Não Te Fines, @CoachConceicao

sábado, 2 de novembro de 2019

Não Te Fines, @CoachConceicao


Este é um momento da vida do Clube especialmente cansativo para o Portista sofredor e desinteressado de outra coisa que não seja o seu sucesso desportivo e a sua viabilidade futura.




Cansa assistir passivamente ao delapidar de uma obra ímpar por parte de uma direção virada para si mesma e capturada por parasitas. Cansa ver a equipa principal de futebol jogar sem eira nem beira, sem se descortinar um plano de jogo minimamente eficaz e em que os jogadores acreditem e pelo qual deixem a pele em campo. Cansa ainda ler e ouvir imbecis de toda a espécie a debitar cartilhas várias, frustrações e ignorância sob a capa da liberdade de opinião. 

Quem duvidar da minha gratidão e apreço pelo nosso treinador Sérgio Conceição, só tem de visitar ou revisitar boa parte dos últimos dez textos deste blogue. Para mim, Conceição será para sempre um dos heróis deste extraordinário clube a que o mais iluminado de todos teve o bom gosto de apelidar de Futebol Clube do Porto. Do meu Porto. Conceição, praticamente sozinho, pegou num grupo descrente de acomodados e proscritos e fez-se campeão, evitando o objectivo máximo da corja vigarista sem-vergonha, o penta que é só nosso.

Nunca me esquecerei das condições em que chegou, mais um numa extensa lista de tentativas falhadas, para reabilitar por artes mágicas aquilo que a direção indecorosamente paga foi sendo incapaz de fazer: lutar pelo Clube. Nem dentro, pela incapacidade de reassumir o sucesso como o objectivo primeiro (já nem peço único), cedendo a interesses que nada interessam ao FC Porto. Nem fora, pela demissão do inadiável e inevitável combate à podridão que o polvo sujo instalou no desporto nacional. Virados para dentro, para a perpetuação do poder pelo poder, até ao dia em que, enfim, quando o Presidente já não puder, sejam obrigados a desaparecer na mediocridade ou a mendigar por novas alianças, provavelmente ainda mais medíocres.

Para mim, @CoachConceicao significa resistência, resiliência e coragem. O que fez garantiu o seu lugar ao sol na nossa história, nem que seja apenas por uma época. Provavelmente, apenas por uma época. E esse é o drama que nos atormenta hoje, pelo menos aos que de nós não padecem nem de irremediável optimismo nem de incurável cegueira voluntária. 

Conquistado o campeonato 17/18, o seu percurso tem sido quase sempre a descer. Digo-o consciente da muito boa campanha na Champions que liderou na época passada. Globalmente, soube a pouco, tendo em conta o campeonato e as taças que tão mal perdidos foram. Mas mesmo a própria campanha europeia foi, a meus olhos, muito feliz na forma como decorreu. Na fase de grupos, várias foram as vitórias que facilmente poderiam não o ter sido, tivesse o adversário um bocadinho mais de acerto. Contra a Roma, até o VAR foi amigo... Não retiro uma grama ao mérito do que se conseguiu, apenas sinto que veio aos ombros de muita felicidade em momentos-chave dos jogos. Mais isso que qualidade e segurança de jogo. No entanto, muito positivo, até por se tratar da prova mais importante.

Com isto pretendo ilustrar que aquilo que “pedi” ao treinador na ressaca dos festejos do título e não se concretizou: que o treinador tivesse consciência das suas limitações e conseguisse evoluir (depressa) enquanto... treinador. Nunca tive ilusões (nem seria justo) que Sérgio refinasse a sua personalidade - é a dele, para o bem e para o mal, e faz parte do pacote. Esperava sim - exigia, enquanto adepto - que não se cristalizasse naquela forma “única” de jogar, assente num modelo bruto-dependente que resultou pela surpresa e incapacidade de a “acomodar” em tempo útil por parte dos adversários na primeira temporada (em especial na primeira volta), mas que facilmente se deduzia que mais cedo do que tarde seria neutralizada. Ainda mais porque os próprios intérpretes acabariam por descer do “sobre-rendimento” de 18/19 para a sua normalidade, e disto Marega é sem dúvida o exemplo maior e pior também.

Mesmo assim, mesmo após o autêntico descalabro de resultados desportivos que foi a sua segunda época à frente da equipa, defendi a sua continuidade. Primeiro, porque acreditava que tinha finalmente todas as condições para fazer uma boa equipa assente em novas/diferentes e boas ideias de jogo. Segundo, porque confio mais nele para defender os interesses do Clube do que em qualquer outra pessoa que por lá anda actualmente. E não, não estou a exagerar, é mesmo o que sinto. Se para o lugar dele viesse um “boneco” qualquer, sobretudo para dizer “ámen” a todos os disparates lesa-Clube no mercado de transferências, ficaríamos seguramente num lugar pior do que aquele onde estamos hoje. Disso não tenho dúvidas.

