Tiro No Porta-Aviões

segunda-feira, 12 de março de 2018

Tiro No Porta-Aviões


Hoje está a ser difícil começar esta crónica. Conflito de interesses que me dividem ao ponto de hesitar sobre como abordar esta derrota inesperada e difícil de digerir em Paços de Ferreira, encurtando drasticamente a margem de avanço sobre o segundo classificado e deixando-o também a depender de si próprio para chegar ao título. Pode parecer pouco, mas não é.




E então, como é que foi possível perder este jogo?

 - Má entrada no jogo (em ambas as partes, por sinal), sem a convicção necessária para mostrar ao adversário que só poderia haver um vencedor e que esse vencedor seria o Porto;

 - Tremendo desperdício de ocasiões flagrantes (creio que contei sete, onde se inclui um penálti);

 - A falta de profissionalismo e de vergonha na cara de treinador e jogadores do Paços, que nunca se preocuparam muito em jogar futebol e apenas se concentraram em que nós não tivéssemos a possibilidade de o fazer;

 - Más opções de Sérgio Conceição para aquele campo e aquela meteorologia, mesmo se muito condicionado pela terrível onda de lesões que nos assola desde o início de 2018.

Apesar da ordem de listagem, o motivo que me parece mais decisivo foi mesmo o segundo: a tremenda falta de eficácia na altura de finalizar.

Porque mesmo a jogar pouco e durante pouco tempo, sob o signo das opções discutíveis do treinador, conseguimos criar essas sete ocasiões flagrantes. A serem todas concretizadas, teríamos vencido por 1-7 e ninguém se lembraria sequer de mencionas as demais (o anti-jogo do adversário nem chegaria a acontecer). Tivesse Brahimi feito o mais "fácil" e sido concretizada uma outra oportunidade a seguir, a vitória seria igualmente nossa e - mesmo apontando dedos pela tangência da vitória - nenhum dano resultaria deste jogo.

A questão é, como sempre é, que o futebol não é matemática e ninguém consegue prever ou garantir que um jogador vai concretizar ou falhar. Batoteiros e vendidos à parte, é uma questão do momento. Faz parte do jogo e é um dos motivos porque apaixona tanta gente.

O que está errado não é a derrota de ontem na Mata Real. Foi uma pena e seria evitável, mas acontece. O que está realmente errado é que forças estranhas não permitam que estas derrotas aconteçam aos outros candidatos, em particular aos sem-vergonha. Sempre que em dificuldades, algo ou alguém chega para lhes salvar o dia. É a chamada vigarice imensa da Segunda Circular, seja qual for o lado, é sempre a facilitar.

Sobre o jogo propriamente dito, foi daqueles em que senti, desde o início, que tinha tudo para não correr bem. 

Primeiro e à cabeça, pela dupla-maravilha cirurgicamente designada para apitar, num inacreditável acto de provocação e gozo. Ter os conquistadores de campeonatos vermelhos Paixão e Xistra a decidir um jogo nosso em simultâneo é o suficiente para a equipa entrar desconfiada e até nervosa. 

Depois, a nossa atitude logo desde o primeiro apito. Expectante, macia, pouco afoita e nada impositiva. Mais uma vez, a "dizer" ao adversário que admitíamos qualquer resultado, que tudo estava em aberto. Que saudades de João Pinto, Jorge Costa e... Pinto da Costa. Quando estavam ainda no activo, isto nunca, mas nunca aconteceria, desse por onde desse.

Sérgio Conceição tem esse espírito, ninguém duvida, mas já não joga e como treinador é ainda um work in progress, com preocupações e responsabilidades maiores do que essa. A primeira delas, a de treinar e desenhar a melhor estratégia para cada jogo. 

Num campo ensopado e pesado como o de ontem, fez-me confusão que fizesse alinhar tantas "bailarinas" de início, desprezando a importância da fibra e do poderio físico de jogadores como Maxi e Gonçalo Paciência. Não me interpretem mal, aprecio muito o bailado que em condições normais conseguimos apresentar, mas ontem claramente nunca haveria condições para o fazer.

Os da casa sentiram as nossas fraquezas e hesitações e procuraram a sua felicidade, que acabaram por ter (após alguns avisos prévios), ainda o jogo ia no minuto 35. Desatenção colectiva e pouca convicção nas marcações após um canto mal "aliviado" permitiram um cruzamento para uma finalização fácil. Fácil para alguns, como se veio a demonstrar a seguir... Ainda antes do intervalo, Abou não conseguiu o mais fácil e mandou-nos para as cabines em desvantagem.

