá saber porquê...).

Será de sua autoria a "cartilha" distribuída aos Guerras, Venturas e símios da Silva relativa a esta semana, detalhando como e em que termos os vários tópicos em agenda deveriam ser endereçados, desde o rescaldo do Clássico às diabruras de Bruno de Carvalho e seus pares. 




Para lá do valor intrínseco de tal revelação, para o desmascarar definitivo de que o Benfica de facto se serve de lacaios sem escrúpulos para perseguir a sua agenda, a mim ressalta o facto de perceber como é que tal "documento" acabou nas mãos de Francisco Marques.

Supostamente, apenas um restrito grupo de indefectíveis lampiões teria acesso ao documento.

Supostamente, jamais algum deles consideraria sequer por um segundo fazê-lo cair nas mãos do inimigo. É como imaginar que seria um nazi a ensinar os ingleses a decifrar a sua Enigma (kudos, prof. Turing). Impensável. Ou será que não?

Seguindo a analogia, ninguém duvidará que muitos alemães se tenham apercebido e oposto ao regime nazi ainda durante a sua vigência. Mesmo se em silêncio, dada a punição definitiva que pairava sobre as suas cabeças (e de todos os seus entes queridos).

Regressando aos dias de hoje, é para mim evidente que foi um benfiquista quem partilhou tal documento. Porque, mais do que ser de Benfica, será uma pessoa de bem, que não se revê (e provavelmente nem suporta) neste modus operandi actual do Vieirismo. Alguém que ama o seu clube e está farto de o ver caminhar pelos becos escuros da imoralidade e da ilegalidade. Alguém que considera o seu Benfica demasiado grande para se comportar desta forma. Estou consigo, caro alguém, trate-se de que clube se tratar: o seu, o meu ou outro qualquer.

Qual a relevância simbólica deste acto?

Imensa. 

E reveladora de pelo menos duas coisas:

1) Haverá sempre quem se preocupe em ser um cidadão honesto e honrado, capaz de olhar a sua descendência nos olhos sem vergonha dos seus actos, independentemente dos seus credos religiosos, clubísticos e políticos;

2) Fazia falta uma voz de Oposição, uma Resistência a todo este regime bafiento que recapturou o futebol, o desporto e a sociedade em geral, que desse a todos os do ponto 1) uma réstia de esperança para que se consiga evoluir para um patamar superior. Mesmo que isso implique recorrer ao "inimigo".

Isto representa uma responsabilidade adicional para o Universo Porto da Bancada e para Francisco Marques em particular. Ninguém espera que se desconcentrem de defender o Porto, mas é essencial que nunca o façam a qualquer preço, sob pena de se tornarem naquilo que tanto (e tão justamente) criticam. 

Até agora, salvo pequenos desvios, seguem no bom caminho. Que assim continuem. Estou convosco.



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco



P.S. - não se esqueçam de concorrer aos dois bilhetes para o FC Porto - Lampiões do Restelo!




10 comentários:

  1. 3) alguém que perdeu o tacho para o janela?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bem visto. Do tal Gil ao Gomes da Silva, qualquer tem cabeçorra à medida do barrete. Mas o certo é que as comadres se zangaram na melhor altura...

      Eliminar
  2. O Universo Porto da Bancada é o que SEMPRE nos fez falta.
    Desmascarar com FACTOS, sem lavagem, cada um que pense pela sua cabeça, apresente-se os factos!

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nem sempre, Carrela. Tempos houve em que um homem só dava conta do recado. Mas actualmente é fundamental que exista e se mantenha, assertivo e credível.

      Eliminar
    2. Os tempos mudaram tanto...
      As redes sociais, etc etc
      Faz tempo que nada é um homem só!
      Por muito jovem que Pinto da Costa fosse.
      Eu falo por mim, que ando há anos a pedir algo do género!!
      Sem lavagem como os nossos rivais, apresentação de factos irrefutáveis!!!!
      Depois cada cabeça sua sentença!
      Francisco J. Marques está a fazer um excelente trabalho!

      Abraço

      Eliminar
  3. Sabes, oh Toro, tu nunca podias ser Presidente de um clube de futebol, de facto. Nem político. E pronto, já tens elogios que bastem até ao fim da época.

    ResponderEliminar
  4. Caro Lápis,

    Como diz o Carrela, o Universo Porto da Bancada é o que sempre nos fez falta, muito embora em tempos não muito distantes era o Presidente que estava na primeira linha do combate a essa força centrípeta, vulgo centralismo. De todo o modo, mais vale tarde que nunca e sempre é melhor que nada. A luta é cada vez mais dura, dada a discrepância de meios para nos fazermos ouvir, mas desistirmos ou acomodarmo-nos é que não é opção.
    E é essa persistência do FC Porto em não se resignar e sobretudo GANHAR, que os incomoda. Problema deles.

    Um abraço e...

    FC PORTO SEMPRE

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Precisamente a minha resposta.

      Seguimos juntos rumo ao objectivo final.

      Um abraço

      Eliminar

Diga tudo o que lhe apetecer, mas com elevação e respeito pelas opiniões de todos.