No entanto, estando nós já em Novembro, sem Champions e tremidos na Europa, com 5 pontos já desperdiçados no campeonato e a dois pontos do primeiro, apesar de termos ganho em sua casa, e sobretudo - mais que tudo - pelo terrível futebol que a equipa vai apresentando como regra e não como excepção, começa a ser difícil sobrepor o feito heróico à crueza da realidade pós-título. Objectivamente, a equipa rende pouco e joga ainda menos do que rende. E pior, dá sinais de pouco acreditar na proposta de jogo do seu líder.

Acresce (ou resulta deste estado de coisas) o descontrolo emocional de Sérgio Conceição, já descontado o seu feitio "volátil". Não é aceitável que o treinador do FC Porto diga o que ele disse após mais um jogo paupérrimo na Madeira. Podemos pintar da cor que quisermos, mas não é aceitável. Que posteriormente se tenha desculpado em certa medida, é apenas o mínimo exigível e não apaga o que foi dito.

Até porque fica a sensação de que a “coragem” que lhe sobra para “atacar” uma parte mais fraca e sem capacidade de “defesa” - o tal adepto que o critica, que suspeita, em diferentes momentos, mais ou menos, somos todos nós...- é a mesma que lhe tem faltado para atacar com mais vigor e frequência quem mina e põe em causa o seu trabalho. Árbitros, dirigentes, instituições e adversários manhosos e aparentemente seduzidos pelo lado negro do “jogar para perder” são demasiadas vezes perdoados ou esquecidos por quem tem o palco e a obrigação de exigir que a sua equipa tenha as mesmas condições que os outros na disputa das competições internas. Sim, que não competiria ao treinador esse papel num clube normal, mas... Que quem dirige o Clube já há muito desistiu, todos sabemos e ninguém se parece importar muito com isso; que o nosso aguerrido treinador se esqueça também, faz confusão.

Em jeito de conclusão, renovo o meu apelo ao meu treinador: foco total no que é importante, isto é, no aperfeiçoamento das suas competências técnicas e na denúncia intransigente dos vilipêndios de que vamos sendo alvo, semana sim, semana não.

 - Não vás na onda da época @CoachConceicao, não te deixes finar perdido neste turbilhão em que pareces estar submergido. Pára, respira fundo, reflecte e volta ao trabalho, mas com outros trunfos na manga. Sabes que, na grande maioria, estaremos contigo até ao fim (da época), mesmo que cada jogo seja um bocejo sobressaltado à luz dos nossos leigos olhos. Vai que nós vamos atrás.

Abraço mister.


Por fim, os "imbecis". Aos que nos querem mal, retiro as aspas e nem perco tempo. Têm agenda e já está. Tudo o que lhes possa acontecer de mau será um prazer assistir e nem me importo de contribuir. Preocupo-me sim com os Portistas, que se parecem "cismar" entre os que apoiam incondicionalmente e os que pedem a cabeça do treinador/direcção/qualquercoisaserveparadiscutir, exigindo que todos os demais tomem igualmente partido. Connosco ou contra nós.

Pois permitam que vos diga, meus caros extremistas, estão a ser uns perfeitos idiotas. Nem o mundo é azul ou branco, nem os outros são obrigados a sujeitar-se à vossa postura inquisitorial. Sim, é possível apoiar de forma crítica, nunca incondicional; sim, é possível estar com o treinador e simultaneamente fazer-lhe reparos sempre que se justifica; sim, é saudável duvidar e questionar. E não, não é produtivo estar sempre à espera de um mau resultado para atacar quem não se gosta; não, discordar de quem nos dirige (seja a que nível for) não dá direito a insultar quem pensa diferente; não, não sou obrigado a adoptar nenhum dos extremos só porque vos apetece. Penso, logo decido por mim, a cada momento. Sou do Porto, não sou do Sérgio, nem do Jorge Nuno e ainda menos sou do que quer que seja que vocês queiram que eu seja. Apoio durante, critico se achar que devo antes e depois dos jogos. Vou aos estádios se puder e me apetecer e ninguém tem nada a ver com isso e nunca tal servirá de medida do meu "Portismo" ou de quem quer que seja. 

Não pretendo educar ninguém para além dos meus, mas fica escrito porque desconfio me será muito útil sempre que uma discussão deste género vier ter comigo. Daqui em diante... vão ler se quiserem. Não há paciência. Já cansa.




Do Porto com Amor,

Lápis Azul e Branco




9 comentários:

  1. "Sim, é possível apoiar de forma crítica, nunca incondicional; sim, é possível estar com o treinador e simultaneamente fazer-lhe reparos sempre que se justifica; sim, é saudável duvidar e questionar."

    Numa sociedade saudável, o apoio crítico, a dúvida e a questão seriam uma coisa saudável. O problema é que estamos numa altura (e ainda mais em Portugal) em que "quem não está a meu favor, está contra mim". Em tudo na vida.

    E, no caso do nosso FCP, os resultados não têm ajudado...

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  2. É por ler opiniões assim, de adeptos do meu clube, que ainda não desisti totalmente do futebol. Subscrevo e associo-me completamente à ideia: "não, não sou obrigado a adoptar nenhum dos extremos só porque vos apetece. Penso, logo decido por mim, a cada momento."
    De um portista que ama o Porto.