No regresso, uma entrada incompreensível que permitiu que fosse o Paços a ter os primeiros ataques e lances de algum perigo. Demoramos a pegar na batuta do jogo, mas lá conseguimos chegar ao momento decisivo do jogo: ao minuto 66, penálti por falta sobre Felipe. Constou após o jogo que o marcador designado Sérgio Oliveira acedeu ao pedido de Brahimi para bater. Em péssima hora o fez, porque o argelino decidiu simplesmente passar a bola ao sem-vergonha que estava na baliza pacense.

A equipa nunca mais se recompôs do choque e passou a jogar quase só com o coração. Ainda assim, foram várias as oportunidades desperdiçadas por Hernáni, Gonçalo, Abou e Felipe mesmo a fechar. Oportunidades estas conseguidas no pouquíssimo jogo jogado que houve a partir do penálti falhado, fruto do vergonhoso e descarado anti-jogo dos da casa, sempre devidamente acarinhado por Bruno Paixão

Resultado injusto numa jornada inglória, muito marcada por uma culpa própria bem acima das alheias. Um tiro no porta-aviões Azul e Branco. Mas foi só um tiro. Podemos ter metido água, mas continuamos operacionais. Que se sigam rápidas reparações em doca seca e o regresso às inevitáveis batalhas ao ritmo deste Mar Azul.


Já a treinar para a próxima profissão: caçador de toupeiras



Notas DPcA 



Dia de jogo: 11/03/2018, 20h15, Estádio da Mata Real, FC Paços Ferreira - FC Porto (1-0)


Iker (6): Sem hipótese no golo, esteve bem nas demais intervenções.

Ricardo (5): Terreno complicado para o seu futebol, tentou fazer-lhe frente mas acabou por não ser muito feliz. 

Dalot (5): Jogo regular, sem nada que o distinga da vulgaridade. Excepto que é um menino ainda e está a jogar no lado contrário ao seu...

Felipe (6): Talvez o melhor dos nossos, foi pena não ter marcado (outra vez).

Marcano (5): Fez-lhe mal o descanso em Anfield, porque regressou "a frio". Foi cumprindo mas teve algumas abordagens pouco ortodoxas, como a do lance de onde resultou o único golo do jogo.

< 63' André André (1): A-B-S-O-L-U-T-A-N-U-L-I-D-A-D-E. Uma vez mais. "Tem treinador que é cego"...

Sérgio Oliveira (5): Muito trabalho para um homem só? Talvez e disso não pode ser culpado, mas ainda assim soube a pouco no que só a ele lhe dizia respeito, em particular nos lances de bola parada-

< 76' Corona (5): Sem campo para o seu jogo, insistiu em fazer como se nada fosse (talvez por não saber fazer diferente) e naturalmente pouco lhe saiu bem. 



Brahimi (4): Foi o homem do jogo pela negativa, ao não conseguir marcar o penálti no momento decisivo. Fora isso, também não foi grande espingarda, não deixando no entanto de tentar e tentar, com e sem bola.

Aboubakar (3): Um dos grandes responsáveis pelo nulo no nosso lado do marcador. Não se pode falhar "tantas" e todas as ocasiões flagrantes como ontem teve. Ele não pode.

< 54' Waris (4): Juro que continuo sem saber o que vale ou o que faz. Juro.

> 54' Otávio (6): A sua entrada coincidiu com o momento em que a equipa "pegou" finalmente no jogo, o que em boa parte se deveu à sua contribuição individual. Não chegou para marcar a diferença em definitivo, mas ajudou a "ligar os motores" que permitiu que se voltasse a criar oportunidades para marcar.

> 63' Gonçalo (6): Também entrou bem, acrescentando muito no sentido em que substituiu um fantasma. Com Otávio a recuar, assumiu posição ao lado de Abou e onde mais fosse solicitado, tendo também ele uma oportunidade (menos flagrante) para marcar.

> 76' Hernáni (3): Esteve em campo o tempo suficiente para demonstrar cabalmente que não cabe neste plantel nem em nenhum outro do Porto. Não dá, lamento. 

Sérgio Conceição (4): Perdemos um jogo que jamais esperaríamos perder, fruto da falta de eficácia mas também (possivelmente) das opções iniciais menos acertadas, que acabaram por resultar num jogo pouco intenso e mal conseguido, muito relacionado com todo o tempo que André André se arrastou em campo. Apesar do desperdício, ontem também nos faltou "mais treinador" para conseguir navegar aquele dilúvio de água e anti-jogo. 




Outros Intervenientes:



Compreendo que uma equipa a lutar pela permanência recorra a todos os meios de que dispõe para sobreviver, mas o Paços dum tal de João Henriques fez muito mais (menos!) do que isso: impediu  deliberada e reiteradamente que houvesse jogo, através dos habituais expedientes que definem a falta de carácter e de fair-play de quem os pratica, incentiva ou encomenda. Os expoentes máximos dessa estratégia foram os bandalhos Assis e M. Felgueiras, o novo Matrafona. Que ambos tenham a mesma sorte do original.


Com a passagem dos anos, até um traste vendido como Bruno Paixão se vai refinando. E não é só porque cada vez tem menos pernas e pulmão para se mexer no campo, é mesmo tarimba adquirida. Agora já não precisa daqueles lances de máxima polémica para brilhar encarnado. Já percebeu que é também nos lances aparentemente inócuos, todos somados, que se vai inclinando o campo e empurrando uma das equipas para o descontrolo mental. Assim, até já se pode dar ao luxo de marcar penáltis a nosso favor. Está um senhor, o Bruno. 


"Eu sei, eu sei, a mim também me custa marcar, mas o Xistra diz que é descarado... tenham fé..."


Sim, somos nós quem continua na frente e sim, é melhor estar dois pontos à frente do que dois atrás. Óbvio. O que não se consegue já medir é o impacto que este resultado terá sobre ambas as equipas, nomeadamente quando se depararem com novas situações de dificuldade nos jogos que se seguem e, em particular, nos que antecedem o Clássico da Luz:

O Porto recebe o Boavista, vai a Belém e recebe o Aves;

Os sem-vergonha vão à Feira, recebem o Guimarães e vão a Setúbal.

Em teoria, o Porto tem o seu jogo mais complicado na deslocação ao Benfica R (de Restelo), pela normal dificuldade que sentimos nesse jogo e por tudo o que os da filial vão querer oferecer à casa-meretriz. 

eles, certamente conquistarão os nove pontos em disputa, por muitas ou poucas dificuldades que venham a encontrar pelo caminho. Há sempre uma mão suja que carrega o andor.

Evidentemente que o campeonato não se encerra no jogo da Luz, seja qual for o resultado, mas uma vitória nossa será passo fundamental para que o campeonato português possa, cinco anos volvidos, voltar a ter um campeão verdadeiro e justo.

Para que isso possa acontecer, é imprescindível chegar à Luz em primeiro lugar. E para isso acontecer, só nos sobra um caminho: vencer os três próximos jogos. Acabou-se a folga, agora é só para homens.



Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




26 comentários:

  1. "Tendo estado alheado de todo o circo mediático de ontem, estou agora em modo catching up e estou incrédulo com uma das coisas que ouvi. O treinador do meu clube atacou em público o SEU director de comunicação. Que estupidez foi aquela." @lapisazulebranco

    A derrota começou a desenhar-se bem mais cêdo do que o anunciado.

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    1. Nem eu posso acreditar que uma coisa tenha influenciado a outra. Não me parece que os jogadores se tenham apercebido ou, tendo, fossem afectados por essa declaração.

      Foram dois momentos maus do Sérgio, certamente já a serem revistos e corrigidos.

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    2. Se continuarmos a acreditar que os jogadores são seres desprovidos de cultura, pouco inteligentes, metidos numa redoma de vidro, de onde só saem para os treinos e jogos, levar-nos-ia a acreditar que não os afectou.

      Actualmente, não me parece que sejam essa espécie semi-robotizada.

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    3. Não foi isso que eu disse, aliás sabe que defendo que aquela ideia da blindagem do balneário já está obsoleta e hoje não se pode lidar assim com os jogadores.

      O que digo é que não me parece que as palavras de SC sobre FJM tivessem qualquer impacto negativo nos jogadores no que concerne às suas exibições.

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    4. Os jogadores na sua grande maioria, têm-se portado como Homens. Mesmo aqueles que ainda são pouco mais que adolescentes!
      Vamos ver se os que se proclamam Homens e que dizem ter atributos do tamanho das eólicas de Tarouca, são mesmo homens ou não passam de fotocópias do que é moda em Portugal.
      Um deles, ainda ontem caíu com estrondo, cobiçando como sempre a cadeira do lado, o outro teve este fim de semana um voucher para se retemperar com uma massagem checa.

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    5. Não se trata de ser mordaz, mas da constatação de factos.

      Sérgio Conceição quis uma vez mais dar uma de JJ, chamando a si todos os méritos da fase que atravessamos e desvalorizando o trabalho de quem continuamente tem desmascarado o hediondo polvo.