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  3. O que não se é capaz só para bater em quem dirige o FCP.
    Alguma vez um treinador desta índole e capacidade técnica seria campeão se não fosse Francisco J. Marques?
    O queijo poderá ser bom, mas é uma fábula o que dizem fazer à memória. Já se esuqeceram que no campeonato ganho o treinador em Belém entregou o título aos benfas? Já se esqueceram que na Luz não fez nada para ganhar o jogo e surgiu o milagre Herrera?
    Os criminosos com os seus tentáculos são apenas adversários, comparados com os adeptos com agenda, que colocam em pedestais o pior treinador dos últimos 15 anos de F. C. P. Por incrível que pareça pior que Lopetegui, o que poderia parecer completamente impossível.

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  4. Caramba, um texto que assino por baixo palavra por palavra, podia ter sido eu a escrever e não mudaria uma linha.

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  5. Deram-lhe os Nakajimas de muitos milhões, o Zé do Golo de Moscovo, o Saraiba, o melhor Gr, o médio que pretendia, dispensou-se o Galeno de que não gostava, mas o homem está-se a cagar para isso tudo... é refugo segundo alguns!

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  6. pois conceiçao e e sempre sera um treinador tipo Mota, de chicotada,m chega, grita, faz rodinhas , a tatica e na garra, poe a jogar os que nao jogavam, e la consegui um campeonato com o milagre herrera na luz. Mas conceiçao nao e treinador em parte nenhuma do mundo, nos seus tempos Pinto da costa telo ia convidado a ir para o olimpyacos,mas p costa hoje napo tem nem saude, nem idade para ser aquilo que foi. O PORTO CLUBE SO TEM UMA HIPOTESE COMEÇAR A PREPARAR O ABANDONO DO FUTEBOL PROFISSIONAL EM PORTUGAL E TENTAR JOGAR NA LIGA ESPANHOLA POR EXEMPLO, Portugal e cada vez mais um pais para corruptos e afins, a justiça so funciona para os pequenitos, portanto a soluçao sera uma tipo basket , sair da competiçao e assim lisboa ficara satisfeita com um campeonato do al andaluz com talvez o ridiculo braga e o vitoria a fazerem de traidores a regiao norte. Basta ver aquela compeiçao dos sub 23 ..........nao tem valor, ou o futsal..... sem expressao, ou outros campeonatos onde o porto nao participa.
    REALM,ENTE A DIREÇAO ESTA MORIBUNDA, ADORAMOS O PRESIDENTE MAS E PREFERIVEL SAIR JA OU ENTAO RODEAR SE DE GENTE NOVA E COM GARRA PARA LUTAR SEM EXAUSTÃO. O Clube esta a sportinguisar se , esta a ficar moribundo, o coitado do presidente anda se a rir muito, adora estar no museu a receber tacinhas tipo supertaças, conceiçao nunca foi treinador na vida, delapida ativos carissimos do clube, nao tem planos de jogo, so tem garganta, alias ja assim era como jogador, umas vezes a coisa sai alhe mas muitas vezes era uma desgraçaca completa. SERGIO CONCEIÇAO NAO TEM ESTALECA PARA TREINAR UMA EQUIPA A SERIO E SO O FATO DE PINTO DA COSTA E A DIREÇAO ESTAREM MORIBUNDAS PREMITEM QUE SE MANTENHA A TREINADOR, veremos o seu percusco pos porto, seria bom sair ja em janeiro, ele marega, otavio, soares, telles, danilo e mais dois ou tres, o saravia, leite, queiros, sergio oliveira, loum, tomas, fabio, e mais dois ou tres nao desmereceriam em relaçao aquilo que existe atualmente, ja chega de jogarem afilhados

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  7. conceiçao e outro mota, um treinador de chicotada. Chega faz uma revoluçaosita, pega se com um ou dois, poe a jogar dois ou tres proscritos, grita, e ordinario, ao fim de um ano precebe se que tirando isso nao tem nada na cabeça sobre futebol. PINTO DA COSTA DE OUTROS TEMPOS TERIA CORRIDO COM ELE DEPOIS DA VITORIA NO CAMPEONATO. Pinto da costa nao se deve recandidatar se continuar com os mesmos idosos na direçao, nao os consegue mudar......entao nao deve apresentar a sua recandidatura, esta idoso, com pouca saude, obviamente nao tem ja o dinamismo necessario para governar o barco, pode ficar para receber no museu as tacitas que vamos ganhando e rir se muito, e delegar em gente mais nova a guerra com lisboa, porque trata se de uma guerra, O PORTO DEVE SE PREPARAR PARA ABANDONAR O CAMPEONATO DO AL ANDALUZ E FORMAR UMA FEDERAÇAO VERDADEIRAMENTE PORTUGUESA nao sei e se os bragas e vitoria nao trairao o norte so para andarem a fazer fretes ao al andaluz, OU ENTAO JOGAR NA LIGA ESPANHOLA.

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  8. Ainda não satisfeito com a porcaria que tem feito, ainda vai a Glasgow envergonhar-nos. Este treinador dos tascos, só sai quando vir o Porto completamente arruinado.

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