      A presença dos associados e adeptos em todo o lado, deveria ser para ele um reconhecimento de que lhe estamos agradecidos pelo que de bom tem feito.

      Se sente necessidade de bajulação por isso, quando está notóriamente mal e com o seu egocentrismo coloca em causa o trabalho e esforço de toda a gente, também não tem de ficar ressabiado por ser responsabilizado.

      Que me lembre, não há nenhum treinador que perca algo por treinar o F. C. do Porto, pelo contrário. Todos, mas mesmo todos, melhoraram exponencialmente a sua vidinha.

      Mas com atitudes, teimosias, vaidades e decisões precipitadas, podem deitar tudo a perder, num ápice.

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  2. Numa frase se resume o estado de alma: «Acabou-se a folga, agora é só para homens.» Simplesmente na mouche.

    Sobre o jogo nada a dizer, se falharmos penalties é por nosso demérito que deixamos os pontos e nada mais. Lamento mas é verdade, o Brahimi não devia bater mais nenhum penalti e o Sérgio (mister) devia garantir isso. Mais ainda é importante a saída aos Belenenses, é a primeira final à séria. O caminho para a Luz passa por aí. Chegando à Luz na frente, e com jogadores recuperados como o Marega (quem diria) e o Soares, abrem-se mais hipóteses para a equipa. No mais lamento alguma displicência nesta crónica para o Hernani, é uma autêntica nódoa e em campo conseguiu apenas enervar, ainda mais os colegas.

    Agora venha o Boavista, que na nossa casa mandamos nós e a acarinhar a equipa os 90 minutos que está a precisar depois da derrota.

    Finalizo como como o post: "Acabou-se a folga, agora é só para homens." Simplesmente na mouche!

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    1. Viva Liberal, acha que fui meigo com o Hernáni? Não o quero ver chateado comigo :-)

      Brahimi não marca bem penáltis, pelo menos na minha concepção do que é marcar bem: colocar a bola fora do alcance do GR (e dentro da baliza). Tinha falhado na Taça da Liga em Braga, não seria nunca a minha escolha. E não era a do treinador também, ao que parece. Claro que ninguém nos garante que fosse outro a marcar o resultado seria diferente, mas eu teria feito diferente. Agora é fácil dizê-lo, obviamente.

      Belém vai ser outra armadilha letal, mas antes temos o Boavista. Marcar cedo e ampliar é o que se exige, para evitar mais Felgueiradas e afins. Veremos se algum dos lesionados regressa até Belém. Telles e Danilo, talvez?

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    2. De maneira nenhuma, acho somente que o Hernani está para além da esperança enquanto jogador do Porto. O Corona é desconcertante pelas oportunidade que perde mas o Hernani é mau demais nos jogos que tem feito e pelo afunilanço do jogo numa especia de vortex/buraco negro. Acredito que noutra dimensão jogará que nem um craque, infelizmente habitamos nesta e não num universo paralelo. Vencendo em casa sempre, e passando em Belém a pressão fica do lado do Benfica para o showdown na Luz. Espero contudo que joguemos com 4 pontos de vantagem na Luz pois entre Feirense e Vitória de Setubal vão cair pontos ao clube das toupeiras e periquitos.

      Sobre os penalties, hoje notícia interessante no jogo, 22 penalties falhados em 5 anos, e isso traduzir-se-ia em quantos pontos a mais? Talvez em épocas passadas tivessem feito a diferença... O tema dos penalties merece uma nota à parte um dia creio. Desde o Lucho ( e mesmo assim...) que não temos marcadores daqueles que façam mais calafrios nos adversários que nos adeptos, ao contrário dos rivais directos que tem marcadores mais fiáveis que os nossos.

      Ânimo e a eles, todos!

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    3. Eu tenho uma opinião muito própria e divergente da maioria sobre os penáltis, pelo que sim, sem dúvida será um bom tema para lançar à discussão em breve. Não fui profissional nem perto disso, mas jogo "a brincar a sério" há tempo suficiente para não acreditar que um penálti bem marcado possa não entrar.

      Tenho zero de expectativa quanto a eles perderem pontos nos próximos 3 jogos, mas espero estar errado. Já nós, não sei, veremos como evoluem as lesões.

      Hernáni 100%, é caso perdido. A 99%, vá.

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  3. Lápis, eu gosto de ler este blog (e outros), especialmente porque me interessa ver a perspectiva "do outro lado".

    Este blog, especificamente, tem uma estrutura engraçada e "permite" a participação de outras cores clubísticas o que me agrada, porque gosto de trocar ideias.

    Em relação ao texto desta jornada, acho que é DEMASIADO enviesado, em relação a outras ocasiões.

    Entendo que a desilusão de uma derrota inesperada leve os adeptos a encontrarem factores que, normalmente, não considerariam. Mas, neste caso, penso que são demasiado evidentes.

    1º Crítica aos árbitros que, sinceramente, nada tiveram que se lhes apontasse. Permitiram algum anti-jogo? CLARO! É assim em todos os jogos com equipas grandes em que o jogo está empatado, quanto mais se estiverem a perder.

    No entanto, marcaram um penalti que, sendo claro, em muitos campos deste país não seria marcado, e deu 7 minutos de desconto. Acho que mais o Paixão não poderia fazer.

    Expulsar um (ou mais) jogador por acumulação de amarelos por "perder tempo"? Só vi uma vez na vida (o Marc Batta que expulsou o Rui Costa).

    2º A restante análise ao jogo parece-me bastante assertiva. Os verdadeiros culpados da derrota foram os jogadores e equipa técnica do Porto. Uns porque montaram mal a equipa, e os outros porque foram batalhadores mas, principalmente, porque falharam golos fáceis!!

    Assim sendo, porque razão se condena os jogadores do Paços que tudo fizeram para fugir da zona de despromoção em que estavam? Chamar "sem-vergonha" ao guarda-redes porque fez o seu trabalho??

    É estranho...

    3º Parece-me no mínimo estranho, que se fale em "falta de carácter e de fair-play" em relação ao João Henriques, e nem uma palavra para a vergonhosa atitude do Sérgio Conceição no final do jogo e na conferência de imprensa.

    Até parece que só os outros é que têm a obrigação de terem carácter e fair-play... E o FC Porto, não?

    Finalmente, quase em tom anedótico, pensar na caracterização do Belenenses como "Benfica R"... É mesmo para rir... O mesmo Belenenses que, ainda há umas semanas tudo fez para ganhar o jogo ao Benfica (inclusivé anti-jogo).

    Termino com uma ideia que serve para Benfica, Porto, Sporting, Real Madrid, Barcelona, etc... Etc... Etc... Se uma equipa que luta para ser campeã não consegue ganhar a uma equipa que está em zona de descida por causa do anti-jogo que esses jogadores vão fazer, então não tem estofo para ser campeã!

    Pelo menos, essa é a minha opinião...

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    1. Caro Pedro

      A sua opinião é sempre bem recebida aqui, mas por certo já antecipa que a contra-opinião vai ser tão assertiva como dura.

      Se acha que o batoteiro que estava na baliza do Paços se limitou a "fazer o seu trabalho", desculpe que lhe diga, mas convive à demasiado tempo com o grupelho de bandidos que tomou de assalto o seu clube. Se sair fora do círculo vermelho da imprensa subserviente ao regime, vai perceber que hoje esse batoteiro é ridicularizado a nível internacional. Nem vale a pena continuar, de tão evidente que foi. Uma espécie de Bruno Varela mas em branco, pode ser assim?

      O seu Belenenses, usual bitch do Benfica (veja o score dos últimos cinco anos), teve o azar de apanhar um treinador acabado de chegar e ainda "verde" nessa relação promiscua. Mas repare nas diferenças: nesse jogo, o seu Paixão prolongou o jogo até que o vosso benfica empatasse; por oposição, neste consentiu que os tais 7 minutos de desconto (metade do que deveria ter sido, logo para começar) se transformassem em menos de dois minutos de jogo. Viva o fair-play, viva o gabinete de crise!

      O Sérgio reagiu muitíssimo bem e pecou por escasso, no que a treinador e jogadores do Paços diz respeito. Era o que faltava ser "assaltado" e agradecer no final. Eu teria feito pior. No entanto, não deixou de reconhecer as suas culpas, coisas que o seu boneco nunca é capaz de fazer. Esse sim, sonso incurável, basta não ganhar que se atira aos árbitros como cão raivoso. Prefiro o meu, de longe.

      Voltámos sempre ao mesmo ponto: O Porto tem o direito de jogar mal, falhar golos e ainda assim ganhar. Está contemplado nas regras! Não podem ser os árbitros a castigarem-nos por não jogarmos bem. Nem os adversários que preferem não jogar.


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    2. Lápis, permita-me que responda à sua resposta "assertiva e dura".

      Eu penso pela minha cabeça. Nas breves trocas de mensagens que já tivemos, talvez já tivesse percebido isso. Eu não gosto (nada) do LFV e muito menos do rapaz que foi preso.

      Os comentários ao jogo são pela minha observação, e não por qualquer cartilha que agora caiu na moda ser enunciada por todos os adeptos de outros clubes, sempre que um benfiquista expressa a sua opinião.

      Diga-se que, essa uniformização de procedimentos é, em si, uma cartilha "portista". Mas... Adiante...

      O Marco Felgueiras estava a fazer o seu trabalho porque defendeu a baliza do Paços, não porque fez anti-jogo. Pensava ter sido claro. De qualquer modo, o anti-jogo não é batota, apenas pouco ético!

      A referência ao Varela não a entendo. Penso que já uma uma divagação...

      O Belenenses tem perdido com o Benfica porque o Benfica é melhor. Da mesma maneira que, normalmente, o Paços perde com o Porto. De resto, se voltarmos ao Belenenses, a última vez que ganhou ao Porto foi em 2002. Há DEZASSEIS anos!!!

      Mais... Só por maldade se pode falar nos "descontos" do jogo em Belem (do Benfica), uma vez que o encontro esteve parado alguns minutos para avaliar um possível penalti no video-árbitro.

      Ou seja, a troca de ideias é salutar, mas devemos manter alguma honestidade intelectual.

      Em relação ao Sérgio Conceição, se acha que ele agiu bem, e que faria ainda pior, então estamos em pólos opostos no que toca à maneira de estar no desporto e na vida.

      O Sérgio Conceição não foi assaltado por ninguém. Ele próprio já utilizou estas tácticas, conforme se pode constatar por umas imagens que surgiram nas redes sociais dele quando era treinador da Académica.

      De resto, talvez um dos maiores culpados deste resultado seja mesmo o SC. Logo para começar, ELE perdeu logo 45 minutos ao colocar o André André e o Waris na equipa inicial.

      Depois, também foi DELE a decisão de quem iria marcar o penalti.

      O FC Porto falhou ocasiões, mais do que suficientes, para ganhar o jogo confortavelmente.

      O Record hoje mostra um quadro em que a diferença do "jogo jogado" entre o Paços vs Porto e o Benfica vs Aves foi de apenas 8 minutos.

      O Benfica marcou 2 golos e o Porto nenhum. ESSA é que foi a diferença.

      O seu último parágrafo é de bradar aos céus... Então o Porto tem o direito de falhar?? E os outros??

      O Benfica, no tal jogo do Restelo, também falhou um penalti. E???...

      O árbitro castigou???

      O Porto, o Benfica e o Sporting, até ao fim do campeonato, vão apanhar todas as equipas a fazerem tudo para não perder. Se, ainda assim, não forem capazes de as superar, então o problema é deles e não dos adversários.

      Procurar desculpas no anti-jogo é apenas falta de estofo (a meu ver).

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    3. Acrescento 2 coisas que me faltou referir nos posts anteriores:

      1º Eu, como Benfiquista, gostava de estar onde está o Porto, ou seja, em primeiro com 2 pontos de avanço.

      2º Uma palavra para os adeptos do Porto que foram incansáveis no apoio. Inclusivé após o final, com os jogadores a sairem de campo sob aplausos dos seus seguidores.

      Excluo ALGUNS adeptos que estavam por trás da baliza do penalti, que chamaram de tudo ao Marco Felgueiras e até atiraram parte de uma cadeira para o relvado.

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    4. Nunca duvidei que pensasse pela sua cabeça e que essa é radicalmente diferente da banditagem que lidera o seu clube, vê-se logo pela elevação e capacidade de expressão. Agora posso é discordar dos seus pontos de vista, pese a boa índole que está na sua base.

      Bruno Varela? Março de 2017, Porto- Setúbal. http://doportocomamor.blogspot.pt/2017/03/test-drive-da-lideranca.html

      Descontos em Belém? Uma maravilha, mas esquece-se, do alto da sua honestidade intelectual, que há clara diferença de critérios conforme o clube em causa. O Porto é sistematicamente vilipendiado quanto ao tempo jogado. Veja o exemplo de Moreira de Cónegos, entre muitos outros: o árbitro espera pelo VAR para confirmar o roubo de um golo legal, gastam-se 2 ou 3 minutos e depois... fim do jogo. É recorrente e quase sempre contra o Porto.

      A propósito da mesma honestidade intelectual - ou talvez desconhecimento, admito - "Sérgio Conceição na académica" tratou-se de ter uma postura muito defensiva, não de anti-jogo à margem das leis. Aliás basta saber que a fonte de mais uma conspurcação é Hugo Gil para perceber o que é de facto. Não obstante, admito que haja uma mudança de postura, estando agora num clube que joga sempre para ganhar. Mas são coisas distintas.

      Quanto ao resto, já o expressei na análise ao jogo. Aliás, quem trouxe a questão da arbitragem à baila foi o Pedro, eu apenas a referi como um de 4 factores e nem sequer o mais relevante para o desfecho final.

      O anti-jogo não desculpa os erros próprios, mas o Porto não teria de ser obrigado a jogar contra adversários que recorrem a expedientes ilegais para impedir que o jogo aconteça de facto. Foi outro dos factores, não o único nem o principal.

      Creio que leu mal o tal último parágrafo, sugiro nova leitura. O que eu digo é que jogar mal e/ou falhar golos não é sinónimo obrigatório de não ganhar; é possível, legal e acontece muitas vezes ganhar mesmo apesar de jogar mal e/ou falhar golos. Não podem ser os árbitros a impedi-lo.

      Como por certo já percebeu, não me interessa nada o que pensam ou dizem as outras pessoas, sejam de que clube forem, a não ser que sejam pessoas que eu considere dignas de serem ouvidas. E não há assim tantas neste meio.

      Por fim, a sua tentativa de equalização dos 3 candidatos é risível: aconteça o que acontecer até final, o Porto será, uma vez mais, a equipa mais prejudicada pelos árbitros. Aliás, não fosse por isso, já ninguém teria dúvidas sobre quem seria o próximo campeão.

      Por redução ao absurdo, mesmo que o Porto vencesse na Luz por responsabilidade de um erro de arbitragem (ah ah ah), ainda continuaria com largo prejuízo, porque apenas se trataria de equilibrar o vilipêndio da primeira volta no Dragão.

      Por fim, concordo: se SC se desculpasse APENAS com o anti-jogo, seria falta de estofo. Felizmente não é um boneco sonso e assumiu desde logo as suas grandes responsabilidades na derrota.

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    5. A mim, sinceramente, custa-me a ver este campeonato pelos seus olhos.

      Talvez por terem sido demasiados anos a sofrer com arbitragens bem piores do que o Lápis agora se queixa... Ainda assim, fica já uma ressalva para o lance do golo anulado no Dragão que, a meu ver, e com o video-árbitro, é absolutamente incompreensível. Golo limpo!!

      Bruno Varela... Tal como o Marco Felgueiras, defendeu os interesses do clube que representava na altura. Ao contrário do que é aqui dito, perder tempo não é ilegal. Apenas não é ético.

      Mas se quer associar o que o Bruno Varela fez, na altura, com o seu Benfiquismo, o que dizer sobre a entrada assassina do Paulo Machado sobre o Cervi no passado sábado? Paulo Machado que, uns dias antes, aparecia na primeira fila dos Super Dragões a apoiar o Porto...

      De notar que, na altura, o resultado já estava feito (penso que já estava nos 4-0), e o Cervi tem sido um dos mais desequilibradores.

      Estas "coincidências" acontecem mas, no fundo, os atletas estão a servir o clube que defendem à data. Mais do que isso, para mim, são "teorias da conspiração".

      Hugo Gil?? Sei quem é mas não "sigo". Não partilho desse tipo de Benfiquismo... De palas nos olhos... De seguidismo absolutista... Não é a minha praia!!

      Em relação ao SC, dou de barato a sua diferenciação entre "perder tempo" e um esquema de jogo defensivo. No entanto, convido-o a pesquisar as declarações do Jorge Jesus, após um empate a zero do Benfica em Olhão.

      Finalmente, quando coloquei as 3 equipas que lutam pelo título em "igualdade", não foi em relação aos erros/favorecimentos de arbitragem. Referia-me a que todos vão apanhar com equipas fechadas e a perder tempo. E vão ter de lidar com isso!

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    6. Pedro, sugiro leitura das Leis do Jogo para se aperceber que perder tempo por simulação de lesão ou demora na reposição da bola em jogo é ILEGAL.

      Adoraria comentar esse lance do Paulo Machado, infelizmente esse jogo, tal como outros 16 dos 34 que o seu clube disputa no campeonato, são transmitidos pelo próprio a seu bel-prazer, em mais um exemplo de concorrência desleal e desvirtuamento da famigerada verdade desportiva.

      Se Paulo Machado teve entrada violenta, deveria ter sido expulso, qual a dúvida? Tal como os Varelas desta vida deveriam ver amarelo à primeira perda deliberada de tempo e segundo amarelo à segunda. Era fácil não era?

      Tenho amigos de sempre e para sempre que são tanto do Benfica como eu sou Portista e detecto em si a mesma negação que detecto neles. E até compreendo, porque é apenas natural não querer acreditar que o "nosso" sucesso resulte de uma mentira. Mas vá-se preparando, porque a farsa vai sendo desmascarada aos poucos. Já quanto a consequências, duvido muito que venham a existir a nível desportivo, como seria exigível. Aguardo para ver.

      Abraço e volte sempre.

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    7. Se o Paulo Machado teve essa entrada violenta quando já estavam 4-0, deve ter sido num jogo, possivelmente na dimensão do César Boaventura!!!
      Ou então a Liga esqueceu-se de 2 golos do Benfica!!!

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  4. Estimado Lápis, o meu caro esteve com dificuldade para iniciar esta crónica, eu continuo com dificuldade para digerir esta derrota, até porque convivo mal com as derrotas do FC Porto, mas sobretudo por tudo o que se jogava e joga, não só no relvado como é sobejamente conhecido. Talvez esta minha dificuldade não esteja dissociada da sua, no âmago da nossa
    alma Portista prevalece alguma desilusão pelo desfecho deste jogo.
    O FC Porto perdeu este jogo por sua única responsabilidade, desde logo pela forma como encarou o jogo-o Lápis referiu má entrada, atitude, o que vai dar ao mesmo-depois pelo desperdício. Falhar um penalty e desperdiçar umas quantas oportunidades de golo flagrantes, deixa-me pouca margem de manobra para outras justificações, daí não alinhar na teoria do anti-jogo, peço desculpa. Vivemos num país de manhosos, de chico-espertice e o futebol não foge à regra, e aqui talvez os jogadores sejam os menos culpados. O FC Porto tinha obrigação de estar precavido. Podia falar das opções de SC para este jogo, podia, mas não quero, pelo menos publicamente e sobretudo depois de uma derrota, entende-me caro Lápis???!!! Perdoe-me se estou a ser pretensioso, mas como não perdi a esperança de um dia destes ter o gosto de lhe oferecer um café... porventura nessa altura a nossa troca de ideias seja mais proveitosa.

    E agora o que interessa, vamos lá ganhar ao Boavista, a próxima batalha a vencer até à vitória final.

    Grande abraço

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    1. Caro Fernando

      Compreendo e quase concordo por inteiro com o seu ponto de vista, não tem obviamente nada por que se desculpar. Simplesmente, tendo estado na Mata Real e observado in loco tudo o que os da casa fizeram para que não se jogasse, não sou capaz de descartar esse factor como UM DOS que contribuíram para a derrota.

      Esse café há-de chegar!

      Um abraço

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  5. Entrar no jogo da forma como o fizemos não augurava nada de bom. Cometemos o mesmo erro que já tínhamos feito em jogos anteriores e não aprendemos a lição. Quanto a mim o principal culpado desta derrota é Sérgio Conceição. O seu primeiro erro foi a constituição da equipa: um meio campo com AA e Sérgio Oliveira só podia dar asneira. Insistir numa nulidade como Corona é masoquismo e pensar que Abou é goleador é viver numa realidade virtual. A maioria dos nossos jogadores são banais alguns nem na equipa B têm lugar e só dois ou três têm alguma classe. Visto por este prisma SC até tem feito um bom trabalho. Não entendo como é que foi o Brahimi a marcar o pênalti. Acertasse eu no Euromilhões como acertei que ele falhava e já estava rico. Sendo realista acho que no domingo perdemos o campeonato. Primeiro porque os corruptos têm um calendário mais fácil e em caso de dificuldade há sempre um padre a dar uma boa missa. Segundo porque temos 4 saídas difíceis e em que vamos perder pontos de certeza. Só vejo uma possível solução que é a de ganharmos ao Boavista, Belenenses e Aves e pelo menos empatarmos no galinheiro pois se besse jogo perdermos a liderança será o fim. Esperemos que tudo corra bem.

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    1. Muito de acordo, em particular quanto à entrada em jogo. Sou um defensor da ideia de que a forma como se entra muitas vezes acaba por determinar o desfecho final.

      Ainda assim, mantenho o que escrevi: para mim, o principal motivo da derrota foi mesmo o terrível desperdício de oportunidades e o momento do jogo foi o penálti falhado.

      Daí a ter perdido o campeonato ali... NEM PENSAR, HOMEM (ou MULHER)! Continuamos à frente e "só" temos de manter a distância. Concordo com a ideia de que os sem-vergonha não perdem pontos até ao clássico, por tudo o que já sabemos, pelo que teremos de fazer o mesmo, DÊ POR ONDE DER.

      E na Luz, não vamos para o empate. Vamos para ganhar e matar ali de vez o campeonato.

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  6. Algum exagero aí, o primeiro campeonato do treta do fifi foi justo.

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